Agora que
já vimos os fundamentos em gestão financeira e também o primeiro
cálculo da capitalização simples poderemos trabalhar com exercícios da capitalização
composta, o marco divisor de ganhar ou perder muito dinheiro. Vimos
que na capitalização simples os juros são calculados sempre sobre
o valor inicial, mas na composta aplicaremos o conceito comumente
utilizado nos bancos de “juros sobre juros”.
O quadro a
seguir mostra esta ideia:
Mês | Capital | Taxa | Juros | Montante |
1,00 | 1.500,00 | 0,07 | 105,00 | 1.605,00 |
2,00 | 1.605,00 | 0,07 | 112,35 | 171.756,00 |
3,00 | 1.717,35 | 0,07 | 120,21 | 1.837,56 |
4,00 | 1.837,56 | 0,07 | 128,63 | 1.966,19 |
5,00 | 1.966,19 | 0,07 | 137,63 | 2.103,83 |
6,00 | 2.103,83 | 0,07 | 147,27 | 2.251,10 |
Pelo
quadro notamos claramente a capitalização sobre o capital acrescido
dos juros do período. Se fôssemos usar os mesmos dados para a
capitalização simples teríamos uma diferença de R$ 121,10. Isso
representa um acréscimo de 5,7 % somente com a mudança na fórmula
do cálculo.
O aumento
dos juros na composta se dá de forma exponencial. Traduzindo em
números teremos a seguinte fórmula:
Se por
exemplo tivéssemos um limite de cheque especial de R$ 2.000,00 à
taxa de 10 % ao mês e usássemos R$ 1.000,00 por 5 meses teríamos
esta conta:
M = C x (1 + i) n
→ M = 1000 x (1 + 0,10) 5 → M = 1000 x 1, 61051 → M
= R$ 1.610,51
O
total da dívida alcançaria R$ 1.610,51, ao passo que pelos juros
simples não ultrapassaria o total de 1500 reais. A grande diferença
está no n exponencial. Este é o causador do Efeito Borboleta na
vida daqueles que é enganada ou que sabem usar os juros compostos.
No exemplo, em 5 meses houve aumento de 610,51 reais. O fator de
acumulação de capital (1 + i) n é o determinando desse aumento.
Podemos
ver que se o prazo fosse aumentado para 18 meses o montante chegaria
a R$ 5.559,91 e a dívida poderia chegar a 1 milhão de reais em
quase 73 meses. Da mesma forma, se a taxa fosse aumentada para 10,5%,
o montante iria para R$ 1647, 44, quase 37 reais a mais.
A única
diferença da fórmula do capital nos juros compostos para os juros
simples é o n exponencial:
A partir
desta fórmula poderemos encontrar o valor necessário para um
determinado valor no futuro.
Exemplo:
Uma
família deseja comprar sua residência própria no valor de R$
80.000,00 e para tanto resolveu calcular o valor que deve possuir
hoje para comprar o imóvel em 5 anos. Considerando que existe uma
aplicação disponível que proporciona o rendimento líquido de 0.85
% AM, qual é o capital que deve ser investido?
Conforme o
problema, esta família faz o que não é muito comum de se ver –
planejar. Geralmente querem guardar pouco e por pouco tempo achando
ser suficiente.
-
Dados:
-
C. Reais
-
M: R$ 80.000,00
-
i: 0,85 % AM
-
n: 5 anos = 60 meses
Devemos
notar que a taxa continuou ao mês e o período foi alterado. Se
fosse a capitalização simples poderíamos mudar a taxa, mas na
composta uma vez que o período criou aumentos exponenciais, apenas
poderemos modificar a taxa após algumas considerações.
Se a
família precisa guardar 48.143,29 reais a 0,85 % ao mês por cinco
anos terá o suficiente para comprar a casa. Como é um problema de
capitalização composta podemos também resolver diretamente pela
calculadora financeira HP12C: digitando cada valor com a respectiva
função e pressionando no final a tecla PV.
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