Sistemas operacionais rodando num único computador ao mesmo tempo
Já passou
pela seguinte situação: você usa um computador com Windows 7 no
seu escritório de contabilidade e tem vários programas lá que
funcionam apenas com a última versão do Java, mas hoje, quando foi
baixar a atualização de um programa para geração de Gia, por
exemplo, notou que a versão do software não funciona com o seu
Java. Daí vem a dúvida do que deverá fazer: instalar uma versão
mais antiga e com isso dar problema nos outros programas ou usar
outra máquina com uma versão mais antiga do Java apenas para este
programa problemático?
É claro
que em seu escritório há várias máquinas não há problema, pois
basta usar uma apenas para acertar as dificuldades daquele programa e
usar um sistema em rede para poder acessar e compartilhar arquivos
para outras máquinas com os demais softwares.
Mas e se
no seu escritório todas as máquinas precisam ter a versão mais
recente do Java ou não haja também tantas máquinas assim? Formatar
não será a melhor opção, assim, o mais lógico é ter dois
sistemas operacionais na máquina, pelo menos, enquanto não sair uma
atualização que resolva o problema com a incompatibilidade do Java.
Mas pode ter num mesmo computador mais de um sistema operacional?
Muita
gente acredita que a única forma de ter mais de um sistema
operacional no computador é por meio do Dual boot, técnica que
consiste em criar uma partição separada no disco rígido e nesta
instalar outro sistema operacional.
No
entanto, o procedimento se for feito de forma errada pode fazer com
que o usuário perca dados importantes no sistema principal, uma vez
que pode ocorrer que nenhum dos dois sistemas funcione. E da mesma
forma, trará mais trabalho para remover o segundo sistema quando não
for mais necessário.
Esse
método traz um problema: não dá para acessar os dois sistemas ao
mesmo tempo, apenas acessar os arquivos de um sistema “desligado”
por meio do que esteja ativo. Assim, caso um determinado procedimento
necessite de vários programas funcionando ao mesmo tempo (por
exemplo, o sistema de digitação de Notas Fiscais e geração de
relatórios, uma planilha eletrônica para conferência de saldos, em
cliente de e-mail e um do governo, para a importação, validação e
envio de dados fiscais) será preciso que se instale os mesmos
programas nos dois sistemas operacionais, tomando-se cuidado para não
instalar a problemática versão do Java que seja incompatível.
Ou seja,
após o serviço que dê problema o usuário teria que reiniciar a
máquina para dar continuidade às suas tarefas rotineiras.
Nisso
apresentamos uma solução que muitas pessoas não conhecem: a
utilização de máquinas virtuais para poder rodar mais de um
sistema operacional ao mesmo tempo. Por meio desta opção de solução
do problema é possível simplesmente instalar um sistema operacional
na máquina virtual e nele apenas os programas que precisamos e que
sabemos que dão conflito com o Java ou outras aplicações e ao
mesmo tempo, ter no sistema hospedeiro (o que está rodando direto do
HD) os demais programas, compartilhando arquivos enter os sistemas.
Apresentamos também um tutorial completo de instalação do Windows XP no Virtual Box:
Após a
resolução do problema apenas basta remover a máquina virtual
criada no Virtual Box (por exemplo) e todo o espaço que fora
reservado para o segundo sistema operacional volta a estar livre. É
algo muito mais prático do que criar uma partição do disco rígido
para instalar outro sistema operacional no computador, que quando for
para ser removido será necessária uma séria de medidas de acerto
na inicialização do sistema principal hospedeiro, o que inclui, por
exemplo a utilização da mídia de instalação para restaurar o
sistema (no caso do Windows).
Máquina
virtual é um ambiente que simula (virtualiza) um sistema operacional
dentro de outro. Caso você use um Windows qualquer verá a máquina
virtual em seu Painel de Controle como um programa (aplicativo). A
Virtual Box é um programa que permite a instalação de diversos
sistemas operacionais, quer sejam baseados em Linux (distribuições,
como o Ubuntu, Fedora, Debian, Arch Linux, Gentoo), quer sejam
Windows (XP, Vista, 7, 8 ou 10), Mac, Solares ou BSD.
