segunda-feira, 30 de maio de 2016

Instalando um sistema antigo no Virtual Box: Windows XP


    Sistemas operacionais rodando num único computador ao mesmo tempo

Já passou pela seguinte situação: você usa um computador com Windows 7 no seu escritório de contabilidade e tem vários programas lá que funcionam apenas com a última versão do Java, mas hoje, quando foi baixar a atualização de um programa para geração de Gia, por exemplo, notou que a versão do software não funciona com o seu Java. Daí vem a dúvida do que deverá fazer: instalar uma versão mais antiga e com isso dar problema nos outros programas ou usar outra máquina com uma versão mais antiga do Java apenas para este programa problemático?


É claro que em seu escritório há várias máquinas não há problema, pois basta usar uma apenas para acertar as dificuldades daquele programa e usar um sistema em rede para poder acessar e compartilhar arquivos para outras máquinas com os demais softwares.
Mas e se no seu escritório todas as máquinas precisam ter a versão mais recente do Java ou não haja também tantas máquinas assim? Formatar não será a melhor opção, assim, o mais lógico é ter dois sistemas operacionais na máquina, pelo menos, enquanto não sair uma atualização que resolva o problema com a incompatibilidade do Java. Mas pode ter num mesmo computador mais de um sistema operacional?
Muita gente acredita que a única forma de ter mais de um sistema operacional no computador é por meio do Dual boot, técnica que consiste em criar uma partição separada no disco rígido e nesta instalar outro sistema operacional.
No entanto, o procedimento se for feito de forma errada pode fazer com que o usuário perca dados importantes no sistema principal, uma vez que pode ocorrer que nenhum dos dois sistemas funcione. E da mesma forma, trará mais trabalho para remover o segundo sistema quando não for mais necessário.
Esse método traz um problema: não dá para acessar os dois sistemas ao mesmo tempo, apenas acessar os arquivos de um sistema “desligado” por meio do que esteja ativo. Assim, caso um determinado procedimento necessite de vários programas funcionando ao mesmo tempo (por exemplo, o sistema de digitação de Notas Fiscais e geração de relatórios, uma planilha eletrônica para conferência de saldos, em cliente de e-mail e um do governo, para a importação, validação e envio de dados fiscais) será preciso que se instale os mesmos programas nos dois sistemas operacionais, tomando-se cuidado para não instalar a problemática versão do Java que seja incompatível.
Ou seja, após o serviço que dê problema o usuário teria que reiniciar a máquina para dar continuidade às suas tarefas rotineiras.
Nisso apresentamos uma solução que muitas pessoas não conhecem: a utilização de máquinas virtuais para poder rodar mais de um sistema operacional ao mesmo tempo. Por meio desta opção de solução do problema é possível simplesmente instalar um sistema operacional na máquina virtual e nele apenas os programas que precisamos e que sabemos que dão conflito com o Java ou outras aplicações e ao mesmo tempo, ter no sistema hospedeiro (o que está rodando direto do HD) os demais programas, compartilhando arquivos enter os sistemas.
Apresentamos também um tutorial completo de instalação do Windows XP no Virtual Box:

Após a resolução do problema apenas basta remover a máquina virtual criada no Virtual Box (por exemplo) e todo o espaço que fora reservado para o segundo sistema operacional volta a estar livre. É algo muito mais prático do que criar uma partição do disco rígido para instalar outro sistema operacional no computador, que quando for para ser removido será necessária uma séria de medidas de acerto na inicialização do sistema principal hospedeiro, o que inclui, por exemplo a utilização da mídia de instalação para restaurar o sistema (no caso do Windows).
Máquina virtual é um ambiente que simula (virtualiza) um sistema operacional dentro de outro. Caso você use um Windows qualquer verá a máquina virtual em seu Painel de Controle como um programa (aplicativo). A Virtual Box é um programa que permite a instalação de diversos sistemas operacionais, quer sejam baseados em Linux (distribuições, como o Ubuntu, Fedora, Debian, Arch Linux, Gentoo), quer sejam Windows (XP, Vista, 7, 8 ou 10), Mac, Solares ou BSD.
Segundo o User Manual (Manual do Usuário) em PDF do Oracle VM Virtual Box ® em sua página 11, versão 4.3.36, disponível no próprio programa ou pelo site www.virtualbox.org consta:
VirtualBox is a cross-platform virtualization application. What does that mean? For one thing, it installs on your existing Intel or AMD-based computers, whether they are running Windows, Mac, Linux or Solaris operating systems. Secondly, it extends the capabilities of your existing computer so that it can run multiple operating systems (inside multiple virtual machines) at the same time. So, for example, you can run Windows and Linux on your Mac, run Windows Server 2008 on your Linux server, run Linux on your Windows PC, and so on, all alongside your existing applications. You can install and run as many virtual machines as you like – the only practical limits are disk space and memory.
A configuração de uma máquina virtual começa pela instalação do programa que você usará para criar os seus sistemas virtualizados. Recomendaremos aqui o Virtual Box, devido a toda a sua facilidade de criação.


