sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

Analista de mercado ou analista de investimentos

Hoje, dando continuidade em nossa série de postagens sobre Análise de Balanços apresentaremos nesta alguns aspectos do trabalho do analista de mercado e investimentos. São conceitos básicos para as novas fases que ainda apresentaremos aqui.

        Analista de mercado ou analista de investimentos

Quando uma pessoa decide se tornar acionista desta ou daquela empresa ela o faz porque quer ter algum ganho com isso. Para o acionista o fator relevante para tomara a decisão de investir ou não é a rentabilidade que a empresa costuma apresentar e o ganho que terá com o investimento. Não se investe numa empresa que é conhecida por apresentar frequentes prejuízos, uma vez que o capital que se colocar nela será perdido. E é aí que entra o profissional com as informações para auxiliar o acionista na tomada de decisões.
Em outras palavras, o trabalho do analista financeiro inicia‐se ao término do trabalho do contador. É importante ressaltar que o relatório de análise, peça final do trabalho do analista financeiro, somente será útil a partir dos conhecimentos que esse tenha não só nos registros das operações contábeis, mas também na dimensão que essas provocam na situação patrimonial da entidade; caso contrário, apenas apurará resultados matemáticos [TAKATORI, 2014].
Uma vez que o acionista compra ações de uma empresa, nada o impede de não ter o retorno que queria e isso é um dos fatores que pode levar o investidor a vender seus papéis, além do fato se desfazendo da ação pode trocar de posição (sai de uma empresa e vai investir em outra) e principalmente, realizar lucro: se comprou uma ação por $10, pode esperar um pouco mais e se conseguir, pode vender por $50, desistindo de rentabilidade para ter lucro direto com venda de ações.
Antes da Era da internet só era possível a divulgação das informações financeiras por meio dos jornais. Se a empresa alterasse alguma informação no balanço após o seu fechamento ou algum outro fato relevante ocorresse deveria publicar a notícia em um jornal de grande circulação e no Diário Oficial.
Com a internet, essa divulgação passou a ser instantânea, dependendo do site da empresa. Se o acionista quer saber o histórico de receita operacional líquida da empresa onde colocou recursos financeiros basta ir ao endereço eletrônico da sociedade aberta e procurar o espaço reservado às contas, investimentos ou contato – geralmente no link Relações com Investidores (RI).
E em meio a tantas informações diferentes surge à necessidade de alguém que conheça o mercado a fundo, um profissional que seja o meio para que os investidores acertem em suas escolhas. Esse profissional é o analista de mercado ou de investimentos, que aconselha acionista e investidores na compra ou venda de papéis das empresas presentes no mercado de ações. Mas é claro que para exercer essa função o analista de mercado deve ser profundo conhecedor de contabilidade e das peculiaridades do mercado de ações e os ramos das empresas que estão atuando.
Por exemplo, citemos as siderúrgicas e os seus movimentos no mercado: uma empresa de grande porte se quiser ampliar o seu mercado pode fundir-se ou consolidarem-se as outras empresas de seu ramo, formando monopólio ou oligopólio e assim, aumentando o faturamento, uma vez que com isso, poucas empresas dominariam todo o setor, inclusive, os preços dos materiais como o aço, para cima.
A tendência nessa situação é de todo aço vir a ficar mais caro e o consumidor ter que pagar mais. E sem concorrência... A rentabilidade do grupo dominante de siderúrgicas aumenta. Em conclusão, o analista de investimentos sugeria ao futuro acionista comprar ações das empresas siderúrgicas dominantes.
O governo pode proibir estas fusões de grandes empresas, mas é apenas por curtos períodos de tempo. A empresa de creme dental Colgate, por exemplo, comprou a sua concorrente Kolynos e o CADE, do governo, mandou que a compradora eliminasse a marca Kolynos do mercado, tendo o objetivo de impedir a ocorrência de monopólio, o que resultou na criação por parte da Colgate, da marca Sorriso.
E outro exemplo: na atualidade, cerca de 80% do mercado de cervejas é da AmBev, que apesar de comprar as concorrentes e manter as marcas (Antártica, Brahma e Schin) teve que continuar com as propagandas individuais de cada uma. Mas é claro que há oligopólio, o no varejo, representado pelo Grupo Pão De açúcar e Carrefour. Vale reforçar que o oligopólio é uma tendência natural segundo os analistas de mercado.
Mas por que uma empresa se une a outra? A resposta é rentabilidade. Quando se une a outra empresa, a rentabilidade, nome e espaço que era apenas dela são agregados aos da outra empresa. Há fusão de tecnologias e de atuação. Aumentar a estrutura atrai mais acionistas, o que gera mais capital para ser trabalhado e por fim, mais aplicações e retornos e até para o acionista é bom, afinal, o que seria melhor: possuir 100% das ações de uma única empresa (sua) que tem lucro de 20 mil reais ou, escolher ter participação em 10% das ações de um grupo empresarial que tem lucro de 20 bilhões. 

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