Hoje, dando continuidade em nossa série de postagens sobre Análise de Balanços apresentaremos nesta alguns aspectos do trabalho do analista de mercado e investimentos. São conceitos básicos para as novas fases que ainda apresentaremos aqui.
Quando
uma pessoa decide se tornar acionista desta ou daquela empresa ela o
faz porque quer ter algum ganho com isso. Para o acionista o fator
relevante para tomara a decisão de investir ou não é a
rentabilidade que a empresa costuma apresentar e o ganho que terá
com o investimento. Não se investe numa empresa que é conhecida por
apresentar frequentes prejuízos, uma vez que o capital que se
colocar nela será perdido. E é aí que entra o profissional com as
informações para auxiliar o acionista na tomada de decisões.
Em
outras palavras, o trabalho do analista financeiro inicia‐se ao
término do trabalho do contador. É importante ressaltar que o
relatório de análise, peça final do trabalho do analista
financeiro, somente será útil a partir dos conhecimentos que esse
tenha não só nos registros das operações contábeis, mas também
na dimensão que essas provocam na situação patrimonial da
entidade; caso contrário, apenas apurará resultados matemáticos [TAKATORI, 2014].
Uma
vez que o acionista compra ações de uma empresa, nada o impede de
não ter o retorno que queria e isso é um dos fatores que pode levar
o investidor a vender seus papéis, além do fato se desfazendo da
ação pode trocar de posição (sai de uma empresa e vai investir em
outra) e principalmente, realizar lucro: se comprou uma ação por
$10, pode esperar um pouco mais e se conseguir, pode vender por $50,
desistindo de rentabilidade para ter lucro direto com venda de ações.
Antes
da Era da internet só era possível a divulgação das
informações financeiras por meio dos jornais. Se a empresa
alterasse alguma informação no balanço após o seu fechamento ou
algum outro fato relevante ocorresse deveria publicar a notícia em
um jornal de grande circulação e no Diário Oficial.
Com
a internet, essa divulgação passou a ser instantânea, dependendo
do site da empresa. Se o acionista quer saber o histórico de
receita operacional líquida da empresa onde colocou recursos
financeiros basta ir ao endereço eletrônico da sociedade aberta e
procurar o espaço reservado às contas, investimentos ou contato –
geralmente no link Relações com Investidores (RI).
E
em meio a tantas informações diferentes surge à necessidade de
alguém que conheça o mercado a fundo, um profissional que seja o
meio para que os investidores acertem em suas escolhas. Esse
profissional é o analista de mercado ou de investimentos, que
aconselha acionista e investidores na compra ou venda de papéis das
empresas presentes no mercado de ações. Mas é claro que para
exercer essa função o analista de mercado deve ser profundo
conhecedor de contabilidade e das peculiaridades do mercado de ações
e os ramos das empresas que estão atuando.
Por
exemplo, citemos as siderúrgicas e os seus movimentos no mercado:
uma empresa de grande porte se quiser ampliar o seu mercado pode
fundir-se ou consolidarem-se as outras empresas de seu ramo, formando
monopólio ou oligopólio e assim, aumentando o faturamento, uma vez
que com isso, poucas empresas dominariam todo o setor, inclusive, os
preços dos materiais como o aço, para cima.
A
tendência nessa situação é de todo aço vir a ficar mais caro e o
consumidor ter que pagar mais. E sem concorrência... A rentabilidade
do grupo dominante de siderúrgicas aumenta. Em conclusão, o
analista de investimentos sugeria ao futuro acionista comprar ações
das empresas siderúrgicas dominantes.
O
governo pode proibir estas fusões de grandes empresas, mas é apenas
por curtos períodos de tempo. A empresa de creme dental Colgate, por
exemplo, comprou a sua concorrente Kolynos e o CADE, do governo,
mandou que a compradora eliminasse a marca Kolynos do mercado,
tendo o objetivo de impedir a ocorrência de monopólio, o que
resultou na criação por parte da Colgate, da marca Sorriso.
E
outro exemplo: na atualidade, cerca de 80% do mercado de cervejas é
da AmBev, que apesar de comprar as concorrentes e manter as marcas
(Antártica, Brahma e Schin) teve que continuar com as propagandas
individuais de cada uma. Mas é claro que há oligopólio, o no
varejo, representado pelo Grupo Pão De açúcar e Carrefour. Vale
reforçar que o oligopólio é uma tendência natural segundo os
analistas de mercado.
Mas
por que uma empresa se une a outra? A resposta é rentabilidade.
Quando se une a outra empresa, a rentabilidade, nome e espaço que
era apenas dela são agregados aos da outra empresa. Há fusão de
tecnologias e de atuação. Aumentar a estrutura atrai mais
acionistas, o que gera mais capital para ser trabalhado e por fim,
mais aplicações e retornos e até para o acionista é bom, afinal,
o que seria melhor: possuir 100% das ações de uma única empresa
(sua) que tem lucro de 20 mil reais ou, escolher ter participação
em 10% das ações de um grupo empresarial que tem lucro de 20
bilhões.
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