Segundo o
User Manual (Manual do Usuário) em PDF do Oracle VM Virtual Box ®
em sua página 11, versão 4.3.36, disponível no próprio programa
ou pelo site www.virtualbox.org
consta:
VirtualBox
is a cross-platform virtualization application. What does that mean?
For one thing, it installs on your existing Intel or AMD-based
computers, whether they are running Windows, Mac, Linux or Solaris
operating systems. Secondly, it extends the capabilities of your
existing computer so that it can run multiple operating systems
(inside multiple virtual machines) at the same time. So, for example,
you can run Windows and Linux on your Mac, run Windows Server 2008 on
your Linux server, run Linux on your Windows PC, and so on, all
alongside your existing applications. You can install and run as many
virtual machines as you like – the only practical limits are disk
space and memory.
A
configuração de uma máquina virtual começa pela instalação do
programa que você usará para criar os seus sistemas virtualizados.
Recomendaremos aqui o Virtual Box, devido a toda a sua facilidade de
criação.
Criação e configuração de uma máquina virtual
Para
começar a trabalhar com uma máquina virtual teremos que definir
alguns conceitos e padrões a serem usados durante essa fase inicial
do processo. A saber:
-
A máquina virtual a ser criada será verdadeiramente um sistema operacional, e como tal, você deverá efetuar os procedimentos de ajustes que normalmente faria se estivesse instalando num HD convencionalmente; como por exemplo, antes de começar a usar é bom que tenha instalado um antivírus, caso use um Windows seja lá qual for a versão;
-
O novo sistema operacional a ser instalado consumirá recursos da sua máquina, assim, não pense que vai instalar um sistema operacional pesado como um Windows 8 ou um Ubuntu com interface padrão Unity deixando disponível apenas 512 MB de memória RAM.
-
O sistema quando concluído consumira alguns gigabytes de dados, mesmo sem que você tenha instalado programas nele. Por exemplo, Um Windows 7 (que vem “nu”) vai usar pelo menos sete gigabytes de seu HD e conforme você vai instalando novos programas (uma suíte MS Office por exemplo, que ocupa cerca de 1 GB) aumentará o gasto e consequentemente diminuirá o espaço reservado para a máquina virtual;
-
Aconselho o uso de pelo menos 25 GB para a instalação de sistemas em máquinas virtuais, mas é claro que isso depende muito o tamanho do HD de seu computador. Por exemplo, para um HD com 1.000 GB você pode reservar uns 100 GB de dados, que todo esse espaço provavelmente nunca será ocupado, fora que o espaço reservado só será efetivamente reservado caso você use a opção de criar um disco de alocação fixo, o que não vem por padrão no Virtual Box.
-
Após as configurações básicas, defina o acesso as unidades USB, bem como as pastas compartilhadas e use o compartilhamento bidirecional, para que você poça acessar os dados do computador hospedeiro no sistema virtualizado e também copiar e arrastar itens de sua área de trabalho (ou “cola – copia”) diretamente de uma sistema para outro sem complicações.
A seguir
apresentamos a tela inicial do Virtual Box, tendo como exemplo quatro
sistemas operacionais instalados (no canto esquerdo) e para o sistema
em destaque, a descrição geral, tamanha e outras informações, no
lado direito:
Neste
tópico mostraremos as vantagens de se usar um sistema operacional
virtualizado dentro de outro ativo e para efeito de exemplo,
instalaremos um Windows XP (cujo suporte já não existe mais) dentro
do Linux Mint.
Em nosso
exemplo instalamos o sistema Windows XP utilizando uma mídia (disco)
inicializável do sistema de 64 bits. Como não utilizaremos muito o
sistema, apenas para gerrar arquivos em programas do SPED resolvemos
deixar reservado para o sistema virtualizado apenas 25 GB. Durante a
instalação devemos indicar em que diretório o Virtual Box
procurará a ISO do sistema – se é no próprio computador
hospedeiro ou no caso, na mídia em CD no drive de CD-ROM.
Instalando o Windows XP no Linux Mint pelo Virtual Box
Você usa
o Windows 7 ou qualquer outro sistema operacional mas tem aquela
queda, aquela nostalgia pelo clássico Windows XP, que por sinal teve
seu suporte encerrado após duas décadas. Sabe que os programas que
rodavam lá, rodam no Windows 7, mas você é acostumado aquele,
sentia confiança e dominava o sistema e gostaria muito de usar o
tradicional mesmo que apenas para algumas tarefas mas acha que isso é
inviável, pois teria que formatar o computador. Então seus
problemas acabaram! Tá, isso foi muito organizações tabajara, mas
falando sério, que tal ter o seu querido sistema operacional rodando
dentro do seu sistema atual e não sendo em dual boot, mas sim numa
MÁQUINA VIRTUAL?
Para nosso
teste utilizamos o Virtual Box para criar um sistema virtualizado do
Windows XP. Para tanto baixamos a ISO e a queimamos num DVD qualquer
há tempos. No Virtual Box criamos um novo sistema, chamado Windows
XP, de arquitetura 64 bits, com 25 GB de espaço para o disco
virtual. Configuramos as pastas compartilhadas (que serão os discos
rígidos e o pendrive) e iniciamos a nova máquina, como apresentado
na figura a seguir:
O que
estou fazendo aqui é apenas testar um DVD bem antigo que eu tinha, e
que por sinal, numa vez em que o computador pifou e precisei
formatá-lo, a mídia não funcionou. Dizia que havia arquivos
corrompidos e com isso não passou nem da primeira tela. Mas como
podemos verificar, o disco foi reconhecido pelo Virtual Box. A imagem
acima corresponde a uma foto de tela de quando a instalação já
havia completado 15 minutos, demonstrando ser relativamente mais
rápido que uma instalação tradicional num HD. É claro que como
comecei a gravar a instalação da máquina virtual para divulgação
no Blog Essenziale, sendo que inicie quando a instalação já batia
acasa dos 80%, mas não foi nada de difícil, apenas dar enter para
confirmar as ações padronizadas de formatação de pasta e início
de instalação dos arquivos.
Não
colocarei as imagens de todo o processo de instalação deste sistema
operacional, uma vez que não considero que haja aspectos
suficientemente necessários para maior detalhamento. No geral, a
instalação corre na tela azul apresentada, seguida de perguntas de
configuração de pastas ou partições, que para nós basta
responder teclando Enter.
O sistema está “vazio” e os adicionais do convidado
Após a
conclusão da instalação da máquina virtual no Virtual Box no
Linux Mint veio uma decepção: o sistema estava vazio. E o pior é
que quando digo vazio não me refiro ao fato de que não veio com
leitor de PDF, suíte Office ou cliente de e-mail. Afirmo vazio
porque veio vazio daqueles programas convencionais. Nem mesmo o
(horrível) Internet Explorer consta.
Mas
deixando isso de lado partiremos para a segunda etapa, que é a
instalação dos adicionais do convidado (o Windows XP é o convidado
e o Linux Mint o hospedeiro). Para este caso há duas possibilidades
que pode ocorrer durante o processo de instalação de adicionais: ou
já vem no Virtual Box ou você vai precisar baixar da internet.
Geralmente o tamanho de dados é de pouco mais de 500 MB e você
encontra este pacote de arquivos na pasta “meu computador” do
Windows virtualizado.
