terça-feira, 7 de junho de 2016

Análise de Balanços de seguradoras - Parte 15: Atividade Operacional


Retenção de terceiros
O índice de retenção de terceiros representa as quotas dos riscos não assumidos pela seguradora em cada contrato, repassados às demais companhias seguradoras e resseguradoras. Neste caso, Pco corresponde a Prêmios de Cosseguros e PRC representa Prêmios de Resseguros Cedidos (constantes no passivo circulante, na conta de débitos com operações de seguros e prêmios de seguros na receita bruta, respectivamente),

 PE se refere a Prêmios Emitidos e Pres equivale a prêmios Restituídos (sendo utilizado para o cálculo a receita bruta da DRE).
A fórmula é dada por:
O que o índice faz é determinar a relação receitas e passivos decorrentes com contratos contra apenas receitas. Os resultados obtidos são expressos no quadro a seguir:
OPERACIONAL
FÓRMULA
2010
2011
2012
2013
2014
Retenção de terceiros
RT = (Pco+PRC)/(PE-Pres)
0,06
0,06
0,05
0,03
0,03
Pela maneira como o índice é calculado números próximos a um demonstrariam equivalência entre as obrigações contra as receitas obtidas, assim, tem-se que:
  • maior que um: passivos com contratos muito elevados e pouco retorno em receitas;
  • igual a um: passivo mais uma receita específica juntos equivalem ao montante de receitas, ou seja, ainda há mais passivos que receitas e;
  • menor que um: passivos não são tão grandes, mas o retorno é satisfatório.
Resumidamente, quanto menor o resultado melhor.
Retenção própria
A retenção própria Indica o nível de retenção própria da seguradora sobre o montante de prêmios de sua emissão, líquidos de restituições. É obtido pela equação a seguir:
Onde:
  • PR = O saldo do montante de prêmios retidos, que corresponde à receita bruta na DRE e;
  • EP - Pres = O saldo da conta de prêmios emitidos líquidos, que configura-se em uma das contas formadoras da receita bruta, sem descontos.
O que esse índice faz é estabelecer uma relação de proporção entre a receita de prêmios emitidos líquidos contra o seu total. Ou seja, todos os resultados tendem a ser maiores que um e quanto mais próximos da igualdade, siginifica que maior será a participação das receitas líquidas de prêmios emitidos dentro do faturamento bruto. Assim, quanto menor melhor.
Calculando os índices para os anos apresentados tem-se o seguinte:
OPERACIONAL
FÓRMULA
2010
2011
2012
2013
2014
Retenção própria
RP = PR/(EP-Pres)
1,00
1,09
1,06
1,00
1,00
Nota-se que a conta de receita com prêmios mantêm-se equivalente na maioria dos anos.


Sinistralidade
O índice de sinistralidade mede, comparativamente, o nível de despesa líquida de sinistros com a receita líquida de prêmio, sendo SR o Sinistro Retido. É obtido calculando a equação:
Onde:
  • SR = O saldo da conta de sinistros retidos mais sinistros ocorridos constante no custo dos serviços (constante nos custos dos serviços e produtos vendidos na DRE) e;
  • PG = O saldo de prêmios ganhos, que na DRE corresponde a receita líquida.
Pelo modo como é calculada a equação, deduz-se que quanto menor o resultado melhor para a empresa, uma vez que para esse quadro seria necessário que a parte de cima, dos custos, seja bem inferior ao montante da receita líquida.
O quadro a seguir apresenta os resultados e como uma prévia se constata que a situação de sinistralidade é boa, principalmente no ano de 2013, atingindo ainda uma média de R$ 0,66 de custo para cada R$ 1,00 de receita líquida:
OPERACIONAL
FÓRMULA
2010
2011
2012
2013
2014
Sinistralidade
S = SR/PG
0,69
0,71
0,68
0,61
0,63
Pelo exposto fica claro que a empresa está uma uma boa situação, mantendo seus custos com sinistros retidos, obtendo uma sobra média de resultado líquido de 34% nos cinco anos analisados, com margem de desvio padrão de 4%.


