Transcrevo
nessa postagem a minha primeira prova do semestre da disciplina de
Controladoria pela Universidade de Mogi das Cruzes, da turma do 5°
período E do horário noturno, do campus Mogi. Considerei útil sua
divulgação levando-se me conta o seu grau de complexidade, servindo
assim de exemplo a ser seguido para eventuais cálculos que envolvam
o custeio variável
Responda
as sentenças abaixo utilizando os quadros que seguem (as respostas
estão destacadas, tanto nos quadros quanto nas questões):
O
presidente da TAM convocou você, o Controller da empresa, para tomar
algumas decisões com relação às rotas da empresa:
-
Calcule o resultado por rota e da TAM nos custeios por absorção e variável.
Para o
completo entendimento e resultado desta questão elaborou-se o quadro
a seguir; embora já contendo as respostas em destaque.
ANÁLISE
DA RENTABILIDADE DAS ROTAS AÉREAS DA TAM
|
|||||||||
Rotas
aéreas
|
Preço
de venda unitário
|
Número
de passagens vendidas
|
Receita
total
|
Custo
variável unitário
|
Custo
variável total
|
Custo
fixo total
|
Custo
total
|
Lucro
total
|
Margem
de contribuição total
|
Rio
de Janeiro
|
110
|
204.000
|
22.440.000
|
92
|
18.768.000
|
1.100.000
|
19.868.000
|
2.572.000
|
3.672.000
|
Manaus
|
320
|
15.300
|
4.896.000
|
490
|
7.497.000
|
2.500.000
|
9.997.000
|
(5.101.000)
|
(2.601.000)
|
Buenos
Aires
|
430
|
10.200
|
4.386.000
|
540
|
5.508.000
|
1.600.000
|
7.108.000
|
(2.722.000)
|
(1.122.000)
|
New
York
|
860
|
10.200
|
8.772.000
|
675
|
6.885.000
|
2.100.000
|
8.985.000
|
(213.000)
|
1.887.000
|
Fortaleza
|
370
|
30.600
|
11.322.000
|
285
|
8.721.000
|
750.000
|
9.471.000
|
1.851.000
|
2.601.000
|
Paris
|
935
|
30.600
|
28.611.000
|
705
|
21.573.000
|
2.850.000
|
24.423.000
|
4.188.000
|
7.038.000
|
Total
|
3.025
|
300.900
|
80.427.000
|
2.787
|
68.952.000
|
10.900.000
|
79.852.000
|
575.000
|
11.475.000
|
Conforme
os cálculos, do ponto de vista do custeio por absorção (que
atribui aos produtos todos os custos seja estes fixo e variável) a
empresa apresentou três prejuízos, nas rotas de Manaus, Buenos
Aires e New York, o que totalizou o resultado de $ 575.000. Ao passo
que pelo custeio variável a TAM obteve um número inferior de
prejuízos (apenas Manaus e Buenos Aires), o que resultou em lucro de
$ 11.475.000. Houve um aumento de 1.895,65% de lucro do custeio
variável em relação ao custeio por absorção! Toda essa diferença
apenas pela incorporação dos custos fixos.
No quadro
a seguir apresentamos também o uso do FLC por passagem aérea
vendida da TAM em horas e o resultado da divisão da margem de
contribuição unitária (MCU) pelo FLC e o total de FLC da
companhia, isto é, a multiplicação do FLC pelo número de
passagens vendidas.
Rotas
aéreas
|
Margem
de contribuição unitária ($)
|
Uso
de FLC por passagem vendida (horas)
|
MCU/FLC
|
Total
de FLC disponível (horas)
|
Rio
de Janeiro
|
18,00
|
1,00
|
18,00
|
204.000,00
|
Manaus
|
(170,00)
|
8,00
|
(21,25)
|
122.400,00
|
Buenos
Aires
|
(110,00)
|
3,50
|
(31,43)
|
35.700,00
|
New
York
|
185,00
|
7,00
|
26,43
|
71.400,00
|
Fortaleza
|
85,00
|
6,00
|
14,17
|
183.600,00
|
Paris
|
230,00
|
12,50
|
18,40
|
382.500,00
|
Total
|
238,00
|
38,00
|
24,32
|
999.600,00
|
Os dados
do quadro anterior ainda serão muito utilizados para a formação do
novo mix de vendas da TAM.
-
Informe por meio de um quadro o ranking dos produtos mais rentáveis em ambos os custeios.
