Fonte http://legiaodosherois.uol.com.br/2016/liga-da-justica-diretor-explica-formacao-da-equipe-no-cinema.html |
Conseguindo os melhores dos melhores para sua empresa
Vamos a
situação: você agora tem o seu próprio escritório de
contabilidade, tem os programas para as tarefas de rotina contábil,
fiscal e trabalhista, já criou o seu site e pagou por um espaço
publicitário no jornal mais popular da cidade. Não falta mais nada?
Errado. Como está a sua equipe?
As
quantidades de funcionários dos escritórios de contabilidade varia
muito conforme o número de clientes e ainda o porte destes, que pode
demandar mais serviços e isso resulta em mais contratados. Cada
empresa contábil tem a sua própria cultura, a sua organização
interna (procedimentos e regimento interno a ser adotado nas tarefas
diárias) e as suas necessidades específicas, que vão desde
serviços de terceiros a equipamentos.
Por esta
razão, não adianta querer correr atrás de clientes grandes,
pensando que isso lhe trará muito retorno financeiro sem antes
começar a pensar em como vai compor o quadro se funcionários. Para
tanto, em qualquer processo de contratação é muito importante que
se saiba de que exatamente seu escritório precisa para se saber,
então, de quem se precisa. Em regras gerais, que cliente você quer
captar? Uma industria, prestador de serviços ou filantrópica? Após
isso você deve pensar em quais necessidades estas empresas terão,
no que tange á atualização de legislação.
Por
exemplo, um cliente que preste serviços específicos precisará
constantemente de ajuda específica, aí entra em ação um
funcionário capacitado naquele serviço. Uma ONG que recebe
subvenção municipal e precisa prestar contas dos gastos
continuamente demandará um funcionário que conheça muito bem a
elaboração de relatórios em planilhas eletrônicas e que saiba
extrair dados contábeis para estas na forma que são exigidos pelos
entes que ofereceram a subvenção.
Resumindo,
não basta querer ter os melhores clientes sem que seu escritório
tenha uma equipe de alta performance à altura das suas expectativas
de crescimento. A seguir apresentaremos algumas dicas dadas pelo
diretor sócio da QualitaRH, Hélio Carvalho, para a contratação de
profissionais qualificados para os escritórios de contabilidade:
Definição das dificuldades para contratar para o setor contábil
Inicialmente
devemos responder á questão sobre quais são as principais
dificuldades enfrentadas pelo setor contábil, no que diz respeito à
contratação de profissionais de alta performance? Citamos aqui
algumas destas dificuldades, e como podemos constatar, sempre ligadas
à atualização:
Mudanças
constantes na legislação específica.
Baixo
nível de conhecimento técnico em função das constantes mudanças
na legislação, o que deixam o nível de qualificação profissional
baixo, bem como a falta de uma visão sistêmica dos assuntos. Um
exemplo disso é o baixo conhecimento dos contadores para assuntos
não ligados à contabilidade financeira ou comercial, como é o caso
da Contabilidade Agrícola, que não se restringe a atividade
agrícola, mas também a atividade pecuária, embora a Contabilidade
do Agronegócio abranja ainda mais atividades, como a agroindustrial
e outras atividades zootécnicas ademais da pecuária, como a
apicultura e a avicultura [BASTOS, 2011]1.
De acordo
com uma pesquisa feita por Bastos (2011)2;
Quando
perguntados sobre se tiveram contato com a Contabilidade Rural por
meio de palestras, seminários ou até mesmo leituras sobre o tema o
resultado não foi muito diferente. Apenas duas pessoas ou 13,3%
disseram que sim, que tiveram contato por meio de uma destas
alternativas. A autoavaliação que fazem os contabilistas a respeito
de seus conhecimentos sobre a Contabilidade Rural tampouco é
animadora. Apenas uma pessoa considerou seus conhecimentos na área
como bons. Um total de 53,3% considerou seus conhecimentos como
regulares, 33,3% dos respondentes se considera com conhecimentos
ruins e uma pessoa ou 6,7% se absteve de responder a esta pergunta.
