Dentro da empresa os estoques são os itens que compõem a maior representatividade de capital de giro e tem como principais finalidades cobrir o volume de vendas e também o volume de produção. Por exemplo, se a organização demora dez dias para produzir deve ter estoque que sustente a produção durante esse período – o que é diferente de dizer “estoque a disposição”.
É
diferente que o conceito do Just in Time, modelo em que apenas
se produz aquilo que se pretende vender e não existe estoque e
envolve conceitos de logística. A matéria-prima que vai ser
utilizada chega do fornecedor e no mesmo dia já é utilizada, vira
produto acabado e é vendido ao consumidor. Não vai para o estoque.
E com isso, surge a interrogação: é melhor para a empresa
trabalhar com Just in Time ou com estoque? Trabalhar com o
Just in time significa geração de lucro e rentabilidade uma
vez que não há custos decorrentes de investimentos de curto prazo
(capital de giro) em compra de materiais para armazenar num estoque
parado.
E como já
foi estudado, diminuir investimentos significa aumento de
rentabilidade.
Mas o que
pode acontecer se os fornecedores não estão próximos das
instalações da empresa? O ideal é que estejam próximos da
empresa, mas se isso não é possível é bom que haja uma eficiente
infraestruturada para evitar atrasos causados pelo trânsito.
Imaginemos que a empresa tem um fornecedor que tem dificuldades em
entregar as mercadorias no prazo, pois sempre acontece algum
imprevisto nas estradas que os ligam. E para evitar esse tipo de
problema um estoque deve ser capaz de suprir os erros do planejamento
da empresa.
Se a
produção era para ser concluída em 10 dias, mas levou 25 para
poder deixar os materiais do estoque prontos para serem entregues é
imperativo que a empresa tenha materiais suficientes para cobrir o
atraso e assim não prejudicar os clientes. Assim sendo, o Just in
time pode não ser eficiente e acabar não dando um bom resultado
para a organização no final das contas.
Função, tipo e volume do estoque
É função
dos estoques atenderem as alterações de ofertas e demandadas. Se a
empresa precisar de mais matéria-prima o estoque deve ter unidades
extras para cobrir essa necessidade e da mesma forma, quanto mais
tempo demorar a se produzir, mais o estoque deve ter de peças de
reserva e; se a empresa tem certeza de quanto o cliente deseja
comprar, mais o estoque deve estar preparado padronizando a produção.
E além dessa razão temos também esses fatores que acumulam
estoques: que das nas vendas e como remédio se continua a produção.
Em virtude
disso, mais estoque parado (estoque final) e se faz o contrário além
de se perder tempo, perde-se também a qualidade, mão-de-obra e
matéria-prima, que serão jogados fora e assim, configuram em gastos
à-toa.
Além
desse custo temos o Custo de Set Up, que corresponde ao gasto
decorrente ao ter que se religarem as máquinas no departamento de
produção. Toda vez que uma máquina de grande porte é desligada
leva-se um tempo para que fique completamente parada e mais que isso,
um tempo maior para ser preparada para ser religada, com manutenção
e segurança: até voltar ao ritmo de antes (normal) um longo período
será jogado fora, tempo este que significa menos produção na
empresa.
As vendas
irregulares e a grande quantidade de matéria-prima comprada para
aproveitar promoções. No primeiro caso o planejamento da empresa é
frustrado devido à volatilidade dos clientes. Se a empresa planeja
um período bom para vendas e compra grande quantidade de materiais
pode ser surpreendida com o gosto dos clientes que simplesmente podem
mudar de preferência. De outro lado, pode comprar poucas unidades e
a demanda ser muito maior. O gráfico abaixo nos apresenta essas
situações:
Assim,
quando a economia melhora e a demanda pelos produtos aumenta o
estoque diminui, ao passo que uma crise neste mercado acarreta em
queda de vendas e consequentemente, em estoque parado. São causas
externas para o acúmulo ou não de unidades do estoque. Entre outras
temos: fornecedor de materiais irregular, fornecedor que forma
monopólio, a chamada venda casada em que se compra um produto se
puder comprar outro em adição e os clientes.
E quanto
ao tipo podemos classificar os estoques quanto ao seu estado, logo,
temos: o estoque de materiais acabados, o estoque de matérias
primas, de reposição ou de manutenção de materiais e o estoque em
processamento ou andamento. Este ultima corresponde ao estoque
formado exclusivamente por materiais que começaram a ser fabricados,
mas que ainda não foram concluídos. São também chamados de
estoques semiacabados.
Como se
vê, o estoque é um dos elementos de maior complexidade dentro da
empresa (isto é, senão o maior) e para tal, deve ser controlado com
o máximo de responsabilidade e metodologias para que não acabe
causando problemas. A administração financeira, dessa forma, surge
como gerente para evitar que o estoque fique parado, e isso traz
consigo conceitos de rentabilidade, limpeza, segurança e manutenção
(que deve ser também controlada, uma vez que cuidar do estoque
também é um gasto).
Não
obstante, a administração financeira deve zelar para que o saldo do
estoque contenha o equilíbrio entre as entradas, saídas, uma margem
de segurança e por fim, a antecipação das vendas.
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