E
voltamos com mais um exercício resolvido, desta vez envolvendo o uso
do ponto de equilíbrio para um pequeno proprietário de uma barraca
de cocos. Vamos aos cálculos.
Tendo
em vista que o Controlador do futuro é o profissional que trabalha
com análises e planejamentos podemos inferir a seguinte estrutura de
suas atividades.
Com
isso em mente podemos dizer que é tarefa do contador indicar os
caminhos e metodologias que farão com que a empresa vá para frente,
alcançando seus objetivos. Vamos então imaginar o empreendimento a
seguir e procurar uma ideia para melhorá-lo:
Leo,
vendedor independente na praia do Sonho em Itaim, recebeu uma
proposta para alugar uma barraca de venda de cocos nos finais de
semana. O atual proprietário quer 18 reais de aluguel por final de
semana. Leo, em seu contato com o fornecedor de cocos, soube que este
lhe fornecia uma dúzia de cocos por seis reais.
Observando
nas praias vizinhas viu que a venda de cocos era feita por R$ 2,00 a
unidade. Leo pensou também que, quando precisasse se ausentar da
barraca, alguém deveria ficar para atendimento aos clientes.
Lembrou-se então de Miro, um garoto conhecido e lhe ofereceu uma
comissão de 15% sobre as vendas de cocos. Sabendo disso perguntamos:
-
Quanta coco deve vender para não perder dinheiro?
-
Como calcular o lucro total?
-
Como calcular o lucro por coco vendido?
-
Este negócio é viável?
Resolução:
inicialmente é perguntada a quantidade necessária para vender para
não perder dinheiro, isto é, não ter prejuízo e para tanto
devemos achar o ponto de equilíbrio das quantidades de cocos. E como
se faz isso? Vamos pensar: para saber quanto é necessário vender
para não ter prejuízo (quantidade mínima de vendas) acabou
confrontando custos com receitas. Sabemo-nos que existem custos que
variam conforme a quantidade vendida, e outros, independentemente são
fixos.
Com
isso podemos deduzir que no lado dos custos teremos dois pontos
distintos: os custos fixos e as variáveis. Mas ainda devemos
confrontar os custos variáveis com outro fator importante: a
quantidade, afinal, quanto mais se vende mais se terá de custo,
embora também se possa aumentar de receita. Em resumo, sabemos que
teremos custos, mas, destes uma parte será abatida junto com as
receitas, então teremos que nos preocupar com as que são fixas.
A
relação será custos fixos com o resultado de outro confronto,
formado pelas receitas e custos variáveis. Em custos aprendemos um
conceito que mais uma vez retorna para auxiliar-nos: a margem de
contribuição.
Sabemos
que o Leo tem como custos fixos o aluguel de sua barraca, afinal,
vendendo ou não, terá que pagar os R$ 18,00. Por outro lado, a cada
coco que é vendido por Leo há um acréscimo de custo de 15% de
comissão sobre o valor de venda e mais o custo de aquisição de
cocos novos, de R$ 6,00 a dúzia. O raciocínio então é composto
pelo que o Leo gasta independentemente de venda pelo que ele ganha de
resultado positivo com cada venda. Assim obtemos a fórmula do ponto
de equilíbrio mais simples para essa situação:
Sendo
que:
CF
– montante de Custos Fixos, que existem independentes das
quantidades vendidas ou fabricadas e;
MC
– Margem de Contribuição, que representa o quanto que a receita
de cada produto contribui no pagamento dos custos fixos, logo,
receitas menos custos e despesas variáveis.
E
aplicando os dados da situação (o preço de venda é de R$ 2,00, o
custo do aluguel é de R$ 18,00, o preço de compra de cada coco é
de R$ 6,00 a dúzia, ou R$ 0,50 a unidade e a comissão de 15% do
preço de venda, que totaliza R$ 0,30) na equação teremos o
seguinte:
=
=
=
=
Concluindo,
se com o preço de R$ 2,00 o Leo já consegue pagar parte dos custos
fixos (R$ 1,20), ele precisaria vender no mínimo 15 cocos para não
ter prejuízo, afinal, 15 vezes à sobra de R$ 1,20 já completa um
montante suficiente para o pagamento integral do custo do aluguel.
A
segunda questão se refere ao cálculo para se encontrar o lucro por
coco vendido e o lucro total. Entendendo algebricamente o lucro total
podemos afirmar que o resultado R de lucro total representa o
produto da quantidade Q pelo preço de venda PV com a
subtração do custo total CT. Assim, se temos que sejam
vendidos 16 cocos teremos o resultado total de:
=
Então,
podemos afirmar que vendendo 16 cocos teremos um lucro de R$ 1,20; e
logicamente, para encontrar o resultado (lucro) por unidade vendida o
procedimento seria a relação entre o resultado R pela quantidade
vendida Q. Logo temos o que segue a baixo:
A
cada coco vendido é gerado um pequeno resultado positivo de menos de
dez centavos, embora já saibamos que se as vendas forem inferiores a
15 os resultados será negativo. E finalmente, após tudo isso é
possível afirmar se o empreendimento é viável? A resposta é
“depende”. Para ser viável depende de vender mais de 15 cocos,
não importando se há ou não cocos no estoque.
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