É lógico
que a incorporação dos custos fixos faz que algumas rotas tenham
ficado mais caras e inviáveis. Vejamos o ranking segundo o custeio
por absorção e variável:
Rankings
|
Absorção
|
Variável
|
MCU
|
MCU/FLC
|
1°
|
Paris
|
Paris
|
Paris
|
New
York
|
2°
|
Rio
de Janeiro
|
Rio
de Janeiro
|
New
York
|
Paris
|
3°
|
Fortaleza
|
Fortaleza
|
Fortaleza
|
Rio
de Janeiro
|
4°
|
New
York
|
New
York
|
Rio
de Janeiro
|
Fortaleza
|
5°
|
Buenos
Aires
|
Buenos
Aires
|
Buenos
Aires
|
Manaus
|
6°
|
Manaus
|
Manaus
|
Manaus
|
Buenos
Aires
|
Como se vê
claramente no quadro anterior, paris apresenta os melhores
resultados, tanto no custeio por absorção quanto pelo variável,
mas também, segundo o grau de contribuição unitária (o quanto
cada rota contribui para o pagamento dos custos fixos) e margem de
contribuição unitária por FLC. E na outra ponta vemos Manaus com
três resultados ruins.
-
A TAM fez em março uma grande redução de preços em 6 rotas aéreas (mostradas no quadro 1) para aumentar seu percentual de ocupação de aeronaves. Esta redução foi um bom negócio em todas as rotas, sim ou não?
A
resposta é Não, uma vez que a receita gerada pelo número de
passagens vendidas não era foi o suficiente para pagar no mínimo os
custos fixos de Manaus e Buenos Aires.
-
O presidente decidiu em vista do relatório que você apresentou cancelar todas as rotas internacionais. Ele está certo, sim ou não?
Apenas
para relembrar, as rotas aéreas internacionais são: Buenos Aires,
New York e paris. Logo, a resposta mais uma vez é não. E o
porquê é simples: uma das rotas internacionais é a que tanto pelo
custeio variável quanto pelo custeio por absorção é justamente a
que mais dá lucro à TAM – a rota de Paris. Além disso, a rota
que mais dá prejuízo é nacional, para Manaus.
-
O presidente decidiu em vista do relatório que você apresentou manter todas as rotas nacionais. Ele está certo, sim ou não?
Não está
certo uma vez que das rotas dentro do Brasil (Rio de Janeiro,
Fortaleza e Manaus), não seria viável deixar a rota para Manaus,
pois dá prejuízo do ponto de vista do custeio por absorção e
também pelo variável, não ajudando no pagamento de seus custos
fixos. E consequentemente, sua retirada acarretaria em teoria aumento
de lucro.
-
Quais das rotas não são realmente inviáveis para a empresa?
Essas
rotas que realmente não são viáveis para a TAM são a de Manaus e
Buenos Aires, pois dão prejuízo nos dois tipos de custeio.
-
Prova numericamente, pó meio de um quadro explicativo, que a situação da empresa melhora com a exclusão das rotas realmente são viáveis.
Para dizer
se a situação de uma empresa pode piorar ou melhorar ao excluir um
produto não é suficientemente confiável apenas levar em conta os
dados de resultados segundo os critérios do custeio por absorção,
que como já foi estudado é fraco no que se refere a informações
de caráter gerencial. Segue o quadro explicativo:
Rota
excluída
|
Manaus
|
Buenos
Aires
|
LUCRO
INICIAL
|
575.000
|
575.000
|
Nova
receita total
|
75.531.000
|
76.041.000
|
Novo
custo variável total
|
61.455.000
|
63.444.000
|
Novo
custo fixo total
|
10.900.000
|
10.900.000
|
Novo
custo total
|
72.355.000
|
74.344.000
|
LUCRO
FINAL
|
3.176.000
|
1.697.000
|
Lucro
Final > lucro inicial
|
Sim
|
Sim
|
Melhora
ou piora
|
Melhora
|
Melhora
|
Valor
que melhora ou piora
|
2.601.000
|
1.122.000
|
Rota
deve ser excluída
|
Sim
|
Sim
|
Logo, a
exclusão das duas rotas aéreas deve ser feita sim, uma vez que o
lucro final aumenta em relação ao inicial nos dois casos,
resultando em mais $ 3.123.000.
-
O diretor comercial argumentou que Paris é realmente a rota mais rentável. Ele está certo?
