terça-feira, 29 de novembro de 2016

Táticas e ensinos do Coringa que podemos usar em nosso trabalho

No ano de 2008 estreou nos cinemas mais um filme do homem morcego, mas Batman: o cavaleiro das trevas serviu para mostrar como o talento de um ator pode construir uma personagem que serve de marco. Só que não estamos falando do Batman, mas sim, do Coringa, o seu arque inimigo e toda a sua astúcia que pode muito bem servir de parâmetro para algumas rotinas nossas e postura no mercado de trabalho
Vimos um filme que retratou um vilão que fugia do personagem dos quadrinhos mas que sem sombra de dúvidas foi O Coringa: sádico, imprevisível e lógico, um agente de transformações que ainda trouxe consigo uma série de frases de efeito e comportamentos que acreditem ou não, podem nos guiar em nosso dia a dia num escritório de contabilidade ou mesmo no desempenho de nossas rotinas diárias no ambiente empresarial / corporativo. Não se preocupem, afinal não estamos focando as ações psicopatas dele. Vamos ao conteúdo.
Para começar, vamos nos lembrar um pouco de como foi o trajeto do Coringa no filme:
A cidade estado-unidense de Gotham está tomada por criminosos,e não estou falando de bandidos nas ruas, não. Estou me referindo aos políticos e mafiosos. Os Mafiosos roubam, cometem seus crimes e como são poderosos e tem membros infiltrados em várias esferas do poder público, nada acontece com eles. Do outro ponto temos um justiceiro mascarado que passa as noites fazendo mingau de bandido. Há ainda um promotor incorruptível cheio de ideais e que representa um raio de esperança nesse mundo sujo. Alguns enxergam no homem morcego a figura da segurança, bem como no promotor a figura do cidadão de bem que pode fazer a diferença. Tudo certo, mas da parte tem a sua vulnerabilidade dentro desse movimento todo e é nesse ponto que o palhaço entra, promovendo caos de formas inteligentes e acaba assim roubando a cena do protagonista.
Nisso temos um Coringa sem lá muitos recursos mas que consegue fazer a cidade e seus núcleos já formados ficassem de pernas pro ar. E como fez isso?

