Nesta trataremos sobre aspectos fundamentais das condições de trabalho e de ocorrências típicas numa relação de contrato de trabalho. Essa é mais uma contribuição sobre o Direito do Trabalho com textos extraídos das apostilas oferecidas pelos professores da Universidade de Mogi das Cruzes para apostilas para os alunos, mas não continham as referências bibliográficas, não os citaremos aqui.
Alteração nas Condições de Trabalho
Princípio legal da imodificabilidade: nos contratos individuais
de trabalho só é lícita a alteração das respectivas condições
por mútuo consentimento e, ainda assim, desde que não resultem,
direta ou indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena de
nulidade da cláusula infringente desta garantia (art. 468, CLT).
Princípio doutrinário do Jus variandi: é o
direito do empregador, em casos excepcionais, de alterar, por
imposição e unilateralmente, as condições de trabalho dos seus
empregados; fundamenta alterações relativas à função, ao salário
e ao local da prestação de serviços.
Suspensão e Interrupção do Contrato
Suspensão do contrato de trabalho: é a paralisação temporária
dos seus principais efeitos.
Interrupção do contrato de trabalho: é a paralisação durante
a qual a empresa paga salários e conta o tempo de serviço do
empregado.
Contratos a prazo: há divergência quanto aos critérios que
devem prevalecer neles; para uma teoria, a suspensão e a interrupção
deslocam o termo final do contrato; retornando ao emprego, o
trabalhador teria o direito de completar o tempo que restava do seu
afastamento; a CLT (art. 472, § 2º) deixou à esfera do ajuste
entre as partes os efeitos dos afastamentos nos contratos a prazo; se
ajustarem, o termo final será deslocado; não havendo o acordo,
mesmo suspenso o trabalho, terminada a duração do contrato
previamente fixada pelas partes, ele estará extinto, apesar da
suspensão ou interrupção.
Dispensa do empregado: o empregado pode ser sempre dispensado,
com ou sem justa causa; há divergências quanto à possibilidade de
dispensa do empregado cujo contrato está suspenso ou interrompido; a
lei nada esclarece, assim, não a vedando; porém, o empregado não
poder ser prejudicado; a partir do retorno, teria direito, mantido o
contrato, interrompido ou suspenso, às vantagens, especialmente
reajustamentos salariais, que se positivarem durante o afastamento;
nesse caso, ressalvados os prejuízos, a dispensa pode ocorrer.
Faltas ao serviço: justificadas são as faltas que o empregado
pode dar, sem prejuízo da remuneração e dos demais direitos; são
justificadas as faltas dispostas no art. 473, da CLT; se é
justificada, o empregado receberá a remuneração do dia, ou dos
dias, bem como a remuneração do repouso semanal, não sofrendo,
igualmente, qualquer desconto de dias de duração de férias; se. no
entanto, é injustificada, todas as consequências acima mencionadas
ocorrerão legalmente.
Transferência de Empregado
Conceito legal de transferência: a CLT (art. 469) considera
transferência a ato pelo qual o empregado passa a trabalhar em outra
localidade, diferente da que resultar do contrato, desde que importar
em mudança do seu domicílio.
Transferências lícitas: é lícita a transferência do
empregado, com a sua anuência (CLT, art. 469); a concordância do
empregado é que legitimará a transferência; sem sua anuência é
lícita a transferência em caso de necessidade de serviço, mediante
o pagamento de adicional de transferência de 25%, e ocorrendo a
extinção do estabelecimento em que trabalhar o empregado.
Empregados intransferíveis: a CLT (art. 543) impede a
transferência de empregados eleitos para cargo de administração
sindical ou de representação profissional para localidades que
impeçam o desempenho dessas atribuições; a CLT (art. 659, IX)
prevê a concessão de medidas liminares pelos juízes do trabalho,
sustando transferências ilícitas.
Efeitos econômicos da transferência: as despesas relativas à
ela, correrão por conta do empregador (art. 470).
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