De 2008
para cá o País tem ficado mergulhado em meio à crise econômica
mundial e em virtude disso milhares de pessoas perderam seus
empregos. E imaginemos uma família formada por um casal desempregado
e dois, três, quatro filhos em idade escolar: Como sustentar os
filhos sem dinheiro?
Disso muitas pessoas ou entram para a criminalidade ou tentam se virar, produzindo qualquer coisa que saibam e tentando vender, de forma legalizada ou totalmente clandestina. O importante para estas pessoa sé garantir o pão de cada dia.
Disso muitas pessoas ou entram para a criminalidade ou tentam se virar, produzindo qualquer coisa que saibam e tentando vender, de forma legalizada ou totalmente clandestina. O importante para estas pessoa sé garantir o pão de cada dia.
O
resultado é um movimento cada vez maior de pessoas abrindo o seu
próprio empreendimento, seja vendendo alimentos caseiros, prestando
serviços, vendendo vestuários, enfim, tentam arrumar dinheiro de
alguma forma. E nisso vemos uma máxima de que fala que o povo
brasileiro é criativo e de que só existe crise para quem não quer
dar a volta por cima. Podemos notar: quanto mais gente é mandada
embora, mais as filas de gente procurando uma recolocação no
mercado de trabalho aumenta, e como se resolve? O atacado e varejo
não vendem e sem dinheiro, precisam demitir seus funcionários, que
sem emprego não compram mesmo. E piorando, as indústrias não
vendem para o varejo (que param de comprar) e acabam gerando mais
demissões.
Ao final,
nós todos vemos nos noticiários que no contraponto da crise
econômica aumenta uma “onda” de gente se arriscando tentando o
próprio empreendimento. É claro que muitos, senão a maioria são
sem regularização, além dos que fecham as portas em menos de cinco
anos, mas há aqueles que souberam encontrar nichos de mercado que
tem procura. O resultado é que há aqueles que veem a luz no fim do
túnel.
Mas afinal
o que vem a ser o empreendedor? Primeiramente não é só o sujeito
ter raiva do chefe e querer acordar mais tarde, sendo dono do próprio
nariz, muito pelo contrário, afinal empreender algo não é delegar
para terceiros fazerem tudo e você ficar só na praia curtindo a
vida (estou me referindo aos personagens caricatos de empresários
nas novelas da Rede Globo).
O
Empreendedor é aquela pessoa que sempre foi motivada pela
autorrealização, desejo de assumir responsabilidades e
independência, ou seja, aquela que quer ter as rédias da sua
própria vida. Embora é claro que ele também busque ter satisfação
financeira (ou acredita que alguém vai abrir uma empresa apenas para
passar o tempo ou porque o dinheiro está mofando em casa), considera
irresistível assumir novos desafios, estando sempre propondo novas
ideias, que são seguidas pela ação. Pessoas empreendedoras buscam
situações de pressão, em que precisam tomar decisões vitais para
o seu negócio ou mesmo precisam daquela ideia genial que irá trazer
novos clientes.
Está
sempre se autoavaliando, se autocriticando e controlando seu
comportamento em busca do autodesenvolvimento e da melhora continua
para seu empreendimento. Disso temos um pequeno entendimento de
porque há pessoas que abrem uma empresa e ela quebra e outras vão
para frente. O primeiro grupo é de pessoas que não procuram se
atualizar, não buscam ver o que o cliente quer e não se movem para
melhorar, seja na parte financeira ou operacional. O segundo grupo
busca desenvolvimento e evolução de processos, sendo feliz quando
vê suas ideias saindo do papel e dando resultado. Esse último sabe
que para se tornar um empreendedor de sucesso, é preciso reunir
imaginação, determinação, habilidade de organizar, liderar
pessoas e de conhecer tecnicamente etapas e processos.
Ou seja,
não basta querer ser dono de uma empresa e sim é preciso saber
geri-la corretamente para que ela funcione. Indo para um exemplo mais
cultural, de que adianta o agricultor ou fazendeiro comprar o terreno
e jogar as sementes e parar por isso aí? As sementes vão crescer,
mas não todas e muito menos da forma que ele gostaria que
acontecesse. Sem arar a terra, sem adubar, molhar ou eliminar pragas,
terá apenas perdido tempo e dinheiro.
A
viabilidade de um pequeno negócio está estruturada, basicamente, na
figura do empreendedor, pois ele é o ponto central que determinará
ou não o sucesso do empreendimento. Muitas vezes, cabe a ele todas
as funções da organização como comprar, produzir e vender.
Por tudo
isso, ele sabia que iniciar uma empresa é muito diferente de iniciar
um novo trabalho. O empreendedor será aquele que tomará as
decisões, e suas características influirão muito no andamento dos
negócios. Será muito importante ter determinação e perseverança
não só para iniciar o empreendimento como também para mantê-lo ao
longo do tempo. Ao começar um novo emprego o funcionário só
precisa saber fazer bem o seu trabalho, não tendo que se preocupar
com fornecedores, prazos de pagamentos ou recebimentos, alugueis,
contas a vencer, impostos. Não precisa se preocupar em como vai
conseguir dinheiro para pagar empregados, pois o dele cai na conta
todo mês normalmente sem “esforço”.