Custo de comercialização
A equação do custo de comercialização mede a proporcionalidade entre as DCo dos produtos e as receitas líquidas de prêmios. Sua obtenção é calculada da seguinte maneira:
Onde:
  • Dco = O saldo usado aqui representa o total do subgrupo “outros” do ativo circulante;
  • PG = O saldo de prêmios ganhos, que na DRE corresponde a receita líquida, o mesmo que nos outros índices.
Analisando-se a equação pode-se inferir que, sendo a conta de baixo um representante de receitas, qualquer resultado que dependa de um numerador que não seja receita deve ser menor que um. No caso da equação em questão, a parte de cima é um ativo (que é formato por despesas com venda, antecipadas e aquisição de diferidos) e este é igual ou maior que a de baixo equivale dizer que os investimentos não geraram frutos.
Calculando as relações do índice tem-se os seguintes resultados:
OPERACIONAL
FÓRMULA
2010
2011
2012
2013
2014
Custo de comercialização
CC = Dco/PG
0,13
0,11
0,12
0,11
0,11
Nota-se que a empresa aplicava em ativos para despesas com comercialização (bens destinados à venda, por exemplo) uma média de R$ 0,12 de cada R$ 1,00 que entrada em recursos oriundos das receitas líquidas. Logo, mesmo após as aplicações, ainda dispunha de R$ 0,88 para outras aplicações, livres. De fato, os resultados melhoram se comparado o ano de 2012 para os dois anos seguintes.


Custo administrativo
O índice do custo administrativo expressa o resultado da relação das Despesas Administrativas (Dadm) com a receita líquida de prêmios. Sua fórmula é a seguinte:
O item da parte de cima da equação corresponde ao subgrupo chamado “despesas Administrativas” constante na DRE da Empresa. A parte de baixo é a já conhecida receita líquida de prêmios ganhos. Cabe ressaltar que sendo a parte de cima da equação uma despesa, quanto menor o resultado, menor, uma vez que indica que a despesa representa uma parcela menor das receitas.
Calculando-se os resultados tem-se os seguintes valores decimais, que de início condizem com os demais resultados, isto é, permanência de bom desempenho:
OPERACIONAL
FÓRMULA
2010
2011
2012
2013
2014
Custo administrativo
CA = Dadm/PG
0,10
0,09
0,11
0,11
0,11
Pelos resultados encontrados verifica-se que o custo administrativo representa pouco mais de um décimo das receitas, isto é, para cada R$ 1,00 de receitas líquidas que a empresa obtém com suas atividades de seguros, em média R$ 0,10 são perdidos em virtude dos gastos administrativos. Os resultados mais uma vez mostraram estabilidade (três anos com o mesmo resultado), mas houve queda, ocasionada pelo aumento de despesas administrativas (principalmente se comparar o ano de 2010 contra o de 2014), maior proporcionalmente ao mesmo período do aumento da receita líquida.
As despesas administrativas são muito utilizadas em vários índices específicos das seguradoras. Ganharam destaque nas Notas Explicativas da Azul Companhia de Seguros Gerais em todos os cinco anos pesquisados, embora sua flutuação não tenha afetado significativamente os índices, até mesmo porque a própria despesa não apresentou grandes oscilações.
  • 2010 - Despesas administrativas e com tributos conforme Nota Explicativa:
As despesas administrativas totalizaram em 2010 R$ 67,1 milhões, com um aumento de R$ 9,3 milhões ou 16,1% sobre o montante de R$ 57,8 milhões em 2009. Essa variação deve-se principalmente aos gastos com localização e funcionamento e ao aumento de R$ 3,8 milhões ou 14,3% com pessoal próprio em função do aumento de 5,0% por acordo coletivo e crescimento no quadro de funcionários, devido à expansão dos negócios. As despesas com tributos totalizaram em 2010 R$ 17,1 milhões, com um aumento de R$ 1,3 milhão ou 8,2% sobre o montante de R$ 15,8 milhões em 2009. Em 2010, o índice de despesas administrativas e com tributos da Companhia sobre os prêmios ganhos foi de 9,8%, sendo que em 2009 foi de 11,0%, com uma redução de 1,2 ponto percentual.
No ano de 2010, segundo a empresa houve aumento das despesas administrativas com relação ao ano anterior em 16,1% e isso deveu-se a novos gastos com localização e funcionários, bem como de tributos. Os resultados do custo administrativo calculados pela empresa totalizaram em 2010 o resultado de 0,098, que arredondando chega ao 0,10 calculado neste trabalho.