Dos quinze contabilistas pesquisados chama atenção o fato de nenhum
deles ter atuado profissionalmente na área da Contabilidade Rural.
Esse resultado evidencia que além de pouco ou nenhum conhecimento da
área por meio da educação formal, também inexistente experiência
prática. Por exemplo, um recém-formado que não esteja sempre
investindo em formação complementar, terá seus conhecimentos
rapidamente defasados por não conseguir acompanhar o ritmo das
mudanças do setor.
Como
podemos constatar, um ramo tão vasto da contabilidade é pouco
conhecido pelos profissionais, o que dificulta a contabilização e
demais serviços para os clientes de escritórios com esta defasagem.
São aspectos que os profissionais não visam durante a procura para
trabalhar, e nem mesmos os próprios escritórios, que não pensam na
possibilidade de prestarem serviços de alta performance a clientes
de setores distintos de comércio, serviços e industria.
E como os
profissionais altamente qualificados são escassos, é grande a
procura por eles e isso faz com que tenham o direito a exigirem
salários maiores para serem contratados, o que tende a encarecer o
departamento contábil. A pretensão salarial acaba ficando muito
acima do resto do mercado porque os candidatos disponíveis passam a
ter poder de escolha e de barganha salarial. Da mesma forma, para
trazer funcionários de outras empresas, a solução é oferecer
salários maiores ou condições mais atrativas, o que também acaba
sendo muito oneroso.
Principais erros nas contratações
Além da
falta de qualificação que devemos nos atentar durante uma
contratação de funcionário para manter nosso escritório com o
padrão de qualidade de serviço desejado devemos também avaliar os
candidatos pro seu comportamento pessoal. Não adianta contratar o
melhor profissional, o mais gabaritado e experiente em determinado
assunto mas que durante o dia a dia não esteja em sintonia com a
política empresarial de seu escritório. Devemos observar o
conhecimento técnico do profissional, mas de peso igual, seu
comportamento é muito importante para o desenvolvimento do seu
escritório contábil, porém, só trará resultados quando o
comportamento do profissional estiver alinhado ao da cultura do
escritório.
Disto
podemos tomar como exemplo um pós-graduado que não aceita trabalhar
num departamento onde seus companheiros são apenas graduados e faz
de tudo para “puxar o tapete” dos colegas. Ou poderia
simplesmente se recusar a acatar ordem dos superiores em detrimento
ás suas opiniões, que acredita serem melhores e as únicas que
devam ser seguidas. Assim, o ideal é equilibrar as qualidades
técnicas e com um comportamento maleável à cultura organizacional.
Outro erro
muito comum dos escritórios de contabilidade é buscar por
profissionais perfeitos, conhecedores de tudo, espertes em todas as
áreas da profissão contábil. Isso ou não existe ou se encontrar,
será altamente caro para a empresa. É muito melhor procurar por
vários profissionais eu conheçam UM POUCO de tudo ou especialistas
em áreas distintas do que um que saiba tudo e cobre salário
superior a todo o conjunto anterior.
Mas também
não adianta nada contratar um funcionário dentro do que a empresa
precisa (qualificado tecnicamente e com perfil de trabalho ideal) mas
não saber passar isso para ele durante a contratação ou entrevista
de emprego. O fato de comunicar mal a proposta de trabalho faz com
que o candidato imagine determinada situação que não condiz com a
realidade do trabalho e quando ver como é a situação real acabe
pedindo demissão pouco tempo após a sua contratação. Logo, o
ideal é que a comunicação seja a mais clara possível tanto em
relação à remuneração, quanto aos benefícios, descontos e
atividades a serem desenvolvidas. A consequência é ter que
contratar novo funcionário, o que fará com que a empresa perca mais
tempo com treinamento. Um retrabalho.
