quarta-feira, 8 de junho de 2016

Quem é o empreendedor


De 2008 para cá o País tem ficado mergulhado em meio à crise econômica mundial e em virtude disso milhares de pessoas perderam seus empregos. E imaginemos uma família formada por um casal desempregado e dois, três, quatro filhos em idade escolar: Como sustentar os filhos sem dinheiro?
Disso muitas pessoas ou entram para a criminalidade ou tentam se virar, produzindo qualquer coisa que saibam e tentando vender, de forma legalizada ou totalmente clandestina. O importante para estas pessoa sé garantir o pão de cada dia.

O resultado é um movimento cada vez maior de pessoas abrindo o seu próprio empreendimento, seja vendendo alimentos caseiros, prestando serviços, vendendo vestuários, enfim, tentam arrumar dinheiro de alguma forma. E nisso vemos uma máxima de que fala que o povo brasileiro é criativo e de que só existe crise para quem não quer dar a volta por cima. Podemos notar: quanto mais gente é mandada embora, mais as filas de gente procurando uma recolocação no mercado de trabalho aumenta, e como se resolve? O atacado e varejo não vendem e sem dinheiro, precisam demitir seus funcionários, que sem emprego não compram mesmo. E piorando, as indústrias não vendem para o varejo (que param de comprar) e acabam gerando mais demissões.
Ao final, nós todos vemos nos noticiários que no contraponto da crise econômica aumenta uma “onda” de gente se arriscando tentando o próprio empreendimento. É claro que muitos, senão a maioria são sem regularização, além dos que fecham as portas em menos de cinco anos, mas há aqueles que souberam encontrar nichos de mercado que tem procura. O resultado é que há aqueles que veem a luz no fim do túnel.
Mas afinal o que vem a ser o empreendedor? Primeiramente não é só o sujeito ter raiva do chefe e querer acordar mais tarde, sendo dono do próprio nariz, muito pelo contrário, afinal empreender algo não é delegar para terceiros fazerem tudo e você ficar só na praia curtindo a vida (estou me referindo aos personagens caricatos de empresários nas novelas da Rede Globo).
O Empreendedor é aquela pessoa que sempre foi motivada pela autorrealização, desejo de assumir responsabilidades e independência, ou seja, aquela que quer ter as rédias da sua própria vida. Embora é claro que ele também busque ter satisfação financeira (ou acredita que alguém vai abrir uma empresa apenas para passar o tempo ou porque o dinheiro está mofando em casa), considera irresistível assumir novos desafios, estando sempre propondo novas ideias, que são seguidas pela ação. Pessoas empreendedoras buscam situações de pressão, em que precisam tomar decisões vitais para o seu negócio ou mesmo precisam daquela ideia genial que irá trazer novos clientes.
Está sempre se autoavaliando, se autocriticando e controlando seu comportamento em busca do autodesenvolvimento e da melhora continua para seu empreendimento. Disso temos um pequeno entendimento de porque há pessoas que abrem uma empresa e ela quebra e outras vão para frente. O primeiro grupo é de pessoas que não procuram se atualizar, não buscam ver o que o cliente quer e não se movem para melhorar, seja na parte financeira ou operacional. O segundo grupo busca desenvolvimento e evolução de processos, sendo feliz quando vê suas ideias saindo do papel e dando resultado. Esse último sabe que para se tornar um empreendedor de sucesso, é preciso reunir imaginação, determinação, habilidade de organizar, liderar pessoas e de conhecer tecnicamente etapas e processos.
Ou seja, não basta querer ser dono de uma empresa e sim é preciso saber geri-la corretamente para que ela funcione. Indo para um exemplo mais cultural, de que adianta o agricultor ou fazendeiro comprar o terreno e jogar as sementes e parar por isso aí? As sementes vão crescer, mas não todas e muito menos da forma que ele gostaria que acontecesse. Sem arar a terra, sem adubar, molhar ou eliminar pragas, terá apenas perdido tempo e dinheiro.
A viabilidade de um pequeno negócio está estruturada, basicamente, na figura do empreendedor, pois ele é o ponto central que determinará ou não o sucesso do empreendimento. Muitas vezes, cabe a ele todas as funções da organização como comprar, produzir e vender.
Por tudo isso, ele sabia que iniciar uma empresa é muito diferente de iniciar um novo trabalho. O empreendedor será aquele que tomará as decisões, e suas características influirão muito no andamento dos negócios. Será muito importante ter determinação e perseverança não só para iniciar o empreendimento como também para mantê-lo ao longo do tempo. Ao começar um novo emprego o funcionário só precisa saber fazer bem o seu trabalho, não tendo que se preocupar com fornecedores, prazos de pagamentos ou recebimentos, alugueis, contas a vencer, impostos. Não precisa se preocupar em como vai conseguir dinheiro para pagar empregados, pois o dele cai na conta todo mês normalmente sem “esforço”.

