O USO DA CONTABILIDADE DE CUSTOS
O objetivo
da contabilidade de custos é de apurar o custo dos serviços e dos
produtos. Os custos operacionais, relacionados à transformação do
produto, fazem parte do custo de produção.
Segundo
Martins1,
A
preocupação primeira dos Contadores, Auditores e Fiscais foi a de
fazer da Contabilidade de Custos uma forma de resolver seus problemas
de mensuração monetária dos estoques e do resultado, não a de
fazer dela um instrumento de administração. Devido ao crescimento
das empresas, com o consequente aumento da distância entre
administrador e ativos e pessoas administradas, passou a
Contabilidade de Custos a ser encarada como uma eficiente forma de
auxílio no desempenho dessa nova missão, a gerencial. É importante
ser lembrado que essa nova visão por parte dos usuários de Custos
não data mais que algumas décadas, e, por essa razão, ainda há
muito a ser desenvolvido. Resumindo, a Contabilidade de Custos acabou
por passar, nessas ultimas décadas, de mera auxiliar na avaliação
de estoques e lucros globais para importante arma de controle e
decisão gerenciais. Obviamente, estas suas novas missões não
compreendem o todo da Contabilidade Gerencial, esta é a mais ampla,
porém as suas bases são esse aspecto comentado da Contabilidade de
Custos.
Foi visto
que na contabilidade financeira ocorre a valorização do estoque no
balanço patrimonial – BP - para depois ser apurado o custo na
demonstração do resultado do exercício – DRE. Na contabilidade
gerencial usam-se conhecimentos relacionados aos custos para gerar
ferramentas de gerenciamento de metas de redução de custos,
planejamento, orçamentos e cálculos da rentabilidade por produto.
A
contabilidade de custos por sua vez, dá suporte às decisões,
eliminando os desperdícios, analisando o desempenho (orçamento),
definindo preços e metas.
A
contabilidade de custos relaciona-se bastante a contabilidade
financeira, gerencial e de orçamentos. Por esta razão, em alguns
casos - quando o objetivo é auxiliar a gestão da empresa - a
contabilidade de custos acaba não seguindo a lei, diferentemente da
contabilidade financeira, que elabora documentos apenas para o fisco.
Estão aqui outras diferenças entre a contabilidade de custos e a
financeira:
-
O lucro na contabilidade de custos pode ser calculado separadamente por produto;
-
O custo calculado pela contabilidade financeira deve seguir os princípios contábeis geralmente aceitos - tais como o Custo Histórico com base no Valor - enquanto que na gerencial e a de custos não necessariamente, usando, por exemplo, o custo histórico de reposição;
-
A contabilidade financeira gera aos usuários da informação contábil os relatórios financeiros, que são padronizados. A contabilidade de custos e a gerencial gera relatórios contendo informações gerenciais.
Antes das
indústrias o custo apurado era apenas o das mercadorias vendidas.
Com a industrialização os produtos eram fabricados e logo, surgia o
custo de produção. O custo dos estoques tem um fluxo bem maior:
Estoque de matéria-prima (compra) → estoque de produtos em
elaboração → estoque de produtos acabados (prontos para venda) →
Custo do Produto Vendido (DRE)
O primeiro
trabalho a ser efetuado na contabilidade de custos é o de separar os
custos das despesas. Estas são algumas características e diferenças
dos custos e das despesas:
-
Custo é ligado ao produto e despesa à venda ou prestação do serviço;
-
Custo é ligado ao setor de produção e a despesa ao setor de vendas;
-
Até o produto ficar pronto para venda geralmente é custo;
-
Quando o produto é embalado para ser vendido ainda se fala em custo, mas se for para ser transportado, é despesa;
-
Em uma fábrica é possível separa os custos dos departamentos: o custo da fábrica, da produção (prensa, soldagem, cada um com o seu custo. Ao separar por departamentos ou centro de custos é possível calcular e contabilizar o custo, permitindo de onde vem cada gasto e qual funcionário é o responsável.
-
É possível dividir o que é custo da fábrica (custo) de todo o resto, o custo da empresa (despesa).
-
Gasto com manutenção da máquina da produção é custo, porem, gasto com a manutenção do prédio da contabilidade, por exemplo, é despesa. Frete de matéria-prima é custo e o frete de venda do produto acabado ao cliente é despesa.
Na
contabilidade há o livro que registra quantidades e valores. A
matéria-prima tem um valor, mas ao ser transformado em produto é
valorizada e registrada. Há a valorização dos diferentes tipos de
estoque (de matéria-prima acabada e em processamento) e usados para
se calcular os novos valores. Tanto os custos quanto as despesas são
gastos. O custo propriamente dito vai para os produtos e na venda, na
forma de custo dos produtos vendidos – CPV – na DRE. A despesa,
por sua vez, vai para a DRE após o Lucro Bruto.
Todas as
despesas podem ser classificadas como custos para fins fiscais, pois
quando o gasto fica no estoque não gera custo para a contabilidade e
consequentemente o lucro é falso (lucro a mais). Todos os custos não
podem ser classificados como despesas, para finalidade fiscal, pois,
acabariam diminuindo o custo.
Geralmente
todo mês a empresa contabiliza e controla os seus produtos, é a
chamada análise gerencial. Somente é possível estabelecer metas
para estimação de desperdícios se a empresa tem conhecimento de
onde estes ocorrem.
1MARTINS,
Eliseu. Contabilidade de custos. São Paulo: Atlas, 1990, p. 21-22.
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