quarta-feira, 11 de maio de 2016

Simulado da prova do EVA com respostas explicadas


E segue o simulado da segunda prova da disciplina de Controladoria do semestre do Curso de Ciências Contábeis da UMC.



Explique o que é Selic.

A Selic é a taxa básica de juros da economia, fornecida pelo governo e negociada pelo COPOM – Comitê de Políticas Monetárias - do Banco Central. Por meio desta taxa básica são negociados os financiamentos, empréstimos e juros no mercado. Quando a Selic aumenta, os juros aumentam o que é bom para quem dinheiro, o que faz com que o consumo também venha a cair e funciona como ferio para a inflação, uma vez que queda no consumo configura em mais poupança e aumento da oferta, resultando em queda dos preços.


Explique o que é IBOVESPA.

O índice IBOVESPA medido em pontos


Cálculos

Apresente as fórmulas de EVA, taxa de retorno, Benefício Fiscal, Capital investido, Valor do capital de terceiros, Custo do CT, Valor do CP., Custo do CP., valor do CT e custo do capital total.
Todas as fórmulas serão apresentadas conforme a necessidade e seguindo os cálculos na resolução da questão seguinte.
Calcule resultado EVA da empresa SEU S.A., de 2006 com os dados abaixo apresentados, em milhares de reais.
Quadro 1: Dados para a resolução do simulado da segunda prova.

2005
2006
ROL
8.642,00
9.725,00
Lucro operacional
4.061,74
5.057,00
Receita financeira líquida
385,87
515,81
Lucro antes do IR
2.765,44
4.279,00
Alíquota do IR
32,46%
32,46%
Lucro líquido por ação
1,08
1,28
Número de ações
1.318,00
1.625,00
Receitas financeiras totais
978,00
1.043,00
Passivo circulante
936,99
1.044,00
Passivo exigível longo prazo
2.326,00
1.869,00
Patrimônio líquido
3.419,00
5.499,00
Taxa básica de juros
14,50
14,00
IBOVESPA
42.732,00
60.393,00
Beta da ação
0,73
0,82

CDI
11,50
10,65
TJLP
6,40
5,80
IGPM
4,40
3,97
R$/US$
2,65
2,42
-8,68
LIBOR
4,50
5,25

Empréstimos e financiamentos

2.005,00
2.006,00

Modalidade
Valor
Taxa
Valor
Taxa
Moeda nacional de Curto prazo
Capital de giro
87,00
22,50
114,00
19,32
Conta garantida
215,00
12,42
182,00
10,97
Financiamentos do BNDS
366,00
14,72
319,00
11,94

Moeda nacional de longo prazo
Financiamentos do BNDS
118,00
12,56
127,00
14,01
Capital de giro
76,00
11,60
113,00
10,64

Moeda estrangeira de curto prazo
Financiamentos de importação
235,00
-0,93
218,00
0,87
Adiantamentos de contrato de câmbio
97,00
-4,56
133,00
-2,81
Empréstimos IFC
59,00
2,05
47,00
2,02

Moeda estrangeira de longo prazo
Pré-pagamento de exportação
187,00
-4,79
223,00
6,63
Financiamento de importação
523,00
0,96
66,00
1,98
Para poder calcular o índice EVA devemos antes calcular o valor da taxa de retorno e o custo percentual do capital total. A primeira coisa a se fazer é encontrar o valor da despesa financeira, que não está expressa no quadro do enunciado da questão. Contudo temos o valor da receita financeira líquida e da receita financeira de 2005 e de 2006. Logo, é possível definir a despesa financeira, conforme demonstra o Quadro 2: Definição do valor da despesa financeira por meio da RF e RFL.
Quadro 2: Definição do valor da despesa financeira por meio da RF e RFL.
Cálculo da despesa financeira