Criação e configuração de uma máquina virtual

Para começar a trabalhar com uma máquina virtual teremos que definir alguns conceitos e padrões a serem usados durante essa fase inicial do processo. A saber:
  • A máquina virtual a ser criada será verdadeiramente um sistema operacional, e como tal, você deverá efetuar os procedimentos de ajustes que normalmente faria se estivesse instalando num HD convencionalmente; como por exemplo, antes de começar a usar é bom que tenha instalado um antivírus, caso use um Windows seja lá qual for a versão;
  • O novo sistema operacional a ser instalado consumirá recursos da sua máquina, assim, não pense que vai instalar um sistema operacional pesado como um Windows 8 ou um Ubuntu com interface padrão Unity deixando disponível apenas 512 MB de memória RAM.
  • O sistema quando concluído consumira alguns gigabytes de dados, mesmo sem que você tenha instalado programas nele. Por exemplo, Um Windows 7 (que vem “nu”) vai usar pelo menos sete gigabytes de seu HD e conforme você vai instalando novos programas (uma suíte MS Office por exemplo, que ocupa cerca de 1 GB) aumentará o gasto e consequentemente diminuirá o espaço reservado para a máquina virtual;
  • Aconselho o uso de pelo menos 25 GB para a instalação de sistemas em máquinas virtuais, mas é claro que isso depende muito o tamanho do HD de seu computador. Por exemplo, para um HD com 1.000 GB você pode reservar uns 100 GB de dados, que todo esse espaço provavelmente nunca será ocupado, fora que o espaço reservado só será efetivamente reservado caso você use a opção de criar um disco de alocação fixo, o que não vem por padrão no Virtual Box.
  • Após as configurações básicas, defina o acesso as unidades USB, bem como as pastas compartilhadas e use o compartilhamento bidirecional, para que você poça acessar os dados do computador hospedeiro no sistema virtualizado e também copiar e arrastar itens de sua área de trabalho (ou “cola – copia”) diretamente de uma sistema para outro sem complicações.
A seguir apresentamos a tela inicial do Virtual Box, tendo como exemplo quatro sistemas operacionais instalados (no canto esquerdo) e para o sistema em destaque, a descrição geral, tamanha e outras informações, no lado direito:
Neste tópico mostraremos as vantagens de se usar um sistema operacional virtualizado dentro de outro ativo e para efeito de exemplo, instalaremos um Windows XP (cujo suporte já não existe mais) dentro do Linux Mint.
Em nosso exemplo instalamos o sistema Windows XP utilizando uma mídia (disco) inicializável do sistema de 64 bits. Como não utilizaremos muito o sistema, apenas para gerrar arquivos em programas do SPED resolvemos deixar reservado para o sistema virtualizado apenas 25 GB. Durante a instalação devemos indicar em que diretório o Virtual Box procurará a ISO do sistema – se é no próprio computador hospedeiro ou no caso, na mídia em CD no drive de CD-ROM.

Instalando o Windows XP no Linux Mint pelo Virtual Box

Você usa o Windows 7 ou qualquer outro sistema operacional mas tem aquela queda, aquela nostalgia pelo clássico Windows XP, que por sinal teve seu suporte encerrado após duas décadas. Sabe que os programas que rodavam lá, rodam no Windows 7, mas você é acostumado aquele, sentia confiança e dominava o sistema e gostaria muito de usar o tradicional mesmo que apenas para algumas tarefas mas acha que isso é inviável, pois teria que formatar o computador. Então seus problemas acabaram! Tá, isso foi muito organizações tabajara, mas falando sério, que tal ter o seu querido sistema operacional rodando dentro do seu sistema atual e não sendo em dual boot, mas sim numa MÁQUINA VIRTUAL?
Para nosso teste utilizamos o Virtual Box para criar um sistema virtualizado do Windows XP. Para tanto baixamos a ISO e a queimamos num DVD qualquer há tempos. No Virtual Box criamos um novo sistema, chamado Windows XP, de arquitetura 64 bits, com 25 GB de espaço para o disco virtual. Configuramos as pastas compartilhadas (que serão os discos rígidos e o pendrive) e iniciamos a nova máquina, como apresentado na figura a seguir:
O que estou fazendo aqui é apenas testar um DVD bem antigo que eu tinha, e que por sinal, numa vez em que o computador pifou e precisei formatá-lo, a mídia não funcionou. Dizia que havia arquivos corrompidos e com isso não passou nem da primeira tela. Mas como podemos verificar, o disco foi reconhecido pelo Virtual Box. A imagem acima corresponde a uma foto de tela de quando a instalação já havia completado 15 minutos, demonstrando ser relativamente mais rápido que uma instalação tradicional num HD. É claro que como comecei a gravar a instalação da máquina virtual para divulgação no Blog Essenziale, sendo que inicie quando a instalação já batia acasa dos 80%, mas não foi nada de difícil, apenas dar enter para confirmar as ações padronizadas de formatação de pasta e início de instalação dos arquivos.
Não colocarei as imagens de todo o processo de instalação deste sistema operacional, uma vez que não considero que haja aspectos suficientemente necessários para maior detalhamento. No geral, a instalação corre na tela azul apresentada, seguida de perguntas de configuração de pastas ou partições, que para nós basta responder teclando Enter.

