A principal causa para se manter recursos para
transações é a necessidade de se fazer frente às operações
normais do dia a dia. O saldo transacional é aquele que ajusta as
entradas e saídas previstas em condições normais, pois estas só
serão iguais por um acaso muito grande.
A vida contém incertezas peculiares a cada ramo
de atividade. Sendo assim, não basta se ter saldo, única e
exclusivamente, para as diferenças entre entradas e saídas
previstas. Outra parcela de recursos deve ser mantida em função da
possibilidade de diferenças entre os fluxos de moeda previstos e os
reais, de tal forma a se evitar insuficiência de caixa. Essa outra
parcela, para fazer frente a déficits superiores ao esperado, é a
demanda de moeda para fins precaucionais. É uma margem de segurança.
Nota-se que pode existir uma relação inversa entre o volume
demandado de recursos para fins de precaução e a facilidade de
acesso rápido e barato a linhas de crédito ou a supressão rápida
de despesas não fundamentais, quando o objetivo é diminuir custos
devido a situações inesperadas. Há uma questão de ordem subjetiva
em relação ao risco de falta não prevista de moeda, isto é, caso
se mantenha um saldo menor para fins precaucionais haverá um ganho
de oportunidade de um lado e os custos inerentes à falta de fundos
do outro.
A posse de moeda para fins especulativos deve-se
ao fato de haver oportunidades especiais de ganho. Essa parcela de
disponibilidade visa a aproveitar oportunidades lucrativas. Por
exemplo: manter-se saldo para a compra de títulos a preços menores
(e, simultaneamente, taxas maiores); compra de produtos ou de insumos
a preços especiais; compra de matéria prima, além do necessário
em virtude de expectativas de aumento de preços.
Quanto maior é a renda, maior é a quantidade de
moeda demandada pelos agentes econômicos para realizarem as suas
transações; por outro lado, quanto menor a renda, menor será a
quantidade demandada de moeda. A demanda por moeda é inversamente
correlacionada com a taxa de juros2;
isto é, quanto maior for a taxa de juro, menor será a procura por
moeda e quanto menor a taxa de juros maior será a demanda por moeda.
No setor financeiro, o custo de se reter moeda
será tão mais alto quanto mais alta for a taxa de juros e, de forma
inversa, se a taxa de juros for baixa baixo será o custo de se reter
moeda. A uma taxa de juros baixa corresponde maior demanda por moeda.
A oferta de moeda é determinada pelo BACEN. A
ampliação da renda implica numa demanda maior por moeda. Se a
quantidade de moeda ofertada for constante, ocorrerá um aumento na
taxa de juros - desta forma temos uma correlação positiva entre a
taxa de juros e a renda.
Considerando
a taxa de juros (i) alta, a procura de moeda para especulação cai.
Com a queda da demanda por moeda para
especulação, aumenta a quantidade de moeda para transação e, como
conseqüência, aumento do consumo (C) e do investimento (I),
elevando a renda (Y). Com a taxa de juros (i) baixa, haverá uma
maior demanda de moeda para fins especulativos e cairá a procura
para fins transacionais; com isso, diminuirá o consumo (C) e o
Investimento (I), ocasionando uma diminuição da renda.
1
A Curva LM – Liabilies/Money (Títulos e Moedas) –
representa o conjunto de alternativas entre a taxas de juros e a
renda no setor monetário.
2
A taxa de juros representa a
remuneração pela perda da possibilidade do consumo presente e a
possibilidade de um maior consumo futuro.
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