2005
2006
Despesa financeira
592,13
527,19
(-) receita financeira
978,00
1043,00
(=) Receita Financeira líquida
385,87
515,81
Com o valor da despesa financeira de 2006 é possível definir o valor de outras variáveis – o beneficio fiscal, e do valor do Retorno, embora isso seja feito mais a frente. Voltemos à atenção agora para o quadro a seguir que demonstra o valor do patrimônio líquido de 2006. Nota-se que no quadro do enunciado o valor do PL está em negrito. No simulado original aquele valor estava em branco e os alunos tinham que descobrir qual era. No entanto já era definido o valor do lucro líquido por ação e do número de ações. Logo se multiplicando os dois teríamos o lucro líquido do exercício, conforme quadro seguinte.
Quadro 3: Definição do lucro líquido do exercício de 2006
Lucro líquido por ações
1,28
(x) número de ações
1.625,00
(=) lucro líquido do exercício
2.080,00
No quadro do enunciado não havia qualquer descrição de aumento de capital colocado pelos sócios. Em decorrência disso, para o cálculo do PL de 2006 apenas somou-se o lucro do exercício ao patrimônio líquido anterior. Dessa forma temos:
Quadro 4: Definição do valor de PL de 2006.
Patrimônio Líquido
Capital social
3.419,00
3.419,00
Reservas de lucros
0,00
0,00
Lucros acumulados
0,00
2.080,00
Total do PL
3.419,00
5.499,00
Nota-se que no quadro dos dados são informados os valores de capital de terceiros de curto e de longo prazo. Assim, para a definição do capital de terceiros total apenas se faz o seguinte cálculo, expresso no quadro a seguir:
Quadro 5: Definição do Capital de terceiros.
Passivo
Circulante
936,99
1.044,00
Exigível em longo prazo
2.326,00
1.869,00
Total do CT
3.262,99
2.913,00
Olhando o quadro vemos que o valor da Selic de 2006 também está em negrito, fato que indica que durante o simulado era um dos valores que deveria ser encontrado. No entanto, aqui já o preenchemos e como sugestão apresentamos no quadro a seguir a forma de como o professor exigiu o valor da taxa básica de juros. Na coluna correspondente foram informadas as variações da taxa ao longo dos meses. As variações são expressas a seguir:
Quadro 6: Definição da Selic
Selic
Inicial
Variou
Final

-0,25

14,50
0,75
14

-1


-0,5

Por não parecer necessário não colocamos os cálculos utilizados para encontrar os custos percentuais do capital exigível em longo prazo do ano de 2006. Mas apenas para mostrar o trabalho que o simulado causou damos um exemplo: no capital estrangeiro de empréstimos longo prazo (em itálico no quadro de dados) o indexador era composto pela variação percentual do dólar, de 2005 para 2006 (-8,68%), mais o valor da LIBOR o período atual (2006 = 5,25%) e mais uma taxa colocada pelo professor com o valor de 5,45%. Resultou assim no custo percentual de 2,02% ao ano.
No passivo exigível de longo prazo do simulado original faltava o valor correspondente ao ano de 2006, no entanto dizia na célula: pré pagou financiamento de importação de longo prazo de R$ 457,00. O valor em 2005 era de R$ 2.326. Logo, com o valor que foi pago o capital exigível de longo prazo reduziu-se para R$ 1.869,00. Mas ainda não acabou. Se observarmos melhor, em 2006 o valor que falta corresponde a um Financiamento de Importação em moeda estrangeira do longo prazo.
É isso mesmo que o professor queria: treinar o raciocínio do aluno. E assim, sendo o valor deste passivo em 2005 de R$ 523,00 e levando-se me conta que o passivo pago foi de Financiamentos de Importação, de R$ 457,00, entende-se que o valor de 2006 poderia ser obtido retirando-se o total pago daquela conta. E o resultado foi de R$ 66,00, em destaque no quadro de dados do enunciado.
E com os valores dos custos de capital de terceiros correspondente a empréstimos e financiamentos temos o cálculo do Custo Médio Ponderado do Capital de Terceiros de 2006:
Quadro 7: Definição do CMPCT de 2006
Cálculo do CMPCT de 2006
Valores
Taxa

114,00
19,32
2.202,48
182,00
10,97
1.996,45
319,00
11,94
3.808,86
127,00
14,01
1.779,27
113,00
10,64
1.202,32
218,00
0,87
189,82
133,00
-2,81
-373,63
47,00
2,02
94,98
223,00
6,63
1.478,49
66,00
1,98
130,73
R$ 1.542,00

R$ 12.509,77
Custo

8,11
E assim temos o custo percentual do capital de terceiros da empresa, correspondente a 8,11% ao ano. Mas será que ainda falta alguma coisa? Bom, para se calcular o Valor Econômico Agregado é preciso ter em mãos os valores da taxa de retorno e custo do capital total. E para a taxa de retorno precisa-se do Retorno (obtido com o lucro e a despesa financeira) e o investimento total. É isso! Quanto foi o investimento da empresa. Para falar a verdade nem precisaríamos mais deste valor uma vez que já temos o total do Passivo e Patrimônio Líquido. Mas apenas para deixar os dados mais completos elaboramos o quadro a seguir:
Quadro 8: Definindo o Investimento total na empresa
Passivo total
2005
2006



Circulante
936,99
1.044,00
Longo prazo
2.326,00
1.869,00
Patrimônio líquido
3.419,00
5.499,00
Total
6.681,99
8.412,00



