Instalando o LibreOffice da The Document Foundation no Ubuntu, Debian e derivados
O
LibreOffice é uma suíte de aplicativos de código aberto e gratuita
altamente prática e intuitiva, capaz de substituir perfeitamente as
opções pagas, como pro exemplo a universal suíte de aplicativos de
escritório da Microsoft. O LibreOffice conta com programa para
criar e editar textos, planilhas eletrônicas, desenvolvedor de
desenhos vetoriais, banco de dados e editor de fórmulas e equações,
todos gratuitos e disponibilizados pelo site da The Document
Foundation, mantenedora do LibreOffice.
Qualquer
um que não está preso ao monopólio do Windows sabe que a maioria
dos sistemas operacionais com Linux vêm com uma suíte de
aplicativos e destes geralmente o que se vê é o LibreOffice. No
entanto, pode ocorrer que a versão disponibilizada no sistema não
seja a mais atual ou venha sem complementos, o que faria com que o
usuário, caso necessitasse, tivesse que procurar todas as extensões
e complementos e tivesse que baixar uma a uma e depois adicioná-las
ao LibreOffice. Até aí não há problema, afinal os arquivos de
extensões são pequenos e raramente seria preciso baixar todos eles.
Mas e quando se adiciona um complemento e por azar, este causa
problemas ao programa? Como resolver, ou melhor a quem recorrer, uma
vez que “todo mundo” só usa o MS Office?
Recentemente
aconteceu algo assim com o LibreOffice que uso em meu Ubuntu 14.04. O
LibreOffice, na versão 4.2 funciona satisfatoriamente, mas num belo
dia, resolvi adicionar uma extensão de um corretor ortográfico e
gramatical, chamada VERO, diretamente do site do LibreOffice.
Adicionei a versão mais recente e para minha infelicidade, quando
reinicie o LibreOffice vi que todas as palavras no editor de texto
Writer estavam grifadas em vermelho, como que se o programa quisesse
indicar que elas estavam escritas ortograficamente incorretas. O
problema era que não estavam erradas, mas o LibreOffice havia na
verdade, perdido o seu dicionário em português do Brasil.
Para
contornar o problema resolvi remover o VERO do LibreOffice, mas mesmo
assim não consegui fazer o dicionário retornar. E agora, o que
fazer? Acabei removendo o LibreOffice do Ubuntu e o instalei
novamente, da versão disponibilizada pela The Document Foundation.
A seguir
apresento o passo a passo de como você pode remover a sua versão
antiga (e algumas vezes mais limitada) da sua distro e instalar a
mais completa e atualizada.
Baixar
os pacotes para a sua distribuição
O primeiro
passo, obviamente, é ir ao site do LibreOffice e baixar a versão
compatível com a sua distribuição GNU/Linux. Como eu utilizo mais
o Ubuntu, Linux Mint e outras derivados do Debian optei por baixar a
versão de pacote .deb, sendo primeiro o do programa propriamente
dito, seguido pelo pacote de idioma em português do Brasil e por
fim, do pacote de ajuda interna off-line.
Os
arquivos vem compactados em formato de compressão .tar.gz. Para
usuários Windows esse formato pode parecer estranho, mas é apenas
mais uma das muitas opções de compactação de arquivos. Vale
lembrar que o formato apresentado é livre, um formato aberto,
diferente do .rar utilizado como padrão para compressores como o
Winrar, utilizado amplamente por usuários dos sistemas operacionais
da Microsoft.
Assim,
após baixar os arquivos você terá os seguintes arquivos
compactados, que no meu caso são para sistemas de 64 bits e optei
pela versão estável 5.1.6.2:
-
LibreOffice_5.1.6.2_Linux_x86-64_deb.tar.gz – o arquivo de instalação do LibreOffice;
-
LibreOffice_5.1.6.2_Linux_x86-64_deb_helppack_pt-BR.tar.gz – O pacote de ajuda interna em português brasileiro, também compactado para economizar em tamanho e;
-
LibreOffice_5.1.6.2_Linux_x86-64_deb_langpack_pt-BR.tar.gz – o pacote do idioma e interface em português do Brasil, também compactado.
É bom
destacar que embora os programas que compõem o LibreOffice sejam bem
completos o seu tamanho não se torna inviável para baixar. Os três
arquivos aqui somam 251 megabytes de dados. Algo realmente leve para
programas de escritório (se comparado ao concorrente pago e não
livre da Microsoft, que pode passar de um gigabyte de dados).
Após o
download dos arquivos segue-se com a descompactação – ou melhor
dizendo, extração – dos arquivos. Isso pode ser feito com
qualquer descompactador de arquivos que comumente encontramos nas
distribuições Linux mais populares, e caso você tenha feito o
Download num sistema Windows pode muito bem usar o Winrar ou 7zip
para extrair os arquivos. O resultado serão três pastas com os
mesmos nomes dos arquivos originais, apenas sem a extensão .tar.gz.
