terça-feira, 7 de junho de 2016

Análise de Balanços de seguradoras - Parte 14: Rentabilidade


    Rentabilidade Para Análise

Rentabilidade não é o mesmo que lucratividade tanto para as empresas comerciais quanto as de seguros, como a deste estudo. Se no primeiro foco de análise o objeto é o lucro, no segundo, o que está em caixa. Assim, uma empresa com muito lucro não tem, necessariamente, muita rentabilidade, afinal, para ter rentabilidade tem que gerar receitas, e para isso, incorrer em despesas e gastos, que aos poucos diminuem a liquidez. Em outras palavras, é preciso gastar dinheiro para poder receber o retorno futuramente.


Margem bruta para seguradoras
O índice de margem bruta difere-se do calculado para empresas gerais pelas contas que o compõem. Representa a relação entre a Receita Bruta (RB) e os Prêmios Ganhos (PG).
Sua fórmula é dada por:
Onde:
  • RB = representa a Receita Bruta da Empresa aqui estudada, que na DRE aparece com a nomenclatura Prêmios Retidos.
  • PG = representa a Receita Líquida da Empresa, localizada antes dos custos e do lucro bruto. Na DRE está com a nomenclatura Prêmios Ganhos.
O que este índice demonstra nada mais é do que uma margem de rentabilidade da receita total dos contratos de seguros contra seus descontos, ou seja, a relação do que a empresa faturou líquido em cada ano estudado. Vale lembrar que para os índices de rentabilidade, tanto para as empresas comerciais e serviços “normais” quanto para as seguradoras, resultados maiores que 1,00 são bons sinais de desempenho.
O quadro a seguir apresenta os resultados calculados da MBS para os cinco anos vistos:
RENTABILIDADE
FÓRMULA
2010
2011
2012
2013
2014
Margem bruta seguradoras
MBS = RB/PG
1,15
1,01
1,14
1,12
1,11
Conforme os resultados obtidos vem de duas quedas consecutivas, de 2012 para 2013 e 2013 para 2014. Pelo menos em todos os anos a Empresa obteve resultados favoráveis.
Analisando mais detalhadamente tem-se:



Rentabilidade
Média
Média p/ 2014
Média p/ 2014
2013 p/ 2014
2013 p/ 2014
Desvio Padrão
Margem bruta seguradoras
1,11
melhorou
0,17%
piorou
-0,72%
0,05

O resultado de 2014 demonstrou ser melhor do que a média dos anos analisados, mas ainda foi inferior ao resultado de 2013, em 0,72%, ou seja, menos de 1% de diferença.



Margem operacional do seguro
O indicador da Margem Operacional para as seguradoras mensura a relação entre o Resultado das Operações de Seguros (ROS) e a receita líquida de Prêmios Ganhos (PG) produzidas no período. Sue resultado é obtido pela seguinte equação:
Onde:
  • ROS = O Resultado com Operações de Seguros para o cálculo efetuado neste estudo representa o Lucro Bruto na Demonstração do Resultado do Exercício da Empresa, formado pelo valor de Prêmios Ganhos (a receita líquida) menos os custos com vendas de contratos de seguros e resseguros (o que seria um equivalente ao custo da mercadoria vendida, produto vendido ou serviço prestado em outras empresas de diferentes setores).
  • PG = representa a Receita Líquida da Empresa, localizada antes dos custos e do lucro bruto. Na DRE está com a nomenclatura Prêmios Ganhos e que desta vez será maior que a parte de cima da fórmula.
Assim como os outros índices de margem de lucratividade e rentabilidade, resultados maiores que 1,00 e crescentes simbolizam situação favorável. Neste caso, como é possível conferir pelo quadro a seguir, os resultados em todos os anos foram inferiores a 1,00.

RENTABILIDADE
FÓRMULA
2010
2011
2012
2013
2014
Margem operacional do seguro
MOS = ROS/PG
0,11
0,10
0,14
0,21
0,19

Pode-se afirmar que para cada R$ 1,00 de receita bruta em 2014, por exemplo, R$ 0,81 efetivamente foi receita (faturamento) e R$ 0,19 foi perdido com custos. Na média, a empresa obteve esses resultados:

Rentabilidade
Média
Média p/ 2014
Média p/ 2014
2013 p/ 2014
2013 p/ 2014
Desvio Padrão
Margem operacional do seguro
0,15
melhorou
28,89%
piorou
-5,89%
0,05

Houve, segundo os cálculos realizados, redução da margem operacional em menos de 6%, de 2013 para 2014, mas ainda foi maior que a média acumulada para os cinco anos vistos.



