segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Equilíbrio no setor monetário LM - (John Hicks & Alvin Hansen)

    
         EQUILÍBRIO DO SETOR MONETÁRIO LM1 - A posse da moeda (e da quase-moeda) se dá por motivos transacionais, precaucionais e especulativos. A demanda de moeda com a finalidade de precaução e especulação é, muitas vezes, chamada de procura por ativos de moeda (Ls). A demanda para se adquirir bens e serviços é denominada procura para transações (Lt) o que implica em L = Lt + Ls.
A principal causa para se manter recursos para transações é a necessidade de se fazer frente às operações normais do dia a dia. O saldo transacional é aquele que ajusta as entradas e saídas previstas em condições normais, pois estas só serão iguais por um acaso muito grande.
A vida contém incertezas peculiares a cada ramo de atividade. Sendo assim, não basta se ter saldo, única e exclusivamente, para as diferenças entre entradas e saídas previstas. Outra parcela de recursos deve ser mantida em função da possibilidade de diferenças entre os fluxos de moeda previstos e os reais, de tal forma a se evitar insuficiência de caixa. Essa outra parcela, para fazer frente a déficits superiores ao esperado, é a demanda de moeda para fins precaucionais. É uma margem de segurança. Nota-se que pode existir uma relação inversa entre o volume demandado de recursos para fins de precaução e a facilidade de acesso rápido e barato a linhas de crédito ou a supressão rápida de despesas não fundamentais, quando o objetivo é diminuir custos devido a situações inesperadas. Há uma questão de ordem subjetiva em relação ao risco de falta não prevista de moeda, isto é, caso se mantenha um saldo menor para fins precaucionais haverá um ganho de oportunidade de um lado e os custos inerentes à falta de fundos do outro.
A posse de moeda para fins especulativos deve-se ao fato de haver oportunidades especiais de ganho. Essa parcela de disponibilidade visa a aproveitar oportunidades lucrativas. Por exemplo: manter-se saldo para a compra de títulos a preços menores (e, simultaneamente, taxas maiores); compra de produtos ou de insumos a preços especiais; compra de matéria prima, além do necessário em virtude de expectativas de aumento de preços.
Quanto maior é a renda, maior é a quantidade de moeda demandada pelos agentes econômicos para realizarem as suas transações; por outro lado, quanto menor a renda, menor será a quantidade demandada de moeda. A demanda por moeda é inversamente correlacionada com a taxa de juros2; isto é, quanto maior for a taxa de juro, menor será a procura por moeda e quanto menor a taxa de juros maior será a demanda por moeda.
No setor financeiro, o custo de se reter moeda será tão mais alto quanto mais alta for a taxa de juros e, de forma inversa, se a taxa de juros for baixa baixo será o custo de se reter moeda. A uma taxa de juros baixa corresponde maior demanda por moeda.
A oferta de moeda é determinada pelo BACEN. A ampliação da renda implica numa demanda maior por moeda. Se a quantidade de moeda ofertada for constante, ocorrerá um aumento na taxa de juros - desta forma temos uma correlação positiva entre a taxa de juros e a renda.

Considerando a taxa de juros (i) alta, a procura de moeda para especulação cai.

Com a queda da demanda por moeda para especulação, aumenta a quantidade de moeda para transação e, como conseqüência, aumento do consumo (C) e do investimento (I), elevando a renda (Y). Com a taxa de juros (i) baixa, haverá uma maior demanda de moeda para fins especulativos e cairá a procura para fins transacionais; com isso, diminuirá o consumo (C) e o Investimento (I), ocasionando uma diminuição da renda.



1 A Curva LM – Liabilies/Money (Títulos e Moedas) – representa o conjunto de alternativas entre a taxas de juros e a renda no setor monetário.

2 A taxa de juros representa a remuneração pela perda da possibilidade do consumo presente e a possibilidade de um maior consumo futuro.

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