Sistema empresa
A proposta
é que a empresa seja analisada como um sistema organizacional que
exerce atividade econômica, não sendo relevante a forma jurídica
como se constitui, tão-pouco com a natureza dos benefícios gerados.
A diferente idéia de sistema tem ajudado a compreensão de vários
assuntos no âmbito de organizações empresariais, isso vale também
sobre a sua definição. Sob a visão de seu fundador, Von
Bertalanffy, a teoria dos sistemas resume-se em:
“(...)
é uma visão da realidade que transcende os problemas tecnológicos,
exige uma reorientação das ciências, atinge uma ampla gama de
ciências desde a física até as ciências sociais e é operativa
com vários graus de sucesso.” (in: Lodi,1987:199)
Entende-se,
portanto, que SISTEMA é uma metodologia de estudo que permite estudo
de relações com ambiente, delimitação, estruturação, estudo e
compreensão sobre os elementos que a compõem. De acordo com Bio
(1985:18)
“uma
empresa excede a soma de atividades isoladas, tais como: vender,
comprar, controlar pessoal, produzir, pagar e receber. (...) Ela deve
ser considerada mais do que meros componentes reunidos, de forma
estática, através de uma estrutura de organização. É necessário
conceituá-la como um sistema de partes estreitamente relacionadas,
com fluidez dinâmica.”
O texto
acima define, então, que Sistemas são conjuntos de elementos
interdependentes, cada um com seu desenvolvimento de função, para
atingir os objetivos do todo, justificando a união de suas partes.
Os
sistemas em relação a sua capacidade de interação podem ser
abertos ou fechados, onde os abertos são capazes de interagir com o
meio ambiente e os fechados não. Em relação a sua capacidade de
alterar suas características por consequência de realização de
atividades podem ser: estáticas, aonde não realizam atividades,
portanto não sofrem modificações; dinâmicas, tem suas
características alteradas de acordo com realização de atividades,
internas ou em consequência de seu ambiente, e homeostáticas, são
considerados estáticos em relação ao ambiente externo, mas
dinâmicos quanto ao seu funcionamento.
A
continuidade, a sobrevivência, o crescimento e o desenvolvimento de
uma organização estão na sua capacidade de interagir com o
ambiente em que está inserida. A organização sofre influência
externa, e influencia o ambiente em que faz parte. Muitas das
influências externas não podem ser previstas ou controladas. Sob o
enfoque da teoria dos sistemas, as organizações caracterizam-se
como um sistema aberto e dinâmico, onde o sistema é visto como um
conjunto de elementos interdependentes que, interagem entre si, com
determinados objetivos e efetuam determinadas funções. Como um
sistema aberto a empresa está constantemente interagindo com o
ambiente e como sistema dinâmico realiza atividades que a mantém em
constante mutação.
O ambiente
externo é um conjunto de entidades que direta ou indiretamente
impactam ou são impactados pela atuação da empresa. Catelli (1997)
propõe a caracterização do seu ambiente remoto e de seu ambiente
próximo, realçando a visão de segmentos e variáveis que
determinam a amplitude da gestão empresarial. O ambiente remoto é
composto de entidades que embora possa não se relacionar
diretamente, possuem autoridade, domínio, ou influência para
definir variáveis, uns exemplos claros são governo e entidades
regulatórias. O ambiente próximo e composto de entidades que atuam
e competem tais como fornecedores, concorrentes e os próprios
clientes. Segmento é definido como um conjunto de atividades que
constituem determinados estágios de ciclo econômico, que inicia
desde a obtenção de insumos até o consumo final dos produtos ou
serviços gerados. A adaptabilidade ao ambiente externo e ao qual
está inserida, autocontrole para manter dentro do limite normal
algumas variáveis e informação são aspectos que precisam ser
analisados e aplicados objetivando o pressuposto da continuidade e
durabilidade da empresa.
A Missão
caracteriza a verdadeira razão de existência da empresa, assumindo
papel permanente e direcionando seu modo de ação, que devem fluir
independente de condições ambientais do momento e também de
condições internas.
