A moeda, como elemento fundamental do sistema
econômico, pode ser caracterizada pela seguinte equação: M * V =
PIB1
-
M = estoque de moeda;
-
V = velocidade da moeda (número de vezes que uma unidade de moeda é usada durante o ano para a compra de bens e serviços);
-
PIB = valor nominal dos bens e serviços produzidos num intervalo de tempo, isto é,
-
PIB = P * Q;
-
P = média ponderada dos preços finais dos produtos e serviços;
-
Q = quantidade do produto final.
M
* V = PIB = P * Q
Considerando um período de tempo de um ano,
vamos supor que o estoque de moeda seja de R$ 410,00 e o PIB seja
composto de: Consumo (C) = R$ 1.000,00; Investimento (I) = R$ 300,00;
Despesa do Governo (G) = R$ 400,00 e Exterior (X) = R$ 10,00. Logo,
teremos como PIB:
V
= PIB / M => V = 1.710 / 410 = 4,17073
M
* V = PIB => 410 * 4,17073 = 1.710
Nesse exemplo, uma oferta de moeda igual a R$
410,00 circulou, em média, 4,17073 vezes na distribuição de um
produto de R$ 1.710,00 de bens e serviços em um ano.
A teoria quantitativa da moeda utiliza a equação
da troca para mostrar as variações
de
preço.
De maneira ortodoxa, consideram-se V e Q constantes. Quando há
um aumento na oferta da moeda, há também aumento proporcional no
nível de preços (inflação).
Considerando um período de tempo de um ano,
vamos supor que o estoque de moeda (M) seja de R$ 410,00 e o PIB
tenha uma produção (Q) de 820 unidades, com um preço médio
ponderado (P) de R$ 2,00 por unidade produzida de bens e serviços.
P
* Q = 2 * 820 = 1.640,00
PIB
= V * M => P * Q = V * M => V = P * Q / M => V = 2 * 820 /
410 => V = 4
Equação da troca => M * V =
P * Q
410
* 4 = 2 * 820
1.640
= 1.640
A versão rígida da teoria quantitativa da moeda
afirma que V e Q são constantes. Se fosse dobrada a oferta de moeda
(M) de R$ 410,00 para R$ 820,00, o preço médio ponderado também
dobraria de R$ 2,00 para R$ 4,00.
820
* 4 = 4 * 820 => 3.280 = 3.280
Como a produção não aumentou, a variação no
PIB foi devida à inflação (aumento de preços), gerada pelo
aumento de moeda em circulação. A equação da troca estabelece
correspondências entre o nível de preços, o estoque de meios de
pagamento (moeda), os hábitos de desembolso e a produção de bens e
serviços. M informa a quantidade de haveres financeiros que
os agentes econômicos (consumidores, empresas e governo) mantêm na
intermediação financeira. V expressa a velocidade renda da
moeda, isto é, o número de giros, num determinado período de
tempo, que uma quantidade de meios de pagamento circulou na economia
cujo significado está nos hábitos da sociedade.
Ao se considerar que a produção (Q) não
aumenta de forma abrupta e que os hábitos dos agentes econômicos
não se alteram no curto prazo, a velocidade da moeda (V) não
sofrerá alteração.
Um aumento de preços (P) só poderia ocorrer
caso se aumente quantidade de moeda (M), pois na equação de troca
M * V = P * Q – dadas as duas hipóteses (V e Q constantes a curto
prazo) – a variação de P só seria possível por meio de uma
mudança em M, ou seja, na quantidade de moeda ofertada pelas
autoridades monetárias.
Com isso, temos que um aumento de preços –
oriundo de uma produção insuficiente (inflação de demanda), ou de
um aumento de preços dos insumos (inflação de custos) –
dificilmente se perpetuará caso esse aumento de preços não
realimentar o próprio processo inflacionário. Desse modo, as
políticas de estabilização de preços necessitam de um
planejamento estratégico de amplo espectro conjugando aspectos
fiscais, salariais, creditícios, monetários e cambiais.
A teoria quantitativa da moeda, em uma versão
mais flexível, admite a possibilidade de variações na velocidade
da moeda (V) e na quantidade de bens e serviços produzidos
(Q) no tempo.
Considerando que mudanças em V sejam
previsíveis, o crescimento do PIB nominal está também vinculado a
aumentos no estoque de moeda.
Como o PNB nominal é igual a P * Q, um nível
relativamente estável de preços pode ser obtido se os aumentos no
estoque de moeda estiverem vinculados ao crescimento da capacidade de
produção.
Dessa forma, a teoria quantitativa da moeda,
nessa concepção mais flexível, determina que a moeda é um vetor
importante nas variações de dispêndio e no nível de preços ao
longo do tempo.
Exemplo:
Considerando que a oferta de moeda (M), na data
presente, atinja um valor de R$ 800,00 e que a velocidade da moeda
(V) seja de 4 e o PIB nominal perfaça R$ 3.200,00, poderíamos
afirmar, conforme a teoria quantitativa da moeda, que o PIB deveria
atingir R$ 4.320,00, num prazo de cinco anos se a oferta de moeda
crescesse 20% neste período e se fosse esperado que V aumentasse
para 4,5 ao final de cinco anos.
PIB
= ( M + M
) * V
PIB
= ( 800 +20%800 ) * 4,5
PIB
= ( 800 + 160 ) * 4,5
PIB
= 4.320
A equação da troca é uma perfeita identidade,
onde seus termos são definidos de tal forma que os membros da
equação se transformam num truísmo, ou seja, uma verdade evidente
por si mesma. V é o uso de M para se comprar Q
por P.
A equação de troca informa que as compras
totais são iguais às vendas totais ou que o total de moeda gasta é
igual ao total de moeda recebida; isto é, M * V e P * Q podem ser
vistos como as duas faces da mesma moeda.
1
PIB: produto interno bruto é a produção agregada dos bens e
serviços de um país em um determinado período de tempo.
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