quarta-feira, 1 de junho de 2016

Análise de Balanços de seguradoras - Parte 13: Liquidez e estrutura juntos



    Liquidez E Estrutura

Os indicadores deste tópico não são exatamente índices, mas demonstram em valores monetários as disponibilidades da empresa livres para honrar suas dívidas.



O gráfico acima resume as participações dos três grupos de ativos dentro do Ativo Total da Empresa para os cinco anos estudados e apenas por este esquema já é possível prever uma redução de liquidez corrente, uma vez que em 2014 houve uma grande redução dos circulantes e o consequente aumento do longo prazo, principalmente do realizável.


Capital circulante líquido
O primeiro indicador de estrutura de liquidez a ser calculado é o capital circulante líquido, que representa os recursos próprios da empresa aplicados no AC. Sua fórmula é dada por:
O que o CCL faz é demonstrar a diferença entre o ativo circulante para com o passivo circulante, ou seja, o resultado obtido indica exatamente se a empresa tem recursos suficientes, situação nula ou dívidas a mais.
No quadro a seguir estão os resultados dos cinco anos calculados da Empresa:
ESTRUTURA
FÓRMULA
2010
2011
2012
2013
2014
Capital circulante líquido
CCL = AC-PC
179.996,0
248.832,0
302.560,0
167.012,0
-338.902,0
Como é possível observar, houve altos e baixos, sendo o melhor momento em 2012 e o pior foi em 2014, quando a situação foi completamente invertida, sendo que a diferença constatada positiva em naquele ano não seria suficiente para cobrir as dívidas deste.

Nota-se pelo gráfico acima que Houve realmente redução no ativo circulante da Empresa, o que contribuiu para a redução do CCL, ainda mais se levar em conta que o passivo circulante apresentou aumento em 2014.


Mutações do PL
O indicador de mutações do Patrimônio Líquido – aqui denominado MPL – mostra a variação do PL entre os exercícios, demonstrando se houve evolução ou involução. Calculado pelo PL final menos o inicial. Sua fórmula concentra-se unicamente no Patrimônio Líquido, a saber:


Para o cálculo da formação de Patrimônio Líquido inicial e final utilizou-se simplesmente os saldos de Balanço em cada exercício. Assim, o saldo inicial de 2010 constituía-se no saldo de balanço de PL em 2009, ao passo que o de 2011 usava o saldo de 2010 como saldo inicial. De uma forma ou de outra, os resultados demonstram uma linha de crescimento em 2013 e queda acentuada em 2014, conforme o quadro a seguir:

ESTRUTURA
FÓRMULA
2010
2011
2012
2013
2014
Mutações do PL
MPL = PLF-PLI
62.926,0
42.396,0
52.877,0
105.136,0
87.351,0

Os resultados apresentados demonstram que houve involução de 2013 para 2014. no entanto, essa diminuição – que representa menos capital próprio e como já foi visto, houve aumento de ativos de longo prazo e redução de circulantes – não é tão grave se comparado à média dos cinco anos. Neste aspecto a Empresa apresentou melhora de 25,54%.

Liquidez
Média
Média p/ 2014
Média p/ 2014
2013 p/ 2014
2013 p/ 2014
Desvio Padrão
Mutações do PL
70.137,20
melhorou
24,54%
piorou
-16,92%
25.693,9

O gráfico a seguir demonstra as flutuações dos dois indicadores e por meio deste fica claro o declínio de recursos líquidos para o pagamento de dívidas de curto prazo. Mostra-se uma situação de troca de recursos para o longo prazo (na forma de investimentos), como forma de mudança de foco da Empresa, se preparando para períodos mais distantes.




Pelo que foi exposto até este ponto do trabalho, a Azul Companhia de Seguros Gerais apresentou melhora em sua liquidez mais geral, sendo um cenário diferente quando compara unicamente suas disponibilidades de caixa contra seus passivos provisionados. Verificou-se que optou por manter um alto nível de aplicações e em 2014 reviu seus investimentos de longo prazo, o que diminuiu seu capital de giro (Capital circulante líquido).

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