terça-feira, 19 de abril de 2016

Fundamentos da Análise de Balanços


       O uso dos indicadores contábeis para a decisão

O objetivo da Análise de índices para o profissional e demais usuários da contabilidade é o de apurar, gerar e apresentar informações úteis a tomada de decisões tomando como base as relações existentes entre os diferentes grupos de contas dos relatórios contábeis.
Neste capítulo serão abordados os seguintes conteúdos:
  • Objetivos da análise de balanços;
  • Panorama das técnicas de análise;
  • Usos e usuários da análise de balanços;
  • Estrutura das demonstrações financeiras;
  • Padronização das demonstrações financeiras;
  • Análise através de índices e;
  • Elaboração de relatório de análise.

      Aspectos iniciais da análise de balanços

Normalmente o objeto de estudo dos estudantes de Ciências Contábeis são as empresas de grande porte e com ações negociadas em bolsas de valores. São as chamadas Sociedades Anônimas, onde o capital é dividido em ações, frações iguais em poder de seus acionistas e do público geral que as comprar. Nessas empresas não existe a figura de um único dono isolado, mas sim, há a presença de vários donos, que por sua vez se reúnem em assembleia para decidir quem dentre eles vais controlar a empresa.
Em empresas pequenas ou mesmo os de médio porte são bem claras a figura de um dono ou proprietário, que sobre o qual, fica toda a responsabilidade dos atos e atividades empresariais.
No entanto, numa Sociedade por Ações de capital, por terem suas ações à venda no mercado de ações e quem as compra as utiliza ou para ter rendimentos ou as revendendo, são obrigadas a demonstrar e publicar o que elas fazem com os recursos (capital) que lhe foram confiados.
É a prestação de contas da sociedade empresarial a todos os stakeholders. As empresas de pequeno porte ou limitadas e que não apresentem o faturamento mínimo proposto pelo governo não são obrigadas a gerar e publicar os demonstrativos e outras informações contábeis – embora, devem elaborá-los e manter toda a escrituração contábil.
Toda sociedade anônima com capital aberto precisa se submeter a uma auditoria independente. A auditoria tem a função de fiscalizar os atos da empresa no que tange à parte financeira, econômica e contábil e de verificar e sugerir melhorias com base nos documentos vistoriados.
E por se tratar de recursos de acionistas e investidores, bem como toda uma comunidade de interessados nos resultados da empresa (governo, sociedade, meio ambiente, fornecedores, bancos, empregados, acionistas) e auditoria exigida não pode ser interna. No caso de uma auditoria interna, embora o fato de serem utilizadas técnicas de auditoria, amostragens, delimitação do objeto, não seria o mesmo tipo de auditoria.
O auditor interno, por um lado, tem seu trabalho voltado ao bom funcionamento do controle interno e em vista disso, trabalha para que os procedimentos sejam eficientes e garantam melhoria operacional e administrativa; ao passo que, por outro lado, o auditor independente – ou externo – trabalha para avaliar a empresa com zelo pelos interessados das informações que dali sairá.
Outro ponto a ser destacado é a autonomia: o auditor interno é empregado da empresa ao passo que o auditor externo ou independente tem seu trabalho livre de pressões por parte dos administradores da referida entidade.
O auditor externo, então, dá o parecer aos acionistas e aos demais interessados sobre a saúde da empresa, se reportando ao órgão máximo de poder na empresa, o conselho de administração, que é o representante dos interesses dos acionistas e investidores.
E além da auditoria independente existe ainda a figura da Comissão de Valores Mobiliários – CMV, uma autarquia do governo que como se fosse um segundo fiscal em favor dos acionistas, é responsável por analisar, pedir esclarecimentos e até proibir a nomeação de determinado diretor se tiver conhecimento de que este ato será prejudicial aos interesses dos stakeholders.
Mas como se pode saber se a empresa anda bem com a sua saúde financeira? Como é possível afirmar ao investidor se a empresa em que este colocou seu capital tem retorno ou até mesmo se tem uma boa situação financeira capaz de garantir suas dívidas para com terceiros? Pois bem, pela análise das demonstrações contábeis da empresa e, por meio de comparações com os dados de outras empresas de mesmo ramo é possível formular inferências que ajudarão na tomada de decisões.
Neste capítulo, portanto, serão estudadas e analisadas apenas demonstrações de S.A’s, de ramo de atividade industrial ou comercial, uma vez que por obrigação todas as sociedades anônimas devem elaborar e publicar seus balanços de forma padronizada, além de que as empresas destes ramos são a maioria das empresas do mercado e também por que trabalham com estoques, facilitando as análises e comparações. Os bancos e as empresas prestadoras de serviços não movimentam estoques.


      Os objetivos da análise de balanços

Mas ainda sim, por que não escolher as empresas sociedades anônimas de capital fechado para o estudo e a análise de balanços? Ocorre que as sociedades de capital fechado, apesar de serem submetidas a auditorias independentes, seguem outra legislação de fiscalização e auditoria.
Cada empresa deve saber como está trabalhando com suas atividades e as ações dos concorrentes diretos e do resto do mercado. Deve saber como se comportar para poder chegar ao seu lucro. Por exemplo, se a empresa planeja chegar ao lucro vendendo agasalhos deve fazê-lo antes da chegada do verão.
É preciso ter em mente que estamos em fase de transição e de que os produtos que hoje são aceitos no mercado poderão sofrer os efeitos de novos e mais modernos e melhores bens em muito pouco tempo. As fotografias antes, por exemplo, surgiam com a revelação de filmes, produzidos geralmente pela Kodak ou Fugi.
Na atualidade câmeras são digitais e as fotos são instantâneas, o que dispensa o uso de filmes. Mas e daqui a dez ou vinte anos, como as máquinas de tirar fotografias serão? O que as empresas devem fazer para continuarem no mercado?
A resposta é não apenas investir no que no presente momento é dito como sucesso, mas também, no que pode vir a se tornar tendência no futuro próximo. Há a profunda necessidade de avaliar o mercado e descobrir as suas tendências.
E ate mesmo os bancos e demais instituições financeiras deverão ter que se adequar às modernidades. Um grande concorrente do banco hoje em dia são os representantes bancários, como casas lotéricas e estabelecimentos comerciais, que fornecem abertura de conta corrente, empréstimos e outros benefícios em locais aonde os bancos não vão. Trabalham com os bancos, mas, se um dia estes concorrentes diretos preferirem trabalhar sozinhos, os bancos terão que se adequar ou perderão espaço.
São estas as demonstrações (obrigatórias) publicadas pelas empresas que tem ações cotadas em bolsas de valores:
  • Relatório da Administração;
  • Balanço Patrimonial;
  • Demonstração do Resultado do Exercício;
  • Notas Explicativas;
  • Demonstração de Origens e Aplicação de Recursos;
  • Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido;
  • Parecer dos Auditores Independentes.

E aí entra em cena a análise de balanços. O objetivo da análise das demonstrações contábeis é de extrair informações das demonstrações financeiras pra a tomada de decisões.

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