Durante o
curso de graduação em Ciências Contábeis pela Universidade de
Mogi das Cruzes – UMC, turma E, período noturno e encerrado em
2008 na unidade sede administrativa na cidade de Mogi das Cruzes,
adotou-se a metodologia de lecionar a disciplina de Controladoria
antes de Contabilidade de Custos e de Análise de Custos. Isso fez
com que assuntos como ferramentas de custeio por absorção e
variável fossem adiantados.
Por essa razão, muitos dos métodos que serão vistos nesse capitulo serão mais bem trabalhados nas disciplinas de Contabilidade de Custos e Análise de Custos. Mas nada impede de continuarmos o roteiro original a darmos uma pincelada nos assuntos de custos.
Por essa razão, muitos dos métodos que serão vistos nesse capitulo serão mais bem trabalhados nas disciplinas de Contabilidade de Custos e Análise de Custos. Mas nada impede de continuarmos o roteiro original a darmos uma pincelada nos assuntos de custos.
E voltando
a contabilidade de custos... A contabilidade de custos permite a
empresa o correto controle de seus gastos e mensuração de todos os
processos operacionais e industriais que levam ao resultado final. O
contador de custos tem ferramentas para conduzir ao melhor resultado
por meio de escolhas racionais de custeio. Segundo explica Iudícibus
(1987):
As
técnicas de custeio “por processo” são utilizadas quando existe
uma continuidade de produção de produtos ou unidades de produtos
iguais ou semelhantes, ao contrário do que ocorre com produção
“sob encomenda”. É claro que existem empresas cujo processo de
produção é intermediário entre o por processo puro e por
encomenda pura. Entretanto, os dois citados são os parâmetros
básicos tradicionais entre os quais uma série de variantes pode
ocorrer. O ponto fundamental para o custeamento de empresas de
produção por processo é a departamentalização de custos. Não
quer dizer, entretanto, que a departamentalização ano possa ser
empregada num sistema por encomenda (IUDÍCIBUS, Contabilidade
gerencial 1987, 105).
Como
explicam Rocha e Selig (2009) em relação à contabilidade de Custos
no tocante a tomada de decisões, há a necessidade do responsável
por esta contabilização ser possuidor de uma série de
conhecimentos em outras áreas do conhecimento:
A
contabilidade de custos ao trabalhar diretamente com a tomada de
decisão, cria a necessidade de se concebida sob uma abordagem
sistêmica para solucionar os problemas ligados à decisão. Desta
forma, faz-se necessário o responsável pela geração das
informações utilize e domine certos conhecimentos originados em
outras áreas, tais como: Psicologia, Física, Economia, Matemática,
Estatística, etc., pois, só assim, será possível gerar
informações relevantes que envolvem custos (ROCHA e SELIG 2009).
Um bom
contador de custos deve saber utilizar as ferramentas de custeio e
conciliar os princípios da contabilidade aos métodos que mostrarão
se a empresa tem lucro e de fato, o valor real e não o padronizado.
Mas qual é o problema com os princípios contábeis em relação à
contabilidade de custos? Relembrando os conceitos da Controladoria
vemos que a contabilidade financeira, extremamente ligada aos
princípios contábeis e as exigências impostas pelos fiscos, não
consegue garantir um eficiente padrão de informações que sirvam a
gerência.
A
contabilidade de custos tradicional não fica muito atrás: seguindo
o principio da competência e confrontação, vemos que se o contador
ao fizer contabilidade segundo o custeio variável vai contra o que
os contadores defendem. Mas qual é a função do contador? Fazer
apenas contabilidade dentro dos padrões que sirva para o governo,
auditorias e sindicatos ou para a empresa obter melhores resultados?
Com os
tempos atuais de globalização, concorrência e cada vez mais a
informação mais e mais rápida, acrescentam Rocha e Selig (2009)
sobre essa habilidade:
Essa
característica peculiar do que podemos chamar: Gestão de Custos
voltada para as decisões futuras impõe aos contadores a necessidade
de familiarizar-se ainda mais com todas as facetas da empresa e com
problemas e questões dos mais diversos níveis organizacionais.
