Nesse
tópico almeja-se dar maior atenção aos custos fixos e variáveis e
dando especial ênfase quanto à análise de suas influências nos
processos de custeamento e no Resultado.
Mas antes, Dê uma olhada no último post desta série:
https://essenzialeprime.blogspot.com.br/2016/05/como-definir-margem-de-contribuicao-e.htmlhttps://essenzialeprime.blogspot.com.br/2016/06/vamos-calcular-margem-de-contribuicao.html https://essenzialeprime.blogspot.com.br/2016/06/valores-que-integram-o-calculo-da.html
Como
bem explica Eliseu Martins (1990):
Sabidamente
não existe Custo ou Despesa eternamente fixa; são fixos dentro de
certos limites de oscilações da atividade a que referem que, após
tais limites, aumentam, mas não de forma exatamente proporcional,
tendendo a subir em “degraus”. Assim, o Custo com a Supervisão
de uma Fábrica pode manter-se constante até que ela atinja, por
exemplo, 50% de sua capacidade; a partir daí, provavelmente
precisará de um acréscimo (2,02 ou 80%) para conseguir desempenhar
bem a sua função. Alguns tipos de custos podem até mesmo só se
alterar e houver modificação na capacidade produtiva como um todo,
sendo os mesmos de 0 a 100% da capacidade, mas são exceções (como
a depreciação, por exemplo).
Uma
empresa, seja qual o nível de atividade for trabalhar, acaba tendo
custos fixos e despesas fixas: se penas tem o terreno pronto para
construção já apresenta custos com segurança e despesas como
pagamento de impostos e taxas. Se a empresa começa suas atividades
com o terreno surgirão os custos com máquinas, depreciação,
empregados; se aumenta a produção, os custos aumentarão com
surgimento de novos gastos, como encarregados, gerentes, entre
outros. Como Martins (1990: 225) exemplifica:
Podemos
começar por verificar que uma planta parada, sem atividade alguma,
já é responsável pela existência de alguns tipos de custos e
despesas fixas (vigia lubrificação das máquinas, depreciação
etc.). Para colocá-la em condições de funcionamento, mesmo que a
10% da capacidade, já há um acréscimo abrupto desses custos
(chefias, mestres, mecânicos, almoxarifes etc.). Talvez possa
agüentar com essa estrutura ate 20% da capacidade; ai, para aumentar
um pouco mais, talvez precise de outros homens para a recepção de
materiais, controle de qualidade, ferramentas etc., que lhe podem
provocar um acréscimo menor ou maior que a porcentagem de acréscimo
de volume de produção.
Resumindo
isso, é possível esboçar os seguintes gráficos:
Segundo
as concepções mais realistas, o gráfico da direita demonstra
melhor as oscilações dos custos e das despesas fixas em relação
ao volume de produção.
Retomando
as explicações já dadas, os custos variáveis se relacionam com o
volume de produção, enquanto que as despesas variáveis são gastos
que variam de acordo com a quantidade vendida. Desse modo, a
matéria-prima é sempre variável, ao passo que a mão de obra pode
ou não variar de acordo com o volume produzido.
Assim
sendo é possível fazer uma lista com alguns gastos para facilitar a
memorização e o entendimento a cerca de custos:
-
Custos variáveis: matéria-prima;
-
Despesas variáveis: comissões de vendas e transporte de vendas;
-
Custos fixos: os valores pagos pelo gasto independente da produção. Exemplo: aluguel da fábrica, mão de obra, salário do gerente de produção, do engenheiro da garantia da produção etc.;
-
Despesas fixas: mão de obra da administração, aluguel do prédio administrativo, telefone por assinatura do escritório, depreciação de equipamentos da administração e da contabilidade;
-
Custos e despesas semi variáveis ou semi fixos: não são totalmente variáveis. São exemplos os salários do supervisor de produção e do gerente de produção, em que se ocorrer aumento de produção, contrata-se outro funcionário deste cargo para suprir a demanda.
-
São exemplos de despesas semi variáveis ou semi fixos o frete do caminhão, quando este só comporta um determinado volume de vendas. Quando ultrapassa este total pode ser necessário outro caminhão.
-
O consumo de energia elétrica das indústrias é geralmente em quilowatts. Na indústria á o contrato de consumo e a demanda de energia. A empresa opta por pagar por um valor presumido de consumo, fixo e que de tão alto, caso a empresa consuma mais ou menos a sua conta a paga ainda será fixa, até que ultrapasse o valor contratado. Com isso, o valor antes fixo aumenta demais e em degraus.
Segundo
Martins (1990), na maioria das empresas “os únicos custos
realmente variáveis no verdadeiro sentido da palavra são as
matérias-primas”. Ocorre ainda que o grau de consumo desses
materiais em algum tipo de empresa pode oscilar em ritmo diferente à
produção. Como explica Martins (1990) “Certas indústrias têm
perdas no processamento da matéria-prima que, quando o volume
produzido é baixo, são altas, tendendo a diminuir percentualmente
quando a produção cresce”.
Por
outro lado, o custo de mão de obra direta cresce à medida que se
produz mais, mas não de forma igual à produção, em decorrência
da produtividade que tende a aumentar até certo ponto, até depois
começar a cair. Martins dá o seguinte exemplo:
Se
o pessoal tem 8 horas para produzir 60 unidades, quando normalmente
levaria 6 para tal volume, provavelmente gastará às 8 horas todas
trabalhando de forma um pouco mais calma (se não estiver o volume
condicionado por máquinas). Se o volume passar para 80 unidades,
trabalharão as mesmas 8 horas; se for de 90 unidades, talvez levem
pouco mais de 9 horas, em função do cansaço, que faz decrescer a
produtividade [MARTINS, 1990].
E
da mesma forma que foi feito com os custos fixos, também é possível
uma visualização mais real dos Custos e Despesas Variáveis dentro
da estrutura organizacional da empresa:
Dessa
forma, até mesmo o montante dos custos totais poderia ser
representado graficamente de uma forma simplista (à esquerda) e de
uma maneira mais fiel à realidade dos acontecimentos na empresa (à
direita):
Em
relação à figura anterior Martins (1990: 227) lembra que:
Entretanto,
uma empresa não oscila facilmente o seu volume de atividade, e isso
simplifica bastante a tarefa, já que o importante é analisar o
comportamento dos Custos e Despesas Fixos e Variáveis dentro de
certos limites normais de variação. Por isso, talvez então seja
bastante conveniente uma representação linear de ambos, mas
lembrando sempre que ela tem validade restrita: aumentando ou
diminuindo bastante o volume da atividade da empresa, a representação
terá também que mudar [MARTINS, 1990].
Com
isso tem-se a figura a seguir, correspondendo apenas a uma parte
específica em um curto espaço de tempo e de produção dentro da
atividade produtiva da empresa:
E
como Martins (1990) acrescenta:
Além
desse tipo de problema, há de se acrescentar ainda que ocorram
alterações nos montantes desses Custos em função de outras
variáveis, alem do volume. Aliás, entre nós, as alterações são
as decorrentes das variações dos preços, e não propriamente as
das mutações no grau de atividade. O que eram $ 4.000.000 de Custos
Fixos no mês passado talvez passem a $ 4.100.000 neste; os (custos)
Variáveis; que eram de $ 490 por unidade, talvez subam para $ 530, e
nenhuma alteração ocorreu no volume de atividade.
Bibliografia
MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos. São Paulo: Atlas, 1990.
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