Não,
por que a pesar dos preços unitários da passagem da rota de Paris
ser a maior, o que garante a empresa mais receita, não há como
fornecer um número maior de passagens além da capacidade de
30.000, que como se vê, é inferior às do Rio de Janeiro, que
em decorrência disso tem mais rentabilidade. Vejamos o quadro a
seguir:
Rotas Aéreas |
Demanda
de passagens
|
|
Rio de Janeiro |
415.000
|
|
Manaus |
17.000
|
|
Buenos Aires |
38.000
|
|
New York |
16.800
|
|
Fortaleza |
45.000
|
|
Paris |
30.000
|
Por
meio do quadro anterior fica claro que há uma procura muito maior
pelas passagens áreas para o Rio de Janeiro (415.000) em relação
às de Paris.
-
Como a rota do Rio de Janeiro é a que apresenta a maior demanda, o diretor comercial quer atender a toda esta demanda existente. Ele está certo?
Sim, ele
está certo desde que haja capacidade da empresa com esta rota
(verificando o para o uso do FLC). Sendo a demanda por passagens para
o Rio de Janeiro igual a 415.000 deve-se ter em vista a capacidade
total de produção, isto é, o uso total do FLC.
-
Qual será o lucro total da TAM remodelando-se o mix de vendas de passagens nas rotas mais rentáveis conforme o critério mais adequado disponível para esta avaliação?
Remodelando-se
o mix de vendas de passagens nas rotas mais rentáveis da TAM segundo
a utilização o FLC (com base no quadro 2) tem-se o quadro a seguir:
Ranking
de Rentabilidade MCU/FLC
|
Rotas
aéreas
|
Demanda
do mercado
|
Uso
de FLC por passagem vendida
|
Uso
de FLC nesta rota
|
Valor
total de FLC disponível em horas (999600)
|
N°
de passagens a serem vendidas no novo mix
|
1°
|
New
York
|
16.800,00
|
7,00
|
117.600,00
|
882.000,00
|
16.800,00
|
2°
|
Paris
|
30.000,00
|
12,50
|
375.000,00
|
507.000,00
|
30.000,00
|
3°
|
Rio
de Janeiro
|
415.000,00
|
1,00
|
415.000,00
|
92.000,00
|
415.000,00
|
4°
|
Fortaleza
|
45.000,00
|
6,00
|
92.000,00
|
0,00
|
15.333,33
|
Total
|
506.800,00
|
26,50
|
999.600,00
|
1.481.000
|
477.133,33
|
Para o
completo entendimento dos cálculos do quadro anterior acreditou ser
bastante didático o conjunto de dicas a seguir:
Apenas
foram utilizadas as rotas aéreas que comprovadamente são eficientes
para a empresa, uma vez que contribuem para o pagamento dos custos
fixos;
Na coluna
“demanda do mercado” apenas se transcreveu os números relativos
no quadro 5;
Na coluna
“Uso de FLC por
passagem vendida” apenas os números relativos no
quadro 2;
Na coluna
“uso de FLC nesta rota” multiplicaram-se cada valor na coluna de
demanda de mercado pela coluna de uso de FLC por passagem vendida;
Na ultima
linha, no entanto, se os valores referentes à Fortaleza fossem
utilizados na íntegra acabaria por superar o uso total de FLC da
TAM, que é de 999.000 (segundo o quadro 2).
Na coluna
seguinte, por lógica, apenas subtraí-se cada valor de “uso de FLC
nesta rota” pelo valor total de FLC disponível. Logo: 117.600,00
- 999.600 = 882.000,
menos 375.000,00 = 507.000 e assim por diante até o resultado ficar
igual a zero;
E na
última coluna apenas dividiu-se o uso total de FLC na rota pelo
número de FLC por passagem vendida.
Com o novo
número de passagens a serem vendidas no novo mix da TAM teoricamente
a empresa deve conseguir aumentar o seu lucro. É o que veremos nos
quadros a seguir, mas antes, encontraremos o valor para os novos
custos fixos, conforme os quadros que virão.
