A palavra
custeio significa o método de apropriação de um custo. Existem
vários métodos de custeio na contabilidade, tais como o Custeio por
Absorção, o Direto, Padrão, ABC entre outros.
Custeio por Absorção
Para
definir este primeiro método de custeio lançamos mão novamente dos
conceitos de Eliseu Martins:
Custeio
por Absorção é o método derivado da aplicação dos princípios
de contabilidade geralmente aceitos, nascido da situação histórica
mencionado. Consistem na apropriação de todos os custos de
produção aos bens elaborados, e só os de produção;
todos os gastos relativos ao esforço da fabricação são
distribuídos para todos os produtos feitos [MARTINS, 1990].
Esse tipo
de custeio ainda é o mais adotado e o padrão pela Contabilidade
Financeira, uma vez que serve tanto para fins de elaboração de
relatórios contábeis como Balanço Patrimonial e Demonstração de
Resultados, como também para elaboração de Balanço e de Lucros
Fiscais, de outros países. E como se vê, é o método básico de
acordo com a Auditoria Externa e pela legislação do Imposto de
Renda, apesar de não ser muito lógico e em muitas vezes falhar como
instrumento de análise gerencial.
Faz parte
do custeio por absorção todos os custos de produção, sejam estes
fixos e variáveis. Aqui está à grande diferença
entre este método de custeio e o custeio variável, que será visto
no tópico seguinte. A diferença concentra-se no reconhecimento e
apropriação dos custos envolvidos. No custeio variável entram no
cálculo do CPV apenas os custos e despesas variáveis, isto é,
aqueles que sofrem alterações conforme a produção e os resultados
encontrados são inferiores ao custeio por absorção.
São
custos variáveis os que sofrem alterações de acordo com as
quantidades produzidas, tais como a mão de obra e a matéria-prima.
Por exemplo, se uma indústria fabrica 100 peças de seu produto
(quantidades), sendo que o custo unitário da matéria-prima é de R$
1,00, o seu custo total seria de R$ 100,00. Caso a empresa venha a
produzir uma única unidade a mais, o custo final também aumentará.
Os custos fixos, como a própria definição sugere, são
fixos1,
isto é, independem da quantidade produzida.
Entre os
custos fixos há ainda o custo fixo identificado e o não
identificado. Fala-se em custo fixo identificado quando o
custo é apenas de um produto: a empresa tem uma máquina responsável
por apenas um único tipo de produto fabricado, e por esta razão,
todos os custos dessa máquina, como depreciação e manutenção,
caem apenas sobre este único produto. Ao contrário, no caso dos
custos fixos não-identificados, a mesma máquina produz
vários tipos de produtos e dessa forma, o custo recai de maneira
generalizada.
São
alguns exemplos destes custos o aluguel da fábrica, a energia
elétrica no setor de produção e a depreciação das máquinas
entre outros. Vale lembrar, contudo, que se no exemplo anterior se
produziu 100 unidades e admitiu-se como custo fixo o total de R$
80,00 entende-se que:
Figura
1: Relatividade do custo fixo às quantidades produzidas e vendidas
[MARTINS, 1990].
Como se
vê, o custo fixo de R$ 80,00 permaneceu o mesmo durante o momento
(2), contudo, com a queda da produção em trinta unidades,
relativamente o custo aumentou.
Quanto aos
custos também é possível alocá-los em diretos e indiretos.
Os custos diretos são ligados a produção, sendo assim,
também são custos variáveis, como a matéria-prima. Os custos
indiretos na maioria das vezes, não podem ser especificados por
produto, como o consumo de energia elétrica, aluguel do galpão
industrial e a depreciação das máquinas e demais equipamentos.
Outra
característica dos custos diretos e indiretos é a sua relação com
a tecnologia. Se antes da industrialização a empresa apresentava
70% de custos indiretos e 30% de custos diretos, com a vinda da
tecnologia essa situação é invertida: por causa do aumento da
tecnologia e também do trabalho com a departamentalização e dos
centros de custos os gastos são mais específicos.
No custeio
por absorção há a diferença de ser trabalhado com
departamentalização ou sem. No custeio com departamentalização é
montada uma estrutura dentro da contabilidade que separa os gastos
por departamentos. Pode ser chamado de Departamento ou Centro de
Custos.
No centro
de custos é possível separar os gastos dentro de cada
departamento. Por exemplo, separando os gastos da primeira prensa aos
da segunda, dentro do departamento da prensa. Há produtos que passam
em uma máquina e que não passam por outra, o que faz com que os
prazos de acabamento de cada tipo de produto sejam diferentes.
1São
fixos até uma quantidade determinada. Por exemplo, se a indústria
pretende dobrar ou triplicar a sua produção terá que aumentar os
custos fixos, como contratar mais funcionários na produção, criar
mais turnos de trabalho entre outros. Assim, um gráfico com a
representação dos custos fixos poderia ter acréscimos, elevações
após a passagem de níveis de quantidades, como uma escada.
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