  • 2011 - Despesas administrativas e com tributos conforme Nota Explicativa:
As despesas administrativas totalizaram em 2011 R$ 82,0 milhões, com um aumento de R$ 14,9 milhões ou 22,2% sobre o montante de R$ 67,1 milhões em 2010. Apesar deste aumento, a relação despesas administrativas sobre prêmios ganhos representou 7,8%, a mesma relação percentual verificada em 2010. As despesas com tributos totalizaram em 2011 R$ 25,4 milhões, com um aumento de R$ 8,3 milhões ou 48,5% sobre o montante de R$ 17,1 milhões em 2010.
No ano de 2011, conforme a Empresa, houve aumento de despesas administrativas mas não o suficiente para desarrumar o índice do custo administrativo, de 0,078 pela Empresa e 0,09 neste trabalho.
  • 2012 - Despesas administrativas e com tributos conforme Nota Explicativa:
As despesas administrativas totalizaram em 2012 R$ 118,4 milhões, com aumento de R$ 36,4 milhões ou 44,3% sobre o montante de R$ 82,0 milhões em 2011. Essa variação deve-se principalmente aos gastos com localização e funcionamento e ao aumento de R$ 2,7 milhões ou 9,2% com pessoal próprio em função do aumento de 7% por acordo coletivo, devido à expansão dos negócios. As despesas com tributos totalizaram em 2012 R$ 26 milhões, com aumento de R$ 0,6 milhão ou 2,3% sobre o montante de R$ 25,4 milhões em 2011.
Em 2012 a Empresa informou em suas Notas Explicativas que houve aumento de despesas administrativas em 44,3%, novamente pelos mesmos motivos ocorridos em 2010. o índice calculado pela empresa foi de 0,078, contra 0,11 neste trabalho.
  • 2013 - Despesas administrativas e com tributos conforme Nota Explicativa:
As despesas administrativas totalizaram em 2013 R$ 142,8 milhões, com aumento de R$ 27,4 milhões ou 24,4% sobre o montante de R$ 118,4 milhões em 2012. Essa variação deve-se principalmente pelo aumento de R$ 13,6 milhões ou 22,3% das despesas de gastos com recursos de uso comum pelas empresas do conglomerado, e parcialmente pelo aumento de R$ 3,3 milhões ou 10,4% com pessoal próprio em função do aumento por acordo coletivo e crescimento de 7,2% no quadro de funcionários, devido à expansão dos negócios. As despesas com tributos totalizaram em 2013 R$ 34,9 milhões, com aumento de R$ 8,9 milhões ou 34,2% sobre o montante de R$ 26,0 milhões em 2012.
O ano de 2013 apresentou, segundo as informações divulgadas pela Empresa, ouve aumento de 24,4% de despesas financeiras com relação ao ano anterior, sendo a razão principal foi o aumento de gastos com uso comum.
  • 2014 - Despesas administrativas e com tributos conforme Nota Explicativa:
As despesas administrativas totalizaram em 2014 R$ 175,3 milhões, com aumento de R$ 32,5 milhões ou 22,7% sobre o montante de R$ 142,8 milhões em 2013. Essa variação deve-se principalmente pelo aumento de R$ 30,3 milhões ou 40,7% das despesas de gastos com recursos de uso comum pelas empresas do conglomerado, e parcialmente pelo aumento de R$ 6,0 milhões ou 17% com pessoal próprio em função do aumento por acordo coletivo e crescimento de 7,9% no quadro de funcionários, devido à expansão dos negócios. As despesas com tributos totalizaram em 2014 R$ 44,3 milhões, com aumento de R$ 9,4 milhões ou 26,9% sobre o montante de R$ 34,9 milhões em 2013.
No ano de 2014 houve aumento, conforme a Empresa, pela mesma razão que no ano anterior, impulsionado por gastos com funcionários, como o acordo coletivo.
Índice Overhead
E derivando-se do índice de custo administrativo tem-se o Overhead, que corresponde a uma extensão daquele custo administrativo, uma vez que este não apenas que avalia as despesas administrativas e as Despesas com Tributos (DT), que no plano de contas e na DRE ficam no mesmo grupo, como também, soma ao cálculo as Outras Receitas (OR) ou Despesas Operacionais (DO).
Resumidamente é formato pelas contas das despesas administrativas mais todas as outras receitas, que aqui foram consideradas como sendo as financeiras e as patrimoniais. Sua fórmula é sintetizada como:
Onde:
  • DA = O saldo usado aqui representa o total das despesas administrativas (só elas, diferentemente da equação anterior, em que foi usado o saldo do grupo), na DRE;
  • DT = O saldo apenas de despesas tributárias, contante dentro do subgrupo e despesas administrativas;
  • RF = O saldo líquido de receitas financeiras, da DRE e;
  • RP = representa o saldo de receitas patrimoniais, logo após as receitas financeiras.
Seguindo a lógicas dos outros índices deste grupo dever-se-ia pensar que quanto menor, melhor, porque a parte de cima é composta por despesas e a de baixo por receitas. No entanto, há receitas na parte de cima, o que gera um problema.
Os resultados são estes:
OPERACIONAL
FÓRMULA
2010
2011
2012
2013
2014
Índice Overhead
IO = (DA+DT+OR)/PG
0,21
0,20
0,22
0,19
0,20
Nota-se que o resultado aumentou de 2013 para 2014, mas para se ter uma ideia melhor é bom atentar aos resultados de análise vertical, a seguir:
DRE
A.V 2010
A.V 2011
A.V 2012
A.V 2013
A.V 2014
Prêmios ganhos
100,00%
100,00%
100,00%
100,00%
100,00%
Despesas administrativas
7,81%
7,12%
9,34%
8,72%
8,67%
Despesas com tributos
2,00%
2,21%
2,06%
2,14%
2,19%
Receitas financeiras
11,09%
10,63%
9,90%
7,84%
9,38%
Resultado equivalência patrimonial
0,26%
0,24%
0,21%
0,17%
0,17%
A análise de variação vertical mostra que a maior parte dos itens da parte superior da equação é formada por receitas financeiras, nos primeiros dois anos e por despesas em 2013 e 2014. com essa análise entende-se que embora não tenha ocorrido uma grande variação, os décimos de diferença são resultado de diminuição de receitas, o que no entender pelas relações existentes, resulta em menor rendimento.


