No ano de
2008 estreou nos cinemas mais um filme do homem morcego, mas Batman:
o cavaleiro das trevas serviu para mostrar como o talento de um
ator pode construir uma personagem que serve de marco. Só que não
estamos falando do Batman, mas sim, do Coringa, o seu arque inimigo e toda a sua astúcia que pode muito bem servir de parâmetro para algumas rotinas nossas e postura no mercado de trabalho
Vimos um filme que retratou um vilão que fugia do personagem dos
quadrinhos mas que sem sombra de dúvidas foi O Coringa: sádico,
imprevisível e lógico, um agente de transformações que ainda
trouxe consigo uma série de frases de efeito e comportamentos que
acreditem ou não, podem nos guiar em nosso dia a dia num escritório
de contabilidade ou mesmo no desempenho de nossas rotinas diárias no
ambiente empresarial / corporativo. Não se preocupem, afinal não
estamos focando as ações psicopatas dele. Vamos ao conteúdo.
Para
começar, vamos nos lembrar um pouco de como foi o trajeto do Coringa
no filme:
A cidade
estado-unidense de Gotham está tomada por criminosos,e não estou
falando de bandidos nas ruas, não. Estou me referindo aos políticos
e mafiosos. Os Mafiosos roubam, cometem seus crimes e como são
poderosos e tem membros infiltrados em várias esferas do poder
público, nada acontece com eles. Do outro ponto temos um justiceiro
mascarado que passa as noites fazendo mingau de bandido. Há ainda um
promotor incorruptível cheio de ideais e que representa um raio de
esperança nesse mundo sujo. Alguns enxergam no homem morcego a
figura da segurança, bem como no promotor a figura do cidadão de
bem que pode fazer a diferença. Tudo certo, mas da parte tem a sua
vulnerabilidade dentro desse movimento todo e é nesse ponto que o
palhaço entra, promovendo caos de formas inteligentes e acaba assim
roubando a cena do protagonista.
Nisso
temos um Coringa sem lá muitos recursos mas que consegue fazer a
cidade e seus núcleos já formados ficassem de pernas pro ar. E como
fez isso?
Conhecendo bem o mercado em que atua
A primeira
lição do Coringa daquele filme é algo que nós contadores ou
demais profissionais prestadores de serviços ou ainda, qualquer que
seja a área de atuação, devemos nunca esquecer: como é o mercado
em que pretendo trabalhar? Para entender isso no roteiro do filme
vamos voltar um pouco: temos uma cidade em que de um lado há o
controle dos mafiosos altamente ricos e que tendo seus membros
ligados ao Poder Público acabam ficando inacessíveis à justiça,
representada pela polícia de Gotham. Ou seja, era um cenário bem
difícil para um vilão ganhar nome e fama de altamente perigoso. Do
outro lado estava o Batman, pronto para tocar o terror nos bandidos,
intimidando novos focos de vilanias, e por fim, o cavaleiro brando, o
promotor incansável, mas que de tanta sede seria uma bomba relógio
pronta para explodir.
E o que o
Coringa fez? Bem, vamos a frase dele:
Eu
não planejo nada. Eu tento mostrar a quem segue planos como
são ridículas as tentativas deles em controlar tudo
O palhaço
tinta um objetivo: fazer com que toda a cidade virasse um caos,
perdendo toda a ordem criada. Mas teria que agir em meio à
concorrência da máfia, do promotor e do Batman. Para tanto, em vez
de os encarar de frente buscou suas fraquezas e assim os atingiu em
seus pontos mais vulneráveis.
E como o
Coringa agiu? Inicialmente roubou bancos em que o dinheiro era de
mafiosos, assim mostrou que estava no jogo. Depois que se apresentou
formalmente aos chefes do crime exigiu os recursos para começar a
aplicar suas mudanças (o projeto de eliminar o Batman) e por fim, a
destruição da personalidade boa do promotor. Viu que ele tinha uma
namorada e o quanto era empenhado em fazer justiça e percebeu nisso
um comportamento latente perigoso de alguém que se movido para outra
direção, poderia ser muito perigoso. Matou então a sua namorada e
apenas com conversas fez a cabeça do raio de esperança da cidade
para que entrasse para as trevas.