      Conhecendo bem o mercado em que atua

A primeira lição do Coringa daquele filme é algo que nós contadores ou demais profissionais prestadores de serviços ou ainda, qualquer que seja a área de atuação, devemos nunca esquecer: como é o mercado em que pretendo trabalhar? Para entender isso no roteiro do filme vamos voltar um pouco: temos uma cidade em que de um lado há o controle dos mafiosos altamente ricos e que tendo seus membros ligados ao Poder Público acabam ficando inacessíveis à justiça, representada pela polícia de Gotham. Ou seja, era um cenário bem difícil para um vilão ganhar nome e fama de altamente perigoso. Do outro lado estava o Batman, pronto para tocar o terror nos bandidos, intimidando novos focos de vilanias, e por fim, o cavaleiro brando, o promotor incansável, mas que de tanta sede seria uma bomba relógio pronta para explodir.
E o que o Coringa fez? Bem, vamos a frase dele:
Eu não planejo nada. Eu tento mostrar a quem segue planos como são ridículas as tentativas deles em controlar tudo
O palhaço tinta um objetivo: fazer com que toda a cidade virasse um caos, perdendo toda a ordem criada. Mas teria que agir em meio à concorrência da máfia, do promotor e do Batman. Para tanto, em vez de os encarar de frente buscou suas fraquezas e assim os atingiu em seus pontos mais vulneráveis.
E como o Coringa agiu? Inicialmente roubou bancos em que o dinheiro era de mafiosos, assim mostrou que estava no jogo. Depois que se apresentou formalmente aos chefes do crime exigiu os recursos para começar a aplicar suas mudanças (o projeto de eliminar o Batman) e por fim, a destruição da personalidade boa do promotor. Viu que ele tinha uma namorada e o quanto era empenhado em fazer justiça e percebeu nisso um comportamento latente perigoso de alguém que se movido para outra direção, poderia ser muito perigoso. Matou então a sua namorada e apenas com conversas fez a cabeça do raio de esperança da cidade para que entrasse para as trevas.
E como podemos usar isso em nosso dia a dia? Simples: você quer chegar a alguma posição? Quer se seu escritório de contabilidade seja destaque em sua cidade? Quer ser visto por todos? quer um emprego – caso seja alvo da crise – ou simplesmente quer que as mudanças ocorram na sua vida ou na empresa? Então pare de cruzar os braços e analise o mercado em que você atua:
E contador desempregado? Então procure ver o que falta no mercado em serviços contábeis e procure esta qualificação, isso servirá de facilitador na hora de apresentar seu currículo, afinal, o entrevistador verá que você tem pontos fortes que os outros não têm.
Os contadores de sua cidade dominam o mercado na sua região pois tem mais renome e recursos para ter um escritório grande, enquanto você é apenas um João Ninguém que acabou de se formar? Então procure fraquezas de seus concorrentes. Perguntar a um cliente deles sobre como é o serviço ou se o sujeito está 100% satisfeito não é antiético (seria se você abordada o cliente de outro contador só para falar mal do serviço e bem do seu). Por exemplo, sabemos que não são todos os escritórios de contabilidade que estão preparados para fazer contabilidade rural, então que tal de se especializar nessa área?
Os seus concorrentes são especialistas em tributação para empresas do lucro presumido e por isso todos os clientes vão até eles? Mas pode ter certeza de que eles não sabem de tudo, talvez, o departamento de pessoal deles seja fraco. Então corra, averígue isso junto aos clientes, informalmente e sem atacar os profissionais, pois isso lhe dará base para traçar em que área deverá se especializar e com isso, um dia os clientes dele, que estejam insatisfeitos, poderão ir para você.
Pense: por mais que os concorrentes e o mercado se preparem, pode sempre haver um imprevisto, uma mudança de lei, uma nova tecnologia e nem todos poderão se adaptar plenamente, e é nessa hora que você deverá atacar. Sabemos por exemplo que nem todos os contadores são especialistas em informática, então, que tal dominar ferramentas dessa área, para sempre estar á frente dos demais quando o Governo soltar aquela atualização horrível de uma Conectividade ou de uma Escrituração digital.

      Use várias mídias para disseminar suas ideias

Para tocar o terror na cidade e mostrar que ele era plenamente capaz de derrotar o Batman, o Coringa gravou vídeos em que ele torturava e matava os malucos que se vestiam de homem morcego e tentavam ajudar o Batman sem a sua aprovação. E aí você pergunta: e daí? O que isso ajudou ele e em que pode ajudar em minha carreira?
Para que a cidade visse nele um criminoso de alta periculosidade era necessário que a sua imagem fosse antes de tudo vista por milhões de pessoas. Mas ele não tinha tantos recursos financeiros para investir um canal de televisão e talvez, soubesse que apenas colocar os vídeos na internet não traria aquela repercussão. Nem todos acessam os vídeos na internet e muitos dos que o fazem poderiam pensar em se tradar de uma montagem. É claro que a internet traria ao palhaço o reconhecimento no meio virtual (vamos supor que o vídeo se tornaria viral), mas isso poderia levar tempo e o público atingido não seria dos habitantes da cidade, mas de milhões de internautas pelo mundo. E sem dúvida, esses alheios à cidade de Gotham não teriam por que temer o coringa.
Assim ele fez algo simples: gravou manualmente e sozinho (e diga-se de passagem, numa qualidade que até dá dó) e entregou anonimamente à polícia, já tendo em mente que a mídia estouraria as imagens para ganhar audiência. Resultado: a cara do palhaço rodando na CNN.
E Nós, meros contadores, o que poderíamos fazer para divulgar nossos serviços? O mesmo (sem contar os assassinatos): usar meio de comunicação alternativos. Em resumo, Tenha um blog, página no Facebook, Instagram, canal no YouTube e por aí vai. Use essas mídias para transformar o seu conhecimento e experiência de mercado em notícias. Porém, seja sempre verdadeiro consigo e transparente com seu público.
Caso você tenha um escritório de contabilidade começando carreira, pode usar um Blog para mostrar ao mundo que você dispõem de vasto conhecimento em determinada área. Pode ser que não alcance clientes na sua cidade, mas alguém verá suas postagens após procurar algo semelhante no Google e isso já é visibilidade. Se gostar do que lê e ver contatos de um escritório as chances de conseguir um cliente são boas.
Teste usar o Linkedin, a rede profissional de relacionamentos. Nela você poderá publicar artigos específicos profissionais e conhecer gente como você, na sua área e que precisa de um profissional com o seu perfil, ou pelo menos, conhece alguma empresa que esteja precisando.
Certo, você não é contador, é mecânico e quer que sua borracharia seja vista pelo mundo: faça vídeos de você mesmo consertando os carros em que você mais tem prática para trabalhar, mostre os pontos fortes e diferenciais de seu estabelecimento e serviço, frisando o que o cliente ganha ao procurar seus serviços. É técnico ou professor de informática? Faça o mesmo, com vídeos aulas ou tutoriais complexos para mostrar o quando você é competente. É contador mesmo, então que tal mostrar de forma rápida como tirar nota no site da prefeitura de sua cidade, ou melhor, como resolver aquele erro do conectividade social que pede para atualizar o java para uma versão que não é atual. São inúmeras possibilidades de mostrar ao mundo a que você veio.