Índice combinado
O índice combinado, como o próprio nome sugere, reflete o resultado das operações básicas de seguro, estabelecendo a relação entre receitas e despesas da seguradora de natureza exclusivamente operacional. Se o resultado desse indicador for superior a 100%, tem-se uma descapitalização da empresa para manutenção da atividade; se for menor que 100%, tem-se a situação de capitalização de recursos originários das operações. É obtido da seguinte forma:
Onde:
  • SR = O saldo usado é formado pela soma dos sinistros ocorridos e incorridos, ambos contas que compõem o grupo de custos e serviços vendidos, redutora dos Prêmios ganhos para formar o lucro bruto, na DRE;
  • DCo = O Dco anterior representava a somatória de despesas com vendas antecipadas no grupo “outros” do ativo circulante, mas o deste caso representa as despesas com comercialização, presentes no custo das vendas e serviços, redutora da receita líquida de prêmios ganhos na DRE, basicamente, todo o respectivo grupo;
  • DA = O saldo de despesas administrativas constante no grupo de despesas administrativas, da DRE, sem contar os gastos com despesas com tributos e;
  • PG = O saldo de prêmios ganhos, correspondente a receita líquida.
Pelo que se nota na estrutura da equação dá para entender que a relação a ser calculada é de contas de custos e despesas redutoras do faturamento bruto contra a receita líquida. Ou seja, mede a participação dos custos que ocasionaram perdas no faturamento para chegar ao lucro bruto e de despesas para chegar até o lucro operacional. Quanto maior o resultado, menor eficiente, pois demonstra maior participação das despesas e do resultado financeiro.
O quadro a seguir demonstra que em momento algum, nos anos analisados os custos e despesas foi superior à receita líquida de prêmios ganhos (caso contrário, haveria prejuízo).
OPERACIONAL
FÓRMULA
2010
2011
2012
2013
2014
Índice combinado
IC = (SR+DCo+DA)/PG
0,97
0,97
0,95
0,88
0,89
Conforme os resultados infere-se que ocorre uma incidência de custos e despesas médios de R$ 79,00 para cada R$ 1,00 de receita com prêmios de seguros. Houve aumento de desempenho (o que significa redução no índice) de 2010 para 2014, mas ouve queda de 2013 para 2014.
Conforme as Notas Explicativas da Azul Companhia de seguros Gerais sobre o índice combinado:
  • 2010 - Índice combinado conforme Nota Explicativa:
O índice combinado (total de gastos com sinistros retidos, despesas de comercialização, despesas administrativas e despesas com tributos, sobre prêmios ganhos), em 2010 foi de 98,8%, redução de 3,8 pontos percentuais em relação aos 102,6% do exercício anterior. O índice combinado ampliado, que inclui o resultado financeiro, em 2010 foi de 87,7%, redução de 2,1 pontos percentuais em relação aos 89,8% do exercício anterior. Esta redução decorre de: (i) redução de 1,5 ponto percentual no índice de sinistralidade para 69,3% em 2010, em relação aos 70,8% do exercício anterior; (ii) da redução de 1,2 ponto percentual no índice de despesas administrativas e com tributos, para 9,8% em 2010, em relação aos 11,0% do exercício anterior e (iii) da redução de 1,0 ponto percentual no índice de comissionamento, para 19,8% em 2010, em relação aos 20,8% do exercício anterior.
Os cálculos utilizados neste trabalho resultaram em um índice combinado de 0,97 no ano de 2010 e segue uma metodologia diferente da empregada pela Empresa, que obteve um resultado de 0,98. como está escrito, houve diminuição deste resultado com relação ao ano de 2009, que não foi calculado aqui e isso deveu-se, em parte, às reduções de despesas.
  • 2011 - Índice combinado conforme Nota Explicativa:
O índice combinado (total de gastos com sinistros ocorridos, custo de aquisição, despesas administrativas e despesas com tributos, sobre prêmios ganhos), em 2011 foi de 108,1%, aumento de 8,8 pontos percentuais em relação aos 99,3% do ano anterior. Este aumento decorre, principalmente, do aumento de 8,3 pontos percentuais no índice de sinistralidade para 77,8% em 2011, em relação aos 69,5% do ano anterior, do aumento de 0,4 pontos percentual nas despesas com tributos, elevando o índice de despesas administrativas e com tributos para 10,2% em 2011, em relação aos 9,8% do ano anterior, e do aumento de 0,2 pontos percentual no índice de custo de aquisição, para 20,2% em 2011, em relação aos 20,0% do ano anterior. O índice combinado ampliado, que inclui o resultado financeiro, em 2011 foi de 96,5%, aumento de 8,2 pontos percentuais em relação aos 88,3% do ano anterior.
No ano de 2011 os cálculos efetuados neste trabalho resultaram em 0,97, contra os 1,08. neste cálculo houve redução do resultado, ao invés do oferecido pela Empresa, que o justifica em suas Notas Explicativas com o índice de sinistralidade, de 69,3% em 2010, redução das despesas administrativas e índice de comissionamento.
  • 2012 - Índice combinado conforme Nota Explicativa:
O índice combinado (total de gastos com sinistros retidos, despesas de comercialização, despesas administrativas e despesas com tributos, sobre prêmios ganhos), em 2012 foi de R$ 104,2%, redução de 3,8 pontos percentuais em relação aos 10,1% do ano anterior. Esta variação decorre do aumento de 1,9 pontos percentuais no índice de despesas administrativas e com tributos, para 12,1% em 2012, em relação aos 12% do ano anterior e da redução de 5,2 pontos percentuais no índice de sinistralidade para 72,5% em 2012, em relação aos 77% do ano anterior. O índice combinado ampliado, que inclui o resultado financeiro, em 2012 foi de 93,6%, redução de 2,6 pontos percentuais em relação aos 96,5% do ano anterior.
O resultado apresentado pela empresa em 2012 foi de 1,04, menor do que em 2011; ao passo que neste trabalho o indicador encontrado foi de 0,95, também menor que o de 2011.
  • 2013 - Índice combinado conforme Nota Explicativa:
O índice combinado (total de gastos com sinistros retidos, despesas de comercialização, despesas administrativas e despesas com tributos, sobre prêmios ganhos), em 2013 foi de 90,6%, redução de 13,5 pontos percentuais em relação aos R$ 104,1% do ano anterior. Esta redução decorre, principalmente, da redução de 10,9 pontos percentuais no índice de sinistralidade para 61,6% em 2013, em relação aos 72,5% do ano anterior, da redução de 1,5 pontos percentual no índice de despesas de comissionamento, para 18% em 2013, em relação aos 19,5% do ano anterior, e pela redução de 1,3 pontos percentuais no índice de despesas administrativas e com tributos, para 11% em 2013, em relação aos 12,1% do ano anterior. O índice combinado ampliado, que inclui o resultado financeiro, em 2013 foi de 82,6%, redução de 11,0 pontos percentuais em relação aos 93,6% do ano anterior.
Em 2013, o resultado apresentado pela Empresa foi de 0,90, contra 0,88 do que foi calculado neste estudo, sendo a segunda menor diferença e correspondendo também a variação quanto ao ano anterior: redução. Mais uma vez a causa deveu-se em partes as diminuições das despesas administrativas e influências de outros índices.
  • 2014 - Índice combinado conforme Nota Explicativa:
O índice combinado (total de gastos com sinistros retidos, despesas de comercialização, despesas administrativas e despesas com tributos, sobre prêmios ganhos), em 2014 foi de 91,7%, aumento de 1,2 pontos percentuais em relação aos 90,4% do ano anterior. Este aumento decorre, principalmente, do aumento de 1,1 pontos percentuais no índice de sinistralidade para 62,7% em 2014, em relação aos 61,6% do ano anterior, do aumento de 0,1 ponto percentual no índice de despesas de comissionamento, para 18,1% em 2014, em relação aos 18,0% do ano anterior, e pela redução de 0,2 ponto percentual no índice de despesas administrativas e com tributos, para 10,9% em 2014, em relação aos 11,0% do ano anterior. O índice combinado ampliado, que inclui o resultado financeiro, em 2014 foi de 82,3%, redução de 0,4 pontos percentuais em relação aos 82,8% do ano anterior.
Por fim, no ano de 2014, os cálculos feitos aqui resultaram em um resultado de 0,89, contra 91,7 elaborado pela Empresa. Houve aumento no índice, o que é algo negativo e segundo as notas explicativas a razão deveu-se ao aumento da sinistralidade, despesas com comissionamento, aliviado pela redução das despesas administrativas gerais.