E como
podemos usar isso em nosso dia a dia? Simples: você quer chegar a
alguma posição? Quer se seu escritório de contabilidade seja
destaque em sua cidade? Quer ser visto por todos? quer um emprego –
caso seja alvo da crise – ou simplesmente quer que as mudanças
ocorram na sua vida ou na empresa? Então pare de cruzar os braços e
analise o mercado em que você atua:
E contador
desempregado? Então procure ver o que falta no mercado em serviços
contábeis e procure esta qualificação, isso servirá de
facilitador na hora de apresentar seu currículo, afinal, o
entrevistador verá que você tem pontos fortes que os outros não
têm.
Os
contadores de sua cidade dominam o mercado na sua região pois tem
mais renome e recursos para ter um escritório grande, enquanto você
é apenas um João Ninguém que acabou de se formar? Então procure
fraquezas de seus concorrentes. Perguntar a um cliente deles sobre
como é o serviço ou se o sujeito está 100% satisfeito não é
antiético (seria se você abordada o cliente de outro contador só
para falar mal do serviço e bem do seu). Por exemplo, sabemos que
não são todos os escritórios de contabilidade que estão
preparados para fazer contabilidade rural, então que tal de se
especializar nessa área?
Os seus
concorrentes são especialistas em tributação para empresas do
lucro presumido e por isso todos os clientes vão até eles? Mas pode
ter certeza de que eles não sabem de tudo, talvez, o departamento de
pessoal deles seja fraco. Então corra, averígue isso junto aos
clientes, informalmente e sem atacar os profissionais, pois isso lhe
dará base para traçar em que área deverá se especializar e com
isso, um dia os clientes dele, que estejam insatisfeitos, poderão ir
para você.
Pense: por
mais que os concorrentes e o mercado se preparem, pode sempre haver
um imprevisto, uma mudança de lei, uma nova tecnologia e nem todos
poderão se adaptar plenamente, e é nessa hora que você deverá
atacar. Sabemos por exemplo que nem todos os contadores são
especialistas em informática, então, que tal dominar ferramentas
dessa área, para sempre estar á frente dos demais quando o Governo
soltar aquela atualização horrível de uma Conectividade ou de uma
Escrituração digital.
Use várias mídias para disseminar suas ideias
Para tocar
o terror na cidade e mostrar que ele era plenamente capaz de derrotar
o Batman, o Coringa gravou vídeos em que ele torturava e matava os
malucos que se vestiam de homem morcego e tentavam ajudar o Batman
sem a sua aprovação. E aí você pergunta: e daí? O que isso
ajudou ele e em que pode ajudar em minha carreira?
Para que a
cidade visse nele um criminoso de alta periculosidade era necessário
que a sua imagem fosse antes de tudo vista por milhões de pessoas.
Mas ele não tinha tantos recursos financeiros para investir um canal
de televisão e talvez, soubesse que apenas colocar os vídeos na
internet não traria aquela repercussão. Nem todos acessam os vídeos
na internet e muitos dos que o fazem poderiam pensar em se tradar de
uma montagem. É claro que a internet traria ao palhaço o
reconhecimento no meio virtual (vamos supor que o vídeo se tornaria
viral), mas isso poderia levar tempo e o público atingido não seria
dos habitantes da cidade, mas de milhões de internautas pelo mundo.
E sem dúvida, esses alheios à cidade de Gotham não teriam por que
temer o coringa.
Assim ele
fez algo simples: gravou manualmente e sozinho (e diga-se de
passagem, numa qualidade que até dá dó) e entregou anonimamente à
polícia, já tendo em mente que a mídia estouraria as imagens para
ganhar audiência. Resultado: a cara do palhaço rodando na CNN.
E Nós,
meros contadores, o que poderíamos fazer para divulgar nossos
serviços? O mesmo (sem contar os assassinatos): usar meio de
comunicação alternativos. Em resumo, Tenha um blog, página no
Facebook, Instagram, canal no YouTube e por aí vai. Use essas mídias
para transformar o seu conhecimento e experiência de mercado em
notícias. Porém, seja sempre verdadeiro consigo e transparente com
seu público.
Caso você
tenha um escritório de contabilidade começando carreira, pode usar
um Blog para mostrar ao mundo que você dispõem de vasto
conhecimento em determinada área. Pode ser que não alcance clientes
na sua cidade, mas alguém verá suas postagens após procurar algo
semelhante no Google e isso já é visibilidade. Se gostar do que lê
e ver contatos de um escritório as chances de conseguir um cliente
são boas.