      Se você é bom em alguma coisa, nunca a faça de graça

Não poderíamos deixar a frase mais reconhecida do Coringa de fora dessa: se você é bom em alguma coisa, nunca a faça de graça. Que tal colocá-la em seu contexto? Bem, os mafiosos estavam com problemas por causa do Batman e resolveram fazer suas “terapias em grupo” durante o dia, para decidir como fariam para retirar o dinheiro do país. Na reunião o contador deles informou seus planos e suas ações de segurança (só podia ser mesmo contador), mas tudo foi interrompido com a chegada do vilão principal. Este disse que a solução para todo o problema era bem simples: era só matar o Batman, e nisso foi questionado do porque dele ainda não o ter feito sozinho. Ouvimos então a conhecida resposta.
E em que podemos usar isso nos nossos dias no trabalho? Bem, isso já deve ter acontecido com você: de estar na faculdade cursando Ciências Contábeis e um conhecido vir e lhe pedir para ajudar em sua declaração de Ajuste Anual do Imposto de Renda. E você como muito amigo, não cobrou pelo serviço e seu amigo, não lhe pagou, ou melhor, lhe pagou com sua gratidão e com a garantia de fazer o favor de divulgar seu serviço. Eu tinha um professor que dizia que se não cobramos um serviço para um amigo, o serviço sai de graça; por outro lado se cobramos e ele achar caro, não aceita. Mas e se aceitar? Simples: nós recebemos!
Então por que digo isto: simples novamente: se você é bom em alguma coisa é porque se empenhou para aprender essa coisa, e com certeza, mais do que as outras pessoas. Não é merecido? Uma vez vi na TV que a ordem de veterinários queria suspender o registro de um profissional que tratava de graça seus pacientes, o que prejudicava os colegas de profissão. Mas aqui o caso é diferente: o veterinário estava fazendo caridade, filantropia (com animais???) e não dizia que pretendia roubar os clientes dos demais.
Mas você vem e pergunta: se deve cobrar serviços profissionais de todos, então porque o Blog Essenziale tem vídeos e matérias de resoluções de exercícios de graça?
Mas nós não estamos ofertando o serviço de graça, estamos na realidade divulgando o que conhecemos. Pense: se uma pessoa que tinha um exercício de faculdade e ao ler uma postagem conseguiu a resposta, isso para nós é motivo de alegria, pois fomos úteis, nosso conhecimento ajudou alguém. Se fazemos um vídeo tutorial de como restaurar o GRUB do Ubuntu e alguém viu e conseguiu resolver seu problema sem gastar nada, para nós é ótimo, pois alguém viu nosso trabalho e conseguiu uma resposta.

Tá, mas é bem diferente se alguém nos procurasse para fazer um treinamento para a migração de funcionários para o LibreOffice numa empresa. Isso envolve custos de transporte, alimentação e o nosso preparo, que deve ser remunerado. São pesos diferentes. Ao divulgar nossos serviços mostramos o que sabemos, ajudamos pessoas e caso elas precisem de algo mais técnico, como nos conhecem, podem nos procurar, mas é claro, por uma remuneração justa.

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