quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Risco de mercado, crédito, operacional e legal

     O risco de mercado pode ser expresso pela maneira como o preço de um determinado conjunto de bens ou de derivativos se comporta, isto é, o ganho ou as perdas que podemos auferir quando o preço do bem ou do derivativo muda. As perdas ou ganhos de nossas posições estão relacionados com o comportamento do mercado.

Vamos considerar uma captação, por meio de um CDB, com prazo de um ano e taxa de 15% aa. Esses recursos irão para financiar um empréstimo cujo prazo é de dois anos e taxa de 17% aa. No primeiro ano temos uma posição ‘confortável’, pois estamos ativados em 17% e passivado a 15%, todavia e no segundo ano?
No risco de liquidez, está implícita uma expressiva mudança de preços associada a operações de compra e venda de grande magnitude, ocasionando forte mudança na volatilidade e nos preços.
Nos mercados ilíquidos, há grandes diferenças entre os preços de compra e venda, podendo acarretar risco de grandes perdas. Os mercados podem absorver qualquer operação, dependendo do preço do ativo negociado.
Não seria aconselhável determos, por exemplo, posições com mais de 10% do saldo das operações em um determinado contrato. Evidentemente, deveríamos considerar também o número de participantes e/ou quantidade de operações desse mercado, pois poderíamos ficar na situação de termos de comprar na alta e vender na baixa.
Normalmente, possuímos uma gama de ativos. É de extrema importância mensurarmos o risco de todo nosso portfólio, como se ele fosse composto de um único ativo.
O risco total de nossa posição não é simplesmente a somatória de cada posição ou ativo visto de forma isolada; é a correlação dos riscos de todo os componentes da nossa carteira.



      Risco de Crédito:

O risco de crédito se expressa pela possibilidade da nossa contraparte não liquidar um contrato. A essência do crédito é a harmonia entre lucro e risco.
O risco de crédito pode ser mensurado pelo valor presente do fluxo de caixa inerente ao contrato da operação, mais o custo de reposição, isto é, o risco de nossa exposição creditícia corrente mais nossa exposição potencial.
No Brasil, não existe o uso do netting, ou seja, os créditos que temos a receber não anulam os débitos que temos a pagar na eventualidade de inadimplência da nossa contraparte.



      Risco Operacional:

Este risco se caracteriza pelas possíveis falhas na nossa organização ou na nossa empresa, ou seja, a não existência de infraestrutura adequada para operacionalizar e controlar de maneira eficiente as nossas operações.
Os principais elementos do risco operacional estão, resumidamente, listados abaixo:
  • 1. erro humano;
  • 2. falha de sistema;
  • 3. falha de gerenciamento;
  • 4. falta de controle;
  • 5. falta de transparência nos sistemas e processos; e
  • 6. dependência entre os "gerenciadores de risco" e os "criadores de risco".



      Risco Legal:

O risco legal surge da possível não execução dos termos de um contrato devido à incerteza legal de se implementar uma cobrança.
As leis que afetam o mercado financeiro, muitas vezes, são elaboradas com atraso, deixando várias dúvidas em seus textos, inclusive quanto à perfeita legalidade e tributação das operações do mercado. Percebe-se desconhecimento de alguns legisladores e advogados e até alguns juristas do que são essas operações, principalmente no caso dos derivativos.
Outro aspecto que devemos levar em consideração é oriundo das diferentes legislações entre os países com que precisemos operar.



      Sistema de Risco

O nosso sistema deverá mensurar a somatória dos riscos da empresa, consoante os padrões definidos pela sua alta direção, de forma rápida, sintética e clara. A definição expressa pela alta gestão da organização deve levar em consideração os objetivos e a política empresarial. Por sua vez, o risk management deverá ter em si as respostas para as seguintes questões:
  • a) Como e por qual motivo surgiu a instituição?
  • b) O que ela é?
  • c) Como atua e “vive" no mercado?
  • c) Por que existe?
  • e) Qual a relação entre os interesses dos acionistas e dos clientes?
  • d) Quais são suas metas?
As respostas a essas perguntas dará ao responsável pelo risco da empresa as condições básicas para a elaboração de modelos adequados à organização.
VALUE – AT – RISK (V@R) ou Valor em Risco
As Instituições Financeira tem interesse em saber o quanto suas carteiras estariam sujeitas a perder em caso de ocorrer uma conjuntura adversa. Esse valor pode ser calculado diariamente, isto é, pode-se determinar o valor, em reais, dessa perda.
V@R = Valor monetário das perdas a que um portfólio está sujeito, dado um determinado intervalo de confiança e de tempo.
Exemplo: V@R = R$ 200.000,00 para 1 dia com 95%.
O V@R do exemplo significa que existe 5% de probabilidade do portfólio perder mais do que R$ 200.000,00 em 1 dia, isto é, existe 5 chances em 100, em condições normais, de acontecer uma perda de mais de R$ 200.000,00 em um dia.
O V@R expressa a perda mínima, em moeda, esperada num dado período, com dada probabilidade de ocorrência.
O V@R é um método estatístico que procura dimensionar o risco de um portfólio. Este risco é a perda estatisticamente esperada num dado intervalo de tempo, com um grau de confiança definido e em condições normais de mercado.
O V@R expressa a exposição de um conjunto de títulos a perdas, isto é, a probabilidade de oscilações adversas de taxas ou preços. É um método estatístico de medida de risco expressa em moeda.



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