Índice combinado ampliado
A ampliação do índice combinado mediante a agregação do RF aos PG da seguradora resulta no índice combinado ampliado, expresso pela equação a seguir:
Onde:
  • RF = O saldo usado é formado pela soma das receitas financeiras menos as despesas financeiras, constantes na DRE, sendo desprezados no cálculo os valores do resultado de equivalência patrimonial.
Paralelamente ao índice anterior, quanto menor o resultado, melhor, mas desta vez, deve ser melhor ainda pois soma-se a parte de baixo, que envolve em seu montante as receitas financeiras (não há despesas financeiras na DRE da Empresa).
Com resultado médio de R$ 0,24 de custos para cada R$ 1,00 de receitas nos cinco anos analisados resume-se em uma boa situação operacional, conforme o quadro a seguir:
OPERACIONAL
FÓRMULA
2010
2011
2012
2013
2014
Índice combinado ampliado
ICA = (SR+DCo+DA)/(PG+RF)
0,87
0,06
0,08
0,08
0,08
E diferentemente do índice anterior, mais limitado, nota-se que houve melhora tanto se comparado a média geral para 2014 quanto de 2013 para 2014.


Prêmio margem
O índice de prêmio margem expressa se a seguradora terá problemas futuros de solvência, considerando que o PL, embora ajustado, é também a base para o cálculo da margem de solvência da seguradora.
Onde:
  • PR = Prêmios retidos, que representa a receita bruta na DRE e;
  • PL – Patrimônio Líquida no Balanço Patrimonial, o patrimônio próprio.
O índice verifica como está a margem da receita sobre o capital próprio. Os resultados estão expostos no quadro a seguir, sendo que observa-se um resultado médio de 3,78.
OPERACIONAL
FÓRMULA
2010
2011
2012
2013
2014
Prêmio margem
PM = PR/PL
3,57
3,65
3,88
3,82
3,96
Houve aumento no resultado de 2013 para 2014, sendo ainda que o último ano apresenta índice maior que a média dos cinco anos. Analisando-se a forma como os resultados são alcançados dá para determinar que aumentos representam uma situação de crescimento de problemas, uma vez que no Patrimônio Líquido estão as contas dos resultados líquidos (lucro do exercício e lucros acumulados), oriundos indiretamente da receita bruta, após todas as reduções.
Os resultados demonstram que de cada R$ 3,78 médios de receita com as atividades da Empresa, esta aproveitou menos de R$ 1,00 de lucros (afinal, o PL todo representa R$ 1,00 nesta relação de proporcionalidade).