Segundo o
trecho anterior, o contador tem a ferramenta do conhecimento e deve
saber utilizá-la para garantir resultados, inclusive como forma de
ajudar quando nas tomadas de decisão. E ainda complementando esse
raciocínio, como explicam Rocha e Selig (2009) em relação à
contabilidade de Custos:
A
Contabilidade de Custos como sistema de informação, disponibiliza
dada e informações necessários para que se efetue a medição do
desempenho organizacional, seja ele de curto ou longo prazo, e isso
ocorre em função da sua ligação direta com as funções de
planejamento, orçamento e controle.
Uma vez
que o contador tenha em mãos os dados necessários para uma
eficiente tomada decisão é dever de ele utilizar os dados para
beneficio da organização. É bem verdade que quando se aprende a
montar uma Demonstração de Resultado do Exercício pela ferramenta
do custeio por absorção e mais verdade ainda que esse demonstrativo
por esse método seja amplamente aceito, embora traga pouquíssimas
informações gerenciais. Como explicam Rocha e Selig (2009):
Neste
sentido, torna-se possível efetuar um link entre as informações de
custos e a estratégia organizacional. Os sistemas de gestão da
estratégia apresentam como fase final o orçamento estratégico e
operacional e nestes estão contidos gastos, ou seja, volume de
investimentos e custos que em última instância são determinados
pela estratégia.
Quando o
contador, no entanto opta por fazer contabilidade com a ferramenta de
custeio alternativa (como o custeio variável) pode fornecer
informações que realmente ajudarão na tomada de decisões
estratégicas. Por exemplo, ao utilizar uma forma de custeio que não
jogue os custos fixos diretamente no produto ou no estoque tem-se a
margem de contribuição – informação que permite remodelar o mix
de produtos ofertados pela empresa. Suponhamos por exemplo ter uma
empresa que produza e venda quatro tipos de motores e cada um deles
tem um custo variável e um custo fixo relativamente alto.
Ao apurar
a DRE constamos que dos quatro produtos, três dão prejuízo. E
logicamente o que fazemos? Cortamos os que não são rentáveis e só
depois, quando o nosso resultado piora é que vemos que daqueles
produtos que foram cortados dois tinham margem de contribuição
positiva. Vejamos como explicam Rocha e Selig (2009) em relação à
gestão e controle dos custos segundo a contabilidade de Custos:
Ao
efetuar esta ligação, o custo passa a ser o elemento base para
determinação de ações operacionais e estratégicas, e deve ser
reproduzido no orçamento sob estes dois aspectos.
Mas a
passagem do exercer a contabilidade financeira e de custos voltadas
tão somente ao fisco, para então exercer a contabilidade gerencial,
de custos para decisão e por fim a controladoria não é um processo
fácil. É preciso mudar não somente a escrituração e
contabilização, mas também o modo como se vê a ciência contábil
dentro de todo um contexto econômico, financeiro, formal e
estratégico. É claro que o novo contador deve pára de ficar apenas
na ultima sala da empresa atrás de uma pilha de papeis e tomar posse
de suas atribuições quanto à execução da contabilidade, não só
no sentido fiscal; deve, no entanto saber utilizar todo o potencial
que a informação contábil lhe proporciona. Como explicam Rocha e
Selig (2009) sob este aspecto:
Para
desenvolver suas atividades no ambiente de competição, de Filosofia
de Excelência Empresarial, é necessário que o “contador
gerencial”, tenha o completo conhecimento e domínio técnico da
contabilidade de custos, da sua base conceitual, do seu esquema
básico, dos seus métodos e sistemas de acumulação, mensuração,
custeio e da própria estrutura organizacional como um todo (ROCHA e
SELIG 2009).
E voltando
a contabilidade de custos, antes de começar os conceitos mais
importantes, vamos agora nos deter a origem desse ramos da ciência
contábil. Para começar, como surgiu a contabilidade de custos?
Vamos focar ao que escrevem Rocha e Selig (2009) em relação ao
desenvolvimento da contabilidade de Custos:
Defende-se
a ideia de que a contabilidade de custos desenvolve-se através de um
ciclo hierárquico e que envolve várias fases, cada uma contemplando
um processo de tomada de decisões. Para que se possa garantir que os
resultados obtidos estejam de acordo com os objetivos
pré-determinados ou esperados pelos usuários da informação
contábil, e em última instância de acordo com a estratégia
organizacional (ROCHA e SELIG 2009).
