É no mercado que se dá o encontro da procura e
da oferta, tanto dos bens e serviços quanto dos fatores de produção.
O mercado é o palco onde os atores, que são os
agentes econômicos, realizam suas atuações, por meio de compra e
venda de bens e serviços, sob o cenário econômico e social com a
direção do lucro e da satisfação das necessidades.
A procura caracteriza a quantidade de bens e
serviços que os compradores estão dispostos ou em condições de
adquirir. Isto é, a demanda é o somatório de dos bens e serviços
de consumo e de investimento procurados no mercado pelos diversos
agentes econômicos. A demanda é função de muitas variáveis que
influenciam o comprador; entre elas temos o preço do bem demandado,
sua relação com os preços de outros bens, a renda, os gostos e
predileções, as taxas de juros etc.
Por outro lado, a oferta expressa a quantidade de
bens e serviços que a cadeia produtiva está disposta a colocar a
venda, ou seja, a oferta é o somatório dos bens e serviços de
consumo e de investimento colocados no mercado pelos diferentes
setores da economia. Ela é função dos preços dos bens e dos
fatores de produção, da renda, da tecnologia, dos planos dos
produtores etc.
O preço orienta a produção. Se a quantidade
produzida é pequena em relação à procura, o preço se eleva; com
isso o lucro, gerado pelo maior preço, fará com que a oferta seja
incrementada, alguns consumidores se retrairão ao preço mais alto e
sairão do mercado e com isso a oferta e a demanda se ajustam.
Quando a produção é maior do que a procura, os
preços caem e os produtores se vêem com lucros menores e retraem a
oferta. A diferença entre a oferta e a procura diminui e o
equilíbrio é alcançado. O mecanismo, descrito acima, não é
perfeito e pressupõem a inteira mobilidade dos fatores de produção
e a capacidade instantânea das empresas de adaptarem seus processos
operacionais.
Diferentes situações de mercado
O mercado, latu sensu, é o conjunto de
compradores e vendedores que negociam de forma organizada ativos.
Isto é, compradores trocam recursos por bens, serviços, inclusive
financeiros, oferecidos pelos vendedores. Para se caracterizar um
mercado, essas transações de compra e venda efetuada por meio de
seus participantes afetam o preço das demais.
A poupança é a produção não consumida. Sua
alocação para produzir bens de capital é um investimento.
Investimento (I) é o processo de produzir e
acumular Capital (K). O capital significa instalações,
equipamentos, máquinas e outros elementos físicos utilizados no
processo de produção.
O termo capital pode ser entendido de duas
maneiras: como capital real (prédios, máquinas etc.) e como capital
financeiro (ações, CDB, debêntures etc).
Os responsáveis pela poupança (S) são os
agentes econômicos superavitários, isto é, a necessidade ou desejo
de investir é inferior à capacidade de poupança: [ Y > C (+) I
=> S = Y (-) C (-) I ].
Já os agentes econômicos deficitários têm
necessidade ou desejo de investimento superiores à própria
capacidade de gerar poupança: [ Y < C (+) I => Y < C =>
S < 0 ou Y > C => S < I ].
A função básica do mercado financeiro é
promover o encontro dos recursos demandados pelos agentes econômicos
deficitários e ofertados pelos superavitários. A operacionalidade
desse encontro é desenvolvida pelas instituições financeiras, que
intermedeiam os desejos e as necessidades dos doadores e tomadores de
recursos por meio de negociação de ativos financeiros (títulos que
representam dívida ou participação patrimonial).
Quando a instituição financeira opera recursos
que impliquem diretamente em capital real, geralmente envolvendo
ações ou ativos financeiros de longo prazo, esse mercado é chamado
de Mercado de Capitais. Quando as
instituições operam com capital financeiro, geralmente de curto
prazo, esse mercado é denominado Mercado Monetário, que
opera moeda.
No sistema financeiro, a transferência de
recursos, entre os agentes econômicos, se desenvolve latu sensu.
Negociam-se também títulos previamente emitidos. O sistema
financeiro fornece liquidez para ativos com prazo de emissão
ocorrido no passado.
Por exemplo, digamos que você tenha um lote de
1.000 ações da FLOD S.A. comprado há quatro anos e queira vendê-lo
agora, pois julga que o preço está bom. Para se desfazer dessas
ações, basta dar ordem para o seu corretor vendê-las. O seu
corretor irá vendê-las na Bolsa de Valores. Ao assim proceder, ele
operou no Mercado Secundário, já que essa operação de
venda é, no mínimo, a segunda.
A colocação de um ativo financeiro, quando
realizada pela primeira vez, é denominada primária – é o Mercado
Primário. Nele, é negociado direta e pela primeira vez um
título pelo seu emissor (ou seu representante ou agente) e pelo seu
primeiro adquirente.
É no Mercado Secundário que ocorrem as
negociações (ou renegociações) para terceiros dos ativos
financeiros adquiridos no mercado primário.
É no mercado de câmbio (forex) que se
efetuam transferências por meio das fronteiras dos países. Esses
pagamentos são feitos por meio de paridade entre moedas. Os
participantes do mercado cambial podem ser divididos em cinco
categorias:
1º) Usuários do câmbio: são os agentes
econômicos (empresas, pessoas físicas e governo) que precisam de
moeda estrangeira para que possam comprar bens e serviços no
exterior ou ainda para movimentar capital como parte de suas
atividades normais.
2º) Market Markers1:
são instituições financeiras que mantêm moedas e operam de forma
contínua e lucram por meio de spread2.
3º) Especulador: são pessoas físicas ou
jurídicas que buscam o lucro tentando conhecer o comportamento
futuro do mercado.
4º) Arbitradores: são aqueles que buscam
o lucro por meio de discrepância entre mercados, comprando em um e
vendem em outro.
5º) Governo: atua, geralmente, por meio
de seu Banco Central com o intuito de influenciar a taxa de câmbio
e/ou administrar seus fluxos de divisas e a volatilidade3.
1
Operadores intermediários.
2
Spread: diferencial entre as taxas de compra e de venda.
3
Aumento ou queda brusca de preço.
Nenhum comentário:
Postar um comentário