Adequação das provisões dos sinistros a liquidar
O índice de adequação das provisões dos sinistros a liquidar tem por objetivo avaliar o possível impacto no PL, provocado por deficiência ou redundância da Provisão de Sinistro a Liquidar (PSL). É calculado pela divisão do PSL pelo patrimônio Líquido:
Onde:
  • PSL = Provisão de sinistros a liquidar, que para esse cálculo foi considerado como sendo a conta de mesmo nome, localizada no grupo de “Provisões técnicas com seguros”, no Passivo Circulante.
Os resultados alcançados são apresentados no quadro, cabendo atentar que apenas no primeiro ano ocorre o índice, sendo que os demais estão zerados unicamente porque no passivo circulante apenas o primeiro ano está preenchido. Por esta razão optou-se por calcular também os resultados mais gerais, ou seja, em vez de apenas uma conta do grupo do passivo, todo o grupo de provisões técnicas com seguros passou a entrar no cálculo, expresso no próximo índice.
OPERACIONAL
FÓRMULA
2010
2011
2012
2013
2014
Adequação provisões dos sinistros a liquidar
APSL = PSL/PL
0,53
0,00
0,00
0,00
0,00
Os resultados demonstram que em 2010 as provisões (obrigações para com terceiros) relacionadas aos contratos de seguros representavam pouco mais da metade do patrimônio próprio.


Coeficiente de geração de resultados futuros
Estendendo um pouco mais o índice anterior, o coeficiente de geração de resultados futuros mostra o grau de contribuição dos recursos de terceiros ainda não apropriados em receitas, em relação ao PL. Sua fórmula é dada por:
Onde:
  • PPNG = Provisões técnicas com seguros, formada pela soma de sinistros a liquidar do índice anterior mais as outras provisões.; localizadas no Passivo Circulante.
Uma vez que representa a participação de patrimônio de terceiros relativos a provisões com seguros contra o patrimônio líquido, quanto menor o índice, menor o grau de geração de resultados futuros. Já o contrário representa menos contribuição, mas também, que há mais receitas de fato presentes. Os dados calculados estão no quadro a seguir:
OPERACIONAL
FÓRMULA
2010
2011
2012
2013
2014
Coeficiente geração de resultados futuros
CGRF = PPNG/PL
2,42
2,28
2,51
2,40
2,50
Sob a ótica de provisões para o futuro verifica-se houve melhora, uma vez que ocorreu aumento em 4,38% de 2013 para 2014, passando a usufruir de R$ 2,50 de recursos em provisões futuras de receitas para cada R$ 1,00 de capital próprio.


