E segue o
simulado da segunda prova da disciplina de Controladoria do 7º semestre do curso que fiz de Ciências Contábeis na UMC:
Explique o
que é Selic.
A Selic é
a taxa básica de juros da economia, fornecida pelo governo e
negociada pelo COPOM – Comitê de Políticas Monetárias - do Banco
Central. Por meio desta taxa básica são negociados os
financiamentos, empréstimos e juros no mercado. Quando a Selic
aumenta, os juros aumentam o que é bom para quem dinheiro, o que faz
com que o consumo também venha a cair e funciona como ferio para a
inflação, uma vez que queda no consumo configura em mais poupança
e aumento da oferta, resultando em queda dos preços.
-
Explique o que é IBOVESPA.
-
O índice IBOVESPA medido em pontos
-
Explique o que é taxa livre de risco.
-
Explique o que é beta da ação.
-
Explique o que significa e o conceito da sigla EVA.
-
Qual a relação existente entre a Controladoria e EVA?
Apresente
as fórmulas de EVA, taxa de retorno, Benefício Fiscal, Capital
investido, Valor do capital de terceiros, Custo do CT, Valor do CP.,
Custo do CP., valor do CT e custo do capital total.
Todas as
fórmulas serão apresentadas conforme a necessidade e seguindo os
cálculos na resolução da questão seguinte.
Calcule
resultado EVA da empresa SEU S.A., de 2006 com os dados abaixo
apresentados, em milhares de reais.
|
2005 |
2006 |
|||
ROL |
8.642,00 |
9.725,00 |
|||
Lucro
operacional |
4.061,74 |
5.057,00 |
|||
Receita
financeira líquida |
385,87 |
515,81 |
|||
Lucro
antes do IR |
2.765,44 |
4.279,00 |
|||
Alíquota
do IR |
32,46% |
32,46% |
|||
Lucro
líquido por ação |
1,08 |
1,28 |
|||
Número
de ações |
1.318,00 |
1.625,00 |
|||
Receitas
financeiras totais |
978,00 |
1.043,00 |
|||
Passivo
circulante |
936,99 |
1.044,00 |
|||
Passivo
exigível longo prazo |
2.326,00 |
1.869,00 |
|||
Patrimônio
líquido |
3.419,00 |
5.499,00 |
|||
Taxa
básica de juros |
14,50 |
14,00 |
|||
IBOVESPA |
42.732,00 |
60.393,00 |
|||
Beta
da ação |
0,73 |
0,82 |
|
||
CDI |
11,50 |
10,65 |
|||
TJLP |
6,40 |
5,80 |
|||
IGPM |
4,40 |
3,97 |
|||
R$/US$ |
2,65 |
2,42 |
-8,68
|
||
LIBOR |
4,50 |
5,25 |
|||
|
|||||
Empréstimos
e financiamentos |
|||||
|
2.005,00 |
2.006,00 |
|||
|
Modalidade |
Valor |
Taxa |
Valor |
Taxa |
Moeda
nacional de Curto prazo
|
Capital
de giro |
87,00 |
22,50 |
114,00 |
19,32 |
Conta
garantida |
215,00 |
12,42 |
182,00 |
10,97 |
|
Financiamentos
do BNDS |
366,00 |
14,72 |
319,00 |
11,94 |
|
|
|||||
Moeda
nacional de longo prazo
|
Financiamentos
do BNDS |
118,00 |
12,56 |
127,00 |
14,01 |
Capital
de giro |
76,00 |
11,60 |
113,00 |
10,64 |
|
|
|||||
Moeda
estrangeira de curto prazo
|
Financiamentos
de importação |
235,00 |
-0,93 |
218,00 |
0,87 |
Adiantamentos
de contrato de câmbio |
97,00 |
-4,56 |
133,00 |
-2,81 |
|
Empréstimos
IFC |
59,00 |
2,05 |
47,00 |
2,02 |
|
|
|||||
Moeda
estrangeira de longo prazo
|
Pré-pagamento
de exportação |
187,00 |
-4,79 |
223,00 |
6,63 |
Financiamento
de importação |
523,00 |
0,96 |
66,00 |
1,98 |
Para poder
calcular o índice EVA devemos antes calcular o valor da taxa de
retorno e o custo percentual do capital total. A primeira coisa a se
fazer é encontrar o valor da despesa financeira, que não está
expressa no quadro do enunciado da questão. Contudo temos o valor da
receita financeira líquida e da receita financeira de 2005 e de
2006. Logo, é possível definir a despesa financeira, conforme
demonstra o Quadro 2: Definição do valor da despesa financeira por meio da RF e RFL.