Margem líquida dos prêmios
A margem Líquida dos Prêmios mensura a relação entre o Lucro Líquido do Exercício (LLE), depois de deduzida a contribuição social e o imposto de renda, e a receita líquida de prêmios (PG) produzida no período. É obtida calculando-se com a seguinte equação:
Não há muito do que acre sentar a esta fórmula. A parte de cima correspondente ao LLE é o típico LL de outros índices, apenas foi colocada uma letra para diferenciá-lo, mas nada que mude sua posição como o resultado final do exercício (lucro ou prejuízo). O PG (Prêmios Ganhos é a mesma receita líquida usada nos cálculos anteriores.
O que o índice faz aqui é efetuar a confrontação dos resultados líquidos do exercício contra os o faturamento real (o que realmente entrou no caixa, já descontados abatimentos, devoluções, contratos cancelados etc.), ou seja, diz ao usuário o que foi perdido ao longo do caminho, até chegar ao resultado final.
O quadro a seguir apresenta os resultados dos cinco anos analisados, lembrando que como os demais índices de margem de rentabilidade, quanto maior, melhor para a empresa.

RENTABILIDADE
FÓRMULA
2010
2011
2012
2013
2014
Margem líquida dos prêmios
MLP = LLE/PG
0,10
0,05
0,06
0,09
0,08

Assim como o índice anterior – que media lucro bruto contra receita bruta – este também não mostrou valores maiores que 1,00, o que demonstra que houve perda da receita bruta para o lucro líquido e são menores. Constata-se que o lucro líquido em 2010 trazia uma margem de rentabilidade de 10%, 5% em 2011, 6% em 2012, 9% em 2013 e 8% em 2014, ou seja, uma flutuação que tende a média de 0,08 ou 8% de lucro:

Rentabilidade
Média
Média p/ 2014
Média p/ 2014
2013 p/ 2014
2013 p/ 2014
Desvio Padrão
Margem líquida dos prêmios
0,08
melhorou
6,18%
piorou
-8,18%
0,02

No geral, os resultados da empresa demonstram queda de rentabilidade.



Participação do resultado patrimonial
O índice de Participação do Resultado Patrimonial é o indicador que mede quanto do lucro da seguradora é composto por resultados em coligadas, controladas1 e alugueis de imóveis, sendo RP o Resultado Patrimonial. Quando o resultado for negativo, a avaliação consistirá em averiguar quanto do lucro da seguradora foi perdido em função desses investimentos. Sua fórmula é dada por:
Onde:
  • RP = O Resultado de equivalência patrimonial corresponde ao saldo total do grupo de mesmo nome localizada na DRE após as receitas financeiras e antes do resultado operacional.
Após os cálculos foram obtidos os seguintes resultados expressos no quadro a seguir, que resumidamente, demonstra queda nos dois últimos anos.

RENTABILIDADE
FÓRMULA
2010
2011
2012
2013
2014
Participação do resultado patrimonial
PRP = RP/LLE
0,03
0,05
0,04
0,02
0,02

Como está expresso na descrição do índice, os resultados, embora tenham apresentado regressão, não significa que a empresa esteja em uma fase ruim, apenas que não tem ganhado mais com participação em empresas do mesmo grupo ou aliadas. Se o resultado fosse negativo a situação seria bem diferente, sendo que seria então ideal para a empresa rever se manteria esses investimentos, uma vez que sua desistência aumentaria os resultados finais do exercício.



Retorno do PL Médio
O índice de retorno do patrimônio líquido médio apura o grau de maximização da riqueza do acionista, ou seja, a lucratividade dos investimentos, comparando o LLE (lucro líquido do exercício)com o capital próprio médio2, que na fórmula é simbolizado por PLM.
A fórmula do retorno do patrimônio líquido médio é dada por:
Notadamente o resultado favorável deve ser maior que 1,0, sendo que possibilita ao investidor a informação se é um bom negócio ou não. O quadro a seguir apresenta os resultados da Empresa, em que pode-se observar que apesar da queda de 2013 para 2014 ainda são bons resultados se comparados com os anos de 2011 e 2012.

