O objetivo
da Análise de índices para o profissional e demais usuários da
contabilidade é o de apurar, gerar e apresentar informações úteis
a tomada de decisões tomando como base as relações existentes
entre os diferentes grupos de contas dos relatórios contábeis.
Neste
capítulo serão abordados os seguintes conteúdos:
-
Objetivos da análise de balanços;
-
Panorama das técnicas de análise;
-
Usos e usuários da análise de balanços;
-
Estrutura das demonstrações financeiras;
-
Padronização das demonstrações financeiras;
-
Análise através de índices e;
-
Elaboração de relatório de análise.
Normalmente
o objeto de estudo dos estudantes de Ciências Contábeis são as
empresas de grande porte e com ações negociadas em bolsas de
valores. São as chamadas Sociedades Anônimas, onde o capital é
dividido em ações, frações iguais em poder de seus acionistas e
do público geral que as comprar. Nessas empresas não existe a
figura de um único dono isolado, mas sim, há a presença de vários
donos, que por sua vez se reúnem em assembleia para decidir quem
dentre eles vais controlar a empresa.
Em
empresas pequenas ou mesmo os de médio porte são bem claras a
figura de um dono ou proprietário, que sobre o qual, fica toda a
responsabilidade dos atos e atividades empresariais.
No
entanto, numa Sociedade por Ações de capital, por terem suas ações
à venda no mercado de ações e quem as compra as utiliza ou para
ter rendimentos ou as revendendo, são obrigadas a demonstrar e
publicar o que elas fazem com os recursos (capital) que lhe foram
confiados.
É a
prestação de contas da sociedade empresarial a todos os
stakeholders. As empresas de pequeno porte ou limitadas e que
não apresentem o faturamento mínimo proposto pelo governo não são
obrigadas a gerar e publicar os demonstrativos e outras informações
contábeis – embora, devem elaborá-los e manter toda a
escrituração contábil.
Toda
sociedade anônima com capital aberto precisa se submeter a uma
auditoria independente. A auditoria tem a função de fiscalizar os
atos da empresa no que tange à parte financeira, econômica e
contábil e de verificar e sugerir melhorias com base nos documentos
vistoriados.
E por se
tratar de recursos de acionistas e investidores, bem como toda uma
comunidade de interessados nos resultados da empresa (governo,
sociedade, meio ambiente, fornecedores, bancos, empregados,
acionistas) e auditoria exigida não pode ser interna. No caso de uma
auditoria interna, embora o fato de serem utilizadas técnicas de
auditoria, amostragens, delimitação do objeto, não seria o mesmo
tipo de auditoria.
O auditor
interno, por um lado, tem seu trabalho voltado ao bom funcionamento
do controle interno e em vista disso, trabalha para que os
procedimentos sejam eficientes e garantam melhoria operacional e
administrativa; ao passo que, por outro lado, o auditor independente
– ou externo – trabalha para avaliar a empresa com zelo pelos
interessados das informações que dali sairá.
Outro
ponto a ser destacado é a autonomia: o auditor interno é empregado
da empresa ao passo que o auditor externo ou independente tem seu
trabalho livre de pressões por parte dos administradores da referida
entidade.
O auditor
externo, então, dá o parecer aos acionistas e aos demais
interessados sobre a saúde da empresa, se reportando ao órgão
máximo de poder na empresa, o conselho de administração, que é o
representante dos interesses dos acionistas e investidores.
E além da
auditoria independente existe ainda a figura da Comissão de Valores
Mobiliários – CMV, uma autarquia do governo que como se fosse um
segundo fiscal em favor dos acionistas, é responsável por analisar,
pedir esclarecimentos e até proibir a nomeação de determinado
diretor se tiver conhecimento de que este ato será prejudicial aos
interesses dos stakeholders.
Mas como
se pode saber se a empresa anda bem com a sua saúde financeira? Como
é possível afirmar ao investidor se a empresa em que este colocou
seu capital tem retorno ou até mesmo se tem uma boa situação
financeira capaz de garantir suas dívidas para com terceiros? Pois
bem, pela análise das demonstrações contábeis da empresa e, por
meio de comparações com os dados de outras empresas de mesmo ramo é
possível formular inferências que ajudarão na tomada de decisões.
Neste
capítulo, portanto, serão estudadas e analisadas apenas
demonstrações de S.A’s, de ramo de atividade industrial ou
comercial, uma vez que por obrigação todas as sociedades anônimas
devem elaborar e publicar seus balanços de forma padronizada, além
de que as empresas destes ramos são a maioria das empresas do
mercado e também por que trabalham com estoques, facilitando as
análises e comparações. Os bancos e as empresas prestadoras de
serviços não movimentam estoques.
Mas ainda
sim, por que não escolher as empresas sociedades anônimas de
capital fechado para o estudo e a análise de balanços? Ocorre que
as sociedades de capital fechado, apesar de serem submetidas a
auditorias independentes, seguem outra legislação de fiscalização
e auditoria.
Cada
empresa deve saber como está trabalhando com suas atividades e as
ações dos concorrentes diretos e do resto do mercado. Deve saber
como se comportar para poder chegar ao seu lucro. Por exemplo, se a
empresa planeja chegar ao lucro vendendo agasalhos deve fazê-lo
antes da chegada do verão.
É preciso
ter em mente que estamos em fase de transição e de que os produtos
que hoje são aceitos no mercado poderão sofrer os efeitos de novos
e mais modernos e melhores bens em muito pouco tempo. As fotografias
antes, por exemplo, surgiam com a revelação de filmes, produzidos
geralmente pela Kodak ou Fugi.
Na
atualidade câmeras são digitais e as fotos são instantâneas, o
que dispensa o uso de filmes. Mas e daqui a dez ou vinte anos, como
as máquinas de tirar fotografias serão? O que as empresas devem
fazer para continuarem no mercado?
A resposta
é não apenas investir no que no presente momento é dito como
sucesso, mas também, no que pode vir a se tornar tendência no
futuro próximo. Há a profunda necessidade de avaliar o mercado e
descobrir as suas tendências.
E ate
mesmo os bancos e demais instituições financeiras deverão ter que
se adequar às modernidades. Um grande concorrente do banco hoje em
dia são os representantes bancários, como casas lotéricas e
estabelecimentos comerciais, que fornecem abertura de conta corrente,
empréstimos e outros benefícios em locais aonde os bancos não vão.
Trabalham com os bancos, mas, se um dia estes concorrentes diretos
preferirem trabalhar sozinhos, os bancos terão que se adequar ou
perderão espaço.
São estas
as demonstrações (obrigatórias) publicadas pelas empresas que tem
ações cotadas em bolsas de valores:
-
Relatório da Administração;
-
Balanço Patrimonial;
-
Demonstração do Resultado do Exercício;
-
Notas Explicativas;
-
Demonstração de Origens e Aplicação de Recursos;
-
Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido;
-
Parecer dos Auditores Independentes.
E aí
entra em cena a análise de balanços. O objetivo da análise das
demonstrações contábeis é de extrair informações das
demonstrações financeiras pra a tomada de decisões.
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