Cálculo
da despesa financeira |
||
|
2005
|
2006
|
Despesa
financeira
|
592,13
|
527,19
|
(-)
receita financeira
|
978,00
|
1043,00
|
(=)
Receita Financeira líquida
|
385,87
|
515,81
|
Com o
valor da despesa financeira de 2006 é possível definir o valor de
outras variáveis – o beneficio fiscal, e do valor do Retorno,
embora isso seja feito mais a frente. Voltemos à atenção agora
para o quadro a seguir que demonstra o valor do patrimônio líquido
de 2006. Nota-se que no quadro do enunciado o valor do PL está em
negrito. No simulado original aquele valor estava em branco e os
alunos tinham que descobrir qual era. No entanto já era definido o
valor do lucro líquido por ação e do número de ações. Logo se
multiplicando os dois teríamos o lucro líquido do exercício,
conforme quadro seguinte.
Lucro
líquido por ações
|
1,28
|
(x)
número de ações
|
1.625,00
|
(=)
lucro líquido do exercício
|
2.080,00
|
No quadro
do enunciado não havia qualquer descrição de aumento de capital
colocado pelos sócios. Em decorrência disso, para o cálculo do PL
de 2006 apenas somou-se o lucro do exercício ao patrimônio líquido
anterior. Dessa forma temos:
Patrimônio
Líquido
|
||
Capital
social
|
3.419,00
|
3.419,00
|
Reservas
de lucros
|
0,00
|
0,00
|
Lucros
acumulados
|
0,00
|
2.080,00
|
Total
do PL
|
3.419,00
|
5.499,00
|
Nota-se
que no quadro dos dados são informados os valores de capital de
terceiros de curto e de longo prazo. Assim, para a definição do
capital de terceiros total apenas se faz o seguinte cálculo,
expresso no quadro a seguir:
Passivo
|
||
Circulante |
936,99
|
1.044,00
|
Exigível
em longo prazo |
2.326,00
|
1.869,00
|
Total
do CT |
3.262,99
|
2.913,00
|
Olhando o
quadro vemos que o valor da Selic de 2006 também está em negrito,
fato que indica que durante o simulado era um dos valores que deveria
ser encontrado. No entanto, aqui já o preenchemos e como sugestão
apresentamos no quadro a seguir a forma de como o professor exigiu o
valor da taxa básica de juros. Na coluna correspondente foram
informadas as variações da taxa ao longo dos meses. As variações
são expressas a seguir:
Selic
|
||
Inicial
|
Variou |
Final |
|
-0,25
|
|
14,50
|
0,75
|
14
|
|
-1
|
|
|
-0,5
|
|
Por não
parecer necessário não colocamos os cálculos utilizados para
encontrar os custos percentuais do capital exigível em longo prazo
do ano de 2006. Mas apenas para mostrar o trabalho que o simulado
causou damos um exemplo: no capital estrangeiro de empréstimos longo
prazo (em itálico no quadro de dados) o indexador era composto pela
variação percentual do dólar, de 2005 para 2006 (-8,68%), mais o
valor da LIBOR o período atual (2006 = 5,25%) e mais uma taxa
colocada pelo professor com o valor de 5,45%. Resultou assim no custo
percentual de 2,02% ao ano.