RENTABILIDADE
FÓRMULA
2010
2011
2012
2013
2014
Retorno do PL Médio
RPLM = LLE/PLM
0,35
0,20
0,21
0,34
0,31

Constata-se mais uma vez que a Empresa apresentou problemas – mesmo que mínimos – em sua rentabilidade no ano de 2014. Esse quadro completa-se ao somar a estes resultados as conclusões dos índices de estrutura, que por sua vez demonstraram que a Empresa mudou seu foco de investimentos, trabalhando mais para ter retorno no longo prazo, diminuindo seu capital de giro mas não fazendo o mesmo com suas obrigações correntes.
Esse índice resume que em momento algum a empresa conseguiu acumular mais lucros do que capital investido, mas ainda sim obteve margens que variavam de 20% a 35%.



Resultado financeiro
O resultado financeiro (RF) é o índice que quando comparado com os PG (receita líquida na DRE, nomeada de Prêmios Ganhos), propicia uma visão das receitas decorrentes de aplicações financeiras ou imobilizações técnicas. É obtido da seguinte forma:
Os itens que compõem a fórmula do RF são da DRE, sendo o de cima referente ao saldo do resultado financeiro (receitas financeiras (-) despesas financeiras (+/-) resultado de equivalência patrimonial) e proporciona à empresa a definição se esta está ou não tendo um bom retorno financeiro tomando por medida a receita líquida. Serve mais como comparação entre receitas do que um medidor do tamanho dos ganhos ou perdas.
O quadro a seguir mostra mais uma redução nos índices do grupo, mas isso se deve por que as proporções entre os grupos são bem diferentes. Vale observar que enquanto a receita líquida aumentou 23,42%, o resultado financeiro de 47,77%, dos anos de 2013 para 2014.

RENTABILIDADE
FÓRMULA
2010
2011
2012
2013
2014
Resultado financeiro
RF = RF/PG
0,11
0,11
0,10
0,08
0,09