Coeficiente de formação de provisões técnicas
O coeficiente de formação de provisões técnicas mede a parcela da produção da seguradora destinada à formação da Provisão Técnica de Prêmios (PTP). É calculado por meio da equação:
Onde:
  • PTP = Provisões técnicas com prêmios, formada pela soma das duas provisões técnicas localizadas no Passivo Circulante (provisões técnicas de seguros e previdenciária) e;
  • PR = Prêmios retidos, identificado para esta equação como sendo o saldo de receita bruta de prêmios na DRE.
O que o coeficiente identifica é o resultado de quanto das provisões passivas estão na receita, sendo que quanto maior indica maior dependência. No caso da Empresa, há uma média de R$ 0,64 oriundo de provisão de passivo para cada R$ 1,00 obtido em receita.
O quadro a seguir apresenta a estabilidade do CFTP, principalmente para 2013 e 2014:
OPERACIONAL
FÓRMULA
2010
2011
2012
2013
2014
Coeficiente formação de provisões técnicas
CFPT = PTP/PR
0,68
0,63
0,65
0,63
0,63
Houve uma queda do coeficiente se comparar a média dos cinco anos (de 0,64) contra o alcançado em 2014, em menos de 1%.


Índice de capacidade de emissão
O último indicador calculado para a Empresa é o índice de capacidade de emissão, que mede o volume de prêmios referentes a novas apólices que uma seguradora pode emitir, relacionando o total dos Prêmios Emitidos Líquidos (PEL) de uma seguradora ao seu PL. Um crescimento rápido aumenta o índice; porém, uma seguradora que aumenta rapidamente o crescimento aumenta o volume PE e reduz o PL por causa da imediata dedução das despesas com a aquisição das apólices.
É obtido pela equação a seguir:
Onde:
  • PEL = Representa o saldo da conta de “Prêmios emitidos líquidos”, que é incluído para formar o saldo acumulado de receitas brutas, na DRE.
O que o índice faz é demonstrar uma relação das novas apólices de seguros (uma receita) contra o patrimônio próprio da empresa, que é onde está o resultado acumulado do exercício e o atual. Assim, quanto maior o índice maior será a diferença entre aquela receita e o que se aproveitou dela mais o que se usou para obtê-la. Os resultados são apresentados a seguir:
OPERACIONAL
FÓRMULA
2010
2011
2012
2013
2014
Índice de capacidade de emissão
ICE = PEL/PL
3,57
3,34
3,66
3,82
3,95
Os resultados apresentam uma relação média de R$ 1,00 de patrimônio próprio em cada R$ 3,67 de receita total com apólices.



Cabe uma obervação final: muitos índices apresentaram variações mínimas se comparados os feitos para este trabalho contra os emitidos pela Empresa. Tal variação tem origem na metodologia, como já foi justificado, mas também, ao fato de que as notas explicativas são de seus respectivos anos (por exemplo, a de 2012 e que tem comparação com 2011 é do ano de 2012), mas os balanços utilizados como base dos cálculos foram extraídos de forma bianual. Ou seja, foram extraídos das demonstrações financeiras padronizadas disponíveis no sítio da Empresa contendo dois anos e no decorrer de uma ano para outro ocorreram mudanças (ajustes) nos Balanços. Assim, seguindo o exemplo, os anos de 2014 e 2013 oram extraídos do mesmo Relatório, constando neste a Nota Explicativa de 2014. todavia, pode haver atualizações no ano de 2013 deste relatório se comparado àquele do ano anterior, que constava os anos de 2013 e 2012 e que serviu de base para a retirada da nota explicativa de 2013.





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