No passivo
exigível de longo prazo do simulado original faltava o valor
correspondente ao ano de 2006, no entanto dizia na célula: pré
pagou financiamento de importação de longo prazo de R$ 457,00. O
valor em 2005 era de R$ 2.326. Logo, com o valor que foi pago o
capital exigível de longo prazo reduziu-se para R$ 1.869,00. Mas
ainda não acabou. Se observarmos melhor, em 2006 o valor que falta
corresponde a um Financiamento de Importação em moeda estrangeira
do longo prazo.
É isso
mesmo que o professor queria: treinar o raciocínio do aluno. E
assim, sendo o valor deste passivo em 2005 de R$ 523,00 e levando-se
me conta que o passivo pago foi de Financiamentos de Importação, de
R$ 457,00, entende-se que o valor de 2006 poderia ser obtido
retirando-se o total pago daquela conta. E o resultado foi de R$
66,00, em destaque no quadro de dados do enunciado.
E com os
valores dos custos de capital de terceiros correspondente a
empréstimos e financiamentos temos o cálculo do Custo Médio
Ponderado do Capital de Terceiros de 2006:
Cálculo
do CMPCT de 2006 |
||
Valores |
Taxa
|
|
114,00
|
19,32
|
2.202,48
|
182,00
|
10,97
|
1.996,45
|
319,00
|
11,94
|
3.808,86
|
127,00
|
14,01
|
1.779,27
|
113,00
|
10,64
|
1.202,32
|
218,00
|
0,87
|
189,82
|
133,00
|
-2,81
|
-373,63
|
47,00
|
2,02
|
94,98
|
223,00
|
6,63
|
1.478,49
|
66,00
|
1,98
|
130,73
|
R$
1.542,00
|
|
R$
12.509,77
|
Custo
|
|
8,11
|
E assim
temos o custo percentual do capital de terceiros da empresa,
correspondente a 8,11% ao ano. Mas será que ainda falta alguma
coisa? Bom, para se calcular o Valor Econômico Agregado é preciso
ter em mãos os valores da taxa de retorno e custo do capital total.
E para a taxa de retorno precisa-se do Retorno (obtido com o lucro e
a despesa financeira) e o investimento total. É isso! Quanto foi o
investimento da empresa. Para falar a verdade nem precisaríamos mais
deste valor uma vez que já temos o total do Passivo e Patrimônio
Líquido. Mas apenas para deixar os dados mais completos elaboramos o
quadro a seguir:
Passivo
total
|
2005
|
2006
|
|
|
|
Circulante
|
936,99
|
1.044,00
|
Longo
prazo
|
2.326,00
|
1.869,00
|
Patrimônio
líquido
|
3.419,00
|
5.499,00
|
Total
|
6.681,99
|
8.412,00
|
|
|
|
Ativo
|
6.681,99
|
8.412,00
|
E com
todas as informações necessárias coletadas já é possível partir
para os cálculos do EVA, começando pela taxa de retorno “r”. E
como já foi estudado, iniciará pelo cálculo do beneficio fiscal
(BF). Segue a fórmula e os cálculos propriamente ditos:
Com o
valor do beneficio fiscal é possível definir o valor do retorno
“R”. Nota-se que neta fórmula apenas foi encontrada o valor do
beneficio fiscal correspondente ao imposto e não o que sobraria com
a retirada do IR. Segue a fórmula do retorno do lucro da empresa:
E seguindo
a sequência dos cálculos do EVA passaremos a segunda parte da
fórmula da taxa de retorno “r”. Para isso tudo o que precisamos
é definir o valor do ativo total da empresa, uma vez que representa
todo o investimento realizado pela organização. Assim temos:
Assim, com
o valor do ativo médio correspondente a R$ 7.547,00 já é possível
calcular a taxa de retorno da empresa, primeiro passo para a
resolução do EVA. Temos assim a fórmula a seguir:
Conforme o
cálculo tem-se que a empresa consegue uma taxa de retorno de mais de
30%. Veremos com as próximas fórmulas se a empresa consegue gerar
valor com seus produtos, retirando o custo do investimento. A fórmula
a seguir encontra o valor médio do capital de terceiros na empresa.
