A
governança corporativa é definida pelo IGBC – Instituto
Brasileiro de Governança Corporativa que regula a governança
corporativa no Brasil como um sistema pelo qual as sociedades são
dirigidas e monitoradas, envolvendo os acionistas e os cotistas,
Conselho de Administração, Diretoria, Auditoria Independente e
Conselho Fiscal. As boas práticas de governança corporativa têm a
finalidade de aumentar o valor da sociedade, facilitar seu acesso ao
capital e contribuir para a sua perenidade. Onde tem como principal
objetivo recuperar e garantir a confiabilidade em uma determinada
empresa para os seus acionistas. Criando um conjunto eficiente de
mecanismos, tanto de incentivos quanto de monitoramento, afim de
assegurar que o comportamento dos executivos estejam sempre alinhados
com seus interesses.. Uma boa governança corporativa contribui para
um desenvolvimento econômico sustentável, proporcionando melhorias
no desempenho das empresas além
de maior acesso a fontes externas de capital. A
governança corporativa torna-se um dos pilares mais importantes da
economia global e um dos instrumentos determinantes da
sustentabilidade das empresas. No Brasil, a adoção de boas práticas
de governança tornou-se um dos requisitos básicos exigidos pelos
investidores e pelas instituições do mercado. Com o objetivo de
examinar as questões centrais de governança e compreender os
processos que a envolvem, a Fundação Don Cabral oferece o Programa
Governança Corporativa com foco nos grandes temas que têm sido
objeto de análise, reflexão e regulação. Por
estes motivos, torna-se tão importante ter conselheiros qualificados
e sistemas de Governança
Corporativa de qualidade.
Evitando-se assim diversos fracassos empresariais decorrentes de
abuso de poder, erros estratégicos e fraudes. Como
todo sistema, é composto de estruturas, relações, processos e um
objetivo a ser alcançado. Entre as estruturas de governança estão
a assembleia de sócios (ou reuniões de sócios), o conselho de
administração e a diretoria. As relações referem-se a toda a
interface entre essas estruturas, enquanto os processos são a forma
como as atividades são desempenhadas, avaliadas e monitoradas. E o
objetivo do sistema é gerir a empresa ou organização da melhor
forma possível, para que tenha maiores chances de alcançar seus
objetivos com sucesso e favorecer sua longevidade. A necessidade de
um sistema de governança estruturado surge conforme a empresa vai
ficando maior e mais complexa, com o aumento do número de sócios, a
impossibilidade de assumirem todas as responsabilidades da condução
do negócio e a consequente contratação de executivos para gerir o
dia a dia. Quando incorporadas às leis, algumas práticas de
governança corporativa tornam-se obrigatórias para todas ou
determinadas empresas atuantes onde essa legislação é vigente.
Outras práticas são exigidas como instrumentos de autorregulação,
ou seja, tornam-se obrigatórias para empresas que desejam fazer
parte de um grupo, por exemplo, o grupo de empresas com ações
negociadas em bolsa de valores, sujeitas aos órgãos públicos
reguladores e às normas de funcionamento da empresa responsável
pela negociação das ações. Contudo, em grande parte, as boas
práticas de governança corporativa são propostas sob forma de
recomendações por organizações nacionais e internacionais e por
pesquisadores, podendo ser voluntariamente adotadas nas empresas, bem
como adaptadas a particularidades de suas trajetórias, culturas e
estratégias. No Brasil, as discussões sobre governança corporativa
começaram em 1995, a partir da criação de um instituto privado
voltado especificamente para a temática. Inicialmente denominado
Instituto Brasileiro de Conselheiros de Administração (IBCA), com
sua denominação alterada em 1999 para Instituto Brasileiro de
Governança Corporativa (IBGC)7. Aos poucos, o IBGC tornou-se
reconhecido nacional e internacionalmente, assumindo a liderança nos
debates sobre questões de governança no país e na América Latina
(IBGC, 2006). Algumas discussões sobre os direitos dos acionistas
passavam a assumir na época importância por causa de alguns
eventos, entre eles, a aquisição em 1998, por meio de oferta hostil
sem tag along, do controle das Lojas Renner pelo grupo JC Penney,
multado posteriormente pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Foram muitos os desafios enfrentados para a difusão do tema, pois a
cultura empresarial brasileira não se caracterizava por tradição
no mercado de capitais e ao papel do conselho de administração não
era ainda dedicada expressiva atenção. Como instrumento de
autorregulação e incentivo ao mercado acionário, a BM&FBOVESPA
não tardou em lançar segmentos diferenciados de governança
corporativa (Nível 1, Nível 2 e Novo Mercado). A exemplo do que já
havia sido feito em outros países, os segmentos diferenciados de
governança, lançados oficialmente em dezembro de 2000, exigiam
patamares de governança corporativa mais rígidos do que os
requeridos pela lei societária brasileira. No âmbito legislativo,
houve avanços com a reforma da Lei das S.A. principalmente com a
aprovação da Lei 10.303/2001.
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