Segue em
primeiro o quadro que apresenta uma forma de rateio do custo fixo
entre os produtos:
Rotas
|
Custo
fixo
|
CF.
extra
|
Divisão
p/4
|
CF.
total
|
New
York
|
2.100.000
|
4.100.000 |
1.025.000,00
|
3.125.000,00
|
Paris
|
2.850.000
|
1.025.000,00
|
3.875.000,00
|
|
Rio
de Janeiro
|
1.100.000
|
1.025.000,00
|
2.125.000,00
|
|
Fortaleza
|
750.000
|
1.025.000,00
|
1.775.000,00
|
|
Total
|
6.800.000
|
4.100.000
|
4.100.000
|
10.900.000
|
Conforme o
modelo do primeiro Quadro 28-10 optou-se por dividir o montante de
custos fixos restantes (os originários das rotas excluídas) pelo
número de rotas permanentes. Segue então o quadro com o resultado
baseado no rateio de custos fixos proposto no quadro anterior:
Rotas
aéreas
|
Preço
de venda unitário
|
Número
de passagens vendidas
|
Receita
total
|
Custo
variável unitário
|
Custo
variável total
|
Custo
fixo total
|
Custo
total
|
Lucro
total
|
New York |
860
|
16.800
|
14.448.000
|
675
|
11.340.000
|
3.125.000
|
14.465.000
|
(17.000)
|
Paris |
935
|
30.000
|
28.050.000
|
705
|
21.150.000
|
3.875.000
|
25.025.000
|
3.025.000
|
Rio de Janeiro |
110
|
415.000
|
45.650.000
|
92
|
38.180.000
|
2.125.000
|
40.305.000
|
5.345.000
|
Fortaleza |
370
|
15.333
|
5.673.333
|
285
|
4.370.000
|
1.775.000
|
6.145.000
|
(471.667)
|
Total |
2.275
|
477.133
|
93.821.333
|
1.757
|
75.040.000
|
10.900.000
|
85.940.000
|
7.881.333
|
Segue
ainda o próximo quadro demonstrando outra forma de rateio dos custos
fixos extras. Nesse modelo atribuiu-se a participação de cada custo
fixo das rotas constantes dentro do custo fixo sem os referentes às
rotas excluídas. Ficamos então com a comparação com os dois
quadros anteriores.
Rotas | Custo fixo | Participação | Custo novo | Adicional | CF. total |
New York |
2.100.000
|
0,31
|
4.100.000,00
|
1.266.176,47
|
3.366.176
|
Paris |
2.850.000
|
0,42
|
1.718.382,35
|
4.568.382
|
|
Rio de Janeiro |
1.100.000
|
0,16
|
663.235,29
|
1.763.235
|
|
Fortaleza |
750.000
|
0,11
|
452.205,88
|
1.202.206
|
|
Total |
6.800.000
|
1
|
4.100.000
|
4.100.000
|
10.900.000
|
Nos dois
quadros o custo fixo total continua igual a $ 10.900.000, embora os
valores de cada rota tenham sofrido flutuações distintas entre si.
Segue agora o resultado pelo critério de rateio baseado no peso de
cada rota dentro dos custos fixos:
Rotas
aéreas
|
Preço
de venda unitário
|
Número
de passagens vendidas
|
Receita
total
|
Custo
variável unitário
|
Custo
variável total
|
Custo
fixo total
|
Custo
total
|
Lucro
total
|
New York |
860
|
16.800
|
14.448.000
|
675
|
11.340.000
|
3.366.176
|
14.706.176
|
(258.176)
|
Paris |
935
|
30.000
|
28.050.000
|
705
|
21.150.000
|
2.500.000
|
23.650.000
|
4.400.000
|
Rio de Janeiro |
110
|
415.000
|
45.650.000
|
92
|
38.180.000
|
1.600.000
|
39.780.000
|
5.870.000
|
Fortaleza |
370
|
15.333
|
5.673.333
|
285
|
4.370.000
|
2.100.000
|
6.470.000
|
(796.667)
|
Total |
2.275
|
477.133
|
93.821.333
|
1.757
|
75.040.000
|
9.566.176
|
84.606.176
|
9.215.157
|
Deste modo
concluímos os novos resultados da TAM levando em consideração a
capacidade de produção e de vendas e a utilização do conceito da
margem de contribuição para a decisão de exclusão ou não de um
produto. Os resultados são estes:
-
O lucro inicial pelo custeio por absorção era de $ 575.000 e de $ 11.475.000 para o custeio variável;
-
O resultado final ficou de: $ 85.940.000 de custo e conforme o custeio por absorção um lucro de $ 7.881.333 (método de divisão do custo fixo por 4) e para absorção o total de $ 84.606.176 (custo) e lucro de $ 9.215.157 segundo o método do custeio tradicional (método de rateio de custo fixo segundo a representatividade de cada rota).
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