Além do conhecimento técnico
O que se
deve buscar além de conhecimento? Essa é uma pergunta que a
administração do escritório deve pensar muito bem durante o
recrutamento de novos potenciais funcionários. Já descrevemos que o
conhecimento é realmente muito importante e agregador para o
desenvolvimento do seu escritório contábil (principalmente
conhecimento específico que poucos profissionais detenham e que faça
parte do rol de serviços do escritório no presente ou futuramente),
mas deve estar acompanhado do que o departamento de Recursos Humanos
chama de CHA – Competência, Habilidade e Atitude. Esse tripé de
qualidades num futuro profissional são a chave para uma boa
contratação, conforme apresentamos a seguir:
-
Competência - saber fazer algo bem feito. É o mínimo necessário para se contratar alguém, a menos é claro que o escritório tenha uma política de contratação de funcionários inexperientes para treiná-los conforme as vontades da empresa. Mas mesmo assim isso faria com que se perdesse tempo com treinamento, visto que poderia contratar o funcionário que já conhece o trabalho e o sabe fazer bem feito e contratar um estagiário para auxiliá-lo, elemento bem menos custoso;
-
Habilidade - prática do conhecimento técnico/teórico adquirida na formação acadêmica e que só é conquistada com a experiência. Atrelado à competência. Alguém só consegue desempenhar uma tarefa bem feita se estiver sob monitoramento e acompanhamento constantes (detalhando cada atividade a ser desenvolvida, o que prenderia parte dos funcionários para treinamento, em vez de estarem todos cada um fazendo um serviço distinto ou separados) ou porque a pessoa realmente sabe o que está fazendo, pois conhece a teoria e a prática.
-
Atitude - comportamento adequado e que fará a diferença para o sucesso do seu negócio. Também não basta contratar um funcionário que saiba fazer de tudo mas não tome decisões quando for oportuno ou mesmo que não vista a camisa da empresa, esperando tudo pelos outros. O funcionário deve ser proativo, buscando sempre mais qualificação e conhecimento, por conta própria.
Mapeamento para a contratação mais acertada
Tendo em
vista o que já apresentamos sobre as qualificações do melhor
funcionário possível e ideal para o escritório surge a dúvida:
como contratar o profissional que você realmente precisa? não basta
identificar as características que procuramos, caso tenham mais de
um aptos. Assim se faz necessário um mapeamento não dos
funcionários, somente, mas do que a empresa está realmente
precisando naquele momento.
Recomendamos
para tanto que ser os passos a seguir, a começar pelo mapeamento do
perfil sigam os passos detectores de competências.
-
Mapeamento do perfil por competências : quais qualidades estão faltando e precisam ser adquiridas pelo escritório?
-
Divulgue a oportunidade , pois não basta esperar que os candiados venham ao escritório. Deve-se informar (posto de atendimento ao trabalhador, internet, jornal), que se está contratando e quais as expectativas de funcionários estão buscando.
-
Prepare-se para a entrevista , pois este é o momento crucial em que a empresa deverá extrair o máximo de informações dos candidatos, sobretudo para perceber se estão sendo sinceros em suas respostas. Deve-se aproveitar para fazer as perguntas que definirão respostas que busquem as qualidades que estão à procura (por exemplo, perguntando se o candiado tem vontade de estudar novamente (para ver se é proativo para se atualizar), bem como se já esteve em cargos de liderança antes e os resultados obtidos.
-
Entreviste por competência , que servirá para filtrar as características que chamam interesse.
-
Mapeando o perfil do profissional desejado , realizando com a confrontação dos resultados ou percepções dos avaliados durante as entrevistas.
A empresa
deve identificar os seus diferenciais competitivos, isto é, quais
atitudes ou qualidades a tornam mais atraente para os clientes
potenciais (tais como serviços personalizados, consultoria com
auditoria e perícia, serviços de marketing para clientes),
atrelados à sua missão, à sua visão e aos seus valores. Após a
identificação destes itens deve-se buscar o candidato com o
comportamento que apresente esses mesmos diferenciais competitivos.
Depois
disso planejar o local em que o novo funcionário será inserido.
Conforme o e-book da NIBO (www.nibo.com.br)
de como formar a melhor equipe, deve-se é entender a cultura da
equipe de trabalho em que o novo profissional será inserido, sendo
que por exemplo, caso a equipe seja madura e organizada, é
importante trazer pessoas com essas mesmas características, ainda
que não sejam as mais qualificadas. Assim sendo, não adianta
contratar um profissional superqualificado se ele não for ser bem
recebido pela equipe ou não se sentir confortável com ela e ele
provavelmente não trará resultados positivos e poderá até pedir
demissão. Vale esta máxima: A atitude do profissional deve ser
condizente com a de sua equipe.
