segunda-feira, 18 de abril de 2016

Cultura temporária e permanente

Lavoura de Soja

Cultura temporária

Cultura temporária são aquelas sujeitas ao replantio após a colheita. Normalmente, o período de vida é curto. Após a colheita, são arrancadas do  solo para que seja realizado novo plantio.

Exemplo: soja, milho, arroz, feijão, batata, legumes, etc. Esse tipo de cultura é também conhecido com anual.

São contabilizados no Ativo Circulante, como se fossem um “Estoque em Andamento”. Dessa forma, todos os custos serão acumulados numa subconta  com título específico de Cultura em Formação da conta “Cultura Temporária”.

Custos e despesas

Os custos que compõem esta conta são: sementes, fertilizantes, mudas, demarcações, mão-de-obra, encargos, energia elétrica, encargos sociais, combustível, seguro, serviços profissionais, inseticidas, depreciação de tratores.
As despesas do período entende-se todos os gastos de identificáveis com a cultura, não sendo, portanto, acumulados no estoque (cultura temporária), mas apropriados com despesa do período. São despesas de venda (propaganda, comissão de vendedores, etc), despesas administrativas  (honorários dos diretores, pessoal de escritório, etc) de despesas financeiras (juros, taxas bancárias, etc).

Colheita

O custo da colheita será acumulado na conta “Cultura Temporária” e, após o termino da colheita, essa conta será baixada pelo seu valor de custo e transferida para um nova conta, denominada  “Produtos Agrícolas”, sendo especificado, como subconta, o tipo de produto (soja, milho, batata, etc).
À medida que produção agrícola for vendida, dá-se proporcionalmente baixa na conta “Produtos Agrícolas” e transfere-se a valor de custo para a conta “Custo do Produto Vendido”  (resultado), especificando-se  o tipo de produtos agrícola vendido (trigo, tomate, abóbora,etc)

Cultura Permanente

Cultura permanente são aquelas que permanecem vinculadas ao solo  e proporcionam  mais de uma colheita ou produção. Normalmente atribui-se às cultura permanentes uma duração mínima de quatro anos. Basta apenas  a cultura que durar mais de um ano e propiciar mais de um colheita para ser permanente. Exs: cana-de-acuçar, citricultura (laranjeira, limoeiro, etc), cafeicultura, etc.

Custos e despesas

Os custos necessários para a formação da cultura serão considerados Ativo  Imobilizado. Os principiais custos são: adubação, formicidas, mão-de-obra, encargos sociais, manutenção. Arrendamento de equipamentos e terras, seguro da cultura, preparo do solo, serviços de terceiros, sementes, mudas, irrigação, produtos químicos,  depreciação de equipamentos utilizados na cultura, etc.
Os custos de formação da cultura são acumulados na conta “Cultura Permanente em Formação” , da mesma forma como acontece com a conta “Imobilização em Andamento” ou em curso em uma Indústria.
Despesas  administrativas, de vendas e financeiras não compõem o gasto de formação da formação da cultura, mas são apropriadas diretamente como “despesa do período” e não são, portanto, ativas.
Dentro da conta “Cultura Permanente em Formação” há subcontas que indicam especificamente a tipo de cultura:  café, guaraná, seringueira, etc.
Após a formação da cultura, que pode levar vários anos, transfere-se o valor acumulado da conta “Cultura Permanente em Formação” para a conta “Cultura Permanente Formada”, identificando-se uma subconta por tipo de cultura específica.

Colheita ou Produção

Como o ciclo de floração, formação e maturação do produto normalmente é longo, pode-se criar uma conta de “Colheita em Formação”, sempre identificando o tipo de produto que vai ser colhido.
Essa conta é composta de todos os custos necessários para a realização da colheita: mão-de-obra e respectivos encargos sociais (poda, capina, aplicação de herbicida, etc), produtos químicos, custo de irrigação (energia elétrica, transporte de água, depreciação de motores), seguro da safra, secagem da colheita, etc.
Após o término da colheita, transfere-se o total acumulado de “Colheita em Formação” para “Produtos Agrícolas” e transfere-se o valor custo à conta “Custo do Produto Vendido” (resultado do resultado), especificando-se o tipo de produto agrícola vendido (algodão, café, uva ,etc).

Um comentário:

  1. Veja se pode me ajudar: um cliente que é uma entidade sem fins lucrativos ganhou em 2012 mudas de eucalipto para plantar num terreno da própria entidade. A ideia da doação recebida foi de cultivar as árvores e quando grandes cortar e vender para ter mais receita. Como contabilizo, pois sei que farão parte dos custos a mão de obra, exaustão do terreno etc. Aconteceu que em 2013 ocorreu uma chuva forte e derrubou todas as mudas que já estavam com quase dois metros. Registro como perda, baixo de imobilizado, pode me ajudar?

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