Controladoria: a contabilidade plena
Controladoria
é a utilização da ciência contábil em todo momento e em toda a
sua plenitude. Tem como principais funções:
-
Controle orçamentário;
-
Tomada de decisão;
-
Defesa da exatidão dos dados;
-
Criação de formas ou procedimentos para que não ocorram fraudes;
-
Função de reportar irregularidades;
-
Adequação às normas vigentes e procedimentos estrangeiros para o a empresa no Brasil.
A
controladoria precisa de uma boa estrutura para a geração destas
informações e para tanto organiza seus procedimentos em grupos de
objetivos, que podem ser enumerados a seguir:
A estrutura
Quanto à
estrutura usaremos os textos de Olívio Koliver (2005):
Na
primeira hipótese, a controladoria representa, pois, um setor da
empresa, com funções definidas, integrado na sua estrutura. Noutras
palavras, é parte de um organograma funcional, o qual, como é
normal, obedece a determinados princípios ou diretivas. Já na
segunda conceituação configura, conforme declarado, área de
conhecimento humano.
A
estrutura do departamento de Controladoria precisa de, pelo menos,
destes seis itens, destacados a seguir:
-
Contabilidade Societária: trata das demonstrações contábeis a serem mostradas ao mercado onde estão as sociedades anônimas;
-
Controle Patrimonial: resume-se a assegurar o controle físico e estrutural do patrimônio da entidade, feito por mecanismos como o código de barras para adequar as quantidades em estoques;
-
Inventário Físico: para assegurar a existência dos ativos destinados à venda, localizados nos estoques, e no imobilizado;
-
Controle de Gestão em projetos, que demanda análise de riscos em investimentos e de uma visão econômica da empresa, não apenas contábil ou financeira. Consta por exemplo o sistema de gestão econômica GECON;
-
Acompanhamento de projetos em andamento: desde o início ao término de cada projeto, seja de uma construção de um novo galpão aos processos de modernização da fábrica, que demandam treinamento e adaptação, além de planos de ampliação de atuação para novos mercados e;
-
Apoio ao seguro, para determinação de proteção dos ativos fixos e para contingências financeiras em virtude de fatores internos na empresa ou externos (crise econômica, processos judiciais, crise econômica, aumento de impostos).
O planejamento Tributário
Outra
função imponente da Controladoria está no planejamento tributário,
que permite o apoio completo à empresa, trabalhando como um
departamento jurídico, de consultoria estratégica para a
atualização quanto aos tributos (para se evitar perder dinheiro
pagando impostos desnecessariamente ou em multas). Feito por
especialistas em diversas áreas.
A
Controladoria acompanha os cálculos de impostos analisando os
processos produtivos e as leis em vigor para eles e procura
questionar e quando não consegue, busca auxílio em empresas de
atividade semelhantes.
Gestão de riscos
Outra
função indispensável da controladoria é a garantia de
proporcionar à administração da empresa a visão geral de riscos
no controle interno, dando assim espécies de alerta verde, amarelo
ou vermelho para a qualidade daquele. A controladoria mostra por
exemplo, a inadimplência dos clientes, se compensa ou não diminuir
o quadro de funcionários para reduzir custos ou se há outra saída
melhor, trabalha com o acompanhamento dos processos das tarefas e
gerenciamento de pessoal (carga horária e formação de equipes)
para a melhoria nas práticas trabalhistas.
O
planejamento estratégico vem antes do tributário, estando ainda
vinculado aos objetivos dos acionistas, procurando permitir à
empresa agregar-lhes valor.
Estas
funções (ou características) da Controladoria trazem mais vantagem
competitiva à empresa, e consequentemente, maior faixa de
rentabilidade expostas nos demonstrativos contábeis, uma vez que
permite à administração uma previsão das tendências no cenário
econômico ao longo dos anos.
O Dr.
Olívio Koliver em seu livro elaborado para o Conselho Regional de
Contabilidade do Rio Grande do Sul, intitulado A CONTABILIDADE E A
CONTROLADORIA, TEMA ATUAL E DE ALTA RELEVÂNCIA PARA A PROFISSÃO
CONTÁBIL traz os seguintes aspectos sobre a concorrência nos
últimos anos e a busca pela completividade:
A
evolução das atividades econômicas nos últimos anos, notadamente
na última década, com manifesto aumento na concorrência, teve,
entre outras consequências, a intensificação da busca de
competitividade, alçada à condição de fator de sobrevivência.
Aliás, a maioria das empresas cuja administração não se apercebeu
das tendências em afirmação sofreu os efeitos, e não foram raros
os casos de fechamento puro e simples, além da venda para terceiros,
especialmente em países em desenvolvimento como o nosso. De outra
parte, o quadro em tela colocou em relevo a questão da qualidade do
sistema de informações à disposição dos gestores das entidades,
com vistas ao subsídio de decisões, tanto aquelas de natureza
corrente quanto as relacionadas com o planejamento da entidade a
curto, médio ou longo prazos. Noutras palavras, as atividades de
controle, notadamente no âmbito interno, mas também no quadrante
externo, passaram a integrar o vocabulário corrente de pessoas
ligadas à gestão de empreendimentos (KOLIVER, 2005).
