Quando
estava cursando a Graduação em Ciências Contábeis, já perto dos
últimos semestres, tive a disciplina de Marketing Contábil, matéria
que tinha por meta fazer o aluno desenvolver a sua própria
estratégia de captação de clientes, tanto por meio de cartão de
visita, fôlder, sites na internet entre outras formas.
Na
primeira aula o professor havia comentado bem por cima como seria o
trabalho de um organizador de uma palestra: a definição do público,
do local, de quem viria o patrocínio e como seria a divulgação do
evento. Durante as palestras que participamos na Semana da
Contabilidade o professor nos havia dito para começar a prestar
bastante atenção na indumentária dos palestrantes convidados.
Dizia que nós poderíamos tirar uma ideia de como fazer um marketing
pessoal vendo como o palestrante da noite estava vestido e que
atitudes ele usava para inspirar nas pessoas a vontade de contratá-lo
para prestar seus serviços em suas empresas.
A
partir disso passamos a reparar que as palestras embora seguissem
caminhos destinhos e tivesses organizadores diferentes, seguiam as
mesas premissas: uma palestra para alunos de contabilidade trazia
palestrantes contadores, empresários contábeis, membros de
entidades e sindicatos ligados à Contabilidade, para falar de
assuntos que eles deveriam dominar. É claro que muitos palestrantes
pareciam se perder nos slides, dando na cara que não foram eles
mesmos que os elaboraram, estando apenas seguindo o texto.
Disso
poderíamos citar o que seria uma palestra de uma empresa que
trabalha na área da educação. Por exemplo, uma empresa que quer
vender cursos de pós-graduação envia os seus melhores mestres e
doutores para vender o peixe. Uma empresa de treinamentos e
capacitação profissional envia seus professores engenheiros para as
empresas que precisam deixar os empregados haptos às novas
tecnologias. Uma empresa desenvolvedores de sistemas automatizados
de contabilidade envia seu pessoal para palestrar sobre seus produtos
nos congressos de contabilidade.
Mas
voltando á minha Graduação, o professor nos dizia para prestar
atenção em aspectos específicos nas organizações dos eventos e
palestras. Por exemplo, ter o hábito de procurar saber qual o número
mínimo de pessoas inscritas para se realizar o evento. Isso é uma
coisa que o Marketing deve ter em mente. O organizador certamente não
vai contratar os melhores oradores para uma parcela mínima de
inscritos, pois mesmo que os ouvintes sejam representativos dentro da
classe alvo da palestra, um número reduzido pode não apenas
desmerecer a credibilidade de todo o trabalho como também não
arrecadar receita suficiente para bancar os custos.
Um
fato que todo aquele que organiza eventos, seja palestras para
estudantes, seja para vender serviços ou programas em congressos, é
que deve-se ter os pés no chão e uma boa dose de pessimismo durante
o planejamento. Imaginemos que nós somos os responsáveis pela
organização de um evento que servirá para mostrar os programas que
nossa empresa de tecnologia desenvolve para escritórios de
contabilidade e planejamos tornar clientes o maior número possível
de contadores de uma cidade. Nós sabemos que temos um excelente
software e nosso suporte é de primeira qualidade, então não
haveria muita razão para que não haja interesse por parte dos
profissionais em nos contratar. Então planejamos um evento de
divulgação com capacidade para 3.000 inscritos. Partimos para a
distribuição de nosso material nos escritórios de contabilidade do
município e para alguns comércios locais, pois o cliente de um
contador poderia servir para nós como intercessor. No entanto, o dia
se aproxima e temos a infeliz surpresa que dos três mil esperados,
apenas 500 se inscrevem para o evento e no grande dia, daqueles
apenas cem aparecem.
O que não se deve fazer na captação de clientes
Uma
coisa que se deve definir bem na produção de um evento ou mesmo na
estratégia de divulgação para captação de novos clientes está
na definição do público-alvo que se quer atingir. No exemplo
anterior mostramos que mesmo o melhor produto ou serviço pode
terminar num retumbante fracasso de audiência se for divulgado sem
um objetivo em foco.
E
para se definir o mercado alvo de sua divulgação são três passos
a serem seguidos, a saber, o primeiro e mais importante: a Pesquisa.
Pesquisa:
ver as empresas da região e ver que tipo de serviços estas
precisam. Por exemplo, os escritórios de contabilidade numa cidade
no interior de São Paulo precisam de um programa que esteja
constantemente atualizado às mudanças na legislação do IPI e ICMS
para melhor atender seus clientes. O programa que usam deve ser capaz
de importar as notas fiscais eletrônicas e já as cadastrar no
sistema, de forma fácil rápida, para ajudar no cálculo correto
dos impostos. Se os escritórios já tem um, qual é esse programa?
Estão satisfeitos com ele? O seu programa é melhor que o deles? Se
é, é hora de divulgar par as pessoas que certamente vão querer
usá-lo.
Essa
foi a primeira postagem de uma série que pretendo fazer sobre
Marketing. Aguardem os próximos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário