sexta-feira, 14 de outubro de 2016

A taxa de câmbio e o desemprego

    A valorização da moeda nacional pode, em algumas circunstâncias, pode gerar desemprego. A influência da apreciação da moeda sobre o emprego pode se manifestar direta ou indiretamente de várias formas:

    • Os produtos nacionais vão se tornando mais caros no resto do mundo e sofrerão a concorrência dos países que não tiveram tal valorização. Com isso, poderá haver uma diminuição das vendas externas com consequente diminuição da produção interna, a qual gerará uma necessidade menor de mão de obra.
    • Com a moeda nacional mais valorizada os produtores buscam o maior grau de eficiência, isto é, uma maior produtividade de tal forma a reduzirem o diferencial da apreciação cambial, algumas vezes, essa maior eficácia pode se traduzir em menores necessidades de mão de obra e não num aumento de produção a preços mais baixos.
    • Empresas labor intensive irão considerar a possibilidade da transferência de seu parque de produção para países cujo custo do trabalho é menor. Para um salário de R$ 1.000,00, a uma taxa de R$ 4,00 por dólar, o exportador autóctone terá de ter um resultado de US$ 250,00 para fazer frente a despesa com o trabalho. Se ocorrer uma valorização e a taxa cambial se situar em R$ 2,00 por dólar o nosso exportador terá de auferir um resultado de U$ 500,00 para a remuneração do trabalhador.



        Balanço de Pagamentos:

    O Balanço de Pagamentos expressa as transações econômicas entre um país e o exterior, em um determinado período de tempo. O Balanço de Pagamentos é composto de várias contas, cuja síntese está discriminada abaixo:
    I) Transações Correntes: fazem parte deste item os fluxos do setor real, tais como comércio e serviços e transações interagentes.
    1. Balança comercial – saldo líquido das operações envolvendo bens tangíveis, ou seja:
    1.1 Exportações e
    1.2 Importações.
    O saldo balança comercial é apurado pelo valor FOB (free on board), isto é, não inclui o valor do frete e do seguro.
    2. Balança de serviços – saldo líquido das operações envolvendo bens intangíveis (serviços):
    2.1 Viagens internacionais: saldo líquido entre os residentes que vão ao exterior e os que vêm ao país.
    2.2 Transportes: saldo líquido da utilização dos meios nacionais (pelos estrangeiros) e dos meios fora do país pelos residentes no país.
    2.3 Seguros: saldo líquido dos seguros internacionais feitos pelos residentes e os seguros feitos no país pelos não residentes.
    2.4 Renda de capitais: saldo líquido da remessa de juros, lucros, taxas e dividendos.
    2.5 Serviços governamentais: saldo líquido das representações diplomáticas, despesas com órgãos internacionais etc.
    2.6 Outros serviços: saldo líquido de direitos autorais, patentes e outras transações.
    3. Transferências unilaterais – saldo líquido das operações que não implicam em contrapartidas: doações do governo e da iniciativa privada e de instituições multilaterais sem contrapartida, remessas para manutenção de residentes que estão no exterior etc.



        Movimento de capitais

    Estão englobadas nesta categoria as entradas e saídas financeiras, tais como empréstimos, financiamentos e investimentos no setor real e aplicações no setor financeiro e amortizações de exigibilidades. Quando as instituições financeiras são credoras (+), as amortizações entram no país (caso não sejam credoras, as amortizações saem do país como remessas).
    • Investimentos e reinvestimentos: tanto no setor real como no financeiro.
    • Empréstimos e financiamentos de longo prazo.
    • Empréstimos e financiamentos de curto prazo.
    • Outros movimentos de capitais.
    • Amortizações.
    Erros e omissões: diferença entre fluxos de entradas e saídas e variações de reservas cambiais; tais diferenças devem-se à dinâmica dos negócios.



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