Como já
foi descascado, no ato da entrevista e da oferta da vaga é
indispensável a definição clara de todos os aspectos inerentes à
vaga, tais como salários, cargos e atividades, obrigações e
benefícios. A vaga e a futura contratação devem ser muito bem
definidas para que se possa ter elementos necessários de avaliação
adequada do candidato, sendo ainda que o ideal é que ele apresente a
habilidade e o conhecimento necessários para o cargo em questão.
Por
último, e não menos importante, conforme a NIBO, é a expectativa
sobre o novo profissional, que abrange o tripé de conhecimento –
habilidade e atitude esperados pela empresa com relação ao
funcionário e isso deve ser informado ao indivíduo, para que ele
tenha consciência de toda expectativa que colocam sobre ele, sem é
claro que isso lhe suba a cabeça.
O objetivo
final do mapeamento permite que não apenas seja escolhido o melhor
funcionário mas também em identificar as possíveis fraquezas que
deverão ser trabalhadas para este novo funcionário ficar ideal para
as metas do escritório, dentro da própria equipe, aqueles que
precisam de treinamento técnico e/ou comportamental para desenvolver
um trabalho mais produtivo e evoluir profissionalmente.
Divulgando a vaga
Após o
mapeamento é hora de divulgar a vaga a ser preenchida, devendo ser
feita de diversas formas possíveis para atrair o funcionário ideal
seja lá onde este esteja. São dicas para isso:
-
Indicação: feita por conhecidos, clientes ou funcionários para o candidato é muito bem-vinda, pois traz a oportunidade de trazer para trabalhar na empresa pessoa de fama favorável. No entanto, não pode ser o fator decisivo para uma contratação, devendo este ser a qualificação, atitude, compromisso e necessidade.
-
Grupos de e-mail: uma boa dica, conforme sugestão da NIBO é o site do Yahoo, na seção “divulgar vagas de empregos”, uma vez que ali você poderá divulgar as oportunidades de trabalho, receber e-mails e currículos. Mas é claro que não é a única opção, tendo ainda o Linkedin, que é uma rede de relacionamentos profissionais, ideal para se encontrar currículos e vagas de empregos filtradas por competências ou objetivos de trabalho.
-
Sites de recrutamento: a maioria exige investimento, embora não muito caro e alguns são grátis e ainda assim bons. Um bom exemplo é o Catho, gratuito por um período curto de tempo e que tem fama de indicar a pessoa certa para a vaga certa.
-
Aconselhamos também que divulgue a vaga no site ou blog de seu escritório de contabilidade. Sempre haverá alguém procurando serviços contábeis e pelo Google encontrará o seu site. E se as pessoas o encontram pelo site, podem os desempregados ou que estão a procura de recolocação ou virada de carreira também encontrá-lo.
-
Consultoria de recursos humanos: que envolvem os já citados (um recrutador do RH pode muito bem acessar continuamente sites de relacionamento ou mídias sociais como o Facebook para buscar por perfis de possíveis candidatos, além de averiguar os que são entrevistados, fora testes escritos ou dinâmicas.
1BASTOS,
E. D. Contabilidade na agropecuária: um estudo exploratório sobre
os conhecimentos dos contabilistas do município de Quixadá na
região central do sertão do estado do Ceará. In: , jul./dez 2011,
v. 2, n. 18.
2Para
a consecução dos objetivos desta pesquisa foram levantados pelo
autor, junto ao Conselho Regional de Contabilidade do Ceará –
CRC, Delegacia do município de Quixadá, os contatos dos
contabilistas atuantes no município. De uma população total de 61
profissionais, 41 não foram localizados e 5 se negaram a participar
da pesquisa. À quantidade remanescente de 15 contabilistas,
aproximadamente 25% da população, foi aplicado um questionário
estruturado não disfarçado (Anexo I) durante o primeiro semestre
de 2010
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