Nesta postagem apresentaremos alguns exemplos ráticos de cálculos de matemática financeira para o Regime de Juros Simples. Aqui mostramos seus conceitos e terminaremos encontrando o montante em um investimento.
Juros e descontos simples
A fim de
produzir os bens que precisa para atender a suas necessidades
básicas, o homem combina os fatores de produção naturais, de
trabalho e de capital. Ele os organiza e gera as mercadorias e
serviços destinados aos suprimento de seu consumo. Nesse aspecto,
ele vende os bens que gera e isso lhe garante renda, que será
distribuída entre os proprietários dos fatores produtivos. Assim,
os proprietários dos recursos naturalmente recebem lucros e os
proprietários do capital recebem remuneração na forma de juros.
Desta
forma, os juros constituem uma parte da renda, que é distribuída
aos proprietários do capital (isto é, das máquinas, equipamentos,
ferramentas entre outros). No cálculo financeiro, o devido ao
proprietário do recurso monetário ou devido pelo tomador do capital
é uma compensação, em dinheiro, pelo uso de um capital financeiro,
dado um determinado período de tempo e a uma taxa previamente
estabelecida por ambos. Assim, no cálculo financeiro, o juro
constitui uma parte da renda distribuída aos proprietários pelo uso
do capital financeiro.
Cálculo dos juros simples
Como
podemos imaginar, o juro simples é quele devido ou a se receber
quando é produzido unicamente pelo capital inicial, isto é,
apresenta o cálculo mais simplificado e que pode ser resolvido de
cabeça algumas vezes.
Por
exemplo, se colocarmos o capital equivalente a R$ 500,00 aplicado a
um juro durante 4 meses, à taxa de 1% ao mês, teremos em cada mês
um total de R$ 5,00 de juros, pois 500 x 0,01 = 5. isso é o juro de
cada mês, que no período total do processo resultará em juros
acumulados de R$ 20,00. logo, os juros são iguais em todos os
períodos pois os calculamos apenas sobre o mesmo valor de capital
inicial de R$ 500,00. Podem ser retirados em cada mês R$ 5,00 de
juros, que nada mais são que os rendimentos ganhos por ter-se
guardado o recurso numa aplicação financeira.
No exemplo
acima, os juros de R$ 20,00 são calculados fazendo a multiplicação
R$ 5,00 por 4, onde R$ 5,00 é igual a 1% de R$ 500,00 e 4 é o
número de meses em que o capital esteve aplicado. Portanto, o juro
desta operação corresponde a 500 x 0,01 x 4.
O fator de
0,01 constitui aqui a taxa unitária i e corresponde aos juros
J de uma unidade de capital C dado um período de
capitalização n. Temos aqui a fórmula de juros J = C * i
* n. Nessa fórmula bem simples.
Nesta
fórmula a taxa e o número de períodos devem referir-se à mesma
unidade de tempo. Ou seja, se a taxa for mensal, o período de tempo
deve ser mensal, isto é, expresso em número de meses. A taxa
empregada em todas as fórmulas da matemática financeira é a
unitária, que corresponde a taxa centesimal dividida por 100. Isso
ocorre porque diferentemente do que numa calculadora financeira –
que entramos com o número inteiro sem o sinal de porcentagem –
aqui devemos transformar o percentual em número “matemático”.
Afinal de contas, não calculamos 1% de 100, mas multiplicamos 100
por 0,01.
Exemplo
1
Determinar
os juros de um capital inicial de R$ 800,00 a uma taxa de 12% ao
ano, durante um período de 7 meses de contabilização, no regime de
juros simples.
Neste
exemplo, temos a taxa anual de 12% e o tempo contabilizado em meses,
num total de sete. Como está claro, o período de tempo não
corresponde ao definido pela taxa de juros. Caso estivéssemos com um
exemplo de juros compostos teríamos que transformar o período de
tempo utilizando uma equação de matemática financeira, pois lá o
juro é calculado sobre o saldo de capital inicial mais os juros do
período anterior. No entanto, como estamos com juros simples o
cálculo se resolve com regra de três. Assim, podemos definir uma
taxa mensal para o período anual dividido por doze meses, ou uma
taxa mensal vezes doze para um período anual.
Sabendo-se
que 12% ao ano corresponde a 1% ao mês (matematicamente temos 0,12
anual e 0,01 mensal) e que 7 meses podem representar 7/12 ano,
podemos resolver de duas formas a equação para uma capitalização
anual:
E também
para uma capitalização mensal:
E assim
concluímos que os juros do período serão de R$ 56,00 em ambos os
métodos.
Exemplo
2
Agora
vamos a um segundo exemplo. O capital em questão é de R$ 400,00 e
foi investido a uma taxa de 20% ao ano e por um período de nove
meses. Apede-se: calcular o juro nesse investimento, tomando-se por
base o regime de juros simples.
Para
resolver esse exercício devemos fazer com que a taxa e o período
falem a mesma língua. Como estamos trabalhando com juros simples,
podemos facilmente sincronizar as variáveis. Assim, a taxa anual
pode ser convertida em trimestral (20% ao ano dividido por 4
trimestres é igual a 5% ao trimestre), bem como o período pode ser
transformado para trimestre (9 meses é equivalente a 3 trimestres).
Ainda poderíamos fazer em meses, considerando 20% de taxa com 9
meses dividido por 12 meses de um ano, que resulta em 0,75 ano.
Agora
vamos resolver o exemplo solicitado, a começar com taxa e período
trimestrais:
E agora
com o período e taxa anuais, para ver se o resultado de R$ 60,00 se
mantém:
Como podemos concluir, independentemente da taxa ou do período serem diferentes, no juros simples o que importa é que haja proporcionalidade entre as grandezas entre si , como uma taxa x para tempo também x e entre as originais e convertidas. Ou seja, mês para ano de uma variável tem que ser para outra também.
Montante
O montante
em matemática financeira corresponde àquele montão que você terá
que pagar de um empréstimo bem como, aquela micharia que você
sacará da sua caderneta de poupança após um período de crise
financeira e você ainda achava que havia rendido bastante.
Chama-se
assim, Montante o capital acrescido de seus juros após um período
de capitalização. Na Calculadora Financeira HP 12C vem representado
pela tecla FV, sigla em inglês para Future Value, ou
aportuguesando, Valor Futuro.
O valor
futuro traz a fórmula básica da Matemática Financeira,
representando que o valor do capital acrescido dos juros a uma taxa
resulta no valor final.
Agora
vamos efetuar alguns cálculos. Para começar, vamos supor um
investimento com um capital inicial de R$ 600,00, a uma taxa de 18%
ao ano e durante 8 meses. Qual o valor a ser sacado ao final do
período?
Trata-se
de um exemplo bem básico porém didático do que é o montante numa
aplicação. Para resolver aplicaremos os dados à fórmula do
montante. O resultado é este:
Temos R$
672,00 de PV (Presente Value ou Valor Presente, ou ainda,
capital investido ou inicial) quando a taxa se mantém anual e o
período passa a ser quebrado, pois 8 meses representa 66,67% de um
ano. Mas podemos fazer com outros formatos:
Aqui
convertemos a taxa anual de 18% numa mensal. E como sabemos que 18
por 12 resulta em 1,50, bastou dividir novamente por 100 para se ter
um número usável na equação.
Assim
temos que o capital de R$ 600,00 aplicado à taxa de 18% ao ano em 8
meses faz crescer R$ 72,00 de juros (rendimentos), resultando num
valor final de resgate (montante ou valor futuro) de R$ 672,00.
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