O homem
vem apresentado inúmeras mudanças desde a criação da Ciência
Contábil até os dias atuais. E a contabilidade, como sendo ciência
humana teve que se adequar às novas necessidades de informações
dos agentes econômicos do mercado. Para as grandes corporações não
é mais possível traçar rumos estratégicos apenas com informações
extraídas dos balanços sem antes serem lapidadas conforme a
necessidade dos stakeholders.
Da mesma
forma, de que valeriam as informações dos balanços se estas apenas
mostrassem dados padronizados (e até mesmo defasados ou em desacordo
com a realidade) e que não sirvam para tomada de decisões. E como
explica Martin (2002) às decisões empresariais não podem se basear
tão somente em dados padronizados e com usuários reconhecidamente
externos, sendo óbvio que as decisões empresariais precisão de
informações relevantes para dar fundamentação à orientação, o
que resultou na grande difusão de sistemas integrados de informação
nos quais a contabilidade é apenas um pequeno capítulo, poderia
estar dando início, em termos mundiais, à liquidação final da
contabilidade gerencial (MARTIN 2002).
Como
alerta Nilton Cano Martins em seu artigo “da Contabilidade à
Controladoria: a evolução necessária” neste início do século
XXI, já se tornou óbvio que o ambiente moderno dos negócios uma
contabilidade gerencial, com base num modelo exclusivamente
financeiro não mais consegue propiciar as informações necessárias
para dar apoio à gestão das empresas nas suas mais importantes
decisões. Segundo Martins, para servir a tomada de decisão o modelo
contábil-financeiro precisa ser estendido e flexível, incorporando
e integrando novas dimensões e novos instrumentos de pesquisa e
avaliação. O que leva a Controladoria; que faz a identificação e
a avaliação de variáveis, que tem elevado impacto sobre os
resultados das empresas, tais como o valor dos produtos, os processos
de trabalho e os recursos intangíveis mobilizados. Segundo o
referido autor, o resultado alcançado pela área da controladoria
configura um quadro geral de avaliação do desempenho, que não
apenas tem poder explicativo sobre o estado atual da empresa, mas
também permite projeções e simulações de qualquer empresa
(MARTIN 2002). Com a dinâmica dos mercados e da globalização e as
novas necessidades corporativas os serviços do contador comum não
eram mais capazes de suprir às novas exigências. Como afirma
Iudícibus (1987) às informações produzidas pela contabilidade
gerencial são feitas de maneira a encaixar respostas à
administração, voltadas exclusivamente para o atendimento dos
objetivos pretendidos pela presidência empresarial (IUDÍCIBUS,
Contabilidade gerencial 1987).
É neste ponto de a controladoria se insere com modernas
técnicas para mensurar corretamente os números e extrair as
informações úteis, como é o caso do GECON, objeto desse estudo.
Para
continuar esse trabalho convém levantar a seguinte questão: o que
vem a ser essa Controladoria? A controladoria é uma atividade
desenvolvida pela área da controladoria da empresa. Controladoria,
antes de qualquer coisa, é diferente da conhecida contabilidade,
vista amplamente até o presente capítulo. Conforme explica Martin
(2002) a controladoria deve ser vista como o “pináculo da carreira
do contador numa empresa” e levanta também a seguinte questão de
como um contador pode tornar-se um moderno Controller (MARTIN
2002). Vale
lembrar aqui que o autor parece se dirigir aos contadores, o que é
natural, uma vez que o chefe da controladoria precisa de bons
conhecimentos contábeis, no entanto há de frisar que esta não é
ima regra obrigatória.
Quando se
fala em controladoria se lembra logo em contabilidade gerencial.
Neste ramo da contabilidade, o objetivo é fornecer informações
obviamente gerenciais aos gestores da empresa. Como explica Iudícibus
(1987), a contabilidade gerencial é responsável pela criação de
relatórios sob medida para administração da empresa na utilização
de fonte de decisões estratégias: “De maneira geral, portanto,
pode-se afirmar que todo procedimento, técnica, informação ou
relatório contábil, feitos “sob medida” para que a
administração os utilize na tomada de decisões entre alternativas
conflitantes, ou na avaliação de desempenho, recai na contabilidade
gerencial. Certos relatórios financeiros são válidos tanto sob o
ponto de vista do interessado externo à empresa quanto sob o ponto
de vista da gerência” (IUDÍCIBUS 1987, 16).
Na
contabilidade financeira são elaborados demonstrativos contábeis
padronizados que servirão para tomada de decisão. Mas vale lembrar
que nem todos os tomadores de decisão são profundos conhecedores
das intrínsecas peculiaridades dos balanços. Nos demonstrativos há
tantas fórmulas e regras que apenas contadores tem ampla capacidade
de entendimento, interpretação e explicação suficientes para
servir à tomada de decisões. Nesse ponto entra a contabilidade
gerencial, traduzindo as informações aos gestores de forma mais
prática. Conforme explica Iudícibus (1987):
A
contabilidade gerencial pode ser caracterizada, superficialmente,
como um enfoque especial conferido a varias técnicas e procedimentos
contábeis conhecidos e tratados na contabilidade financeira, na de
custos, análise financeira e de balanços etc., colocados numa
perspectiva diferente, grau de detalhe mais analítico ou numa forma
de apresentação e classificação diferenciada, de maneira a
auxiliar os gerentes das entidades no processo decisório (IUDÍCIBUS
1987, 15).
E sendo
assim, tanto a contabilidade financeira ou mesmo a controladoria de
uma empresa trabalha sobre as demonstrações contábil-financeiras
para o fornecimento de informações precisas sob os objetivos da
organização. A imagem do contador tradicional para os demais
profissionais está, consequentemente, totalmente ultrapassada. Nas
ultimas décadas o contador da empresa apenas trabalha para o fisco a
tal ponto que só é lembrado quando faz alguma coisa errada ou
comete um acerto tão importante a ponto de causar reconhecimento. A
empresa o vê como aquele alguém que trabalha para quem é de fora,
fornecendo informações burocráticas apenas padronizadas e de
modelos antiquados que na atendem às necessidades dos
administradores.
E
complementando esse raciocínio temos a seguinte lógica de Martins
(2002) sobre a relação informação – decisão: “Toda e
qualquer ciência deve possuir uma representação adequada da
realidade com a qual vai trabalhar. A representação utilizada é
fundamental, porque é dela que decorre a natureza das informações
que irão constituir o quadro interpretativo ou modelo de realidade
dessa ciência, o qual irá fundamentar o recolhimento das
informações, que por sua vez, irão dar base às decisões”
(MARTIN, 2002, p. 8).
E com
isso, a seqüência completa proposta por Martin (2002) sobre o
modelo seguido pela controladoria seria essa: representação leva à
informação e esta, à decisão. Por meio desse modelo a
controladoria tem uma simplificação da realidade mais próxima às
necessidades dos usuários da informação contábil – que passa a
ser gerencial. E de uma forma um pouco mais detalhada temos a figura
extraída de Martin (2002) a seguir:
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