EVA - Conceito
Para
iniciar este tópico citemos a contextualização de Thais Cardoso
dos Santos (2005) acerca da globalização e da utilização de
indicadores financeiros:
A
economia mundial nos últimos anos têm passado por diversos
processos de mudanças e a Globalização tem sido uma das principais
causas, senão a mais recente no meio econômico de como as
organizações têm mudado o gerenciamento de seus negócios. A
Globalização como processo econômico mundial tem transformado as
organizações em empresas dispostas a lutarem por um espaço no
mercado e na busca por novas formas sustentáveis de criar riquezas.
Seja para própria continuidade da empresa, para sua permanência no
mercado econômico e também para aqueles que delas necessitam como
clientes, fornecedores, investidores, funcionários e o mais
privilegiado das informações que é o acionista. Nessa busca cada
vez mais constante por investimentos, as empresas usam de indicadores
econômicos, e mais usualmente de indicadores financeiros como o
Economic Value Added (EVA) e o Market Value Added (MVA) (SANTOS T.C.)1.
Os
indicadores financeiros vêm substituindo os econômicos quando o
objetivo é a verdadeira análise de valor criado numa empresa. Como
escreve T. C. dos Santos (2005) “indicam o real valor criado pela
empresa e esse retorno é definido quando excluímos o custo do
capital investido (...) trazendo uma revolução em Governança
Corporativa”. Diversas empresas vêm utilizando o conceito de EVA
para várias situações de decisão, não somente financeira como
também estratégica. As principais aplicações do EVA no meio
corporativo são:
-
Identificação de oportunidades de planejamento estratégico que maximizem o Valor Econômico Agregado - EVA;
-
Utilização de estimativas de EVA projetadas e trazidas a valor presente para planejamento de capital e orçamento de projetos;
-
Estabelecimento de planos de incentivo para executivos baseados em desempenho do EVA;
-
Acompanhamento do EVA periodicamente para controle e monitoramento de desempenho;
-
Avaliação de processos de aquisição ou desinvestimento baseados em EVA projetados e descontados;
-
Estabelecimento de metas de EVA de longo prazo (SUEN, et al. s.d.).
Mas afinal
qual o conceito de EVA e onde surgiu? Para responder a essa questão
atentamos ao que escreve T. C. dos Santos (2005):
O
conceito de Valor Econômico Agregado já vem sendo utilizado há
muitos anos pela sociedade. Sendo David Ricardo em 1820 a mencionar
pela primeira vez esse termo, citamos o nome de Valor Econômico
Residual. Em seus trabalhos avaliava a evolução das minas de carvão
e comentava sua importância em medir a evolução do capital
investido, devido aos gastos com o trabalho realizado, o pagamento do
mesmo e a reposição do capital empregado na exploração. [...] O
lucro residual é um lucro anormal, visto que é a parcela que excede
a remuneração do capital, portanto, EVA define essencialmente a
mesma idéia do lucro residual, se a organização apresentar uma
remuneração superior ao capital investido, ela agrega valor, do
contrário, está destruindo valor, este capital investido reflete
todos os custos da organização; e indicará o resto, depois da
dedução de todos os custos da empresa (T. C. SANTOS 2005).
É fácil
de entender porque os acionistas, de modo geral, apreciam o indicador
do valor agregado, uma vez que este lhes apresenta o quanto à
empresa gera de lucro a mais do que o próprio custo do capital
investido. Segundo Suen entre outros o EVA também tem ganhado
espaço no Brasil:
No
Brasil, o Economic Value Added também tem conquistado seguidores.
Além das subsidiárias das empresas multinacionais citadas
anteriormente, empresas brasileiras como Brahma, Antártica e outras,
têm procurado introduzir o conceito em seus procedimentos de
controle e políticas de remuneração (SUEN, et al. s.d.).
Como
comenta Thais C dos Santos (2005) “a análise realizada pelo EVA
tem possibilitado aos acionistas uma avaliação da riqueza criada na
organização e as mudanças necessárias para que a empresa possa
continuar crescendo no mercado econômico e perante seus
concorrentes”. E ainda segundo essa geração de riquezas, Santos
(2005) comenta que:
A
geração de valor agregado pela organização é de tão grande
importância, que esta deve se preocupar constantemente com a criação
de riqueza para poder competir no mercado, que se encontra cada vez
mais restrito a grupos econômicos fechados que só negociam entre
si, e também para gerar o valor agregado necessário para a
continuidade da organização. Neste contexto político-econômico, a
sociedade tem desenvolvido diversos mecanismos e meios de medir seu
contentamento com as atitudes tomadas pelas empresas e também sua
finalidade e comprometimento com a realidade existente nos mercados
econômicos, não se esquecendo do lado social e principalmente na
geração de resultados para toda sociedade. Estes por sua vez são
observados por todos, pois a organização evidencia suas atitudes a
todos os usuários de suas informações (T. C. SANTOS 2005).
Mas mesmo
assim, como o acionista pode utilizar o indicador para tomar
decisões? Pois bem, as empresas não são obrigadas a prestar contas
a todos os stakeholders acerca do tratamento dos recursos que
a ela são confiados? O acionista sendo assim pode e devem ter acesso
as informações financeiras e econômicas das empresas que tenham
ações negociadas em bolsas de valores. Assim, com a identificação
de qual empresa agrega mais lucro residual o acionista tem mais
convicção em suas decisões de investimentos. Segundo Suen entre
outros há grande utilização das informações do EVA na
avaliação de ações:
O
Economic Value Added também tem grande aplicabilidade para avaliação
de ações, permitindo a identificação e mensuração de tendências
de melhorias ou deteriora mento em empresas, antecipando-se a outros
indicadores contábeis ou financeiros. Além disso, possibilita a
estimação do valor teórico de uma ação, através do cálculo do
valor presente de EVA ‘s projetados para vários períodos e a
identificação dos principais fatores ou características que o
mercado está levando em consideração para precificar ações de
uma empresa (SUEN, et al. s.d.).
1SANTOS,
Thais Cardoso dos. EVA - Economic Value Added. Centro Universitário
Álvares Penteado - FECAP. São Paulo, São Paulo: Fundação de
Escola e Comércio Álvares Penteado - FECAP, 2005.
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