Nota-se que, em muitos anos, a quantidade de
recursos utilizada é menor do que a disponível. Com isso, o PIB
real foi menor do que poderia ser com a utilização plena dos
recursos. A produção que poderia ter sido alcançada com a
utilização total dos recursos recebe o nome de PIB potencial. Ele é
a capacidade total de produção de uma economia ao utilizar todos
os fatores de produção disponíveis.
Quando o PIB real é igual ao PIB potencial, os
recursos disponíveis estão sendo completamente utilizados. Caso
contrário, o PIB real é menor do que o PIB potencial.
Sempre que ocorre desemprego, os trabalhadores
inativos, que poderiam estar sendo empregados para satisfazer
necessidades da sociedade, não estão produzindo. Muitos estudiosos
consideram o PIB potencial como o PIB real médio por
trabalhador multiplicado pela quantidade de trabalhadores
da força de trabalho.
Se o PIB aumentar por conta de uma valorização
cambial, ou seja, se o R$ se valorizar em relação ao US$, mas se o
PIB mundial subir por conta de crescimento da produção, a relação
entre o PIB / PIBmundial poderá estar abaixo do presumido.
Se ocorrer crescimento, por meio da valorização
cambial, os salários, em termos reais provavelmente subirão (e não
necessariamente o emprego). Se o PIB crescer, sem apreciação
cambial, o ajuste desse crescimento provavelmente se dará por meio
do emprego.
A quantidade de produção das empresas e o preço
que elas podem auferir com suas vendas dependem da despesa total que
os agentes econômicos (famílias, empresas e governo) estão
dispostos a adquirir.
A despesa total, por sua vez, é equivalente ao
PIB monetário (que não é igual ao PIB real já que existe variação
de preços).
Para determinar quando um aumento na despesa
total corresponde a um aumento no PIB real, deve-se considerar a
despesa total a preços constantes.
A procura agregada é o somatório dos
dispêndios que os agentes econômicos fazem a preços constantes.
Caso acontecesse um aumento na procura agregada,
isto é, se as famílias, as empresas e o governo estivessem
dispostos a adquirir mais produtos e serviços, não seria possível
às empresas aumentarem sua produção, pois, sendo o PIB real igual
ao PIB potencial, não haveria recursos disponíveis a serem
empregados, e os preços subiriam, ocorrendo inflação.
Agora, se a procura agregada, ao invés de
aumentar, diminuir, ou seja, os consumidores estariam dispostos a
comprar uma quantidade menor de produtos e serviços, e se os
mercados funcionassem perfeitamente, os preços deveriam diminuir.
Em muitos mercados, os preços não caem. Isso se
nota quando o PIB real cai abaixo do PIB potencial, e o nível de
preços não diminui. Quando a procura agregada aumenta acima do PIB
potencial, dar-se-á aumento de preços, inflação.
A procura agregada é igual ao PIB real até a
situação de atingir o PIB potencial. Quando a procura agregada
supera o produto potencial, cria-se o hiato inflacionário.
É possível uma modificação da curva da
despesa agregada de tal forma a se evitar o hiato do produto (quando
a procura é menor que o PIB potencial) ou o hiato inflacionário
(quando a procura agregada é maior do que o PIB potencial).
A despesa agregada é a soma das despesas de
consumo (C), de investimento (I) e do governo (G). Via de regra, o
Consumo representa as despesas feitas pelas famílias e podem ser
dividas em consumo de bens não duráveis (alimentos, etc.), bens
semi-duráveis (vestiário, etc.) e bens duráveis (automóveis,
etc).
O Investimento, num sentido amplo, é a alocação
de recursos em instalações, máquina, equipamentos, imóveis,
fábricas de tal forma que se gere produção ou aumente a capacidade
produtiva.
Alterações nessas despesas (C; I; G) resultarão
num deslocamento da curva da despesa agregada. Uma política fiscal
expansionista elevará a demanda e a renda, todavia também elevará
a procura por moeda e conseqüentemente a taxa de juros. Essa alta,
por sua vez, poderá arrefecer os objetivos expansionistas da
política fiscal. A despesa agregada também é função do nível em
que se encontram os juros.
Com juros mais elevados, oriundos da expansão
dos gastos governamentais, haverá um amortecedor na demanda agregada
via redução (ou não crescimento dos investimentos), logo uma
política fiscal expansionista poderá elevar o consumo. Contudo,
poderá também reduzir o investimento por meio da alta induzida do
custo do dinheiro – crowd-out1.
A despesa de consumo é função da renda. Quanto
maior renda tiver uma família, é provável que ela gaste mais.
Como muitas famílias poupam uma parte de sua
renda, a despesa de consumo é menor do que a renda disponível.
Existe a possibilidade de um deslocamento da curva da procura
agregada por meio de ações do governo referentes a seus gastos e
impostos, isto é, por meio da política fiscal.
O governo pode modificar a curva da procura
agregada administrando suas despesas e/ou impostos como também os
pagamentos de transferência (transferências de renda à sociedade)
cuja maior parte é acordada pelos benefícios referentes à
Previdência Social. A despesa de consumo é gerada para suprir as
necessidades dos consumidores.
O investimento significa dispêndio em acréscimo
ao estoque de capital. A despesa de investimento se efetua com a
finalidade da busca do lucro, pois, quando uma empresa investe, ela
almeja aumentar sua capacidade de produção e, assim, auferir um
melhor resultado. Ao investir em um bem de capital, este deve
proporcionar um resultado maior do que seu preço de compra. O
referido bem precisa potencialmente oferecer um retorno, tanto quanto
qualquer outro ativo no qual os recursos poderiam ser alocados.
Não é suficiente que uma despesa de
investimento possua uma taxa de retorno positiva. O investimento deve
ter uma taxa tão alta quanto o retorno que possa ser ganho com
qualquer outro ativo. Quanto mais baixa for a taxa de juros, mais
será interessante a despesa de investimento.
Crowding
out: termo utilizado quando aumentos nos gastos públicos,
originados de corte de impostos ou crescimento de despesas
governamentais, geram alta nas taxas de juros e, por sua vez,
reduzem (crowd-out) o dispêndio em investimento.
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