Ativo
6.681,99
8.412,00
E com todas as informações necessárias coletadas já é possível partir para os cálculos do EVA, começando pela taxa de retorno “r”. E como já foi estudado, iniciará pelo cálculo do beneficio fiscal (BF). Segue a fórmula e os cálculos propriamente ditos:
Com o valor do beneficio fiscal é possível definir o valor do retorno “R”. Nota-se que neta fórmula apenas foi encontrada o valor do beneficio fiscal correspondente ao imposto e não o que sobraria com a retirada do IR. Segue a fórmula do retorno do lucro da empresa:
E seguindo a sequência dos cálculos do EVA passaremos a segunda parte da fórmula da taxa de retorno “r”. Para isso tudo o que precisamos é definir o valor do ativo total da empresa, uma vez que representa todo o investimento realizado pela organização. Assim temos:
Assim, com o valor do ativo médio correspondente a R$ 7.547,00 já é possível calcular a taxa de retorno da empresa, primeiro passo para a resolução do EVA. Temos assim a fórmula a seguir:
Conforme o cálculo tem-se que a empresa consegue uma taxa de retorno de mais de 30%. Veremos com as próximas fórmulas se a empresa consegue gerar valor com seus produtos, retirando o custo do investimento. A fórmula a seguir encontra o valor médio do capital de terceiros na empresa.
Coletou-se capital externo (exigível) no valor de R$ 3.088,00. Vejamos na fórmula a seguir o montante médio de patrimônio próprio da empresa. Segue a fórmula do patrimônio líquido da empresa:
A próxima conta poderia ser mais facilmente resolvida pela calculadora financeira HP 12 C, mas preferimos resolver algebricamente, mesmo que suprimindo algumas passagens. Vale lembrar que neste cálculo utilizam-se apenas valores referentes ao ano de 2006, cujo qual se pretendeu encontrarmos o valor do EVA:

E o resultado é dividido por:


Com isso tem-se:

É lógico que este, o cálculo do custo ponderado, é de longe o mais trabalhoso no cálculo do custo percentual de capital da empresa. É bem verdade também que a fórmula a seguir não é mais necessária, uma vez que como ativo é igual a passivo (CT e PL), o resultado a ser encontrado deverá ser o mesmo já definido, de R$ 4.574,00. E apenas para conferir segue a fórmula e os cálculos do Valor do Capital Total.
E como era de se esperar, o resultado coincidiu com o que foi anteriormente definido. O próximo passo consiste então na definição do custo do capital do investidor e acionistas na empresa. O enunciado do exercício pede a apresentação de todas as fórmulas, no entanto, o cálculo a seguir é dispensável uma vez que o valor do Beta da ação já foi informado no exercício, como sendo de 0,73 em 2005 e de 0,82 em 2006. Segue a fórmula do Beta da ação, embora já saibamos que o valor que será utilizado é o referente ao ano de 2006, de 0,82:
A seguir temos a fórmula do custo do capital próprio. Nesta utilizamos o valor do Beta da ação, proposto no enunciado e da taxa da Selic de 2006 e a variação percentual do índice Bovespa. Preocupamo-nos em destacar na elaboração dos cálculos os passos para a definição da variação percentual do IBOVESPA. Assim:
%
O custo de capital próprio da empresa representa 36,41%. Levando-se em conta que a taxa de retorno é de 32,28%, inferior ao custo do investimento. Mas ainda falta a verificação do custo do investimento ponderado do passivo total, expresso na equação a seguir:
Nota-se claramente que o custo é inferior ao valor da taxa de retorno. Mas apenas para confirmar o resultado, utilizamos a Calculadora Financeira HP 12 C, esquematizada no quadro a seguir:
Quadro 9: Custo do Capital Total da empresa do Simulado da segunda prova
Capital e custo
Valor e percentual
Capital de terceiros
3.088,00
Custo percentual
8,11


Capital próprio
4459,00
Custo percentual
36,41


Capital total
7547,00
Custo
24,83

Segue por fim o cálculo final tão esperado do Economic Value Added:
E sendo assim encontramos o valor do EVA proposto pelo simulado da segunda prova do semestre da Disciplina de Controladoria do Curso de Graduação em Ciências Contábeis pela UMC, equivalente ao índice de 7,45. Assim sendo, quem optar por investir na empresa do simulado conseguiria ter um valor agregado de 7,45%, a mais do que se tivesse colocado dinheiro na Selic.

Esse foi apenas um treinamento para a prova. No entanto, a segunda avaliação do semestre da disciplina de Controladoria seguiu os mesmos padrões do simulado, com a retirada ainda das questões iniciais, como será visto no próximo tópico.

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