      Características de Comportamento Empreendedor

Pelo quadro de habilidades do empreendedor que apresentamos podemos destacar estas duas características básicas do empreendedor: busca por oportunidade e persistência. A saber:

1. Busca de oportunidades e iniciativa
Trata-se de indivíduo que faz as coisas antes de ser solicitado, ou antes, de ser forçado pelas circunstâncias. A características resumem a uma pessoa que é proativa, tanto para aspectos bons (procurar melhorar procedimentos) quanto negativos, evitando problemas buscando pontos falhos em suas rotinas. Por exemplo, alguém que descobre que gera notas fiscais eletrônicas erradas e que tem ganho irregular com impostos vai adequar ao que a legislação exige, antes que venha a ter a visita de uma fiscalização tributária.
Age para expandir o negócio em novas áreas, produtos ou serviços; o que é indicativo de pessoa que se arrisca (num nível de segurança, calculado) para ganhar terreno no mercado. Por exemplo, uma pessoa que tem abre uma franquia de lanches numa cidade e vê que a coisa deu certo pode abrir outra em outro ponto estratégico, por exemplo, nas proximidades de uma universidade. E por fim, aproveita oportunidades fora do comum para começar um negócio, obter financiamentos, equipamentos, terrenos, local de trabalho ou assistência.

2. Persistência
A persistência do empreendedor consiste em agir diante de um obstáculo, em vez de simplesmente desistir. É claro que não estamos dizendo que devemos dar murro em ponta de faca, mas sim, saber analisar os cenários de forma racional e crítica para encontrar saídas. Um exemplo bom é se a empresa está com problemas em prestar serviços no local de seus clientes, busque alternativas, como pela internet. Assim, trata-se de alguém que age repetidamente ou muda de estratégia a fim de enfrentar um desafio ou superar um obstáculo, assumindo nesse aspecto a responsabilidade pessoal pelo desempenho necessário para atingir metas e objetivos.


      Comprometimento

O empreendedor ou empresário de verdade não manda os funcionários fazerem o trabalho enquanto ele viaja de cruzeiro e fica uma semana fora. Não deixa o trabalho nunca, se não pessoalmente, o trabalho nunca sai de seus pensamentos. Portanto, é comum o empreendedor fazer sacrifícios de ficar finais de semana e várias horas após o expediente no trabalho, fazendo sacrifícios pessoais ou despende esforços extraordinários para completar uma tarefa. E assim, assumindo essa postura de determinação para com o que é dele, acaba que colaborando com os empregados, colaboradores e parceiros ou se coloca no lugar deles, se necessário, para terminar um trabalho. Esmera-se em manter os clientes satisfeitos e coloca em primeiro lugar a boa vontade em longo prazo, acima do lucro em curto prazo.

      Exigência de qualidade e eficiência

Empreender é antes de ser chefe saber administrar momentos e cenários econômicos bons e ruins. Uma pessoa com essa habilidade encontra maneiras de fazer as coisas de uma forma melhor, mais rápida ou mais barata. Como resultado, age de maneira a fazer coisas que satisfazem ou excedem padrões de excelência e desenvolve ou utiliza procedimentos para assegurar que o trabalho seja terminado a tempo ou que o trabalho atenda a padrões de qualidade previamente combinados.


      Correr riscos calculados

Avalia alternativas e calcula riscos deliberadamente, de forma racional e pensando sempre em ampliar seu negócio. Para tanto utiliza-se de redes de contatos e análise de mercado. Com essas medidas o empreendedor acaba agindo para reduzir os riscos ou controlar os resultados, colocando-se em virtude disso, em situações que implicam desafios ou riscos moderados.


    Entre outras características:

  • Estabelece metas e objetivos que são desafiantes e que têm significado pessoal;
  • Define metas de longo prazo, claras e específicas;
  • Estabelece objetivos de curto prazo, mensuráveis.
  • Dedica-se pessoalmente a obter informações de clientes, fornecedores e concorrentes;
  • Investiga pessoalmente como fabricar um produto ou fornecer um serviço;
  • Consulta especialistas para obter assessoria técnica ou comercial.
  • Conversar com clientes, fornecedores e concorrentes é essencial para posicionar melhor sua empresa no mercado.
Pelo que apresentamos até aqui podemos imaginar o que diferencia um empreendedor de qualquer outro que apenas abra uma empresa mas sem criar sobre ela grandes expectativas. Um empreendedor está constantemente querendo saber mais e mais, sempre querendo saber procurar e selecionar informações ajuda a melhorar o seu negócio. Ele sabe que é possível obter informações de diversas fontes.
Procura saber as opiniões dos consumidores sobre o seu produto, fique atento às suas sugestões e observações; pesquise maneiras de melhorar seu produto ou serviço; identifique vantagens e desvantagens de sua empresa em relação à concorrência; leia jornais, revistas, navegue na Internet, há sempre cursos e palestras e novas informações no mercado. E como é de se esperar, visita o concorrente, experimenta o modelo dele e, quando a sua pesquisa pessoal não for suficiente, procura a ajuda especializada de um técnico.


