Na postagem de hoje, continuando nossa série sobre Análise de Balanços, apresentaremos alguns aspectos conceitos de um termo muito utilizado mas nem sempre compreendido: a Situação Financeira.
Conceitos básicos de Situação financeira
A
situação financeira é a capacidade de obtenção de recursos para
financiar suas operações. Apresentar uma boa situação financeira
é ter capacidade de captar e aplicar recursos. A importância para
alguém de fora saber ou conhecer a situação financeira: quem vai
emprestar quer saber se a empresa quer saber se esta terá como
honrar a sua dívida. O investidor quer saber se a empresa tem
crédito e se é confiável, fornecendo empréstimos, mercadorias com
garantia de pagamento. Para ele:
O
princípio do investimento considera que somente são aceitáveis
investimentos cuja taxa de retorno seja igual ou superior à menor
taxa de corte aceitável pelo acionista. A decisão de financiamento
procura trazer respostas sobre o mix de financiamento que maximiza o
valor da empresa. O princípio dos dividendos se fundamenta na
necessidade de devolver ao acionista os recursos não aplicados em
investimentos na empresa e que, portanto, não estão contribuindo
para maximizar o seu valor [STARKE JÚNIOR, 2008].
Para
o fornecedor o que importa é se tem crédito e confiabilidade. Uma
loja não costuma, por exemplo, fornecer crédito para o cliente sem
antes tomar alguns cuidados, tais como consultar o SPC (Serviço de
Proteção ao Crédito), Serasa (para verificar cliente tem fundos) e
às instituições financeiras (BACEN, do Banco Central).
É
claro que nem sempre a situação financeira coincide com o outro
tipo de situação: a econômica.
Todavia,
como cita Starke Júnior (2008):
Estes
ciclos de compras, vendas, recebimentos e pagamentos são resultantes
dos prazos concedidos por fornecedores e demais fontes operacionais,
ou seja, o prazo estabelecido para o nível de confiança depositado
na empresa e considerando a capacidade dos fornecedores destes
créditos em arcar com seus custos, e também são resultantes dos
prazos de estocagem e de créditos concedidos a clientes, além de
outras aplicações operacionais. Logo, são ciclos muito dinâmicos,
e que necessariamente impactam no caixa e conduzem o administrador
financeiro a buscar fontes alternativas para cobertura de tesouraria,
ou ainda alternativas para aplicar sobras de tesouraria. Tesouraria
esta que possui uma taxa de carregamento ou custo financeiro e que,
por consequência, afeta os resultados da empresa, sua capacidade de
endividamento e a própria avaliação do crédito obtido dos
fornecedores. Portanto, não deve ficar restrita a uma visão de
caixa, mas deve estar ao amparo de decisões estratégicas de
alavancagem financeira, alavancagem operacional, nível de atividade,
lucratividade e rentabilidade, reaplicação de resultados [STARKE JÚNIOR, 2008].
É
bem possível que em um lado a empresa vai bem e no outro tenha
problemas. A empresa pode muito bem apresentar lucro durante o
exercício social, mas estar passando por uma difícil situação
financeira, isto é, ter lucro, mas ainda sim ficar sem receber. É o
caso de empresas que prestam serviços para prefeituras.
No
balanço essas empresas têm lucro, devido ao princípio contábil da
competência, mas na realidade, o dinheiro demora mais para entrar no
caixa. Mas é claro também que uma empresa não pode se preocupar
apenas com uma situação e deixar a oura de lado.
A
situação financeira é dividida em dois grupos: situação de
estrutura de capitais e liquidez, respectivamente vistos a seguir.
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