Ao final
de cada ciclo (semanal, mensal, quinzenal, anual), quando são
gerados os Balanços e Balancetes contábeis a controladoria entra em
ação mais uma vez para efetuar a análises destes demonstrativos
financeiros, trabalhando após sobre os saldos de contas de clientes,
bancos e fornecedores, definindo variações, hábitos e tendências
para os períodos seguintes, a além de pontos fortes e fracos no
ciclo passado.
Análise dos Balanços
Um dos
pontos mais analisados pela controladoria durante a análise dos
demonstrativos contábeis é a estrutura do Passivo. Que itens estão
no Passivo? Quais seus prazos, como está o endividamento da empresa?
São estas questões que a Controladoria deve manter controladas para
que a empresa não venha a quebrar e o acompanhamento disso é feito
em parte analisando-se estas contas. Mas é claro que sabemos que as
informações nos relatórios contábeis não são muito claras para
aqueles que são leigos no assunto e pensando nisso a controladoria
elabora relatórios “traduzidos” dos Balanços oficiais para a
diretoria. Procura fazer demonstrações que apresentam como está o
cenário interno nacional (impactos da Selic, quantidade de
debêntures emitidas, riscos de prejuízos com importações devido
as altas da moeda norte-americana) ao longo dos anos.
No cenário
externo efetua comparações do PIB de diferentes países (por
exemplo, o do Brasil vem decaindo nos últimos meses e isso vem
apenas sendo reflexo da nossa economia estagnada, bem como à França,
devido a atentados terroristas, mal cenário se comparado aos Estados
Unidos, atualmente bom lugar para investir em novos negócios.
O Processo orçamentário
A
Controladoria deve cuidar para que a entidade mantenha favorável seu
volume de receitas, utilizando métodos estatísticos para apresentar
melhores quais são os clientes e o que eles procuram. Assim,
potencializa as vendas e tem melhor resultado.
No
processo orçamentário trabalha em cima de três vertentes: das
receitas, por método estatístico; de preço de vendas
(teoria econômica), aplicando os mesmos preços do mercado, o que
não é bom e; o método de custos, que procura definir os
menores gastos tributários possíveis. Ainda nestes aspectos analisa
valores de gastos, que podem ter quatro características:
Gastos
devem ser padronizados por meio de algum critério: definindo
quanto vai consumir e a controladoria consulta um técnico
especializado para estabelecer os valores dos respectivos custos;
Gastos
improváveis: por exemplo os furacões. Assim é bom estar a
empresa sempre abrindo o horizonte para o sócio, acionista quanto
aos eventuais problemas inerentes no negócio;
Gastos
técnicos: chama o técnico ou alguém que saiba tudo sobre o
assunto para que avalie os riscos. Um exemplo de risco calculado é o
Risco Beta, uma média ponderada do custo de capital e o retorno
exigido pelos investidores.
Gastos
não essenciais: que podem ser cortados e a empresa pode assim
sobreviver durante um período de grande turbulência econômica ou
operacional. Cabe como exemplo o custo com treinamento de
funcionários novos.
Uso da Demonstração de Fluxo de Caixa
Além dos
Balanços modificados a Controladoria pode adequar a Demonstração
de Fluxo de Caixa (DFC), demonstração que apresenta as variações
que afetam o caixa e o saldo daquele. Por exemplo, o lucro do
exercício poderia ser maior se não houvesse a depreciação e assim
podemos definir que o que resultou positivamente no Balanço e na DRE
não reflete exatamente o saldo em caixa, muito pelo contrário.
A
depreciação que diminui o resultado não afeta o caixa nem direta
nem indiretamente. Outro exemplo é os gastos para grandes projetos,
que após cobrados os ganhos já previstos tem seu saldo levado ao
resultado do exercício, independentemente se houve ou não alteração
em caixa.
Métodos de custeios usados pela Controladoria
Inicialmente
vemos os métodos gerenciais e os de cascatas.
Os métodos
gerenciais mostram os custos fixos, isto é, aqueles que existem
independentemente da s quantidades produzidas. São exemplos o
aluguel, a eletricidade, os salários dos empregados da fábrica.
Métodos
de cascatas: Trata dos custos e despesas variáveis, identificáveis.
Por exemplo, o produto mais vendido é mais barato e o que causa mais
custos. Se a organização parar de produzi-lo os custos fixos não
deixarão de existir, aliás, aumentarão para os demais, por
critérios de ratio.
O método
de cascata separa os gastos como uma cascata, agregando os custos
apenas aos que são de sua origem, e não aos custos totais divididos
pelo número de produtos feitos.
Outra
forma de análise de custos comumente usada pela Controladoria é o
cálculo do Ponto de Equilíbrio mínimo para se vender de um produto
ou mercadoria para que se mantenha uma margem aceitável de lucro e
rentabilidade. Podemos citar ainda a análise do custo de capital,
que procura-se responder perguntas como a de aplicar dinheiro na
empresa, no mercado interno ou externo etc. Representa os créditos
advindos das aplicações. Mostra taxas que podem ou não fornecer
riscos para investimentos, indicar quais seriam os melhores fundos de
investimentos (optando sempre por aplicar no mercado ou na empresa).
Bibliografia
KOLIVER,
2005: KOLIVER, Olívio, A Contabilidade e a Controladoria, tema de
alta relevância para a profissão contábil, 2006
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