      Planejamento e monitoramento sistemáticos

Planeja dividindo tarefas de grande porte em tarefas menores e mais fáceis de serem administradas e com prazos definidos. Vemos aqui princípios da teoria da produção de Fayol, que visava a especialização na linha de produção, embora deixe o serviço altamente mecanizado. Por outro lado, o empreendedor não se torna um robô em suas tarefas, até porque sempre terá que ter jogo de cintura para contornar problemas que surgirão no decorrer de sua empresa.
Entre outras tarefas estão:
  • Revisa seus planos constantemente, levando em conta os resultados obtidos e as mudanças circunstanciais;
  • Mantém registros financeiros e utiliza-os para tomar decisões.
  • Para se tornar um empreendedor bem-sucedido é preciso que você aprenda a planejar. Por isso, é indispensável que você aprenda a fazer um planejamento de suas ações futuras.
  • Além de planejar, é preciso acompanhar sempre os resultados da empresa – fazer o que se chama de monitoramento sistemático, que consiste em:
  • Divida as tarefas maiores em pequenas tarefas;
  • Defina um prazo para cumprir cada uma dessas tarefas;
  • Verifique sempre os resultados para saber se estão dentro do que havia sido planejado.
Fazendo um acompanhamento diário de tudo o que acontece na empresa você pode notar qualquer mudança que ocorra nas contas, no cliente ou no mercado. É claro que, à medida que o seu negócio se consolida, você deverá delegar tarefas, evitando a sobrecarga de funções. Se você ainda não tem um negócio, é importante saber que terá que desenvolver essa característica. Comece a desenvolvê-la elaborando o plano de negócio de sua empresa.


      Persuasão e rede de contatos

Utiliza estratégias deliberadas para influenciar ou persuadir os outros;
Utiliza pessoas-chave como agentes para atingir seus próprios objetivos;
Age para desenvolver e manter relações comerciais.
Busque manter contato com as pessoas que podem se tornar fonte de informações e/ou soluções para você.
Todo empreendedor precisa mais do que uma rede de contatos: precisa saber convencer as pessoas a fazerem o que ela deseja. Convencer o cliente a comprar mais ou o fornecedor a entregar mais rápido, por exemplo. Mas, para convencer alguém, é preciso ter bons argumentos, é preciso que estejam de acordo com os interesses da pessoa que está sendo convencida.


      Independência e autoconfiança

Busca autonomia em relação a normas e controles de outros;
Mantém seu ponto de vista, mesmo diante da oposição ou de resultados inicialmente desanimadores;
Expressa confiança na sua própria capacidade de complementar uma tarefa difícil ou de enfrentar um desafio.


DIFERENCIANDO IDÉIAS DE OPORTUNIDADES
Talvez um dos maiores mitos a respeito de novas ideias de negócios é que elas devam ser únicas. O fato de uma ideia ser ou não única não importa. O que importa é como o empreendedor utiliza a sua ideia, inédita ou não, de forma a transformá-la num produto ou serviço que faça sua empresa crescer. As oportunidades é que geralmente são únicas, pois o empreendedor pode ficar vários anos sem observar e aproveitar uma oportunidade de desenvolver um novo produto, ganhar um novo mercado e estabelecer uma parceria que o diferencie de seus concorrentes.
É importante que o empreendedor teste a sua ideia ou conceito de negócio junto a clientes em potencial, empreendedores mais experientes (conselheiros, amigos próximos, antes que a paixão pela ideia cegue a sua visão analítica do negócio. Uma ideia sozinha não vale nada; em empreendedorismo, elas surgem diariamente. O que importa é saber desenvolvê-las, implementá-las e construir um negócio de sucesso.
Isso não significa que uma ideia revolucionária não seja capaz de dar início a empresas de sucesso. Mas isso só ocorre quando o empreendedor por trás da ideia conhece o mercado onde está atuando, tem visão de negócio e sabe ser pragmático no momento adequado, identificando suas deficiências, protegendo a sua ideia e conhecendo a sua concorrência.
Se você tem uma ideia que acredita ser interessante e que pode se transformar num negócio de sucesso, pergunte a si mesmo e, se tiver, a seus sócios:
1. Quais são os clientes que comprarão o produto ou o serviço de sua empresa?
2. Qual o tamanho atual do mercado em reais e em número de clientes?
3. O mercado está em crescimento, estável ou estagnando?
4. Quem são atualmente, os seus concorrentes?
Se você não conseguir responder a essas perguntas básicas iniciais com dados concretos, provavelmente você têm apenas uma ideia, e não uma oportunidade de mercado.

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