Recomendo fortemente que copie estas pastas para a sua pasta /
diretório Downloads de sua distribuição (que aqui é o Linux Mint,
mas que pode ser qualquer outra distro que seja derivada de Ubuntu ou
Debian e que trabalhe com pacotes .deb).
Recomendo
que copie os arquivos para a sua pasta de Downloads pois isso
facilita na ora de entrar com os comandos no terminal. Não que se
escolher outra pasta não vá funcionar, mas afirmamos que facilita
encontrar uma pasta rapidamente em vez de ter que digitar várias
vezes um comando para encontrar o diretório.
Feito isso
o passo seguinte é remover completamente o seu LibreOffice do seu
Linux Mint, Ubuntu, Debian, ou seja lá qual for a distro baseada em
pacotes .deb. Há basicamente dois comandos digitados no terminal que
podem ser usados para remover a suíte:
sudo
apt-get purge libreoffice*
e;
sudo
apt-get remove –purge libreoffice*.*
Eu testei
os dois comandos e os ambos funcionaram no Ubuntu, Linux Mint e
Debian, embora apenas o primeiro comando tenha funcionado na
distribuição brasileira Metamorphose.
Feito isso
digitamos enter e o terminal pedirá a senha de usuário
administrador. Basta digitá-la, dar enter novamente e esperar o
terminal remover o LibreOffice do computador.
O passo
seguinte consiste em dizer ao terminal onde se encontra o diretório
que será usado. Para tando usamos o comando com a sintaxe cd (change
directory), que serve para mostrar ao terminal que o que for digitado
a seguir será a entrada de um local em seu sistema, seguido pela
localização da pasta ou diretório desejada. Para nosso exemplo
entramos com o seguinte comando:
cd
Downloads
Apos dar
enter, o terminal estabelecerá a pasta Downloads de sua pasta
pessoal como um diretório e sobre esta pasta que serão os
procedimentos seguintes. Entraremos agora com o comando que indicará
para abrir pelo terminal outra pasta, dentro da pasta de Downloads:
cd
LibreOffice_5.1.6.2_Linux_x86-64_deb
Note que
este comando traz o nome daquela pasta que criamos lá atrás. Cabe
uma observação ainda: para esse passo a passo utilizamos arquivos
para um sistema de 64 bits (que no arquivo baixado aparece a
descrição “x86-64”. Caso o seu sistema seja de 32 bits deverá
baixar os programas correspondentes (de x86) e ao digitar a
localização da pasta no terminal, seguir com o mesmo comando, mas
trocando x86-64 por x86.
Feito isso
o terminal entenderá que aquela pasta dentro de Downloads é um
diretório, isto é, fonte de pacotes a serem utilizados para alguma
tarefa a ser definida.
Agora
entramos com o comando:
cd
DEBS/
Que como
podemos nocar, ao abrir a pasta gerada pela descompactação, é o
nome de uma pasta que contém um conjunto imenso de pacotes .deb, que
são os “executáveis” no mundo Linux.
Agora
vamos ao pulo do gato. Tendo visto que o terminal reconheceu aquela
pasta chamada DEBS dentro da pasta do programa dentro da pasta
Downloads como sendo um diretório e foi aberta, iremos digitar o
comando que irá instalar todos os pacotes .deb internos. É claro
que daria para fazer manualmente, clicando duas vezes sobre cada um,
mas isso demoraria muito tempo e você teria que saber qual a ordem
de instalação deles, uma vez que um pacote x depende da instalação
prévia de um pacote y, e por aí em diante. O comando que instalará
todos os pacotes é:
sudo
dpkg -i *.deb
Digite
enter, digite a sua senha de root, confirme com Sim (s) ou yes (y)
para instalar e é só esperar. Após pronto e o terminar parar os
comandos (pode demorar alguns minutos), você pode fechar o terminal
e abri-lo novamente, mas desta vez, para instalar o pacote de idiomas
e o da ajuda interna. Os procedimentos são os mesmos, mudando apenas
o comando que indica a pasta.
Uma dica:
em vez de
ficar digitando o nome da pasta, faça isso:
no
terminal digite cd e na janela de seu gerenciador de arquivos aberta
simplesmente arraste a pasta (de programa) para o terminal e dê
enter, ou clique com o direto sobre o arquivo, escolha renomear,
copei o nome com Control C e no terminal, após digitar cd, dê
espaço, clique com o direito e escolha colar. Após isso dê enter
que é a mesma coisa.
Então é
isso. Depois de tudo feche o terminal e confira o LibreOffice que
agora estará instalado completamente no seu sistema.
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