Continuando nossas postagens sobre Custos, hoje o Essenziale apresentará algumas fórmulas sobre o Ponto de Equilíbrio. Viu-se
que o ponto de equilíbrio é o indicador de lucro zero da empresa,
mas dependendo da ótica utilizada e dos objetivos do empresário, o
resultado neutro encontrado no Ponto de Equilíbrio pode ser negativo
ou positivo. Para exemplificar melhor tomamos mais uma vez dos
trabalhos de Martins (1990: 232-234):
Se
uma empresa tem as seguintes características:
Custos + despesas variáveis |
R$ 6.000 por unidade |
Custos mais despesas fixos |
R$ 4.000.000 por ano |
Preço de venda |
R$ 8.000 por unidade |
Sabemos
que seu Ponto de Equilíbrio será obtido quando a soma das margens
de contribuição (R$ 2.000/unidades) totalizar o montante suficiente
para cobrir todos os Custos e Despesas Fixos; esse é o ponto em que
contabilmente não haveria nem lucro e nem prejuízo (supondo
produção igual à venda). Logo, esse é o Ponto de Equilíbrio
Contábil (PEC):
Com
isso tem-se a fórmula do Ponto de Equilíbrio Contábil:
Como
se nota na fórmula, o Ponto de Equilíbrio Contábil é igual ao
Ponto de Equilíbrio e deve a isso utilizar apenas a ótica do lucro,
sem levar em conta as despesas que não geram desembolso de caixa e o
capital investido ou o custo de oportunidade. Segue abaixo o
complemento proposto por Martins (1990):
Supondo
que essa empresa tenha tido um Patrimônio Líquido no início do ano
de R$ 10.000.000,00 e se foram colocados para render em10% ao ano,
temos um lucro mínimo desejado anual de R$ 1.000.000. Assim, se essa
taxa for à de juros no mercado, concluímos que o verdadeiro lucro
da atividade será obtido quando contabilmente o resultado for
superior a esse retorno. Logo, haverá um ponto de equilíbrio
econômico (PEE) quando houver um lucro contábil de R$ 1.000.000
(MARTINS, 1990).
E
com base na explicação de Eliseu Martins tem-se a seguinte fórmula
do PEE, levando em consideração o lucro desejado como remuneração
do investimento incluso no equilíbrio entre os ganhos e as perdas:
Logo,
o Ponto de Equilíbrio Econômico (PEE) será obtido no momento em
que a somatória das Margens de Contribuição totalizar o montante
de R$ 5.000.000, o que fará com que após a dedução dos Custos e
Despesas Fixos de R$ 4.000.000 ainda sobre o lucro contábil
(desejado) de R$ 1.000.000. Assim temos:
Com
esse resultado pode-se dizer que se a empresa produzir e vender de
duas mil a duas mil e quinhentas unidades por ano obterá lucro zero,
do ponto de vista do PEC, mas mesmo assim, estará perdendo
(prejuízo), ema vez que não conseguiu recuperar juro do capital
próprio investido.
E,
novamente voltando às explicações de Martins (1990: 233) temos:
Por
outro lado, o Resultado Contábil e Econômico não é coincidente,
necessariamente, com o Resultado Financeiro. Por exemplo, se dentro
dos Custos e Despesas Fixos de R$ 4.000.000 existir uma Depreciação
de R$ 800.000, sabemos que essa importância não irá representar
desembolso de caixa.
Desta
forma, os desembolsos fixos serão de R$ 3.200.000/ano; portanto, o
Ponto de Equilíbrio Financeiro (PEF) será obtido quando
conseguirmos obter uma Margem de Contribuição Total nessa
importância (MARTINS, 1990):
E
assim, temos o seguinte resultado:
Como
resultado, se a empresa estiver vendendo e obtendo um faturamento
total de R$ 12.800.000 (1.600 unidades por ano vezes o preço de
venda de R$ 8.000 por unidade), equilibrando-se financeiramente, mas
ainda com prejuízo contábil de R$ 800.000, uma vez que estará
excluindo uma parcela de seu ativo com a depreciação. Além disso,
também estará perdendo R$ 1.000 de retorno dos investimentos, com
prejuízo total de R$ 1.800,00.
E
caso o volume de vendas fosse de 2.200 unidades ter-se-ia o seguinte:
PE
|
Quantidade |
2.200 unidades
|
MC unitária
|
Resultado
|
|
PEC
|
2.000,00
|
200,00
|
R$ 2.000
|
R$ 400.000
|
De lucro |
PEE
|
2.500,00
|
(300,00) |
R$ 2.000
|
R$ (600.000) |
De prejuízo |
PEF
|
1.600,00
|
600,00
|
R$ 2.000
|
R$ 1.200.000
|
De lucro |
Segundo
o quadro é possível fazer as seguintes inferências:
-
Da ótica do Ponto de Equilíbrio Contábil ao vender 2.000 unidades do produto à empresa consegue igualar os custos às receitas (lucro zero); sendo que com a venda de apenas 200 unidades a mais obteria o lucro de R$ 400.000.
-
Mas do método do Ponto de Equilíbrio Econômico, a empresa precisaria de 2.500 unidades para não ter nem lucro e nem prejuízo, além de que uma redução em 300 unidades causaria a esta resultado negativo de R$ 600.000.
-
E por outro lado, pelo Ponto de Equilíbrio Financeiro a empresa com a menor quantidade produzida e vendida (1.600) já teria resultado neutro, sendo que, um aumento de 600 unidades causaria o superávit de R$ 1.200.000.
Como
resume Martins (1990: 233) haveria em ‘Caixa’ uma sobra de R$
1.200.000/ano, que significariam, contabilmente, lucro de R$ 400.000,
já que R$ 800.000 seria a recomposição no Ativo da parte perdida
no Imobilizado, mas essa sobra de R$ 400.000 é de R$ 600.000,
inferior ao mínimo desejado de R$ 1.000.000.
Nenhum comentário:
Postar um comentário