Características de Comportamento Empreendedor
Pelo
quadro de habilidades do empreendedor que apresentamos podemos
destacar estas duas características básicas do empreendedor: busca
por oportunidade e persistência. A saber:
1.
Busca de oportunidades e iniciativa
Trata-se
de indivíduo que faz as coisas antes de ser solicitado, ou antes, de
ser forçado pelas circunstâncias. A características resumem a uma
pessoa que é proativa, tanto para aspectos bons (procurar melhorar
procedimentos) quanto negativos, evitando problemas buscando pontos
falhos em suas rotinas. Por exemplo, alguém que descobre que gera
notas fiscais eletrônicas erradas e que tem ganho irregular com
impostos vai adequar ao que a legislação exige, antes que venha a
ter a visita de uma fiscalização tributária.
Age para
expandir o negócio em novas áreas, produtos ou serviços; o que é
indicativo de pessoa que se arrisca (num nível de segurança,
calculado) para ganhar terreno no mercado. Por exemplo, uma pessoa
que tem abre uma franquia de lanches numa cidade e vê que a coisa
deu certo pode abrir outra em outro ponto estratégico, por exemplo,
nas proximidades de uma universidade. E por fim, aproveita
oportunidades fora do comum para começar um negócio, obter
financiamentos, equipamentos, terrenos, local de trabalho ou
assistência.
2.
Persistência
A
persistência do empreendedor consiste em agir diante de um
obstáculo, em vez de simplesmente desistir. É claro que não
estamos dizendo que devemos dar murro em ponta de faca, mas sim,
saber analisar os cenários de forma racional e crítica para
encontrar saídas. Um exemplo bom é se a empresa está com problemas
em prestar serviços no local de seus clientes, busque alternativas,
como pela internet. Assim, trata-se de alguém que age repetidamente
ou muda de estratégia a fim de enfrentar um desafio ou superar um
obstáculo, assumindo nesse aspecto a responsabilidade pessoal pelo
desempenho necessário para atingir metas e objetivos.
Comprometimento
O
empreendedor ou empresário de verdade não manda os funcionários
fazerem o trabalho enquanto ele viaja de cruzeiro e fica uma semana
fora. Não deixa o trabalho nunca, se não pessoalmente, o trabalho
nunca sai de seus pensamentos. Portanto, é comum o empreendedor
fazer sacrifícios de ficar finais de semana e várias horas após o
expediente no trabalho, fazendo sacrifícios pessoais ou despende
esforços extraordinários para completar uma tarefa. E assim,
assumindo essa postura de determinação para com o que é dele,
acaba que colaborando com os empregados, colaboradores e parceiros ou
se coloca no lugar deles, se necessário, para terminar um trabalho.
Esmera-se em manter os clientes satisfeitos e coloca em primeiro
lugar a boa vontade em longo prazo, acima do lucro em curto prazo.
Exigência de qualidade e eficiência
Empreender
é antes de ser chefe saber administrar momentos e cenários
econômicos bons e ruins. Uma pessoa com essa habilidade encontra
maneiras de fazer as coisas de uma forma melhor, mais rápida ou mais
barata. Como resultado, age de maneira a fazer coisas que satisfazem
ou excedem padrões de excelência e desenvolve ou utiliza
procedimentos para assegurar que o trabalho seja terminado a tempo ou
que o trabalho atenda a padrões de qualidade previamente combinados.
Correr riscos calculados
Avalia
alternativas e calcula riscos deliberadamente, de forma racional e
pensando sempre em ampliar seu negócio. Para tanto utiliza-se de
redes de contatos e análise de mercado. Com essas medidas o
empreendedor acaba agindo para reduzir os riscos ou controlar os
resultados, colocando-se em virtude disso, em situações que
implicam desafios ou riscos moderados.
Entre outras características:
-
Estabelece metas e objetivos que são desafiantes e que têm significado pessoal;
-
Define metas de longo prazo, claras e específicas;
-
Estabelece objetivos de curto prazo, mensuráveis.
-
Dedica-se pessoalmente a obter informações de clientes, fornecedores e concorrentes;
-
Investiga pessoalmente como fabricar um produto ou fornecer um serviço;
-
Consulta especialistas para obter assessoria técnica ou comercial.
-
Conversar com clientes, fornecedores e concorrentes é essencial para posicionar melhor sua empresa no mercado.
Pelo que
apresentamos até aqui podemos imaginar o que diferencia um
empreendedor de qualquer outro que apenas abra uma empresa mas sem
criar sobre ela grandes expectativas. Um empreendedor está
constantemente querendo saber mais e mais, sempre querendo saber
procurar e selecionar informações ajuda a melhorar o seu negócio.
Ele sabe que é possível obter informações de diversas fontes.