Na figura
a seguir foi transcrito o esquema do ciclo da contabilidade de custos
(ROCHA e SELIG 2009). No esquema são apresentados os custeios por
absorção e variável e são confrontados com o custeio por
atividade (ABC).
Nos
capítulos específicos sobre a contabilidade de custos voltaremos a
abordar esse assunto e mais detalhadamente as ferramentas de custeio
por absorção e variável, que também serão vistos a seguir para
facilitar junto problemas de custos.
E ainda
como comenta Iudícibus (1987) em relação à contabilidade de
custos:
A
contabilidade de custos, por sua vez, e todos os procedimentos
contábeis e financeiros ligados a orçamento empresarial, a
planejamento empresarial, a fornecimento de informes contábeis e
financeiros para decisão entre cursos de ação alternativos recaem,
sem sombra de dúvida, no campo da contabilidade gerencial. Decisões
do ultimo tipo, como fabricar ou comprar; substituição de
equipamentos, expansão de planta, redução ou aumento de volume,
combinação de produtos etc. requerem informações contábeis (além
das de outras disciplinas) que não são facilmente encontradas nos
registros da contabilidade financeira. Na melhor das hipóteses,
requerem um esforço extra de classificação, agregação e
refinamento para poderem ser utilizados em tais decisões (IUDÍCIBUS, 1987).
Neste
sistema de custeio, como foram anteriormente mencionados neste
capítulo, todos os custos variáveis oriundos da produção são
alocados diretamente ao objeto de custeio, e os custos indiretos são
rastreados e na impossibilidade de efetuar-se tal rastreamento, eles
são rateados. Ao final, todos os custos são absorvidos pelo objeto
de custeio, por alocação do rastreamento por meio de rateio.
Como
explica Nakagawa (1993: 23):
Resumidamente,
podemos dizer que o método de Custeio Baseado em Atividade (ABC) é
um modelo de análise de custos que tem como objetivo contribuir para
a gestão do processo de mudanças necessárias para uma empresa se
tornar competitiva a nível global. Como tal, este método deve ser
implementado com a preocupação de se focalizar simultaneamente dois
aspectos:
1°.
Análise – que se aplicarão às atividades (macro e micro),
direcionadores de custos (cost Drivers) e custos dos produtos e
serviços;
2°.
Ação – que deverão resultar da análise, para se melhorar a
qualidade dos produtos e serviços, aumentar a produtividade à
flexibilidade dos processos e simultaneamente a eficácia dos custos
(NAKAGAWA 1993, 23).
O Activity
Based Costing é uma ferramenta de custeio que a controladoria usa
para gerenciar os custos. Considera tudo o que entra diretamente na
produção do produto específico e rateados os do resto da empresa.
Trata-se de uma ferramenta da controladoria e não da contabilidade.
Não há essa ferramenta na contabilidade, pois não foi padronizada
pelos órgãos competentes.
É claro
que toda ferramenta de custeio, por apresentar uma informação
precisa à administração da empresa é uma ferramenta gerencial. E
como explicam Rocha e Selig:
Custeio
por Atividade A principal crítica dos defensores do custeio por
atividades, está relacionada com o custeio convencional, pois ele
ignora as diferenças importantes entre produtos e serviços,
mercados e clientes, sobre os quais incorrem diferentes custos
indiretos. Quanto mais linhas de produtos, maiores distorções irão
resultar das práticas de custeio descritas acima. Com o custo
distorcido, alguns produtos são sobrecarregados, enquanto outros são
subsidiados.
“O
ABC é um sistema que permite rastrear os custos de um negócio ou
departamento para as atividades realizadas e verificar como essas
atividades estão relacionadas para geração de receitas e consumo
de recursos. O ABC avalia o valor que cada atividade agrega para a
desempenho do negócio ou departamento”1.
Bibliografia
IUDÍCIBUS, 1987:
IUDÍCIBUS, Sérgio de, Contabilidade gerencial, 1987
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