→
→
→
→
Coletou-se
capital externo (exigível) no valor de R$ 3.088,00. Vejamos na
fórmula a seguir o montante médio de patrimônio próprio da
empresa. Segue a fórmula do patrimônio líquido da empresa:
→
→
→
→
→
A próxima
conta poderia ser mais facilmente resolvida pela calculadora
financeira HP 12 C, mas preferimos resolver algebricamente, mesmo que
suprimindo algumas passagens. Vale lembrar que neste cálculo
utilizam-se apenas valores referentes ao ano de 2006, cujo qual se
pretendeu encontrarmos o valor do EVA:
E
o resultado é dividido por:
Com
isso tem-se:
É lógico
que este, o cálculo do custo ponderado, é de longe o mais
trabalhoso no cálculo do custo percentual de capital da empresa. É
bem verdade também que a fórmula a seguir não é mais necessária,
uma vez que como ativo é igual a passivo (CT e PL), o resultado a
ser encontrado deverá ser o mesmo já definido, de R$ 4.574,00. E
apenas para conferir segue a fórmula e os cálculos do Valor do
Capital Total.
E como era
de se esperar, o resultado coincidiu com o que foi anteriormente
definido. O próximo passo consiste então na definição do custo do
capital do investidor e acionistas na empresa. O enunciado do
exercício pede a apresentação de todas as fórmulas, no entanto, o
cálculo a seguir é dispensável uma vez que o valor do Beta da ação
já foi informado no exercício, como sendo de 0,73 em 2005 e de 0,82
em 2006. Segue a fórmula do Beta da ação, embora já saibamos que
o valor que será utilizado é o referente ao ano de 2006, de 0,82:
A seguir
temos a fórmula do custo do capital próprio. Nesta utilizamos o
valor do Beta da ação, proposto no enunciado e da taxa da Selic de
2006 e a variação percentual do índice Bovespa. Preocupamo-nos em
destacar na elaboração dos cálculos os passos para a definição
da variação percentual do IBOVESPA. Assim:
→
%
O custo de
capital próprio da empresa representa 36,41%. Levando-se em conta
que a taxa de retorno é de 32,28%, inferior ao custo do
investimento. Mas ainda falta a verificação do custo do
investimento ponderado do passivo total, expresso na equação a
seguir:
Nota-se
claramente que o custo é inferior ao valor da taxa de retorno. Mas
apenas para confirmar o resultado, utilizamos a Calculadora
Financeira HP 12 C, esquematizada no quadro a seguir:
Capital
e custo
|
Valor
e percentual
|
Capital
de terceiros
|
3.088,00
|
Custo
percentual
|
8,11
|
|
|
Capital
próprio
|
4459,00
|
Custo
percentual
|
36,41
|
|
|
Capital
total
|
7547,00
|
Custo
|
24,83
|
Segue por fim o
cálculo final tão esperado do Economic Value Added:
E sendo
assim encontramos o valor do EVA proposto pelo simulado da segunda
prova do semestre da Disciplina de Controladoria do Curso de
Graduação em Ciências Contábeis pela UMC, equivalente ao índice
de 7,45. Assim sendo, quem optar por investir na empresa do simulado
conseguiria ter um valor agregado de 7,45%, a mais do que se tivesse
colocado dinheiro na Selic.
Esse foi
apenas um treinamento para a prova. No entanto, a segunda avaliação
do semestre da disciplina de Controladoria seguiu os mesmos padrões
do simulado, com a retirada ainda das questões iniciais, como será
visto no próximo tópico.
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