O sistema está “vazio” e os adicionais do convidado

Após a conclusão da instalação da máquina virtual no Virtual Box no Linux Mint veio uma decepção: o sistema estava vazio. E o pior é que quando digo vazio não me refiro ao fato de que não veio com leitor de PDF, suíte Office ou cliente de e-mail. Afirmo vazio porque veio vazio daqueles programas convencionais. Nem mesmo o (horrível) Internet Explorer consta.
Mas deixando isso de lado partiremos para a segunda etapa, que é a instalação dos adicionais do convidado (o Windows XP é o convidado e o Linux Mint o hospedeiro). Para este caso há duas possibilidades que pode ocorrer durante o processo de instalação de adicionais: ou já vem no Virtual Box ou você vai precisar baixar da internet. Geralmente o tamanho de dados é de pouco mais de 500 MB e você encontra este pacote de arquivos na pasta “meu computador” do Windows virtualizado.

Mas para que servem estes adicionais de convidado? Então vamos a um teste de memória: o que acontece quando instalamos um sistema Windows, seja lá qual versão for, no computador normalmente, após uma formatação completa? Devemos ter que após o sistema estar funcionando inserir a mídia com os drives da placa-mãe (aceleradores de vídeo, som, internet) e sem eles as imagens da tela ficarão esticadas, distorcidas, erradas, sem som e o sistema muito lento. Com os drives fazemos os ajustes automáticos para deixar o sistema melhorado. Bom. Isso também ocorre mais ou menos no Virtual Box. Quando instalamos um sistema numa máquina virtual apenas instalamos a ISO do sistema, mas não os seus complementos (que seriam equivalentes aos drives) e mais funcionalidades extras.
Entre as funcionalidades que conseguimos ao instalar os adicionais de convidado estão:
  • Ajustar o tamanho gráfico do sistema virtualizado;
  • Ter acesso as pastas que eu configurei como compartilhadas;
  • Ter acesso aos drives (pendrives) que eu insira no computador durante o tempo em que a máquina virtual estiver ativa.
Como uso o Linux Mint, não preciso baixar da internet os adicionais do convidado, bastando apenas clicar em Dispositivos, na parte superior da janela da máquina virtual, como acabei de fazer na imagem anterior. Depois é dar próximo, próximo e finalizar reiniciando a máquina, para que as alterações entrem em vigor.
Como podem ver após o reinício, a janela agora é maior, isto é, pode ficar em tela cheia, além de que posso compartilhar os arquivos que estão no hospedeiro (linux Mint) com o convidado (XP).
Como devem ter notado também, o XP que estou instalando está todo em inglês, mas isso não é problema, até porque eu não o usarei, apenas estou instalando porque gosto de perder tempo.... Ops, de testar sistemas operacionais alternativos e comparar funcionalidades de programas do governo (SPED) nas versões para Windows e para Linux.
Que sistema fraco! Não tem um único arquivo nativo nesse sistema, fora que nem dá para alterar o plano de fundo. Fala sério!!!!!! Vamos ver se pelo menos tem acesso aos meus arquivos.
Realmente eu tenho acesso aos arquivos, mas, – e sempre tem um mas – não dá para abrir um único arquivo. Bem, não abrir arquivos de extensão .ODT é natural, bem como PDF, uma vez que os sistemas Windows vem vazios mesmos em programas para produtividade (em contrapartida, vem com aquela coisa ruim chamada Internet Explorer). Mas não abrir arquivos de áudio e vídeo já é demais. E olha que nem programa navegador de internet veio nessa instalação, bastando olhar no menu Iniciar para comprovar. Então o jeito é instalar complementos diretamente do DVD de instalação do Windows XP. Vamos continuar com a instalação.
É uma pena que a minha gravação de tela não tenha som, pois foi nostálgico o som de abertura do Windows XP. Agora só falta mesmo dar tela azul a acabar com a minha festa. Beleza, abriu o pendrive, mas não tem programa para abrir PDF. Acessa o HD principal, mas não consegue nem abrir um MP4. Poxa, demora mais que o Windows 7! Parece que vai re-instalar o sistema novamente. Só não digo que odeio Windows por que odiar é um sentimento muito ruim.
Parece que vai re-instalar o sistema novamente. Só não digo que odeio Windows por que odiar é um sentimento muito ruim.
Só para registrar, quando instalei o Linux Mint nesse HD e o Ubuntu no principal, ambos vieram completos, completos mesmo, com leitor de PDF, para baixar torrents, suíte de escritório, leitor de músicas e vídeos, cliente de e-mail e muitas outras coisas. É, só para comparar com este que vem vazio.
Agora instalando Java e programas do SPED do Windows XP
Então é isso. É apenas uma prévia do que é possível instalar com uma máquina virtual, lembrando que como o Windows XP teve seu suporte descontinuado há mais de dois anos, não é uma boa ideia deixá-lo como sistema principal num computador, mas nada contra rodar numa máquina virtual como se fosse apenas um aplicativo.

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