quinta-feira, 12 de maio de 2016

Análise de Custos


      O USO DA CONTABILIDADE DE CUSTOS

O objetivo da contabilidade de custos é de apurar o custo dos serviços e dos produtos. Os custos operacionais, relacionados à transformação do produto, fazem parte do custo de produção.

Segundo Martins1,
A preocupação primeira dos Contadores, Auditores e Fiscais foi a de fazer da Contabilidade de Custos uma forma de resolver seus problemas de mensuração monetária dos estoques e do resultado, não a de fazer dela um instrumento de administração. Devido ao crescimento das empresas, com o consequente aumento da distância entre administrador e ativos e pessoas administradas, passou a Contabilidade de Custos a ser encarada como uma eficiente forma de auxílio no desempenho dessa nova missão, a gerencial. É importante ser lembrado que essa nova visão por parte dos usuários de Custos não data mais que algumas décadas, e, por essa razão, ainda há muito a ser desenvolvido. Resumindo, a Contabilidade de Custos acabou por passar, nessas ultimas décadas, de mera auxiliar na avaliação de estoques e lucros globais para importante arma de controle e decisão gerenciais. Obviamente, estas suas novas missões não compreendem o todo da Contabilidade Gerencial, esta é a mais ampla, porém as suas bases são esse aspecto comentado da Contabilidade de Custos.
Foi visto que na contabilidade financeira ocorre a valorização do estoque no balanço patrimonial – BP - para depois ser apurado o custo na demonstração do resultado do exercício – DRE. Na contabilidade gerencial usam-se conhecimentos relacionados aos custos para gerar ferramentas de gerenciamento de metas de redução de custos, planejamento, orçamentos e cálculos da rentabilidade por produto.
A contabilidade de custos por sua vez, dá suporte às decisões, eliminando os desperdícios, analisando o desempenho (orçamento), definindo preços e metas.


      Comparação entre a contabilidade de custos e a contabilidade financeira

A contabilidade de custos relaciona-se bastante a contabilidade financeira, gerencial e de orçamentos. Por esta razão, em alguns casos - quando o objetivo é auxiliar a gestão da empresa - a contabilidade de custos acaba não seguindo a lei, diferentemente da contabilidade financeira, que elabora documentos apenas para o fisco. Estão aqui outras diferenças entre a contabilidade de custos e a financeira:
  • O lucro na contabilidade de custos pode ser calculado separadamente por produto;
  • O custo calculado pela contabilidade financeira deve seguir os princípios contábeis geralmente aceitos - tais como o Custo Histórico com base no Valor - enquanto que na gerencial e a de custos não necessariamente, usando, por exemplo, o custo histórico de reposição;
  • A contabilidade financeira gera aos usuários da informação contábil os relatórios financeiros, que são padronizados. A contabilidade de custos e a gerencial gera relatórios contendo informações gerenciais.

      A DRE na gestão de custos

Antes das indústrias o custo apurado era apenas o das mercadorias vendidas. Com a industrialização os produtos eram fabricados e logo, surgia o custo de produção. O custo dos estoques tem um fluxo bem maior: Estoque de matéria-prima (compra) → estoque de produtos em elaboração → estoque de produtos acabados (prontos para venda) → Custo do Produto Vendido (DRE)

      Custos e despesas

O primeiro trabalho a ser efetuado na contabilidade de custos é o de separar os custos das despesas. Estas são algumas características e diferenças dos custos e das despesas:
  • Custo é ligado ao produto e despesa à venda ou prestação do serviço;
  • Custo é ligado ao setor de produção e a despesa ao setor de vendas;
  • Até o produto ficar pronto para venda geralmente é custo;
  • Quando o produto é embalado para ser vendido ainda se fala em custo, mas se for para ser transportado, é despesa;
  • Em uma fábrica é possível separa os custos dos departamentos: o custo da fábrica, da produção (prensa, soldagem, cada um com o seu custo. Ao separar por departamentos ou centro de custos é possível calcular e contabilizar o custo, permitindo de onde vem cada gasto e qual funcionário é o responsável.
  • É possível dividir o que é custo da fábrica (custo) de todo o resto, o custo da empresa (despesa).
  • Gasto com manutenção da máquina da produção é custo, porem, gasto com a manutenção do prédio da contabilidade, por exemplo, é despesa. Frete de matéria-prima é custo e o frete de venda do produto acabado ao cliente é despesa.


      A contabilidade de custos e a exigência fiscal.

Na contabilidade há o livro que registra quantidades e valores. A matéria-prima tem um valor, mas ao ser transformado em produto é valorizada e registrada. Há a valorização dos diferentes tipos de estoque (de matéria-prima acabada e em processamento) e usados para se calcular os novos valores. Tanto os custos quanto as despesas são gastos. O custo propriamente dito vai para os produtos e na venda, na forma de custo dos produtos vendidos – CPV – na DRE. A despesa, por sua vez, vai para a DRE após o Lucro Bruto.
Todas as despesas podem ser classificadas como custos para fins fiscais, pois quando o gasto fica no estoque não gera custo para a contabilidade e consequentemente o lucro é falso (lucro a mais). Todos os custos não podem ser classificados como despesas, para finalidade fiscal, pois, acabariam diminuindo o custo.


      Controle de custo de produção.

Geralmente todo mês a empresa contabiliza e controla os seus produtos, é a chamada análise gerencial. Somente é possível estabelecer metas para estimação de desperdícios se a empresa tem conhecimento de onde estes ocorrem.



1MARTINS, Eliseu. Contabilidade de custos. São Paulo: Atlas, 1990, p. 21-22.

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