Como já
foi se observou no capítulo 23 sobre a Análise de Balanços, a
informação Gerada pelos sistemas contábeis informa bastante sobre
os aspectos financeiros e econômicos da empresa. Mas nem toda
informação gerada pode ser considerada como única e em
concordância com a realidade, uma vez que não compreende todos os
pontos da organização. Segundo explica Thais Cardoso dos Santos
(2005):
A
análise do real crescimento da empresa apenas com base no lucro
contábil tem sido considerada arriscada pelos investidores e
gerentes financeiros que veem uma forma deste número ser embelezado
para ser confiável e sofre a influência dos princípios
fundamentais de contabilidade, entre outros fatores determinantes (T.
C. SANTOS 2005).
Serão
vistos neste tópico alguns indicadores muito utilizados pelas
empresas durante a análise financeira e seus pontos fracos em
relação ao EVA.
ROE –
Return on Equity: é o índice do retorno sobre o investimento. É
obtido dividindo-se o lucro líquido do exercício pelo montante do
capital próprio – Patrimônio Líquido.
Como
explica Thais C. Santos (2005):
Outro
indicador muito utilizado pelas organizações é o Retorno sobre o
Investimento (ROI), que representa a razão entre o resultado líquido
apurado e o capital total investido, ou também pela razão entre
este resultado líquido e o Ativo total conhecido também como
Retorno sobre Ativo. É uma forma de análise do investimento, mas
não leva em consideração o custo do capital próprio, apenas as
despesas com o capita de terceiros. Não há uma definição exata de
sua capacidade de geração efetiva de lucros por parte dos ativos, é
uma mistura com os encargos passivos gerados pelo passivo exigível.
Mesmo não excluindo as despesas com o capital de terceiros, o ROI é
utilizado pela maioria das organizações das organizações, onde
seus administradores medem a eficiência global na obtenção de
lucro nos ativos disponíveis (T. C. SANTOS 2005).
Este
índice indica o quanto que a empresa conseguiu gerar de riquezas
líquidas (resultado) em relação ao patrimônio. Vamos então supor
que a empresa Fictícia S.A do exemplo anterior tenha calculado o
índice e chegado ao seguinte: 150000 / 1000000 = 15% de retorno
sobre o capital social investido. Esse indicador é igual à margem
multiplicada pelo giro, o que, segundo Thais C. dos Santos (2005) a
fórmula do ROI pode ser expressa por:
E como
complementa Thais dos Santos (2005):
Esse
indicador de desempenho também sofre influência dos critérios
contábeis e a influência dos ativos. As empresas com ativos
permanentes mais antigos, ignorados os efeitos inflacionários podem
apresentar indicadores mais favoráveis. Esse indicador não leva em
consideração a política de financiamentos da empresa, nem a
estrutura de capital no balanceamento do risco e retorno que afeta a
operação. O retorno operacional sobre o investimento é outro
indicador utilizado, sendo determinadas na demonstração de
resultados já sendo retirados os encargos, despesas financeiras do
capital de terceiros, oriundos das fontes de externas ajustadas aos
encargos tributários para a sua determinação. É um desdobramento
de margem e risco, propiciando o conhecimento de quanto os ativos
(investimentos totais, independentemente das fontes de
financiamento), produzem retorno (T. C. SANTOS 2005).
Há outros
pontos a serem abordados acerca dos indicadores financeiros. Como
explica Iudícibus (1987):
Podemos
dizer que é um quociente de maior interesse primário para o
acionista do que para a gerência. Entretanto, a gerência deve
preocupar-se com os acionistas, sendo que alguns autores ligados a
área financeira consideram como responsabilidade primaria da
administração financeira tomar todas as medidas necessárias para
propiciar aos possuidores das ações o maior valor de mercado
possível para suas ações. [...]. Neste aspecto, a evolução do
lucro em ralação ao Patrimônio Líquido investido é de alguma
valia. Procura retratar o quanto vai para os acionistas do lucro
gerado pelo uso do ativo, quaisquer que tenham sido as fontes de
recursos, próprios ou de terceiros. Claro que para isso deve-se
descontar do lucro todos os encargos de juros e despesas financeiras
devidas aos emprestadores de dinheiro (IUDÍCIBUS, Contabilidade
gerencial 1987, 85).