Os ganhos financeiros da Empresa apresentaram, conforme se constata no quadro acima, uma rentabilidade equivalente a 10% em média da receita financeira líquida. Isso pode ser bom ou ruim dependendo do que a empresa tinha por meta de ganhos com juros, por exemplo, a empresa deveria analisar os resultados sobre a hipótese de quanto poderiam ganhar a mais se tivesse investido em outras coisas senão na própria empresa.
  • 2010 - Resultado financeiro, conforme Notas Explicativas:
As receitas financeiras totalizaram em 2010 R$ 100,6 milhões, com um aumento de R$ 10,1 milhões, ou 11,1% em relação aos R$ 90,5 milhões em 2009 devido as receitas com aplicações financeiras que totalizaram em 2010 R$ 51,8 milhões, com um aumento de R$ 8,1 milhões, ou 18,5% em relação aos R$ 43,7 em 2009, que decorre, principalmente, da variação de 26,1% dos montantes médios aplicados, para R$ 545,6 milhões em 2010, em relação aos R$ 432,8 milhões do exercício anterior. As despesas financeiras totalizaram em 2010 R$ 5,2 milhões com um aumento de R$ 0,4 milhão, ou 8,3% em relação aos R$ 4,8 milhões em 2009.
Como se Vê pelas Notas Explicativas da Azul Seguros, em 2010 o foco de Resultado Financeiro, são as receitas financeiras. Houve aumento de receitas financeiras em virtude dos montantes aplicados a mais que em 2009.
  • 2011 - Resultado financeiro, conforme Notas Explicativas:
As receitas financeiras totalizaram em 2011 R$ 129,6 milhões, com um aumento de R$ 29,0 milhões, ou 28,8% em relação aos R$ 100,6 milhões em 2010 devido a: as receitas com aplicações financeiras totalizaram em 2011 R$ 75,2 milhões com um aumento de R$ 23,9 milhões, ou 46,5% em relação aos R$ 51,3 milhões em 2010, que decorre do aumento da taxa efetiva para 11,81% em 2011 em relação aos 9,89% em 2010 e pelo aumento de 21,8% nas aplicações financeiras médias para R$ 664,9 milhões em 2011, em relação aos R$ 545,6 milhões em 2010. As despesas financeiras totalizaram em 2011 R$ 7,3 milhões com um aumento de R$ 2,1 milhões, ou 40,3% em relação aos R$ 5,2 milhões em 2010.
No ano de 2011 houve novo aumento de recitas financeiras, desta vez pelo aumento da taxa efetiva das aplicações, conforme a Empresa. Mas proporcionalmente o aumento das despesas financeiras foi maior, o que não foi suficiente para derrubar o índice do resultado financeiro, que no cálculo deste trabalho manteve-se estável.
  • 2012 - Resultado financeiro, conforme Notas Explicativas:
As receitas financeiras totalizaram em 2012 R$ 131,6 milhões em 2011 devido a: (i) as receitas com aplicações financeiras totalizaram em 2012 R$ 74,7 milhões, com redução de R$ 0,5 em relação aos R$ 75,2 milhões em 2011, que decorre da redução da taxa efetiva para R$ 10,29 em 2012 em relação aos que decorre da redução da taxa efetiva para 10,29 em 2012 em relação aos 46,59% em 2011, compensado pelo aumento de R$ 10,2% nas aplicações financeiras médias para R$ 725,9 milhões em 2012, em relação aos R$ 636,7 milhões em 2011. As despesas financeiras totalizaram em 2012 R$ 6,1 milhões, com redução de R$ 1,2 milhões, ou 16,4% em relação aos R$ 7,3 milhões em 2011.
No ano de 2012, diferentemente dos anteriores, houve redução nos índices, o que reflete a redução nas receitas financeiras e da taxa efetiva, o que contribuiu para a redução do índice, para 0,10, contra 0,11 de 2011 e 2010.
  • 2013 - Resultado financeiro, conforme Notas Explicativas:
As receitas financeiras totalizaram em 2013 R$ 138,2 milhões, com aumento de R$ 6,6 milhões, ou 5% em relação aos R$ 131,6 milhões em 2012, devido a: (i) as receitas com aplicações financeiras totalizaram em 2013 R$ 71 milhões, com redução de R$ 3,7 milhões, ou 4,9% em relação ao R$ 74,7 milhões em 2012, que decorre da redução da taxa efetiva para 7,17% em 2013 em relação aos 10,3% em 2012, compensada pelo aumento de 29,7% nas aplicações financeiras édias para R$ 1,001,4 milhões em 2013, em relação aos R$ 772,0 milhões em 2012 e (ii) as outras receitas financeiras totalizaram R$ 67,2 milhões em 2013, com aumento de R$ 10,3 milhões, ou 18,1% em relação aos R$ 56,9 milhões em 2012. As despesas financeiras totalizaram em 2013 R$ 9,7 milhões, com aumento de R$ 3,6 milhões, ou 59,0% em relação aos R$ 6,1 milhões em 2012.
Em 2013 a Empresa retomou o ritmo de crescimento de suas receitas financeiras, com aumento de aplicações mas redução da taxa efetiva. O desequilíbrio veio com o aumento das despesas financeiras, o que ajudar na queda do índice para 0,08.
  • 2014 - Resultado financeiro, conforme Notas Explicativas:
As receitas financeiras totalizaram em 2014 R$ 205,9 milhões, com um aumento de R$ 67,7 milhões, ou 49% em relação aos R$ 138,2 milhões em 2013 devido a: (i) as receitas com aplicações financeiras totalizaram em 2014 R$ 130,6 milhões, com um aumento de R$ 59,6 milhões, ou 83,9% em relação aos R$ 71,0 milhões em 2013, que decorre do aumento da taxa efetiva para 11,1% em 2014 em relação aos 7,2% em 2013, e pelo aumento de 17,4% nas aplicações financeiras médias para R$ 1.175,4 milhões em 2014, em relação aos R$ 1.001,4 milhões em 2013 e (ii) as outras receitas financeiras totalizaram R$ 75,3 milhões em 2014, com aumento de R$ 8,1 milhões, ou 12,5% em relação aos R$ 67,2 milhões em 2013. As despesas financeiras totalizaram em 2014 R$ 16,0 milhões, com um aumento de R$ 6,3 milhões, ou 64,9% em relação aos R$ 9,7 milhões em 2013.
O ano de 2014 retomou aumento das receitas financeiras, tanto por parte das aplicações quanto na taxa efetiva, forte o suficiente para abafar o crescimento das despesas financeiras, o que permitiu á empresa o índice de resultado financeiro de 0,09, maio que em 2013.



Retorno dos ativos financeiros
E continuando a análise de índices que medem ganhos financeiros sobre as receitas, tem-se aqui o retorno dos ativos financeiros. Além de medir o retorno obtido nas Aplicações Financeiras (AF), pode medir a eficiência da gestão do caixa da seguradora. É calculado pela equação:
Onde:
  • RF = O saldo de receitas financeiras constantes na DRE, o usado na equação anterior e;
  • AF = O saldo de aplicações financeiras, tanto no curto quanto no longo prazo do Ativo.
O Quadro a seguir apresenta os resultados calculados para a equação do retorno dos ativos financeiros, sendo que fica visível que a Empresa apresentou uma excelente situação em 2010 (quando os rendimentos financeiros correspondiam a 16% das aplicações financeiras totais)e melhor ainda em 2011 (24% de retorno), mas que depois decaiu nos anos seguintes. Um fato para isso é a proporção doas aplicações, que foi incrementada em 2014, foi muito superior ao que os rendimentos podiam acompanhar.