Teste usar
o Linkedin, a rede profissional de relacionamentos. Nela você poderá
publicar artigos específicos profissionais e conhecer gente como
você, na sua área e que precisa de um profissional com o seu
perfil, ou pelo menos, conhece alguma empresa que esteja precisando.
Certo,
você não é contador, é mecânico e quer que sua borracharia seja
vista pelo mundo: faça vídeos de você mesmo consertando os carros
em que você mais tem prática para trabalhar, mostre os pontos
fortes e diferenciais de seu estabelecimento e serviço, frisando o
que o cliente ganha ao procurar seus serviços. É técnico ou
professor de informática? Faça o mesmo, com vídeos aulas ou
tutoriais complexos para mostrar o quando você é competente. É
contador mesmo, então que tal mostrar de forma rápida como tirar
nota no site da prefeitura de sua cidade, ou melhor, como resolver
aquele erro do conectividade social que pede para atualizar o java
para uma versão que não é atual. São inúmeras possibilidades de
mostrar ao mundo a que você veio.
Se você é bom em alguma coisa, nunca a faça de graça
Não
poderíamos deixar a frase mais reconhecida do Coringa de fora dessa:
se você é bom em alguma coisa, nunca a faça de graça. Que tal
colocá-la em seu contexto? Bem, os mafiosos estavam com problemas
por causa do Batman e resolveram fazer suas “terapias em grupo”
durante o dia, para decidir como fariam para retirar o dinheiro do
país. Na reunião o contador deles informou seus planos e suas ações
de segurança (só podia ser mesmo contador), mas tudo foi
interrompido com a chegada do vilão principal. Este disse que a
solução para todo o problema era bem simples: era só matar o
Batman, e nisso foi questionado do porque dele ainda não o ter feito
sozinho. Ouvimos então a conhecida resposta.
E em que
podemos usar isso nos nossos dias no trabalho? Bem, isso já deve ter
acontecido com você: de estar na faculdade cursando Ciências
Contábeis e um conhecido vir e lhe pedir para ajudar em sua
declaração de Ajuste Anual do Imposto de Renda. E você como muito
amigo, não cobrou pelo serviço e seu amigo, não lhe pagou, ou
melhor, lhe pagou com sua gratidão e com a garantia de fazer o favor
de divulgar seu serviço. Eu tinha um professor que dizia que se não
cobramos um serviço para um amigo, o serviço sai de graça; por
outro lado se cobramos e ele achar caro, não aceita. Mas e se
aceitar? Simples: nós recebemos!
Então por
que digo isto: simples novamente: se você é bom em alguma coisa é
porque se empenhou para aprender essa coisa, e com certeza, mais do
que as outras pessoas. Não é merecido? Uma vez vi na TV que a
ordem de veterinários queria suspender o registro de um profissional
que tratava de graça seus pacientes, o que prejudicava os colegas de
profissão. Mas aqui o caso é diferente: o veterinário estava
fazendo caridade, filantropia (com animais???) e não dizia que
pretendia roubar os clientes dos demais.
Mas você
vem e pergunta: se deve cobrar serviços profissionais de todos,
então porque o Blog Essenziale tem vídeos e matérias de resoluções
de exercícios de graça?
Mas nós
não estamos ofertando o serviço de graça, estamos na realidade
divulgando o que conhecemos. Pense: se uma pessoa que tinha um
exercício de faculdade e ao ler uma postagem conseguiu a resposta,
isso para nós é motivo de alegria, pois fomos úteis, nosso
conhecimento ajudou alguém. Se fazemos um vídeo tutorial de como
restaurar o GRUB do Ubuntu e alguém viu e conseguiu resolver seu
problema sem gastar nada, para nós é ótimo, pois alguém viu nosso
trabalho e conseguiu uma resposta.
Tá, mas é
bem diferente se alguém nos procurasse para fazer um treinamento
para a migração de funcionários para o LibreOffice numa empresa.
Isso envolve custos de transporte, alimentação e o nosso preparo,
que deve ser remunerado. São pesos diferentes. Ao divulgar nossos
serviços mostramos o que sabemos, ajudamos pessoas e caso elas
precisem de algo mais técnico, como nos conhecem, podem nos
procurar, mas é claro, por uma remuneração justa.
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