Os
objetivos da empresa devem ser formulados de acordo com sua missão,
visando orientar a sua atuação. Os objetivos sociais e econômicos
da empresa devem ser conciliados, pois se tratam do equilíbrio que a
empresa necessita na sua estrutura. A organização é composta de
vários subsistemas do sistema principal, cada um tem suas
características próprias, porém de forma se relacionar na
constituição de um todo, e com objetivos ou uma razão que integra
e justifica a reunião de suas partes.
-
Subsistema institucional: crenças, valores e expectativas dos proprietários da empresa que se convertem em diretrizes e norteiam o comportamento diante do ambiente externo.
-
Subsistema físico: elementos materiais da empresa, imóveis, instalações, máquinas, veículos, etc.
-
Subsistema social: elementos humanos da empresa e suas características próprias.
-
Subsistema organizacional: como são agrupadas as atividades da empresa (departamentalização).
-
Subsistema de gestão: orienta a realização das atividades da empresa a seus propósitos, ou seja, a dinâmica do sistema. Planejamento, execução e controle das atividades empresariais.
-
Subsistema de informação: processamento e geração de informações.
De acordo
com a GECON, o modelo de gestão deve explicitar todas as regras
básicas ou diretrizes principais para gestão da empresa, para que
cumpra a missão para a qual foi constituída. O processo de gestão
configura-se com base nas definições do modelo de gestão da
empresa, procurando assegurar que as decisões conduzam para a missão
pela qual foi criada.
O processo
de gestão econômica (CATELLI e GUERREIRO 1997) estrutura-se em
planejamento estratégico, assegurando o cumprimento da missão
e continuidade da empresa, planejamento operacional, envolvendo
a escolha de melhores diretrizes estratégicas e otimizando o
desempenho da empresa, execução, fase com o propósito de
alcançar os objetivos traçados e controle, que busca
assegurar que os resultados planejados sejam realizados. O sistema de
informação tem como objetivo subsidiar os gestores com informações
sobre os resultados das alternativas simuladas, planejadas e
realizadas em todas as fases do processo de gestão.
A eficácia
empresarial se caracteriza pelo grau de atendimento da missão do
negócio e garantia de continuidade da entidade. Entende-se por
eficácia a capacidade gerencial de “fazer com que as coisas sejam
realizadas”, ou atingir os resultados planejados.
Na
eficácia entende-se também que não é simplesmente atingir ou não
um objetivo, mas a visão de diferentes graus de atendimento. Em se
tratando de alcance da eficácia do sistema-empresa e de cada uma de
suas partes implicam em levar em consideração requisitos
fundamentais, como produtividade, eficiência, satisfação,
adaptabilidade do processo decisório e desenvolvimento.
Diversos
autores apresentam sua visão sobre eficácia empresarial. Gibson (ET
al.1988:77) define eficácia como sendo o grau que as organizações
atingem sua missão, metas e objetivos, dentro de seus recursos. Já
Nakagawa (1987:34) considera que a eficácia está associada
diretamente com resultados e produtos decorrentes da atividade da
organização para a realização e atendimento das metas da empresa.
Bio (1985:20 ss) deixa clara a diferença entre eficiência e
eficácia quando cita:
“Uma
empresa eficaz coloca no mercado o volume pretendido do produto certo
para determinada necessidade, Eficiência diz respeito a método, a
modo certo de fazer as coisas. È definida pela relação de volumes
produzidos/ recursos consumidos. Uma empresa eficiente é aquela que
consegue o seu volume de produção com menor dispêndio possível de
recursos .”
Alguns
critérios para eficácia empresarial foram definidos, de acordo com
Gibson ET al. (1988:77 ss) tais como: sobrevivência, adaptabilidade,
desenvolvimento, produção, eficiência e satisfação.
O
resultado econômico constitui a melhor maneira de mensurar a
eficácia empresarial, com o objetivo de conduzi-la a melhores níveis
adequando a realidade da empresa. Se uma empresa é eficiente, este
ponto estará refletido no lucro de forma positiva, o mesmo acontece
se a mesma satisfizer seus clientes, ou tiver uma posição vantajosa
no mercado, e assim também com os demais índices. No entanto, o
lucro não é o contábil, o ortodoxo segundo a legislação ou
normas contábeis, mas sim o lucro econômico, medido através de um
sistema de mensuração que realmente espelhe o patrimônio econômico
empresarial e suas mutações.
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