O processo
de Avaliação de Resultados e Desempenhos é um instrumento de
Gestão Empresarial que visa atender as necessidades específicas das
fases de planejamento, execução e controle das atividades
empresariais.
Refere-se
à avaliação das contribuições dos produtos/serviços gerados
pelas diversas atividades empresariais aos resultados da empresa.
Nesse tipo de avaliação, o resultado, é sempre associado a um
produto/serviço, linhas de produtos, setores de mercado, regiões,
eventos econômicos ou a algum fator diretamente relacionado com
produtos/serviços.
Normalmente,
na empresa, são tomadas decisões que requerem uma avaliação de
resultados de:
-
Produtos finais
-
Produtos intermediários
-
Linhas de produtos
-
Conjuntos ou compostos de produtos diferentes
-
Eventos econômicos específicos, como compras, vendas e estocagem de determinado produto.
A cada
produto/serviço ou evento, devem ser associadas todas as receitas e
custos variáveis necessários para gerá-lo, desde que com ele
perfeitamente identificáveis, sem rateios de custos fixos, ou seja,
a informação requerida para a avaliação é à margem de
contribuição dos produtos/serviços gerados pelas atividades.
Refere-se
à avaliação dos resultados gerados pelas atividades sob a
responsabilidade dos gestores. A associação desses resultados às
responsabilidades de seus respectivos gestores permite identificar as
suas contribuições e as de suas áreas aos resultados globais.
Incluem-se
nesse tipo de avaliação os custos fixos diretamente associados às
atividades das áreas sob responsabilidade dos gestores, sem rateios
entre as mesmas. Os custos indiretos, que normalmente são de
natureza fixa, representam um potencial de produção ou geração de
benefícios, sendo associáveis, portanto, às atividades produtivas
e não aos produtos.
As bases
informativas para avaliação de desempenho referem-se aos resultados
obtidos (realizados) e aos desejados (planejados). Os resultados
desejados expressam-se pelos orçamentos, com os quais são
comparados os resultados obtidos, a fim de concluir pela adequação
ou não desses resultados.
As
avaliações de resultados e desempenhos ocorrem paralelamente, como
demonstradas no esquema a seguir:
Figura 1: Aval
É por
meio da atuação sobre as diversas atividades internas à empresa
que se identifica a formação de seus resultados globais. Cada
gestor tem sob sua responsabilidade uma atividade ou um conjunto
delas, e precisa saber como contribuem para o desempenho de sua área
e para o da empresa em sua totalidade. Por tratar-se de atividades
que, basicamente, consomem recursos e geram produtos ou serviços,
caracterizam-se como eventos econômicos relacionados às compras,
produção, estocagem, vendas, captação/aplicação de recursos
financeiros.
Pode-se
ainda identificar o desempenho de atividades associadas aos cargos e
funções que as pessoas exercem, como por exemplo, o desempenho do
pessoal técnico, da linha de produção, dos supervisores, etc.
Diante do
exposto, definem-se cinco possíveis objetos de avaliação de
desempenho no contexto empresarial:
-
O desempenho de toda a empresa;
-
O desempenho das áreas que estão sob a responsabilidade dos gestores;
-
O desempenho associado aos eventos econômicos;
-
O desempenho de atividades relacionadas a produtos/serviços específicos; e
-
O desempenho de atividades relacionadas a funções ou cargo.
As etapas
pelas quais se realiza um processo de avaliação de desempenho:
-
Determinação dos padrões de desempenho (objetivos, metas, orçamentos, custo-padrão, etc.)
-
Observação de desempenho realizado (identificação, mensuração e discriminação dos atributos do desempenho)
-
Análise do desempenho, mediante classificação, acumulação, comparação e identificação
-
de eventuais desvios e de suas respectivas causas;
-
Interpretação desses desvios e de suas respectivas causas; e
-
Conclusão ou emissão de um parecer, de um julgamento ou de um conceito sobre desempenho.
Um modelo
de avaliação de desempenho deve ser concebido de forma que, quando
implementado, integre-se perfeitamente ao processo de gestão, em
suas fases de planejamento, execução e controle, considerando duas
preocupações básicas:
-
Em relação ao sistema de informações: garantia de bases informativas adequadas sobre um desempenho (planejado e realizado); e
-
Em relação ao sistema de Gestão: capacidade de proporcionar julgamentos (resultados do processo avaliativo) corretos e válidos para a tomada de decisões.
Os
orçamentos e padrões de desempenho constituem as bases de
comparação para a avaliação de desempenho na gestão econômica.
Os padrões
(físicos e monetários) constituem um sistema, o qual, segundo
Nakagawa (1987:89), pode ser definido como “(...) um modelo de
avaliação e informação de eventos econômicos relativos a um
produto ou serviço mensurado em uma determinada data e mercado”.
Sendo
bases informativas para a comparação com o desempenho realizado,
devem:
-
- refletir corretamente o custo dos recursos e a receita dos produtos/serviços;
-
- resultar de estudos científicos que lhe garantam a confiabilidade como uma meta a ser permanentemente perseguida;
-
- ser revistos sempre que se alterarem as condições consideradas para seu estabelecimento;
-
-ser analíticos, espelhando a eficiência relativa aos vários elementos de custo envolvidos;
-
-orientar a avaliação dos resultados por produtos/serviços; e
-
- espelhar as diretrizes, políticas e metas da empresa.
