quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

Demonstração do Valor Adicionado e Demonstração de Fluxo de Caixa

E dando continuidade à série de postagens sobre análise de Balanços apresentaremos hoje alguns aspectos sobre a Demonstração de Valor adicionado e uma comparação ao DFC, da última postagem.
É a que a empresa demonstra às partes interessadas tudo aquilo que gerou/ agregou de lucro, a partir de outra visão, diferente da Demonstração de Resultado do Exercício. É uma maneira de mostrar o que foi adicionado à produção e levou àquela rentabilidade do período. A DRE mostra o lucro, enquanto a DVA demonstra os investimentos, a produção e os financiamentos que levaram àquele mesmo lucro. É uma visão diferenciada de se chegar ao mesmo lucro. Segue abaixo apenas para exemplificação a Demonstração de Valor Adicionado anual da sociedade de capital aberto Duratex S.A., dos anos de 2007 e 2008:
Quadro 1‑1: demonstração do valor adicionado da Duratex
DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO - CONSOLIDADO DA DURATEX, EM R$ MIL


2007
2008
Variação
Receitas
2.228,9
2.604,5
17%
Receita Bruta de Vendas
2.226,2
2.554,8
15%
Outras Receitas
6,4
55,7
770%
Prov. Crédito Líquido. Duvidosa
(3,8)
(6,0)
58%
Insumos Adquiridos Terceiros
(1.073,2)
(1.360,2)
27%
Custo dos produtos vendidos
(883,8)
(1.143,0)
29%
Materiais, energia, serviços de terceiros e outros
(189,4)
(217,2)
15%
Valor Adicionado Bruto
1.155,7
1.244,3
8%
Depreciação / Amortização / Exaustão
(82,8)
(87,3)
5%
Valor Adicionado Líquido
1.072,9
1.157,0
8%
Valor Adicionado Recebido em Transferência
63,7
128,6
102%
Valor Adicionado a Distribuir
1.136,6
1.285,6
13%
Remuneração do Trabalho
287,7
351,6
22%
Remuneração do Governo
467,4
447,2
-4%
Remuneração de Financiamentos
62,2
172,5
177%
Juros s/ Capital Próprio e Dividendo
154,6
109,6
-29%
Lucros Retidos
164,7
204,7
24%
Nota-se que quase todas as contas sofreram aumento de um período para outro, principalmente sobre a discrição outras receitas, que dilatou quase 800%.
Já a Demonstração de Fluxo de Caixa – DFC objetiva a apresentação da formação do caixa, estruturada nas ações que afetam ou anão o caixa, seja aumentando o seu valor ou diminuindo-o. Por meio da DFC a empresa:
  • Indica a origem de todo o dinheiro que entrou no CAIXA, bem como todo o dinheiro que saiu do CAIXA em determinado período, e o Resultado do Fluxo Financeiro.
  • Propicia ao Gerente Financeiro um melhor planejamento financeiro.
São as TRANSAÇÕES QUE AFETAM O CAIXA:
  • AUMENTO:
    • Integralização (em dinheiro) do Capital pelos sócios ou acionistas (exceto aquelas efetuadas em bens permanentes, estoques, títulos etc.)‏
    • Empréstimos bancários e financeiros;
    • Venda de itens do Ativo Permanente;
    • Vendas a vista e Recebimento de Duplicatas a Receber;
    • Outras Entradas (Juros recebidos, dividendos recebidos de outras empresas; indenizações de seguros recebidas etc.);
  • DIMINUIÇÃO:
    • Pagamento de Dividendos aos Acionistas;
    • Pagamento de Juros, Correção Monetária da Dívida e Amortização da Dívida;
    • Aquisição de Item do Ativo Permanente;
    • Compras a Vista e Pagamentos de Fornecedores;
    • Pagamentos de Despesa/Custo, Contas a Pagar e Outros
E apenas para visualização, segue a Demonstração de Fluxo de Caixa da Duratex, em R$ mil dos anos de 2007 e 2008.
FLUXO DE CAIXA - CONSOLIDADO



2007
2008
Variação
Atividades Operacionais


Lucro Líquido
318,9
313,8
-1,60%
Depreciação / Amortização / Exaustão
82,8
87,3
5,48%
Juros, Variação Cambial-Competência
2,7
236,3
8499,20%
Provisões, Baixas de Ativos
32,2
42,9
33,43%
Investimentos em Capital de Giro:



(Aumento) Redução de Clientes
(7,1)
1,1
-115,52%
(Aumento) Redução de Estoques
(48,0)
(51,2)
6,69%
(Aumento) Redução de Demais Ativos
5,8
(131,2)
-2373,43%
Aumento (Redução) de Fornecedores
12,3
62,9
411,38%
Aumento (Redução) de Obrigações com Pessoal
15,6
3,2
-79,49%
Aumento (Redução) de Contas a Pagar
75,9
(6,1)
-108,04%
Aumento (Redução) de Impostos e Contribuições
7,8
(49,6)
-735,90%
Aumento (Redução) de Demais Passivos
2,6
10,2
292,31%
Geração Operacional de Caixa Antes do Resultado Financeiro
501,4
519,6
3,63%
Caixa Líquido das Atividades Operacionais



Atividades de Investimentos:



Investimentos em Ativo Permanente
(222,3)
(673,4)
202,92%
Caixa Líquido das Atividades de Investimentos
(222,3)
(673,4)
202,92%
Atividades de Financiamentos:



Ingressos de Financiamentos
456,7
509,9
11,65%
Amortizações de Financiamentos
(180,8)
(339,7)
87,89%
Emissões de Ações
27,5

-100,00%
Debêntures
(224,0)

-100,00%
Dividendos, Participações
(165,6)
(134,8)
-18,60%
Ações em Tesouraria e Outros
(45,3)
(49,8)
9,93%
Caixa Líquido das Atividades de Financiamentos
(131,5)
(14,4)
-89,05%
Variação Cambial sobre Disponibilidades
(7,3)
13,6
-286,30%
Aumento (Redução) de Caixa
140,3
(154,6)
-210,19%
Saldo Inicial
612,4
752,7
22,91%
Saldo Final
752,7
598,1
-20,54%
Na DEMONSTRAÇÃO DE FLUXO DE CAIXA, como se pode notar, são as seguintes TRANSAÇÕES QUE NÃO AFETAM O CAIXA:
  • Depreciação, Amortização ou Exaustão
  • Provisão para Devedores Duvidosos
  • Acréscimos e Diminuições de itens de Investimentos pelo Método de Equivalência Patrimonial.
  • Reavaliação.
Mais detalhes dessa demonstração serão apresentados nos capítulos referentes aos semestres a seguir, e em especial, no último.

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