Mas para
que servem estes adicionais de convidado? Então vamos a um teste de
memória: o que acontece quando instalamos um sistema Windows, seja
lá qual versão for, no computador normalmente, após uma formatação
completa? Devemos ter que após o sistema estar funcionando inserir a
mídia com os drives da placa-mãe (aceleradores de vídeo, som,
internet) e sem eles as imagens da tela ficarão esticadas,
distorcidas, erradas, sem som e o sistema muito lento. Com os drives
fazemos os ajustes automáticos para deixar o sistema melhorado. Bom.
Isso também ocorre mais ou menos no Virtual Box. Quando instalamos
um sistema numa máquina virtual apenas instalamos a ISO do sistema,
mas não os seus complementos (que seriam equivalentes aos drives) e
mais funcionalidades extras.
Entre as
funcionalidades que conseguimos ao instalar os adicionais de
convidado estão:
-
Ajustar o tamanho gráfico do sistema virtualizado;
-
Ter acesso as pastas que eu configurei como compartilhadas;
-
Ter acesso aos drives (pendrives) que eu insira no computador durante o tempo em que a máquina virtual estiver ativa.
Como uso o
Linux Mint, não preciso baixar da internet os adicionais do
convidado, bastando apenas clicar em Dispositivos, na parte
superior da janela da máquina virtual, como acabei de fazer na
imagem anterior. Depois é dar próximo, próximo e
finalizar reiniciando a máquina, para que as alterações
entrem em vigor.
Como podem
ver após o reinício, a janela agora é maior, isto é, pode ficar
em tela cheia, além de que posso compartilhar os arquivos que estão
no hospedeiro (linux Mint) com o convidado (XP).
Como devem
ter notado também, o XP que estou instalando está todo em inglês,
mas isso não é problema, até porque eu não o usarei, apenas estou
instalando porque gosto de perder tempo.... Ops, de testar sistemas
operacionais alternativos e comparar funcionalidades de programas do
governo (SPED) nas versões para Windows e para Linux.
Que
sistema fraco! Não tem um único arquivo nativo nesse sistema, fora
que nem dá para alterar o plano de fundo. Fala sério!!!!!! Vamos
ver se pelo menos tem acesso aos meus arquivos.
Realmente
eu tenho acesso aos arquivos, mas, – e sempre tem um mas – não
dá para abrir um único arquivo. Bem, não abrir arquivos de
extensão .ODT é natural, bem como PDF, uma vez que os sistemas
Windows vem vazios mesmos em programas para produtividade (em
contrapartida, vem com aquela coisa ruim chamada Internet Explorer).
Mas não abrir arquivos de áudio e vídeo já é demais. E olha que
nem programa navegador de internet veio nessa instalação, bastando
olhar no menu Iniciar para comprovar. Então o jeito é instalar
complementos diretamente do DVD de instalação do Windows XP. Vamos
continuar com a instalação.
É uma
pena que a minha gravação de tela não tenha som, pois foi
nostálgico o som de abertura do Windows XP. Agora só falta mesmo
dar tela azul a acabar com a minha festa. Beleza,
abriu o pendrive, mas não tem programa para abrir PDF. Acessa o HD
principal, mas não consegue nem abrir um MP4. Poxa,
demora mais que o Windows 7! Parece que vai re-instalar o sistema
novamente. Só não digo que odeio Windows por que odiar é um
sentimento muito ruim.
Parece que
vai re-instalar o sistema novamente. Só não digo que odeio Windows
por que odiar é um sentimento muito ruim.
Só para
registrar, quando instalei o Linux Mint nesse HD e o Ubuntu no
principal, ambos vieram completos, completos mesmo, com leitor de
PDF, para baixar torrents, suíte de escritório, leitor de músicas
e vídeos, cliente de e-mail e muitas outras coisas. É, só para
comparar com este que vem vazio.
Agora
instalando Java e programas do SPED do Windows XP
Então é isso. É apenas uma prévia do que é possível instalar com uma máquina virtual, lembrando que como o Windows XP teve seu suporte descontinuado há mais de dois anos, não é uma boa ideia deixá-lo como sistema principal num computador, mas nada contra rodar numa máquina virtual como se fosse apenas um aplicativo.
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