RENTABILIDADE
FÓRMULA
2010
2011
2012
2013
2014
Retorno dos ativos financeiros
RAF = RF/AF
0,16
0,24
0,16
0,12
0,18

Merece ser lembrado que os resultados ainda não indicam uma situação de rentabilidade desfavorável, afinal seria muito pouco provável ter um montante de receitas financeiras (rendimentos sobre aplicações) maior que as aplicações financeiras. No entanto, um fato que não pode ser esquecido é que a rentabilidade das aplicações apresentou queda se comparado 2014 a 2011, mas contra a média dos cinco anos, os resultados foram de crescimento.



Rentabilidade do ativo médio
A rentabilidade do ativo médio demonstra o retorno obtido com a utilização dos ativos, sendo ATM o ativo total médio, calculado da mesma forma que o patrimônio líquido total, isto é, a metade da soma dos dos anos consecutivos. É calculado pela seguinte equação:
Esse índice remonta dos conceitos básicos que diferem ativos de passivos totais (de terceiros mais PL). Naquelas definições os ativos são aplicações dos recursos – ou origens – advindos do lado direito do Balanço Patrimonial. Tendo isso em mente é mais fácil entender que os investimentos de uma empresa são o ativo total, que é formado pelos recursos “aplicados” em caixa, aplicações, bancos, permanentes; e tem a única função de trabalhar para a geração de receitas. Dessa forma, o índice em específico determina se esses investimentos estão ou não dando o retorno esperado pela empresa, que toma por base o seu lucro líquido.
O quadro a seguir apresenta a relação de resultados obtidos e verifica-se por meio destes que para cada um real de capital próprio aplicado em ativos, em média R$ 0,07 retornaram como lucro, uma margem de rentabilidade de 7%.

RENTABILIDADE
FÓRMULA
2010
2011
2012
2013
2014
Rentabilidade do ativo médio
RAM = LLE/ATM
0,08
0,05
0,05
0,08
0,08

A Empresa apresentou melhora nos seus índices de rentabilidade do ativo nos dois últimos anos em virtude do aumento do lucro líquido.



Giro do ativo no prêmio
O último índice do grupo – o giro do ativo no prêmio – é o que Verifica o incremento na seguradora, obtido em função da geração da receita operacional, apurado dentro do conceito de competência, ou seja, PG (prêmios ganhos, igual a receita líquida de seguros na DRE). É obtido seguindo a fórmula:
Onde AT equivale ao Ativo Total de cada ano, e não o ativo médio, como do índice anterior.
No quadro a seguir estão expostos os resultados anuais do giro do ativo, relacionando a recita líquida com o montante de bens e direitos. Dessa forma, quanto maior o resultado significa que mais receita líquida se extraiu com aqueles investimentos. A saber:

RENTABILIDADE
FÓRMULA
2010
2011
2012
2013
2014
Giro do ativo no prêmio
GAP = PG/AT
0,73
0,89
0,80
0,86
0,88

Os resultados demonstram que embora a Empresa tenha perdido em alguns aspectos em sua rentabilidade, conseguiu manter um bom aproveitamento de seus investimentos, sendo que no ano de 2014, as aplicações de longo prazo e a diminuição do ativo circulante não prejudicaram a receita líquida, uma vez que para o ano, a cada R$ 1,00 aplicado em ativos, R$ 88,00 retornavam em forma de receita líquida com os contratos de se seguros e resseguros.
A seguir é apresentado o gráfico sintético com os índices do grupo de rentabilidade, de modo a facilitar na visualização e comparação dos resultados e desenvolvimento ao longo dos anos.


Como está claro, houve em média uma certa estabilidade na rentabilidade dos ativos, aplicações e patrimônio líquido da empresa, não havendo nenhum grande queda acentuada no desempenho obtido, principalmente de 2013 e 2014.




1No balanço utilizado para os cálculos da Azul Companhia de Seguros Gerais não consta dados de controladoras ou controladas, o relatório anual e da administração disponível no sítio da empresa apenas divulga os demonstrativos e mais nada

2Patrimônio Líquido Médio: Média aritmética simples dos de dois anos consecutivos. Por exemplo, o PL médio de 2014 é a metade da soma do saldo de 2014 mais o de 2013.

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