A inflação é a alta generalizadas dos preços
dos bens e serviços e de forma persistente. Esta alta tem como
efeito uma queda no poder aquisitivo da moeda.
De uma forma simplificada temos duas maneiras de
ver a variação do nível de preços. De acordo com o pensamento
monetarista, o grau da inflação é variável dependente do volume
de produção, da velocidade da moeda e do seu estoque nominal; como
o nível de produção e a velocidade da moeda são relativamente
estáveis, a inflação reflete as variações na quantidade de
moeda. Excessivos gastos do governo em relação a sua capacidade
tributária gerariam uma expansão dos meios de pagamento; por sua
vez esse aumento estaria desvinculado do aumento da produção de
bens e serviços e faria com que os preços subissem. Por outro lado,
os não monetaristas vêem a variação da inflação no aumento de
preços dos insumos (o petróleo, por exemplo), na indexação de
certos preços, no aumento excessivo de salários, na busca de
aumento de margens por parte das empresas e na estagnação da
produção as causas da inflação.
Inflação de demanda: também conhecida
como inflação de compra. Ocorre quando há uma maior procura por
bens ou serviços superior a capacidade de produção desses bens ou
serviços.
Inflação de custos: ocorre quando o
nível de preços se altera em virtude da elevação dos custos de
produção.
Inflação papel-moeda: também conhecida
como “guitarra”1.
É originada da emissão excessiva de moeda sem qualquer
contra-partida real.
Inflação inercial: é o reajuste dos
preços gerado pelos aumentos verificados no período anterior. O
setor produtivo aumentaria seus preços porque sofreu um aumento na
compra de insumos. Os consumidores exigiriam aumento de salários
para manter o nível de consumo. A realimentação inflacionária
reflete um processo contínuo em que a elevação de preços é
sempre repassada a um terceiro. Muitos contratos têm (ou tinham)
clausulas de reajustes baseadas na inflação já decorrida. A
inflação passa a ter vida própria.
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IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo): é o índice oficial do governo para medir a variação dos preços. Foi adotado em julho de 1.999. Quem o calcula é o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Sua série histórica vem desde 1.980. Este índice abrange a modificação nos preços das famílias que ganham de um a quarenta salários mínimos, quaisquer que sejam as fontes de rendimentos. A pesquisa é feita nas regiões metropolitanas de Belém (Pará), Belo Horizonte (Minas Gerais), Curitiba (Paraná), Fortaleza (Rio Grande do Norte), Porto Alegre (Rio Grande do Sul), Recife (Pernambuco), Rio de Janeiro (Rio de Janeiro), Salvador (Bahia), São Paulo (São Paulo), e nos municípios de Goiânia (Goiás) e do Distrito Federal. É a partir da agregação dos índices regionais que se obtém o índice nacional. O período de coleta estende-se do dia 1.º ao dia 30 do mês de referência. Os preços obtidos são os efetivamente cobrados ao consumidor, para pagamento à vista. A pesquisa é realizada em estabelecimentos comerciais, prestadores de serviços, domicílios e concessionárias de serviços públicos.
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IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado): esse índice é calculado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e surgiu em 1.989 a pedido da Federação dos Bancos e de várias associações com a coordenação da ANDIMA (Associação Nacional das Instituições do Mercado Financeiro) com uma cláusula que impede sua modificação pelo governo. Tem como função, servir de indexador de contratos bancários aplicável já no dia 30 do mês em curso. Tem como base os mesmos preços e a mesma ponderação do IGP (descrito abaixo, e que tem coleta de preços do primeiro ao último dia do mês), contudo a pesquisa de preços vai do dia 21 do mês anterior ao 20 do mês de referência. A cada decêndio do período de coleta ocorrem divulgações de prévias. O IGP-M quando foi criado teve como princípio ser um indicador para balizar as correções de alguns títulos emitidos pelo Tesouro Nacional (NTN – Notas do Tesouro Nacional, séries B e C) e para os CDBs pós-fixados acima de um ano. Posteriormente passou a ser o índice utilizado para a correção de contratos de aluguel e como indexador de algumas tarifas como energia elétrica. Este índice é uma média ponderada composta de três outros índices.
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2º) Índice de Preços ao Consumidor (IPC-M) – a coleta de dados ocorre nas cidades de Belém, Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Florianópolis, Fortaleza, Goiânia, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo. Com famílias cuja renda esteja compreendida entre 1 e 33 salários mínimos, o IPC tem uma participação de 30% do IGP-M. O objetivo desse índice é determinar o movimento médio de preços de determinado conjunto de bens e serviços no mercado varejista.
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3º) Índice Nacional de Construção Civil (INCC-M) – em que são avaliados os preços no setor de construção civil por meio da apuração do ritmo evolutivo dos preços dos materiais de construção, serviços e mão-de-obra. Sua representatividade é 10% do IGP-M. A pesquisa de preços é realizada em doze capitais: Belém, Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Florianópolis, Fortaleza, Goiânia, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo.
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IGP-DI (Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna): calculado mensalmente pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Os conceitos Disponibilidade Interna e Oferta Global dependem de como se considera o componente IPA. O IGP, no conceito Disponibilidade Interna, procura medir os preços que afetam diretamente as unidades econômicas situadas dentro do território brasileiro. Das ponderações é excluída a parte do produto interno que é exportada (no conceito Oferta Global a parte do produto que é exportada é considerada). O IGP-DI se refere ao mês "cheio", ou seja, o período de coleta vai do primeiro ao último dia do mês de referência e a divulgação ocorre próxima ao dia 20 do mês posterior. O IGP-DI foi criado em 1.947 com o objetivo de balizar o comportamento de preços em geral na economia. Sua metodologia foi adotada e é exatamente igual a do IGP-M, portanto contém os três índices descritos no Índice Geral de Preços do Mercado.
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IPC – FIPE (Índice de Preços ao Consumidor): é o mais tradicional índice de custo de vida das famílias da cidade de São Paulo e um dos mais antigos indicadores da inflação do Brasil. Sua mensuração teve início em janeiro de 1.939 por meio da Divisão de Estatística e Documentação da Prefeitura do Município de São Paulo. Em 1.968, a responsabilidade do cálculo foi transferida para o Instituto de Pesquisas Econômicas da USP e, posteriormente em 1.973, para a FIPE (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas). A apuração do índice contempla 8 semanas, com no mínimo 7 e no máximo 8 dias, para adequar o sistema aos meses de 28 a 31 dias. As variações são obtidas comparando-se preços médios das quatro últimas semanas (referência) com os das quatro primeiras semanas (base). Para a mensuração da a taxa inclui-se os preços coletados na última semana e descarta-se os dados da semana mais antiga. A pesquisa abrange a renda das famílias de 1 a 20 salários mínimos, com aproximadamente 2.000 itens.
Do índices acima citados, os que expressam
melhor a variação de preços ocorridas para as famílias são os
índices de preço aos consumidor:
Tanto o IGP–M como o IGP–DI são compostos –
além do IPC – pelo IPA e INCC que alteram a inflação referente
ao consumo.
1
O termo “guitarra” deve-se ao aparelho utilizado por
falsificadores para impressão de notas falsas.
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