segunda-feira, 9 de maio de 2016

Introdução ao Valor Econômico Agregado - EVA

    EVA - Conceito

Para iniciar este tópico citemos a contextualização de Thais Cardoso dos Santos (2005) acerca da globalização e da utilização de indicadores financeiros:
A economia mundial nos últimos anos têm passado por diversos processos de mudanças e a Globalização tem sido uma das principais causas, senão a mais recente no meio econômico de como as organizações têm mudado o gerenciamento de seus negócios. A Globalização como processo econômico mundial tem transformado as organizações em empresas dispostas a lutarem por um espaço no mercado e na busca por novas formas sustentáveis de criar riquezas. Seja para própria continuidade da empresa, para sua permanência no mercado econômico e também para aqueles que delas necessitam como clientes, fornecedores, investidores, funcionários e o mais privilegiado das informações que é o acionista. Nessa busca cada vez mais constante por investimentos, as empresas usam de indicadores econômicos, e mais usualmente de indicadores financeiros como o Economic Value Added (EVA) e o Market Value Added (MVA) (SANTOS T.C.)1.
Os indicadores financeiros vêm substituindo os econômicos quando o objetivo é a verdadeira análise de valor criado numa empresa. Como escreve T. C. dos Santos (2005) “indicam o real valor criado pela empresa e esse retorno é definido quando excluímos o custo do capital investido (...) trazendo uma revolução em Governança Corporativa”. Diversas empresas vêm utilizando o conceito de EVA para várias situações de decisão, não somente financeira como também estratégica. As principais aplicações do EVA no meio corporativo são:
  • Identificação de oportunidades de planejamento estratégico que maximizem o Valor Econômico Agregado - EVA;
  • Utilização de estimativas de EVA projetadas e trazidas a valor presente para planejamento de capital e orçamento de projetos;
  • Estabelecimento de planos de incentivo para executivos baseados em desempenho do EVA;
  • Acompanhamento do EVA periodicamente para controle e monitoramento de desempenho;
  • Avaliação de processos de aquisição ou desinvestimento baseados em EVA projetados e descontados;
  • Estabelecimento de metas de EVA de longo prazo (SUEN, et al. s.d.).
Mas afinal qual o conceito de EVA e onde surgiu? Para responder a essa questão atentamos ao que escreve T. C. dos Santos (2005):
O conceito de Valor Econômico Agregado já vem sendo utilizado há muitos anos pela sociedade. Sendo David Ricardo em 1820 a mencionar pela primeira vez esse termo, citamos o nome de Valor Econômico Residual. Em seus trabalhos avaliava a evolução das minas de carvão e comentava sua importância em medir a evolução do capital investido, devido aos gastos com o trabalho realizado, o pagamento do mesmo e a reposição do capital empregado na exploração. [...] O lucro residual é um lucro anormal, visto que é a parcela que excede a remuneração do capital, portanto, EVA define essencialmente a mesma idéia do lucro residual, se a organização apresentar uma remuneração superior ao capital investido, ela agrega valor, do contrário, está destruindo valor, este capital investido reflete todos os custos da organização; e indicará o resto, depois da dedução de todos os custos da empresa (T. C. SANTOS 2005).
É fácil de entender porque os acionistas, de modo geral, apreciam o indicador do valor agregado, uma vez que este lhes apresenta o quanto à empresa gera de lucro a mais do que o próprio custo do capital investido. Segundo Suen entre outros o EVA também tem ganhado espaço no Brasil:
No Brasil, o Economic Value Added também tem conquistado seguidores. Além das subsidiárias das empresas multinacionais citadas anteriormente, empresas brasileiras como Brahma, Antártica e outras, têm procurado introduzir o conceito em seus procedimentos de controle e políticas de remuneração (SUEN, et al. s.d.).
Como comenta Thais C dos Santos (2005) “a análise realizada pelo EVA tem possibilitado aos acionistas uma avaliação da riqueza criada na organização e as mudanças necessárias para que a empresa possa continuar crescendo no mercado econômico e perante seus concorrentes”. E ainda segundo essa geração de riquezas, Santos (2005) comenta que:
A geração de valor agregado pela organização é de tão grande importância, que esta deve se preocupar constantemente com a criação de riqueza para poder competir no mercado, que se encontra cada vez mais restrito a grupos econômicos fechados que só negociam entre si, e também para gerar o valor agregado necessário para a continuidade da organização. Neste contexto político-econômico, a sociedade tem desenvolvido diversos mecanismos e meios de medir seu contentamento com as atitudes tomadas pelas empresas e também sua finalidade e comprometimento com a realidade existente nos mercados econômicos, não se esquecendo do lado social e principalmente na geração de resultados para toda sociedade. Estes por sua vez são observados por todos, pois a organização evidencia suas atitudes a todos os usuários de suas informações (T. C. SANTOS 2005).
Mas mesmo assim, como o acionista pode utilizar o indicador para tomar decisões? Pois bem, as empresas não são obrigadas a prestar contas a todos os stakeholders acerca do tratamento dos recursos que a ela são confiados? O acionista sendo assim pode e devem ter acesso as informações financeiras e econômicas das empresas que tenham ações negociadas em bolsas de valores. Assim, com a identificação de qual empresa agrega mais lucro residual o acionista tem mais convicção em suas decisões de investimentos. Segundo Suen entre outros há grande utilização das informações do EVA na avaliação de ações:
O Economic Value Added também tem grande aplicabilidade para avaliação de ações, permitindo a identificação e mensuração de tendências de melhorias ou deteriora mento em empresas, antecipando-se a outros indicadores contábeis ou financeiros. Além disso, possibilita a estimação do valor teórico de uma ação, através do cálculo do valor presente de EVA ‘s projetados para vários períodos e a identificação dos principais fatores ou características que o mercado está levando em consideração para precificar ações de uma empresa (SUEN, et al. s.d.).



1SANTOS, Thais Cardoso dos. EVA - Economic Value Added. Centro Universitário Álvares Penteado - FECAP. São Paulo, São Paulo: Fundação de Escola e Comércio Álvares Penteado - FECAP, 2005.

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