Orçamentos
de acordo com Catelli (CATELLI e GUERREIRO 1992) “(...) os
orçamentos são a expressão, em termos financeiros, dos planos da
administração para a operação da empresa durante um período
específico de tempo”.
Os
orçamentos devem manter-se atualizados, por ocasião dos
planejamentos estratégicos e operacionais; dos replanejamentos
periódicos, dos ajustes efetuados nos planos, garantindo-se bases
realistas para a avaliação de desempenhos.
As
divergências entre os resultados planejados e os realizados ocorrem
por alguns fatores, pelos quais é necessária a decomposição dos
orçamentos, conforme expressas a seguir:
-
VARIAÇÃO DE INFLAÇÃO = ORÇAMENTO ORIGINAL – ORÇAMENTO CORRIGIDO Reflete os desvios ocorridos entre os índices de inflação planejados e os realmente ocorridos especificamente para cada recurso e produto/serviço.
-
VARIAÇÃO DE AJUSTE DE PLANOS = ORÇAMENTO CORRIGIDO – ORÇAMENTO AJUSTADO Reflete os desvios relativos aos ajustes efetuados nos orçamentos originais, em função de necessidades temporárias de modificações neles, a fim de que sejam atingidos os objetivos e metas inicialmente determinado.
-
VARIAÇÃO DE VOLUME = ORÇAMENTO AJUSTADO - PADRÃO. Reflete os desvios ocorridos em função do alcance de volumes de produção divergentes dos planejados.
-
VARIAÇÃO DE EFICIÊNCIA = PADRÃO – REAL A VALORES PADRÃO. Reflete os desvios ocorridos entre os níveis de eficiência desejados e os realmente alcançados.
-
VARIAÇÃO DE PREÇO = PADRÃO – REAL A ÍNDICES-PADRÕES. Reflete os desvios ocorridos em função da obtenção de preços diferentes dos planejados.
-
VARIAÇÃO TOTAL = VARIAÇÃO DE INFLAÇÃO + VARIAÇÃO DE AJUSTES + VARIAÇÃO DE VOLUME + VARIAÇÃO DE EFICIÊNCIA + VARIAÇÃO DE PREÇO
Responsabilidade pela formação dos resultados econômicos
É
importante associar resultados econômicos às responsabilidades
individuais dos gestores, considerando que “um centro de
responsabilidade pode ser definido como um segmento da organização
onde um gestor individual é responsável pelo desempenho do
segmento, onde o conceito requer:
-
Clara definição das funções e responsabilidades dos gestores;
-
Identificação das variáveis controláveis e não controláveis pelo gestor; e
-
Participação dos gestores no planejamento de suas atividades.
Identificação de custos, receitas e ativos com as áreas de responsabilidade
Custos,
receitas e ativos podem ser identificados com as atividades e,
portanto, com as áreas de responsabilidade, constituindo centros de
custos, de resultados e/ou de investimentos.
Quando a
uma atividade ou conjunto de atividades são associados apenas os
custos incorridos, constitui-se um “centro de custo”. Segundo
Kaplan, citado por Peleias (1992:97),
“(...)
Os gestores dos centros de custos não determinam o preço de seus
produtos, de tal forma que não são responsáveis por receitas ou
por lucros gerados por estes produtos”. “(...) Para um centro de
custo padrão, a eficiência é avaliada pela relação de insumos
(entradas) e exsumos (saídas), ao passo que a eficácia é avaliada
quando se verifica que o centro atendeu o plano de produção
desejado a um nível especificado de qualidade e de oportunidade”.
Um centro
de lucro, também denominado centro de resultados, compõe-se de uma
atividade ou de um conjunto delas às quais são associados seus
respectivos custos e receitas, cuja confrontação revela seu
resultado. Para fins de avaliação de desempenho, devem ser
identificados os resultados das áreas de responsabilidade,
permitindo o reconhecimento da formação do resultado econômico com
base nas atividades empresariais associadas a seus respectivos
responsáveis.
Para
Iudícibus (1986:252), um centro de investimento “é um centro de
lucro, porém, o sucesso ou insucesso relativo não é mensurado pela
diferença entre receitas e despesas, mas sim por esta diferença
relacionada com algum conceito de investimento realizado”. Em sua
opinião “é o melhor conceito de centro, pois o lucro deve estar
relacionado com o que foi investido, a fim de obtermos a
lucratividade relativa”.
O lucro
pode ser entendido como uma remuneração do capital investido. Um
investimento deve gerar lucros. A relação entre o lucro e o
investimento realizado representa uma medida do retorno desse
investimento.
Como
conclusão pode considerar que na prática, os conceitos de
“avaliação de resultados” e de “avaliação de desempenhos”
ocorrem de forma simultânea, visando suprir necessidades
informativas da gestão econômica, ao procurar otimizar a
contribuição dos produtos/ serviços, dos eventos econômicos, das
atividades e de suas respectivas áreas aos resultados globais da
organização.
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