E agora
para compara os dados da Petrobras com o de algumas empresas já
calculadas têm-se o seguinte:
Dados
consolidados - ROE
|
|||
Empresa
|
2004
|
2005
|
AH%
|
Sadia
S.A
|
24,68
|
29,48
|
19,44
|
Eletrobras
|
1,85
|
1,29
|
-30,46
|
2003
|
2002
|
AH%
|
|
Petrobras
|
34,02
|
26,66
|
27,58
|
ROA –
Return on Asset: é o índice do retorno do capital investido em
relação ao capital de terceiros e próprios (capital total). Mede a
eficiência do emprego dos recursos da empresa, dividindo o lucro
líquido pelo ativo total, no final do período (Petróleo Brasileiro
S.A. - Petrobras 2003)
O ROA (ou
retorno sobre ativo) mede, portanto, o retorno do capital investido
em relação ao total do ativo. Sendo que o passivo é formado pela
soma de capital de terceiros de curto prazo mais o exigível em longo
prazo e mais os recursos próprios tem-se que se divide o lucro pelo
ativo total. A sua fórmula é a seguinte:
Vejamos o
exemplo a seguir da empresa Fictícia S.A.: suponhamos que o
patrimônio da empresa fosse de R$ 100.000 e que tenha tomado R$
50.000 de empréstimos de banco e que o lucro líquido agora seja de
apenas R$ 20.000. Logo a ROA da empresa é obtida dividindo-se lucro
líquido de R$ 20.000 pelo ativo a empresa teria o total de retorno
de 13,33%.
Portanto,
para a nossa empresa fictícia, 13,33% corresponde a capacidade dos
ativos de gerar retorno, ou seja, de trazer lucro para a organização.
E quanto foi a ROA da Petrobras em 2003 e 2002? Vejamos o quadro a
seguir, que engloba não apenas o resultado da ROA como também do
ROE:
Dados
consolidados
|
|||
Petrobras
S.A.
|
2003
|
2002
|
AH%
|
ROE
|
34,02
|
26,66
|
27,58
|
ROA
|
14,63
|
9,81
|
49,10
|
E para
recapitular o que foi visto a cerca dos dois índices segue o resumo
a seguir:
-
ROE – retorno sobre o capital investido pelos sócios (PL) e;
-
ROA – retorno sobre o capital investido pelos sócios e terceiros (PL e Passivo).
A
informação destes índices ainda é muito fraca e genérica demais
para tomadas de decisões mais complexas. Como explica Iudícibus
(1987):
Expressar
a rentabilidade em termos absolutos têm uma utilidade informativa
bastante reduzida. Afirmar que a General Motors teve um lucro de,
digamos, 5 bilhões de dólares em 1979 ou que a Descamisados S.A.
Indústria & Comércio teve um lucro de mil dólares, no mesmo
período, pode impressionar no sentido de que todo mundo vai perceber
que a General Motors é uma empresa grande e a Descamisados S.A
pequena, e só. De maneira geral, portanto, devemos relacionar o
lucro de um empreendimento com algum valor que expresse a “dimensão
relativa do mesmo, para analisar quão bem se saiu à empresa em
determinado período. O melhor conceito de dimensão” poderá ser
ora o volume de vendas, o valor do ativo total, ora o valor do ativo
operacional, o valor do patrimônio líquido, do valor do capital
social etc. todos tem suas vantagens e desvantagens. [...] O fato é
que, para determinadas finalidades, certos conceitos são melhores.
Se quiséssemos calcular o retorno para efeito preditivo do que possa
ocorrer no futuro, como tendência, será melhor tirar do numerador e
dos denominadores valores não repetitivos ou não operacionais. Se
desejarmos ter uma ideia de lucratividade, como um todo, do
empreendimento, venham de onde vierem os recursos e admitindo-se as
aplicações realizadas, o lucro líquido dividido pelo ativo total
será um melhor indicador. Se estiver interessado em saber o que
representa para o acionista, em termos de moedas adicionais ao seu
investimento inicial, o lucro, o melhor será relacionar este lucro
(possivelmente após o IR) com o patrimônio líquido ou, mais
conservadoramente, com o capital social mais reservas incorporáveis
a qualquer momento ao capital (IUDÍCIBUS, Contabilidade gerencial
1987, 81).
Nos
tópicos a seguir serão apresentados os cálculos para a definição
do valor econômico agregado, seguindo as fórmulas vistas durante a
disciplina de Controladoria do curso de graduação de Ciências
Contábeis da UMC.
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