Procura
saber as opiniões dos consumidores sobre o seu produto, fique atento
às suas sugestões e observações; pesquise maneiras de melhorar
seu produto ou serviço; identifique vantagens e desvantagens de sua
empresa em relação à concorrência; leia jornais, revistas,
navegue na Internet, há sempre cursos e palestras e novas
informações no mercado. E como é de se esperar, visita o
concorrente, experimenta o modelo dele e, quando a sua pesquisa
pessoal não for suficiente, procura a ajuda especializada de um
técnico.
Planejamento e monitoramento sistemáticos
Planeja
dividindo tarefas de grande porte em tarefas menores e mais fáceis
de serem administradas e com prazos definidos. Vemos aqui princípios
da teoria da produção de Fayol, que visava a especialização na
linha de produção, embora deixe o serviço altamente mecanizado.
Por outro lado, o empreendedor não se torna um robô em suas
tarefas, até porque sempre terá que ter jogo de cintura para
contornar problemas que surgirão no decorrer de sua empresa.
Entre
outras tarefas estão:
-
Revisa seus planos constantemente, levando em conta os resultados obtidos e as mudanças circunstanciais;
-
Mantém registros financeiros e utiliza-os para tomar decisões.
-
Para se tornar um empreendedor bem-sucedido é preciso que você aprenda a planejar. Por isso, é indispensável que você aprenda a fazer um planejamento de suas ações futuras.
-
Além de planejar, é preciso acompanhar sempre os resultados da empresa – fazer o que se chama de monitoramento sistemático, que consiste em:
-
Divida as tarefas maiores em pequenas tarefas;
-
Defina um prazo para cumprir cada uma dessas tarefas;
-
Verifique sempre os resultados para saber se estão dentro do que havia sido planejado.
Fazendo um
acompanhamento diário de tudo o que acontece na empresa você pode
notar qualquer mudança que ocorra nas contas, no cliente ou no
mercado. É claro que, à medida que o seu negócio se consolida,
você deverá delegar tarefas, evitando a sobrecarga de funções. Se
você ainda não tem um negócio, é importante saber que terá que
desenvolver essa característica. Comece a desenvolvê-la elaborando
o plano de negócio de sua empresa.
Persuasão e rede de contatos
Utiliza
estratégias deliberadas para influenciar ou persuadir os outros;
Utiliza
pessoas-chave como agentes para atingir seus próprios objetivos;
Age para
desenvolver e manter relações comerciais.
Busque
manter contato com as pessoas que podem se tornar fonte de
informações e/ou soluções para você.
Todo
empreendedor precisa mais do que uma rede de contatos: precisa saber
convencer as pessoas a fazerem o que ela deseja. Convencer o cliente
a comprar mais ou o fornecedor a entregar mais rápido, por exemplo.
Mas, para convencer alguém, é preciso ter bons argumentos, é
preciso que estejam de acordo com os interesses da pessoa que está
sendo convencida.
Independência e autoconfiança
Busca
autonomia em relação a normas e controles de outros;
Mantém
seu ponto de vista, mesmo diante da oposição ou de resultados
inicialmente desanimadores;
Expressa
confiança na sua própria capacidade de complementar uma tarefa
difícil ou de enfrentar um desafio.
DIFERENCIANDO
IDÉIAS DE OPORTUNIDADES
Talvez um
dos maiores mitos a respeito de novas ideias de negócios é que elas
devam ser únicas. O fato de uma ideia ser ou não única não
importa. O que importa é como o empreendedor utiliza a sua ideia,
inédita ou não, de forma a transformá-la num produto ou serviço
que faça sua empresa crescer. As oportunidades é que geralmente são
únicas, pois o empreendedor pode ficar vários anos sem observar e
aproveitar uma oportunidade de desenvolver um novo produto, ganhar um
novo mercado e estabelecer uma parceria que o diferencie de seus
concorrentes.
É
importante que o empreendedor teste a sua ideia ou conceito de
negócio junto a clientes em potencial, empreendedores mais
experientes (conselheiros, amigos próximos, antes que a paixão pela
ideia cegue a sua visão analítica do negócio. Uma ideia sozinha
não vale nada; em empreendedorismo, elas surgem diariamente. O que
importa é saber desenvolvê-las, implementá-las e construir um
negócio de sucesso.
Isso não
significa que uma ideia revolucionária não seja capaz de dar início
a empresas de sucesso. Mas isso só ocorre quando o empreendedor por
trás da ideia conhece o mercado onde está atuando, tem visão de
negócio e sabe ser pragmático no momento adequado, identificando
suas deficiências, protegendo a sua ideia e conhecendo a sua
concorrência.
Se você
tem uma ideia que acredita ser interessante e que pode se transformar
num negócio de sucesso, pergunte a si mesmo e, se tiver, a seus
sócios:
1. Quais
são os clientes que comprarão o produto ou o serviço de sua
empresa?
2. Qual o
tamanho atual do mercado em reais e em número de clientes?
3. O
mercado está em crescimento, estável ou estagnando?
4. Quem
são atualmente, os seus concorrentes?
Se você
não conseguir responder a essas perguntas básicas iniciais com
dados concretos, provavelmente você têm apenas uma ideia, e não
uma oportunidade de mercado.
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